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    Mortalidade feminina no Brasil: sexo frágil ou sexo forte?

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    A população feminina brasileira tem chegado à velhice de maneira mais significativa que a masculina. Este fenômeno tem sido também observado em países industrializados centrais onde é freqüente a sobremortalidade masculina. A análise dos diferenciais por causas específicas pode ajudar a compreender os determinantes do padrão brasileiro e a antecipar algumas tendências futuras, especialmente tendo-se em conta as profundas mudanças no papel social da mulher em nossa realidade. Assim, foi feito estudo de mortalidade em dez capitais brasileiras, em 1985, com taxas geral e específicas por cinco principais grupos de causas segundo sexo e padronizadas por idade pelo método direto. Como medida dos diferenciais, usou-se razões e diferenças entre os sexos. Os resultados revelam que o perfil regional relaciona-se ao padrão de urbanização e industrialização, com os maiores diferenciais por sexo nas capitais mais desenvolvidas do país. A sobremortalidade masculina explica-se basicamente pela magnitude das causas externas e das doenças do aparelho circulatório, sendo peculiar a especial importância das mortes violentas, que são as principais responsáveis pelos diferenciais por sexo. Acredita-se que a atual tendência venha a se manter, embora a longo prazo as diferenças entre os sexos possam se reduzir. De qualquer modo, o prolongamento da vida, sem adequadas condições de subsistência, não parece estar significando exatamente uma vantagem para a mulher brasileira.<br>Population ageing in Brazil has been more rapid and more intense among women. This phenomenon is well described in developed countries where mortality rates are higher for men than women. In this regard, the analysis of mortality patterns by cause contributes to elucidate the determinant factors of the present situation in Brazil and provides indications of some future trends in female mortality. This is especially important due to the fact that in Brazil the social role of women has experienced great changes. This study presents data on mortality from ten capital cities in 1985, showing age-standardized overall and cause-specific mortality rates for five of the main groups of causes by sex. Ratios and differences effect estimators were used. The results revealed that regional patterns are associated with the urban and industrial processes with greater differences by sex in more developed regions. External causes and cardiovascular diseases are the main factors responsible for higher mortality among men with special emphasis on violent deaths. It is inferred that the present trend will be maintained, though it is possible that mortality differences by sex could decrease in the near future. The authors discuss that longer survival among women in Brazil does not reveal better life conditions
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