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Análise da variaçao do limiar de captura apĂłs a realizaçao de cardioversao elĂ©trica em portadores de dispositivos cardĂacos eletrĂ´nicos implantáveis
INTRODUÇAO: Com o aumento da expectativa de vida da populaçao e a consequente maior incidĂŞncia de arritmias, que podem necessitar de cardioversao elĂ©trica e crescente desenvolvimento e indicaçao de dispositivos cardĂacos eletrĂ´nicos implantáveis, torna-se necessária a reavaliaçao do comportamento desses dispositivos apĂłs a aplicaçao de terapia elĂ©trica, especialmente naqueles pacientes dependentes de estimulaçao. Este trabalho teve como objetivo avaliar a variaçao do limiar de captura ventricular apĂłs choque terapĂŞutico para tratamento de taquiarritmias supraventriculares, em condiçoes de prática clĂnica diária.
MÉTODO: Entre julho de 2009 e maio de 2015, foram avaliados pacientes portadores de dispositivos cardĂacos eletrĂ´nicos implantáveis, na cidade de Araras (SP, Brasil), que necessitaram de cardioversao elĂ©trica, sendo determinados os limiares de captura ventricular antes e imediatamente apĂłs a terapia. A avaliaçao teve como objetivo analisar a variaçao desse parâmetro, que reflete item de segurança do dispositivo.
RESULTADOS: Foram incluĂdos 12 pacientes tratados em 13 episĂłdios de taquiarritmias supraventriculares (fibrilaçao e taquicardia atriais), com mĂ©dia de idade de 71,6 anos, predominantemente do sexo masculino, com tempo variável de implante do dispositivo, nao sendo encontrada variaçao significativa do limiar de captura ventricular antes e apĂłs a cardioversao elĂ©trica.
CONCLUSAO: Nao há variaçao significativa do limiar de captura ventricular após cardioversao elétrica em pacientes com taquiarritmias supraventriculares
Assistolia pós-cardioversao elétrica: efeito do soco precordial
O soco precordial, descrito na década de 1960, tem sua utilidade questionada nas bradiarritmias e pode gerar taquiarritmias. Apresentamos o caso de paciente do sexo masculino, com 24 anos de idade, sem antecedentes cardiovasculares relevantes e com história de palpitaçoes recorrentes desde os 17 anos, que, após cardioversao elétrica durante monitorizaçao para realizaçao de ablaçao por cateter, apresentou assistolia por mais de 30 segundos, mantido com punho percussao, cujo registro pode demonstrar a eficácia em induzir a despolarizaçao ventricular. Duas consideraçoes sao relevantes nesse contexto: 1) presença de assistolia pós-cardioversao, com poucos relatos na literatura, relacionada a disfunçao sinusal ou a uso de fármacos (que nao é o caso de nosso relato, que pode ter sido induzida pelo reflexo vagal produzido pela cardioversao elétrica); e 2) impacto precordial, que produz aumento da pressao ventricular, distensao miocárdica, ativaçao dos canais iônicos e consequente despolarizaçao, gerando batimentos eficazes, capazes de manter a estabilidade hemodinâmica. A cardioversao elétrica pode induzir a assistolia e o soco precordial pode ser útil na assistolia
Assistolia pós-cardioversao elétrica: efeito do soco precordial
O soco precordial, descrito na década de 1960, tem sua utilidade questionada nas bradiarritmias e pode gerar taquiarritmias. Apresentamos o caso de paciente do sexo masculino, com 24 anos de idade, sem antecedentes cardiovasculares relevantes e com história de palpitaçoes recorrentes desde os 17 anos, que, após cardioversao elétrica durante monitorizaçao para realizaçao de ablaçao por cateter, apresentou assistolia por mais de 30 segundos, mantido com punho percussao, cujo registro pode demonstrar a eficácia em induzir a despolarizaçao ventricular. Duas consideraçoes sao relevantes nesse contexto: 1) presença de assistolia pós-cardioversao, com poucos relatos na literatura, relacionada a disfunçao sinusal ou a uso de fármacos (que nao é o caso de nosso relato, que pode ter sido induzida pelo reflexo vagal produzido pela cardioversao elétrica); e 2) impacto precordial, que produz aumento da pressao ventricular, distensao miocárdica, ativaçao dos canais iônicos e consequente despolarizaçao, gerando batimentos eficazes, capazes de manter a estabilidade hemodinâmica. A cardioversao elétrica pode induzir a assistolia e o soco precordial pode ser útil na assistolia
Algumas observaçoes sobre a estimulaçao cardĂaca no Brasil entre 2000 e 2014: 25 anos do RBM - Registro Brasileiro de Marcapassos, Desfibriladores e Ressincronizadores CardĂacos
INTRODUÇAO: Desde que foi iniciado, há 25 anos, o Registro Brasileiro de Marcapassos, Desfibriladores e Ressincronizadores CardĂacos (RBM) cadastrou 306.886 cirurgias atĂ© 31 de dezembro de 2014, das quais 216.537 foram primeiro implante (190.747 marcapassos, 13.725 cardiodesfibriladores, 6.683 ressincronizadores, 4.052 cardiodesfibriladores com ressincronizadores e 1.330 sem informaçoes) e 90.349, trocas de dispositivos.
