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    Povoamento, tabaco, açúcar e arte na História das ilhas do Atlântico Médio

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    Por Convénio celebrado a 23 de julho de 2013, a Universidad de Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC), a Universidad de La Laguna (ULL), a Universidade dos Açores (UAc) e a Universidade da Madeira (UMa), criaram o ciclo de estudos, por associação, conducente ao grau de doutor em Ilhas Atlânticas: História, Património e Quadro Jurídico-Institucional que é oferecido, respetivamente, pela Escuela de Doctorado da la ULPGC, pela Escuela de Doctorado y Estudios de Posgrado da ULL, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UAc e pela Faculdade de Artes e Humanidades da UMa. Entre os principais objetivos deste doutoramento, que conta com três linhas de especialização (História, Património e Ciências Jurídicas), destacam-se o desenvolvimento e o aprofundamento de estudos de excelência, no âmbito de investigação avançada, sobre as ilhas e os arquipélagos atlânticos, da Macaronésia, bem como das dinâmicas estabelecidas entre estes e os continentes que marginam o oceano. O estabelecimento de redes de pesquisa e de conhecimento entre instituições de ensino superior e centros de investigação é outro relevante desígnio deste programa doutoral.As ilhas constituem espaços adequados para experimentar modelos teóricos destinados a analisar fenómenos de transformação ambiental e mudança cultural, adquirindo o carácter de laboratórios desprovidos de interferências externas, onde se podem observar os mecanismos que regem as interações entre o homem e a sua cultura e os ecossistemas naturais. Neste campo teórico, a colonização humana das Canárias pressupôs o estabelecimento de povos que implantaram atividades agropecuárias em ecossistemas que eram virgens e este processo permite-nos delinear algumas explicações sobre os padrões socioeconómicos vinculados aos habitantes do continente que se estabeleceram inicialmente, bem como as estratégias de adaptação que tiveram de implementar para sobreviver nos novos e limitados espaços insulares. Neste trabalho, combinam-se informações de diferentes disciplinas científicas como a Arqueologia, a Paleoecologia, a Bioantropologia ou a Linguística para efetuar uma aproximação à realidade complexa e heterogénea da colonização humana do arquipélago das Canárias e os intensos efeitos culturais e ambientais que provocou em ilhas como Lanzarote ou Fuerteventura. [p. 8] […] Este trabalho é uma síntese do projeto interdisciplinar CORDICan [Corpus Documentário das Ilhas Canárias]. Apresentamos um corpus monográfico sobre o açúcar, através da documentação dos Protocolos Notariais dos arquivos das Canárias, no primeiro século de colonização, bem como a digitalização dos documentos, a sua transcrição e a utilização de etiquetas de marcação textual. Utilizamos ferramentas de edição online que contribuem para a visibilidade e disponibilização da documentação no quadro da História Atlântica do Açúcar. [p. 53] […] O monopólio de tabaco português, cuja criação é paralela à do estanco espanhol, esteve sempre restringido ao território peninsular e aos arquipélagos do Atlântico médio, estando quase toda a sua história nas mãos de arrendadores (“Mercantilismo partilhado”), o que difere do que se passou em Espanha. As Ilhas Canárias também estiveram integradas desde o princípio no estanco espanhol, em regime de arrendamento até 1717 e posteriormente em administração direta. Nesta comunicação vamos estabelecer as linhas mestras da economia tabaqueira entre os séculos XVII-XIX em ambos os arquipélagos, tendo muito presente o contexto da história atlântica e das relações com o Brasil e com as Antilhas. [pp. 66-67] […] Na sequência das descobertas ultramarinas portuguesas, a produção de cana de açúcar também chegou às ilhas dos Açores, na segunda metade do século XV. Com alguma relevância nas ilhas de S. Miguel e de Santa Maria (Grupo Oriental), acabou por não ser uma cultura de longa duração, devido a múltiplas vicissitudes. Não obstante, o consumo de açúcar entrou, gradualmente, nos hábitos quotidianos insulares, com diversas utilizações, entre as quais destacamos a produção da doçaria conventual e popular. Com base em estudos e fontes diversificadas – desde o Arquivo dos Açores à literatura de viagens e à imprensa – iremos apresentar algumas notas sobre a presença deste produto na vida diária dos açorianos, nos séculos XVIII e XIX, sem esquecer a implantação da fábrica de açúcar micaelense. [p. 99] […] Este estudo é uma contribuição para o conhecimento da cultura do tabaco nas Canárias, durante os séculos XIX e XX. As Ilhas ficam fora do monopólio do tabaco espanhol desde 1852, e empreendem um caminho próprio. A imagem entendida de modo amplo, como projeção social, como signo de identidade, ajuda-nos a compreender este percurso. [p. 217]ABSTRACT: The islands constitute appropriate spaces in which to experiment with theorical models aimed at analysing phenomena of environmental transformation and cultural change, acquiring the character of laboratories devoid of external interference in which to observe the mechanisms governing the interactions between humans and their culture and natural ecosystems. In this theoretical field, the human colonization of the Canary Islands involved the establishment of people who introduced agricultural and livestock activities into hitherto unspoilt for the socio-economic patterns linked to the continental settlers that were initially established and adaptive strategies that they had to implement in order to survive in the new and limited islands spaces. This work combines information from different scientific disciplines such as Archaeology, Paleoecology, Bioanthropology and Linguistics, in order to make and approach to the complex heterogeneous reality of human colonization in the Canary Islands and the intense cultural and environmental effects that it gave rise to on islands such as Lanzarote and Fuerteventura. [pp. 8-9] […]This work is a synthesis of the interdisciplinary project CORDICan (Documentary Corpus of the Canary Islands). We present a monographic corpus on sugar through the documentation of Notary Records from the archives of the Canary Islands during the first century of colonization, as well as the scanning of the documents, their transcription and the use of textual marking labels. We use online editing tools that contribute to the visibility and availability of the documentation in the framework of the Atlantic History of sugar. [pp. 53-54] […] The monopoly of Portuguese tobacco, whose creation is parallel to that of the Spanish, was always restricted to the main land and to the two archipelagos of the mid-Atlantic, with almost all its history in the hands of landlords (“Shared Mercantilism”), unlike what happened in Spain. The Canary Islands were also integrated from the beginning into the Spanish tobacco income, under lease until 1717 and subsequently in administration. In this communication we will try to establish the main lines of the tobacco economy from the 17th-19th century in both archipelagos, bearing in mind the context of Atlantic history and relations with Brazil and the Antilles. [p. 67] […]. Following the Portuguese overseas discoveries, sugar cane production also reached the islands of the Azores, in the second half of the 15th century. With some relevance on the islands of S. Miguel and Santa Maria (Eastern Group), it ended up not being a culture of long duration, due several vicissitudes. Nevertheless, sugar consumption gradually entered the island’s daily habits, with different uses, among which we highlight the production of conventual and popular pastry. Based on diverse studies and sources — from the Archive of the Azores to travel literature and the press — we will present some notes on the presence of this product in the daily lives of Azoreans, in the 18th and 19th centuries, without forgetting the implantation of the S. Miguel island sugar factory. [pp. 99-100] […]. This study is a contribution to the knowledge of tobacco culture in the Canary Islands, during the 19th and 20th centuries. The Islands have been out of the Spanish tobacco monopoly since 1852, and take their own path. The broadly understood image, as a social projection, as a sign of identity, helps us understand this travel. [p. 128]info:eu-repo/semantics/draf

