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    Negligência no pré-natal e puericultura e transmissão vertical do HIV: um relato de caso / Negligence in prenatal and childcare care and vertical transmission of HIV: a case report

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    O HIV, sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana, é um retrovírus com genoma RNA, da Família Retroviridae, que ataca o sistema imunológico. As principais formas de transmissão são a sexual, a sanguínea e a vertical. Existem 16 milhões de mulheres em idade reprodutiva portadoras do HIV, chamando atenção para os riscos de transmissão vertical e para a saúde do concepto. A triagem do HIV está inserida nos exames de rotina pré-natal, visto que o diagnóstico precoce e o início rápido do tratamento podem reduzir a mortalidade e a progressão da doença. E.S.L, sexo feminino, 8 meses e 23 dias, moradora da Unidade de Acolhimento Institucional de Mariana, onde reside desde os seus 3 meses, por determinação judicial. Veio ao consultório por suspeita de transmissão vertical de HIV. Mãe portadora de HIV, usuária de “crack” e moradora de rua. A sorologia para HIV resultou em positiva no terceiro semestre, o parto foi normal e não houve uso de antirretroviral. Segundo relato da responsável, a paciente chegou ao Instituto em péssimo estado geral e com sinais de maus tratos. Ao exame físico, foi percebido um estado geral regular e certa apatia. Em relação aos dados antropométricos: Perímetro cefálico= 43,5 (-2<Z<0); Peso = 6,7kg (-2<Z<0); Altura=70 cm (Z=0) e IMC= 14,08 (-2<Z<0). A conduta foi a solicitação de exames de carga viral e de contagem de linfócitos TCD4 e TCD8, além do VDRL e do FTA-ABS para confirmar ou excluir a transmissão vertical de HIV e de sífilis, respectivamente. A transmissão vertical do HIV pode ocorrer em três períodos: intrauterino, no nascimento (intraparto) ou durante a amamentação (pós-parto). Cerca de 65% das infecções ocorrem no período periparto. No caso em questão, não há a possibilidade de a paciente ter contraído HIV por meio da amamentação, pois ela nunca foi alimentada dessa maneira. Entretanto, a transmissão pode ter ocorrido no período intrauterino ou no nascimento, visto que o parto foi normal. No caso de mãe com sorologia positiva para o HIV, a via de parto é escolhida de acordo com a carga viral da mãe realizada no último trimestre. Nesse sentido, considerando que a mãe não tinha o exame de carga viral deveria ter sido realizada cesárea. Ademais, é perceptível que essa possível transmissão poderia ser evitada com a realização de um pré-natal adequado e que a negligência dos pais com esse processo pode afetar significativamente a vida do recém-nascido. Dessa forma, vê-se a importância de realizar um número adequado de consultas pré-natal e de se preocupar com a possibilidade de transmissão vertical de doenças, em especial do HIV, que se configura como uma imunodeficiência grave, com tratamento complicado e sem possibilidade de cura
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