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    L'Italia dei Divieti: in between the dream of being european and the babado of prostituition

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    The dream of traveling between Brazil and Europe is easy to find in the referential bibliography about transvestites. The changes related to the trafficking in persons, in the Brazilian penal code in 2005, show how different interpretations of the terminology facilitate and facilitation made a strong impact on transvestites' lives, criminalizing some practices of this group that had in fact been part of their sociability. I argue that the unrecognized position of prostitution as legal work creates a substantial gap between the transvestites and the other illegal Brazilian workers, which leads them into potentially vulnerable situations.O sonho do deslocamento entre Brasil-Europa pode ser encontrado de forma recorrente na bibliografia sobre a temática travesti. As modificações relativas ao tráfico de pessoas realizadas no Código Penal brasileiro, em 2005, possibilitam diversas interpretações para os termos facilitar e facilitação, criminalizando ações que, para este grupo, se constituíam, até então, como formas de sociabilidades. Argumento que o não reconhecimento da prostituição como um trabalho distancia essas travestis de outras brasileiras que trabalham indocumentadas, potencializando o envolvimento destas em situações de vulnerabilidade.27530

    Corpos (Não) Controlados: Efeitos dos Discursos sobre Sexualidades em uma Escola Médica Brasileira

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    RESUMO As conquistas dos movimentos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) estabeleceram uma tensão na sociedade que sugere serem irreversíveis suas conquistas, inclusive em termos de visibilidade e recusa ao silenciamento. O cenário de redemocratização e a luta contra o preconceito e a discriminação, assim como pelos direitos humanos e acesso à saúde para todos, compõem alguns dos objetivos desses movimentos. Entretanto, a ideia ainda recorrente da impureza da homossexualidade, que posiciona o sujeito gay como “ser perigoso” reatualiza o estigma e a discriminação com base na suposta “contaminação presumida” do HIV/aids. Nesse sentido, o presente artigo tem por objetivo analisar os efeitos dos discursos sobre as (homo)sexualidades e o HIV/aids na formação médica. Por meio da autoetnografia performática, foi desenvolvida uma análise nas intersecções do self nos coletivos, do eu nas culturas, do agente nas agências, a partir de cenas (auto)etnográficas e da observação participante nos vários cenários de ensino-aprendizagem de uma escola médica pública brasileira. Observamos que, embora proscrito desde a CID 10, o diagnóstico de “homossexualismo” segue sendo produzido e produzindo efeitos por meio da solicitação sistemática e sem evidências de investigação do HIV/aids na formação médica. Assim, compreendemos que ainda há certa cultura hegemônica heterossexual-homofóbica na formação e no cuidado em saúde que atualiza o circuito da exclusão, dominação, colonização e subjugação do sujeito homossexual pela reiterada relação “ser gay – ter HIV/aids”. Com os encontros e as experiências vividas aqui analisadas, explicitam-se visceralmente as disputas e os enfrentamentos no currículo, na esfera do cotidiano e em nossa própria consciência e prática diária para a produção de espaços que considerem outras possibilidades de existência para além da somente hegemônica heterossexualidade branca masculina. Concluímos, também, que foram e ainda continuam sendo abertas várias disputas na formação e atuação médicas, evidenciando que “não estamos sozinhos”. Muitos(as) de nós estamos comprometidos(as) com a tentativa de construir outros modos de ensinar e cuidar, guiados por performances – escritas e corporificadas – de inclusão e resistência, cujo objetivo é expor, desafiar e transformar narrativas desumanas contra a população LGBT e a opressão em geral
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