    Em torno da e(i)migração ibérica para as américas : práticas associativas e turismo de raízes

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    Seminário Internacional "Estudos de I(E)migração Ibérica: Práticas Associativas e Turismo de Raízes", 16 e 19 de setembro, auditório da Universidade dos Açores (campus de Ponta Delgada).A importância da diáspora na História e na Cultura dos países ibéricos é uma evidência para as sociedades hodiernas, tal como a imigração nas Américas é uma realidade incontornável e essencial no percurso histórico dos respetivos países. Ora, entre as comunidades e(i)migrantes é comum implementar-se, nos territórios de acolhimento, práticas de solidariedade e de associativismo — de cariz assistencial, cultural ou recreativo —, como formas de apoio, de preservação da identidade ou de afirmação social e económica. Por outro lado, decorrente da e(i)migração, o turismo de raízes, ou seja, as visitas dos descendentes aos países de origem dos familiares em busca de referências, memórias e experiências, assume uma cada vez maior relevância, proporcionando redes de circulação e novos produtos turísticos. Estes são os grandes temas abordados nesta publicação, acrescidos de outras análises do fenómeno emigratório, em geral, os quais, em 2019, deram o mote ao Seminário que decorreu no campus de Ponta Delgada da Universidade dos Açores, organizado pelo CHAM Açores, núcleo do CHAM – Centro de Humanidades, pelo CEPESE e pelo LABIMI (UERJ), com o título Estudos de E(I)migração Ibérica: Práticas Associativas e Turismo de Raízes. Este e-book, porém, não se constitui como um volume de atas, na medida em que os textos publicados não equivalem exatamente às comunicações apresentadas, tendo sido desenvolvidos e aprofundados, além de submetidos ao crivo de blind peer review que constitui, à partida, uma maior garantia de isenção e qualidade científica. A organização e a divisão da obra também não correspondem aos painéis em que se dividiram os trabalhos do evento, tendo sido adequadas às temáticas dos textos publicados, alguns dos quais nem fizeram parte dos trabalhos. Este é um e-book de natureza interdisciplinar e internacional, associando a História, a Cultura e o Turismo através do olhar e do estudo de investigadores portugueses, brasileiros, espanhóis e argentinos. [do Preâmbulo]Governo Regional dos Açores, Direção Regional da Ciência e Tecnologia -MC - Apoio à Edição de Publicações Científicas 2022 (Ref.: M.3.3.C/Edições/106/2022). FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, ao abrigo do projeto estratégico do CHAM – Centro de Humanidades - FCSH, Universidade Nova de Lisboa / Universidade dos Açores – Ref.ª UIDB/04666/2020 / CHAM-Açores. CEPESE.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
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