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    A (semi)formação na Educação Ambiental Universitária: tensionamentos a partir de um estudo empírico sob a ótica da Teoria Crítica

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    A formação socioambiental, na vertente critica de Educação Ambiental, aponta para reflexões e ações emancipatórias em âmbito individual e coletivo, na busca por transformar realidades degradantes da vida em todas as suas formas e sentidos. No entanto, os processos de ensino têm conduzido à semiformação na atualidade, numa sociedade que coloca inúmeros obstáculos para a concretização da emancipação, na perspectiva da Teoria Crítica. Objetivamos discutir neste artigo dados derivados de um estudo sobre um Projeto Universitário de Educação Ambiental de cunho emancipatório de uma instituição Pública de Educação Superior/IES do Estado de São Paulo / Brasil. A partir da matriz teórico-metodológica da pesquisa-ação-participante adotada pelo projeto da IES de interesse, traduzida pelo grupo coordenador como “pessoas que aprendem participando”, coloca-se em xeque “o que e como se aprende fazendo” em capilaridade, diante de barreiras burocráticas, hierárquicas, político-econômicas e pedagógicas encontradas no decorrer do projeto. A orientação metodológica deste estudo pautou-se em pesquisa participante e na análise textual discursiva. Dentre os resultados, identificam-se leituras diferenciadas do projeto da IEA pautado na pesquisa-ação-participante, em que o “aprender-fazendo” se revela com uma práxis em relação com ações transformadoras, educação popular e reflexão crítica, ao mesmo tempo em que oscila no referido projeto, um ativismo pragmático. De forma geral, a educação ambiental em capilaridade estudada apontou para a potencialização da autonomia e da liberdade na instituição. Fica o desafio de manter e aprofundar reflexões e ações críticas, como resistência à semiformação nos processos de educação ambiental em universidades

    Construction of a Residue Management Policy in the University of São Paulo: A model for the implementation of the NSRP in HEI

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    O cenário atual da Universidade de São Paulo (USP) tem, isoladamente, diversas ações ambientais em diferentes frentes, de acordo com a realidade de seus campi. \ud Em 2010, a USP designou um coordenador de Gestão Ambiental junto à Reitoria. No ano seguinte, regulamentou a Política Ambiental da USP, que visa promover a \ud sustentabilidade ambiental nos campi. Em 2012, foi criado um órgão institucional responsável pela gestão ambiental, a Superintendência de Gestão Ambiental (SGA), \ud que tem como premissa ditar normas para questões ambientais em consonância com a política ambiental proposta. Esta superintendência formou, em 2012, um \ud Grupo de Trabalho para cuidar das questões relativas aos resíduos gerados na USP. Tal grupo, composto por especialistas na área, sob a coordenação de um assessor \ud de gabinete da própria SGA, priorizou desenvolver, através de processos participativos, estratégias e procedimentos para elaboração e implantação de uma Política de \ud Gestão de Resíduos (PGRUSP). Esta Política, aos moldes de um trabalho anterior (PUSP-C, 2010), tem como proposta adequar as especificidades contidas na Política \ud Nacional de Resíduos Sólidos, para o contexto universitário.Uma versão inicial da PGRUSP foi apresentadapara a comunidade acadêmica em um Fórum promovido \ud pela SGA. Nesta ocasião, representantes de todas as categorias advindos dos diversos campi da USP, além de outros da comunidade externa, fizeram considerações \ud sobre o conteúdo desta versão, que foi, então, reformulada. A PGRUSP prevê a elaboração dos planos de gerenciamento de resíduos em todas as unidades pertencentes \ud à USP. Neste momento, o Grupo de Trabalho está elaborando diretrizes para a capacitação da comunidade acadêmica para a realização de um diagnóstico de resíduos, \ud com intuito também de mobilizar e conscientizar sobre os ditames da PGRUSP. A partir da capacitação e da elaboração dos planos de gerenciamento de resíduos, \ud pressupõe-se um aprendizado sobre questões práticas da gestão de resíduos. A geração de dados e de indicadores fornecerá embasamento para uma implementação \ud contínua e eficaz da política. Para sistematização destes dados, está sendo desenvolvida uma plataforma virtual unificada. Assim, pretende-se controlar tanto os \ud insumos utilizados como a geração, o armazenamento, os tratamentos e os descartes relacionados aos resíduos gerados em nossas Unidades. Pretende-se, ainda, com \ud esta sistematização, fornecer informações que permitam à SGA atomar medidas norteadoras para melhora na gestão dos resíduos nos campi, e,consequentemente, \ud minimizar impactos ambientais causados em todos os níveis e atividades

    Educação ambiental e teoria crítica : a dialética da emancipação na formação socioambiental de servidores de uma Universidade Pública do estado de São Paulo

