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Diagnóstico tardio de Transtorno do Espectro Autista e seus impactos sociais e clínicos
Este artigo buscou, por meio de uma revisão narrativa de literatura, descrever os fatores associados ao diagnóstico tardio do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a repercussão social e clínica deste atraso na população adulta. O autismo é definido como um distúrbio complexo de desenvolvimento comportamental, com diversas etiologias e manifestações de gravidade diferentes. Devido a esses e outros fatores, o diagnóstico do transtorno é um processo complicado, o que leva muitas vezes a uma detecção tardia. A realização do diagnóstico precoce do TEA é importante pois favorece a orientação e aceitação dos pais e a implantação de medidas intervencionistas precoces, que auxiliam na diminuição das consequências do transtorno, sendo que o menor tempo para adoção dessas medidas relaciona-se a um melhor prognóstico. Dessa forma, a detecção tardia desencadeia inúmeros prejuízos cognitivos e maior incidência de transtornos de humor e ansiedade. Portanto, devido aos impactos negativos de um diagnóstico tardio, reforça-se a importância do desenvolvimento de novos métodos para detecção precoce associados a maior capacitação profissional, a fim de tornar o diagnóstico mais eficiente, melhorando o prognóstico e fornecendo maior qualidade de vida ao indivíduo
Repercussões do Sars-Cov-2 no âmbito da cirurgia geral e medicina de emergência: uma revisão
Na China, em dezembro de 2019, foram relatados os primeiros casos da patologia respiratória COVID-19, doença causado pelo SARS-CoV-2, um RNA vírus. A propagação foi veloz e global, de maneira que a Organização Mundial de Saúde definiu como pandemia em março de 2020. A doença tem manifestação clínica variada, com enfermos assintomáticos ou manifestando quadro crítico, apresentando alta transmissibilidade e letalidade considerável. Simultaneamente, indivíduos com indicação cirúrgica, de origem traumática ou não, tiveram seus atendimentos eletivos paralisados e houve queda nos índices de intervenções de cunho emergencista, tanto devido o medo do indivíduo procurar um serviço de saúde e ser contaminado pelo coronavírus, quanto por outros fatores. Essa revisão teve como objetivo averiguar como a pandemia acometeu serviços de cirurgia geral de emergência, bem como elucidar os preditores e fatores que ocasionaram mudanças no manejo e intervenções cirúrgicas durante o surto de SARS-CoV-2
Protegendo o futuro: a vacinação infantil como ação de prevenção e promoção à saúde na atenção primária
A vacinação infantil, essencial para a saúde pública mundial, desempenha papel crucial na prevenção de doenças e na redução de morbidade e custos associados à saúde. Apesar dos avanços científicos, desafios persistem, como desinformação e falta de acesso a serviços de saúde. A pandemia de COVID-19 acentuou a queda nas taxas de cobertura vacinal no Brasil, exigindo ações específicas. Dessa forma, esse projeto de intervenção teve por objetivo abordar questões críticas relacionadas à imunização infantil, com foco na informação e sensibilização de crianças, pais e responsáveis quanto a importância das vacinas, apresentando o Calendário Básico de Vacinação e destacando a relevância na prevenção de doenças. O projeto, implementado no segundo semestre de 2023, contribuiu para a conscientização da população sobre a importância da vacinação, especialmente gestantes, idosos e crianças. A dinâmica incluiu apresentações teóricas, debates em grupo, dinâmicas de aprendizado e distribuição de brindes e cartazes informativos. O projeto reforçou que a vacinação infantil é crucial para proteger as crianças contra doenças e suas potenciais sequelas. Ao destacar a compreensão dos responsáveis sobre a importância da vacinação, foram enfatizados os benefícios para a saúde infantil, prevenindo doenças infectocontagiosas e potenciais complicações. Portanto, enfatiza-se a necessidade contínua de desenvolver novas ações em saúde voltadas à vacinação para mitigar esses desafios e garantir a proteção da saúde pública
Desmame da ventilação mecânica em adultos: avaliando a eficiência de estratégias iniciais
