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Aspectos Epidemiológicos da tuberculose no Sertão do Estado de Pernambuco / Epidemiological Aspects of tuberculosis in the Sertão of the State of Pernambuco
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa crônica de rápida propagação que apresenta larga variedade de manifestações clínicas. Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que, em 2015, o mundo registrou 10,4 milhões de novos casos da doença, destes, cerca de 1,3 milhões de pessoas vieram a óbito. A doença pode acometer toda a população, contudo, em indivíduos soropositivos para o HIV, possuem 37 vezes mais chances de se desenvolver que naqueles soronegativos, ressaltando a necessidade do planejamento de estratégias que visem mitigar tal situação. Neste contexto, o presente estudo tem o objetivo de traçar o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose pulmonar notificados na Macrorregião de Saúde do Vale do São Francisco e Araripe e na Macrorregião de Saúde do Sertão, ambas no Sertão do Estado de Pernambuco, entre os anos de 2001 a 2019. Os dados foram obtidos no sistema TABNET/DATASUS, de acordo com a macrorregião e município de residência. Este estudo, de série histórica observacional do tipo transversal, analisa o coeficiente de incidência da doença, além da relação da infecção com sexo dos pacientes, faixa etária e coinfecção HIV/TB. Os dados mostram que, no período analisado, foram registrados 7.830 casos de TB na área do estudo, sendo 2019 o ano com maior número de casos notificados, com coeficiente de incidência de 25,49/100.000 habitantes, abaixo da média nacional de 35/100.000 para o mesmo ano; houve maior prevalência da TB em pacientes do sexo masculino; as faixas etárias entre 20 a 59 anos de idade foram as mais acometidas (72,05%); o estudo mostra ainda que a quantidade de casos da doença possui uma relação inversa ao grau de escolaridade dos indivíduos. Dados sobre a coinfecção HIV/TB revelam que, dos indivíduos com TB, 3,1% são soropositivos para HIV, 39% são soronegativos, 8,1% possuem testes para HIV em andamento e 49,73% não realizaram testagem. A análise dos dados sugere que parte dos dados dos indivíduos foram insatisfatoriamente preenchidos no momento da notificação, fato que compromete a análise da real dimensão de impacto da doença, necessitando de medidas que visem, em um primeiro momento, a resolução de tal problemática.
Hanseníase: Aspectos epidemiológicos e evolução clínica em Pernambuco - Brasil, nos anos de 2001 a 2020 / Leprosy: Epidemiological aspects and clinical evolution in Pernambuco - Brazil, from 2001 to 2020
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica e de variados aspectos clínicos que, dada sua amplitude epidemiológica, tem notificação compulsória e investigação obrigatória em todo o Brasil, país que ocupa a segunda posição mundial em número de casos. Este estudo abrange o estado de Pernambuco, unidade da federação que se destaca pelo elevado número de casos da doença, tendo objetivo de apresentar dados epidemiológicos a fim de alertar as autoridades sobre a necessidade de políticas públicas efetivas no combate e controle da infecção. Trata-se de um estudo de série histórica observacional do tipo transversal, que analisa dados relativos ao período de 2001 a 2020, obtidos no banco sobre Informações de Saúde (TABNET) do Ministério da Saúde - Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS/MS). Os dados mostram que, no período analisado, foram notificados 65.971 casos de hanseníase em Pernambuco, sendo a maior taxa de incidência registrada no ano de 2003, com 49,43 casos/100.000 habitantes, em contraste com a média nacional de 33 casos/100.000 habitantes para o mesmo período; a população feminina, neste estudo, representou 50,01% da população analisada; o maior número de casos da doença foi registrado na população com baixo grau de escolaridade. Os dados analisados mostram ainda que 66,37% dos casos registrados estão na faixa etária dos 20 aos 59 anos de idade. Vale destacar que a importância dos dados apresentados se dá mediante a constatação de uma elevada incidência no período estudado, mesmo diante da desatualização dos dados no sistema, o que atenta à necessidade de atualização dos métodos de coleta e envio de dados para contabilização epidemiológica. A discussão do presente estudo em torno dos estigmas sociais e os impactos à sociedade provocados pela doença também é de grande importância.