MÉTODO: Analisamos o nĂşmero de cirurgias e suas variedades entre 2000 e 2014 (dados de 31 de dezembro de 2015) e comparamos com alguns paĂses, com a mĂ©dia europeia e com informaçoes populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂstica.
RESULTADOS: O nĂşmero do RBM referente Ă s cirurgias realizadas no Brasil (129/1.000.000) foi comparado com a mĂ©dia europeia (960/1.000.000), verificando-se valores 7,4 vezes menores (mesmo estimando-se proporcionalmente, os valores sao 4,5 vezes menores). A modificaçao na etiologia da primeira cirurgia entre 2009 e 2014 revelou aumento da incidĂŞncia de fibrose do sistema de conduçao (de 32,58% para 38,05%) e reduçao da doença de Chagas (de 18% para 11,70%), sem grandes modificaçoes nas outras causas. Considerando-se o nĂşmero total de cirurgias, nota-se pequeno aumento em todas as regioes, exceto a Norte, com discreto aumento das cirurgias de cardiodesfibrilador implantável e cardiodesfibrilador implantável multissĂtio em todo o PaĂs. Houve pequeno aumento dos hospitais que realizaram cirurgias com a utilizaçao desses dispositivos. O nĂşmero total de mĂ©dicos que fazem implantes de dispositivos aumentou discretamente, especialmente nas regioes Sul e Sudeste, com queda discreta nas outras. O grupo que realizou atĂ© 10 cirurgias por ano cresceu 19,28% e o de 11-50 cirurgias por ano, 12,84%.
CONCLUSAO: Houve discreto aumento do número de cirurgias, com prevalência insatisfatória, e pequeno e insuficiente aumento dos procedimentos mais complexos e modernos. Quanto à etiologia que motivou as cirurgias, ocorreu aumento da incidência de fibrose do sistema de conduçao e reduçao da doença de Chagas. Observou-se aumento do número de hospitais que realizaram até 50 cirurgias por ano, além de concentraçao de profissionais nas regioes com maior densidade populacional, com pequeno aumento do número de médicos que realizaram os procedimentos, especialmente daqueles que realizaram até 10 cirurgias por ano. Nao houve modificaçao significativa na proporçao médica por regiao, à exceçao de queda na regiao Norte
Tempestade elétrica em portadores de cardiodesfibriladores automáticos implantáveis
A tempestade elĂ©trica em portadores de cardiodesfibriladores implantáveis Ă© a ocorrĂŞncia de pelo menos trĂŞs intervençoes apropriadas, resultante de taquicardia ventricular ou fibrilaçao ventricular, em 24 horas. É preditor de mau prognĂłstico e a terapia varia de medicamentos atĂ© transplante cardĂaco. Este estudo teve por objetivo revisar orientaçoes de diagnĂłstico e prevençao, visando ao tratamento (farmacolĂłgico, intervencionista e cirĂşrgico) da tempestade elĂ©trica em portadores desses dispositivos. Compilamos publicaçoes no Medline/PubMed e em revistas nacionais. O tratamento das condiçoes basais e desencadeantes, como insuficiĂŞncia cardĂaca e insuficiĂŞncia coronária, reduziu a morte sĂşbita. Amiodarona, betabloqueadores, lidocaĂna e magnĂ©sio sao a base terapĂŞutica. A ablaçao por cateter reduz arritmias e choques, estabiliza o ritmo e melhora o prognĂłstico. A taquicardia ventricular com substrato permite a abordagem de um circuito