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Camille Claudel:: a superdotação ofuscada pela desigualdade de gênero
A superdotação é comumente associada à genialidade e a áreas tradicionalmente valorizadas no contexto escolar -, linguagem, matemática e ciências, não sendo tão apreciada em outros campos do saber, como a arte. Tal fator, em conjunto com a inferiorização da mulher pela sociedade, corrobora para a invisibilidade de mulheres com superdotação artística. Objetivou-se, portanto, descrever os desafios enfrentados pela escultora francesa Camille Claudel (1864 – 1943) e analisar suas características sob a ótica da superdotação do tipo produtivo-criativo de Joseph Renzulli. Por meio de estudo exploratório, narrativo, com delineamento bibliográfico, foram elencados manuscritos (artigos, livros e/ou capítulos) sobre a artista, suas características, contexto social do século XIX e os desafios enfrentados por ela. Os resultados mostram que Camille Claudel possuía facilidade em criar, transformar, moldar e modificar objetos; infere-se que sua inteligência assentava-se no domínio espacial e apresentava superdotação na área produtivo-criativo com genialidade artística, todavia, às mulheres de sua época era negado o acesso ao mundo da Arte, exceto como discípulas dos artistas homens. Claudel produziu esculturas grandiosas, mas Auguste Rodin nunca deu os devidos créditos a ela; com a saúde mental comprometida e no forçado anonimato, morreu num asilo aos 79 anos. O texto descortina a urgência de mais estudos e debates sobre: a relação superdotação, gênero e arte; a problemática de uma sociedade machista; a desmitificação da superdotação; o reconhecimento de mulheres superdotadas