Algumas observaçoes sobre a estimulaçao cardíaca no Brasil entre 2000 e 2014: 25 anos do RBM - Registro Brasileiro de Marcapassos, Desfibriladores e Ressincronizadores Cardíacos

Abstract

INTRODUÇAO: Desde que foi iniciado, há 25 anos, o Registro Brasileiro de Marcapassos, Desfibriladores e Ressincronizadores Cardíacos (RBM) cadastrou 306.886 cirurgias até 31 de dezembro de 2014, das quais 216.537 foram primeiro implante (190.747 marcapassos, 13.725 cardiodesfibriladores, 6.683 ressincronizadores, 4.052 cardiodesfibriladores com ressincronizadores e 1.330 sem informaçoes) e 90.349, trocas de dispositivos. MÉTODO: Analisamos o número de cirurgias e suas variedades entre 2000 e 2014 (dados de 31 de dezembro de 2015) e comparamos com alguns países, com a média europeia e com informaçoes populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. RESULTADOS: O número do RBM referente às cirurgias realizadas no Brasil (129/1.000.000) foi comparado com a média europeia (960/1.000.000), verificando-se valores 7,4 vezes menores (mesmo estimando-se proporcionalmente, os valores sao 4,5 vezes menores). A modificaçao na etiologia da primeira cirurgia entre 2009 e 2014 revelou aumento da incidência de fibrose do sistema de conduçao (de 32,58% para 38,05%) e reduçao da doença de Chagas (de 18% para 11,70%), sem grandes modificaçoes nas outras causas. Considerando-se o número total de cirurgias, nota-se pequeno aumento em todas as regioes, exceto a Norte, com discreto aumento das cirurgias de cardiodesfibrilador implantável e cardiodesfibrilador implantável multissítio em todo o País. Houve pequeno aumento dos hospitais que realizaram cirurgias com a utilizaçao desses dispositivos. O número total de médicos que fazem implantes de dispositivos aumentou discretamente, especialmente nas regioes Sul e Sudeste, com queda discreta nas outras. O grupo que realizou até 10 cirurgias por ano cresceu 19,28% e o de 11-50 cirurgias por ano, 12,84%. CONCLUSAO: Houve discreto aumento do número de cirurgias, com prevalência insatisfatória, e pequeno e insuficiente aumento dos procedimentos mais complexos e modernos. Quanto à etiologia que motivou as cirurgias, ocorreu aumento da incidência de fibrose do sistema de conduçao e reduçao da doença de Chagas. Observou-se aumento do número de hospitais que realizaram até 50 cirurgias por ano, além de concentraçao de profissionais nas regioes com maior densidade populacional, com pequeno aumento do número de médicos que realizaram os procedimentos, especialmente daqueles que realizaram até 10 cirurgias por ano. Nao houve modificaçao significativa na proporçao médica por regiao, à exceçao de queda na regiao Norte

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