estável. A compreensao dos mecanismos e as melhorias no mapeamento eletrofisiolĂłgico possibilitam seu uso na fibrilaçao ventricular. Diferentes condiçoes necessitam de abordagem cirĂşrgica, eliminando focos arritmogĂŞnicos e/ou permitindo o remodelamento, utilizando ressincronizaçao, tratamentos para coronariopatia, valvopatias e cardiopatias congĂŞnitas, ressecçao endocárdica guiada por eletrofisiologia e transplante em pacientes refratários. Atuando no sistema nervoso, a neuromodulaçao Ă© alternativa. Durante anestesia peridural torácica, a denervaçao simpática cardĂaca tem efeitos consistentes e persistentes. De modo semelhante Ă denervaçao simpática renal, pode ser um novo horizonte. ConcluĂmos que identificar a causa Ă© fundamental. O tratamento dos fatores causais melhora o controle e o prognĂłstico. Amiodarona, bloqueadores beta-adrenĂ©rgicos, lidocaĂna e magnĂ©sio sao opçoes. Procedimento ablativo deve ser ponderado para taquicardia e fibrilaçao ventricular. Abordagem cirĂşrgica e neuromodulaçao podem ser consideradas
Tempestade elétrica em portadores de cardiodesfibriladores automáticos implantáveis
A tempestade elĂ©trica em portadores de cardiodesfibriladores implantáveis Ă© a ocorrĂŞncia de pelo menos trĂŞs intervençoes apropriadas, resultante de taquicardia ventricular ou fibrilaçao ventricular, em 24 horas. É preditor de mau prognĂłstico e a terapia varia de medicamentos atĂ© transplante cardĂaco. Este estudo teve por objetivo revisar orientaçoes de diagnĂłstico e prevençao, visando ao tratamento (farmacolĂłgico, intervencionista e cirĂşrgico) da tempestade elĂ©trica em portadores desses dispositivos. Compilamos publicaçoes no Medline/PubMed e em revistas nacionais. O tratamento das condiçoes basais e desencadeantes, como insuficiĂŞncia cardĂaca e insuficiĂŞncia coronária, reduziu a morte sĂşbita. Amiodarona, betabloqueadores, lidocaĂna e magnĂ©sio sao a base terapĂŞutica. A ablaçao por cateter reduz arritmias e choques, estabiliza o ritmo e melhora o prognĂłstico. A taquicardia ventricular com substrato permite a abordagem de um circuito estável. A compreensao dos mecanismos e as melhorias no mapeamento eletrofisiolĂłgico possibilitam seu uso na fibrilaçao ventricular. Diferentes condiçoes necessitam de abordagem cirĂşrgica, eliminando focos arritmogĂŞnicos e/ou permitindo o remodelamento, utilizando ressincronizaçao, tratamentos para coronariopatia, valvopatias e cardiopatias congĂŞnitas, ressecçao endocárdica guiada por eletrofisiologia e transplante em pacientes refratários. Atuando no sistema nervoso, a neuromodulaçao Ă© alternativa. Durante anestesia peridural torácica, a denervaçao simpática cardĂaca tem efeitos consistentes e persistentes. De modo semelhante Ă denervaçao simpática renal, pode ser um novo horizonte. ConcluĂmos que identificar a causa Ă© fundamental. O tratamento dos fatores causais melhora o controle e o prognĂłstico. Amiodarona, bloqueadores beta-adrenĂ©rgicos, lidocaĂna e magnĂ©sio sao opçoes. Procedimento ablativo deve ser ponderado para taquicardia e fibrilaçao ventricular. Abordagem cirĂşrgica e neuromodulaçao podem ser consideradas