A ventilação mecânica é uma intervenção crucial para pacientes em estado crítico nas unidades de terapia intensiva (UTI), sendo empregada quando estes não conseguem manter uma respiração adequada de forma independente. O desmame da ventilação mecânica, processo de retirada gradual do suporte ventilatório, é uma etapa fundamental na recuperação desses pacientes. Este procedimento deve ser cuidadosamente gerenciado para minimizar os riscos de complicações e assegurar o sucesso da reintegração do paciente à respiração autônoma. O presente estudo tem como objetivo avaliar a eficiência das estratégias relacionadas ao desmame da ventilação mecânica em adultos. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura científica abrangendo o recorte temporal de 2016 a 2024, com consulta nas bases de dados PubMed, MEDLINE, Cochrane Library e EMBASE. A seleção dos estudos baseou-se em critérios rigorosos de inclusão e exclusão, considerando a relevância para o tema. Foram incluídos estudos que detalhavam métodos de desmame ventilatório, taxas de sucesso, duração do desmame e incidências de reintubação, procurando estabelecer um panorama abrangente das práticas e seus resultados. A análise dos estudos selecionados revelou uma diversidade de abordagens no processo de desmame. Técnicas como Suporte de Pressão (PSV) e Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada (SIMV) mostraram-se prevalentes nas práticas clínicas. Em particular, o PSV foi destacado em várias análises como eficaz em reduzir a duração do desmame em pacientes com boa capacidade respiratória residual; contudo, esta técnica requer ajustes precisos para evitar riscos de hiperventilação e outras complicações. Por sua vez, a SIMV, proporcionando uma redução gradual no suporte ventilatório, apareceu como particularmente adequada para pacientes que enfrentam uma recuperação mais lenta da função respiratória, facilitando a transição sem sobrecarregar o paciente. Ademais, a utilização de CPAP para pacientes com doenças pulmonares específicas, como a DPOC, foi associada a uma melhora significativa na estabilidade das vias aéreas, reduzindo a ocorrência de atelectasias e falhas no desmame. As estratégias de desmame da ventilação mecânica devem ser escolhidas com base nas condições específicas do paciente e nas capacidades da equipe de UTI para monitorar e ajustar o suporte conforme necessário. A personalização do desmame é essencial para maximizar o sucesso e minimizar os riscos, enfatizando a necessidade de diretrizes clínicas baseadas em evidências robustas e práticas adaptativas que respondam às complexidades individuais dos pacientes
Perfil epidemiológico da meningite bacteriana no Brasil: correlação entre incidência e cobertura vacinal
A meningite é uma infecção que atinge importantes estruturas responsáveis pela garantia de proteção e nutrição do sistema nervoso central (SNC), as meninges. Essa doença é ocasionada por agentes etiológicos imunopreveníveis e, assim, pode ser controlada mediante uma efetiva cobertura vacinal. Trata-se de uma análise descritiva e retrospectiva, a qual permite a inclusão de estudos experimentais e não experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado. A busca na literatura ocorreu nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Web of Science, PUBMED, SciVerse Scopus (Scopus), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (SCIELO) e na biblioteca virtual Scientific Eletronic Library Online (LILACS). Identificar o comportamento da meningite no sistema de saúde brasileiro e sua relação com o grau de cobertura vacinal. Objetiva-se incitar a promoção de políticas públicas de saúde envolvendo a vacinação de forma a mitigar os casos dessa infecção. A análise epidemiológica apresentada nos 7 estudos evidenciou a relação direta entre a cobertura vacinal e o número de casos da doença. A crise sanitária decorrente da pandemia de COVID-19 gerou um desequilíbrio sobre o sistema de saúde pública do Brasil e prejudicou sobremaneira no combate a outras doenças de notificação compulsória, mais especificamente, diminuiu a cobertura vacinal da meningite. Apesar da escassa literatura a respeito do aumento de casos decorrentes da diminuição da cobertura vacinal, ainda assim foi possível constatar que há relação entre a cobertura vacinal e o aumento da incidência de meningite no Brasil