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    Experiências anômalas e dissociativas em contexto religioso: uma abordagem autoetnográfica

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    The present study explored the phenomenological characteristics of anomalous experiences (AEs) reported during Umbanda rituals, a mediumistic Brazilian religion, with the aim of comparing AEs reported during rituals involving the use of Ayahuasca (an entheogen frequently used in some Umbanda contexts) and rituals without the use of this substance. In order to do so, we compared individuals with different levels of involvement with the mediumistic practices. The study was based on an auto-ethnographic approach. This methodological perspective allowed us to confront subjective data with the available knowledge in the scientific literature about AEs, dissociative phenomena and altered states of consciousness and was of fundamental importance for a more sensitive understanding of the nuances and characteristics of these experiences. The results attest to a significant similarity between the experiences reported with and without the use of Ayahuasca in mediumistic contexts. In both groups, the experiencers were able to identify certain similarities in their experiences regarding a reduction of voluntary motor control, changes in memory and perception, communicability and accessibility of experiences, anomalous information reception and increases in interpersonal sensitivity. The results support the methodological feasibility of autoethnography as a research tool and point to its relevance to a deeper understanding of AEs and other subjective experiences usually of difficult investigation by other research methods.A presente pesquisa investigou as características fenomenológicas das experiências anômalas (EAs) relatadas em contextos mediúnicos umbandistas, a partir de uma comparação entre EAs reportadas durante rituais envolvendo o uso da substância Ayahuasca e rituais sem o uso dessa substância. Para tanto, comparamos indivíduos com diferentes graus de envolvimento com as práticas mediúnicas umbandistas, tendo por base uma abordagem autoetnográfica. A perspectiva metodológica adotada nos permitiu confrontar os dados subjetivos com o conhecimento disponível na literatura acadêmica acerca das EAs, dos fenômenos dissociativos e estados alterados de consciência, tendo sido fundamental para uma compreensão mais sensível das nuances e características dessas experiências. Os relatos analisados atestam uma semelhança significativa entre as experiências vivenciadas com e sem o uso de Ayahuasca em contextos mediúnicos. Em ambos os casos, os experienciadores puderam reconhecer similaridades no que diz respeito à redução do controle motor, às alterações perceptivas e mnêmicas experimentadas, à comunicabilidade da experiência, à recepção anômala de informação e a um aumento da sensibilidade interpessoal. Os resultados indicam a viabilidade metodológica da autoetnografia como recurso para um aprofundamento de aspectos das EAs e outras experiências subjetivas usualmente de difícil investigação por outros métodos.En la presente investigación se analiso las características fenomenológicas de experiencias anómalas (EAs) relatadas en contextos mediúmnicos umbandistas por medio de una comparación entre EAs reportadas durante rituales con el uso de la sustancia Ayahuasca y rituales sin el uso de esa sustancia. Para alcanzar ese objectivo, comparamos algunas caracteristicas de individuos con diferentes grados de involucracion con las prácticas mediúmnicas. Utilizamos un enfoque autoetnográfico. La perspectiva metodológica adoptada nos permitió evaluar los datos subjetivos con el conocimiento disponible en la literatura académica acerca de las EAs, de los fenómenos disociativos y los estados alterados de conciencia. Este acercamiento metodológico fue fundamental para una comprensión más sensible de los matices y características de las experiencias investigadas. Los relatos analizados atestiguan una similitud significativa entre las experiencias vivenciadas con y sin el uso de Ayahuasca en contextos mediúmnicos. En ambos casos, los participantes reconoceran similitudes en lo que se refiere a la reducción del control motor, a las alteraciones perceptivas y mnémicas experimentadas, a la comunicabilidad de la experiencia, a la recepción anómala de información, y un aumento de la sensibilidad interpersonal. Los resultados indican la viabilidad metodológica de la autoetnografía como recurso para una compreension profunda de aspectos de las EAs y otras experiencias subjetivas usualmente de difícil investigación por otros métodos
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