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    Perceção de Médicos Internos de Medicina Geral e Familiar de Portugal acerca das suas competências em Cuidados Paliativos

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    Tese de mestrado, Cuidados Paliativos, Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina, 2020Objetivo: Medicina Geral e Familiar (MGF) e Cuidados Paliativos (CP) são duas áreas do conhecimento médico que estão altamente interligadas. Tendo em vista a alta resolutividade esperada dos Cuidados de Saúde Primários e o incremento no número de doentes com necessidades paliativas, é esperado que os internos de MGF findem a formação específica sentindo-se seguros em gerir a maior parte das necessidades paliativas dos seus doentes ou que saibam o momento adequado para referenciá-los para as equipas especializadas em CP. O presente estudo tem como objetivo avaliar as perceções dos internos de MGF de Portugal sobre o seu grau de preparação em Ações Paliativas e CP Gerais. Método: Os internos da especialização em MGF, em 2019, foram convidados a responder um questionário online com 22 itens, sendo os 6 primeiros referentes a questões sociodemográficas; 14 itens sobre Gestão de Sintomas, Nutrição Paliativa, Avaliação de Prognóstico, Comunicação, Luto e Trabalho em Equipa; e 2 itens sobre a formação em CP. Resultados: Obteve-se amostra de 109 internos. A média global da autoperceção do grau de preparação em CP foi de 2,72. O Luto (M = 3,52) foi a área em que se verificou o maior grau de preparação, seguido do Trabalho em Equipa (M = 2,88), Comunicação (M = 2,87), Gestão de Sintomas (M = 2,71), Avaliação de Prognóstico (M = 1,86) e Nutrição Paliativa (M = 1,80). Para 95,4% da amostra, a área dos CP é total ou parcialmente relevante na formação do médico de família. No entanto, 76,1% dos participantes não realizaram nenhuma disciplina ou estágio em CP durante a formação pré-graduada, 11,0% tiveram CP como disciplina ou estágios obrigatórios e 12,9% como disciplina ou estágios opcionais. No que concerne a formação específica em MGF, 51,4% dos participantes nunca realizaram disciplinas ou estágios em CP, 3,7% tiveram como disciplina ou estágios obrigatórios e 45,0% tiveram como disciplina ou estágios opcionais. Observou-se diferenças significativas em algumas temáticas ao se comparar as 5 regiões de Portugal, além de um aumento das médias da autoperceção de conhecimentos em CP ao longo dos 4 anos de internato, assim como daqueles que realizaram estágios em CP em relação aos que não realizaram. Para 87,2% dos participantes, o momento ideal para obter formação específica em CP é na formação pré-graduada e específica em MGF. Conclusões: Os internos de MGF demostraram uma autoperceção de conhecimentos insuficiente em CP. Muito embora a grande maioria considere relevante o contacto com os CP durante a formação pré e pós-graduada, os resultados indicam que apenas uma minoria frequentou disciplinas ou estágios em CP na formação pré-graduada, enquanto o índice de contacto obrigatório com CP durante a formação específica em MGF foi baixo. Os resultados indicam que os CP constituem uma lacuna na formação médica em Portugal, e em particular dos médicos de família, apesar da sua elevada relevância prática na atualidade.Objective: General and family medicine (GFM) and Palliative Care (PC) are two areas of medical knowledge that are highly interconnected. In view of the expected high resolvability of Primary Health Care and the increase in the numbers of patients with palliative needs, it is expected that GFM residents will complete their specific training feeling confident in handling the majority of their patients’ palliative demands or knowing the adequate moment to refer them to the teams specialized in PC. Thus, the present study has as its main objective to evaluate the perceptions of GFM residents in Portugal regarding their level of preparation in PC Approach and General PC. Method: Residents of the GFM specialization in 2019 were invited to answer an online questionnaire with 22 items, the first 6 referring to sociodemographic questions; 14 items were assessments using the Likert scale, with 5 points addressing the themes of Symptom Management, Palliative Nutrition, Prognosis Assessment, Communication, Grief and Teamwork; and 2 items about PC training. Results: The sample was of 109 residents. The global average of self-perceived level of preparation in PC was 2.72. Grief (M = 3.52) was the topic with highest level of preparation, followed by Teamwork (M = 2.88), Communication (M = 2.87), Symptom Management (M = 2.71), Prognosis Assessment (M = 1.86) and Palliative Nutrition (M = 1.80). For 95.4% of the sample, PC is totally or partially relevant in the training of family doctors. However, 76.1% of participants claimed not to have taken any classes or internships in PC during their undergraduate training, while 11.0% had PC as a mandatory class or internship and 12.9% as an optional class or internship. In GFM specific training, 51.4% indicated they had no classes or internships in PC, 3.7% had mandatory classes or internships, and 45.0% optional classes or internships. Significant differences were observed in some themes when comparing the 5 regions of Portugal, in addition to an increase in the means of self-perceived knowledge in PC over the 4 years of internship, as well as those who did internships in PC compared to those who did not performed. For 89.7% of the participants, the ideal moment to study PC is during both undergraduate and specific training in FGM. Conclusions: FGM residents showed insufficient self-perceived level of preparation in PC. Although the vast majority considered contact with PC during under and postgraduate training to be relevant, the questionnaire revealed that only a minority had classes or internships in PC during undergraduate training, while the percentage of mandatory contact with PC during the FGM specialization was low. The results indicate that PC are a gap in medical training in Portugal, and in particular for family doctors, despite its high practical relevance today
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