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    In light of a potential environmental collapse due to the predominant modern production system on the planet, which threatens life on Earth, the critical and emancipatory Environmental Education (EE) plays a significant role in its public social function in order to prompt reflections, presenting questions, stimulating and monitoring change processes, propose directions, participate in structuring policies and collaborate in preparing people for critical and transformative political participation. In this challenge, the objective of this research concerns the analysis of a social-environmental training project that includes technical-administrative public servants of a Higher Education institution (HEI) in the state of São Paulo, Brazil. Based on the Critical Theory framework, the Frankfurt School and Emancipatory Environmental Education, this study will investigate the potentially emancipatory elements emerging from the pressure between what has been experienced and what is proposed in this project, and will also discuss what these elements are based on and their contribution to revisiting emancipation in EE. To achieve this goal, the method is structured in a qualitative, research-participant approach that includes focus group techniques in the project coordination group, participant observation and document analysis of the project coordinating group. The results were organized in two sections: the first one is a self-critical report of the project, according to the temporal sequence of actions development. The second section involved the analysis of data into two central categories: 1. “the dialectic of emancipation in the socio-environmental training project of public servants”, comprising the subcategories of emancipatory EE, autonomy and freedom; and 2. “dialectics of the socio-environmental training of public servants”, containing the subcategories of capillarity, learn-by-doing and participatory-action-research, which represent nodal points of the socio-environmental training project of public servants articulated to the central theme of emancipation. A new emergent category was that of "non-teachers" as a reflective potential on instrumental reason in higher education.The potential emancipatory elements that emerged in this project, which contribute to revisiting the complex concept of emancipation in EE, involve: the dialectic of capillarity to establish EE in the institution; the material and infrastructure conditions, and the labor relations within and outside Environmental Education; The emergence of developing rigorous diagnostics in EE under pressure from the evidence of project communication; The critical and emancipatory perspective of EE and its dialogic moments. The uneasiness of an emancipation that does not materialize in its fullness generates a positive restlessness capable of promoting a critical reflection and action within this IES. Our expectation is that this research will contribute to the discussion of Environmental Education processes in HEI, so that the concept of emancipation can be revisited and added to the accumulation of knowledge regarding EE.Não recebi financiamentoDiante da emergência de um colapso ambiental potencializado pelo sistema de produção contemporâneo hegemônico no planeta, que ameaça a vida na Terra, a Educação Ambiental (EA) crítica e emancipatória tem uma relevante função social pública de provocar reflexões, apresentar questões, estimular e acompanhar processos de mudança, propor caminhos, participar de políticas estruturantes e colaborar na preparação das pessoas para uma participação política crítica e transformadora. Neste desafio, esta pesquisa tem como objeto a análise de um projeto de formação socioambiental junto a servidores públicos técnicos e administrativos de uma instituição de Educação Superior (IES) do estado de São Paulo, Brasil. Com base no referencial da Teoria Crítica, da Escola de Frankfurt e da Educação Ambiental Emancipatória, tal estudo objetiva investigar quais são os elementos potencialmente emancipatórios emergentes da tensão entre o vivido e o proposto nesse projeto, bem como discutir em que tais elementos contribuem para a revisitação da emancipação na EA. Para atingir esse objetivo, o método está estruturado em uma abordagem qualitativa, de pesquisa-participante, que inclui técnicas de grupo focal, observação participante e análise de documentos do grupo coordenador do projeto. Os resultados foram organizados em duas seções, sendo a primeira um relato autocrítico do projeto, seguindo a sequência temporal de desenvolvimento das ações. A segunda seção envolveu a analise de dados em duas categorias centrais, quais sejam: 1. “a dialética da emancipação no projeto de formação socioambiental de servidores públicos”, com as subcategorias de EA emancipatória, autonomia e liberdade; e 2. “dialética da formação socioambiental dos servidores”, com as subcategorias de pesquisa-ação-participante e capilaridade, que representam pontos nodais do projeto de formação socioambiental de servidores públicos, articulados ao tema central da emancipação. Uma nova categoria emergente foi a dos “não-docentes”, como potencial reflexivo sobre a razão instrumental na educação superior. Os elementos potenciais emancipatórios, emergentes nesse projeto, que vêm colaborar com uma revisitação do complexo conceito de emancipação na EA, envolvem: a dialética da capilaridade no enraizamento da EA na instituição; as condições materiais, de infraestrutura, e as relações de trabalho na e fora da Educação Ambiental; a emergência do desenvolvimento de diagnósticos rigorosos na EA; a pressão pela evidência da comunicação do projeto; a perspectiva crítica e emancipatória de EA e seus instantes dialógicos. Os impactos do Projeto PAP na universidade estão vivos e em aberto. O mal-estar de uma emancipação não concretizada em sua plenitude gera uma inquietação positiva capaz de promover uma reflexão e ação críticas no interior dessa IES. Espera-se que esta pesquisa contribua com a discussão de processos de Educação Ambiental em Instituições de Educação Superior e que o conceito de emancipação possa ser revisitado e incrementado aos saberes da EA
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