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ESTUDO RETROSPECTIVO DE HEMANGIOSSARCOMA EM CARNÍVOROS DOMÉSTICOS NO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA VETERINÁRIA DO INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE - CAMPUS CONCÓRDIA
Neoplasia maligna é o resultado da proliferação anormal de células com estrutura diferente da do tecido original. Além disso, elas podem invadir tecidos e afetar órgãos distantes, provocando metástases. Um exemplo desse tipo de neoplasia é o hemangiossarcoma, oriundo das células do endotélio vascular que pode acometer órgãos viscerais e pele. Possui um crescimento agressivo e alto potencial metastático. O órgão mais acometido é o baço, mas, o átrio direito, o tecido subcutâneo e o fígado são frequentemente sítios primários desta neoplasia. Dado a gravidade dessa enfermidade, o objetivo deste trabalho foi verificar a incidência, nas espécies canina e felina, de hemangiossarcoma necropsiados pelo Laboratório de Patologia Veterinária entre os anos de janeiro de 2013 e junho de 2022. Foi realizado um estudo retrospectivo de 155 registros de necropsias, dentre esses, 15 confirmados de hemangiossarcoma, sendo, 13 caninos e 2 felinos. Foram coletados dados como espécie, sexo, raça, idade, lesões encontradas na necropsia e principais órgãos acometidos. O estudo revelou que caninos corresponderam a 80%, enquanto felinos 13,3% dos acometidos, outros 6,7% não foram identificados. Destes, 53,3% eram machos, enquanto 40% eram fêmeas, outros 6,7% não foram identificados. Em relação às raças, 33,4% dos animais não tinham raça definida, não demonstrando predisposição sobre raça dos animais necropsiados. De acordo com as idades, 60% estavam na faixa etária com mais de 10 anos, 20% tinham idades entre 5 e 10 anos, enquanto 6,7% dos animais tinham menos de 5 anos. Além disso, 33,4% dos animais tinham porte médio (entre 10kg e 30kg), 20% eram porte grande (mais de 30 kg) e 20% dos animais eram de pequeno porte (até 10kg). Entre os principais achados nas necropsias, destacam-se a descrição de hemoperitônio em 40% dos casos, múltiplos órgãos acometidos em 33,4% e hemotórax em 13,4%. Ao analisar os órgãos acometidos, 46,7% dos casos acometeu o baço, 33,4% fígado, 26,7% pulmão e 33,4% dos animais possuíam igual ou mais de 3 órgãos acometidos. Com base neste trabalho, pode-se concluir que hemangiossarcoma visceral acomete preferencialmente caninos, machos, que possuem mais de 10 anos, porte médio a grande, e uma porcentagem significativa dos animais apresentaram mais de um órgão acometido, o que demonstra um alto número de metástases, porém, sem predisposição racial
ESTUDO RETROSPECTIVO DE LINFOMA FELINO NO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA VETERINÁRIA DO INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE - CAMPUS CONCÓRDIA
A imunodeficiência viral felina (FIV) e leucemia viral felina (FeLV) são doenças depressoras do sistema imune e possuem a característica de transformar as células linfóides em células neoplásicas. A transmissão ocorre pelo contato com saliva e secreções nasais de animais contaminados e via vertical – mãe para filhote. Linfoma é a neoplasia hematopoiética mais comum em gatos, com predileção por órgãos linfóides, como linfonodos e baço, além de fígado, e trato gastrointestinal; apesar de poder se replicar em praticamente qualquer órgão. O objetivo deste trabalho foi avaliar a incidência de linfoma em felinos submetidos a necropsia. Realizou-se um estudo retrospectivo dos gatos necropsiados e diagnosticados com linfoma, pelo Laboratório de Patologia do Instituto Federal Catarinense Concórdia, desde janeiro de 2013 até meados de 2022. A casuística correspondeu a 16 animais, de um total de 30 gatos necropsiados. dos quais 43,75% tiveram acometimento do trato gastrointestinal, 43,75% no fígado, 38% no baço, 31,25% rins, 31,25% linfonodos, e 6,25% coração. Desses animais, 75% tiveram mais de um órgão acometido, demonstrando a capacidade multicêntrica da neoplasia. Outra alteração patológica que se destacou entre os casos foi a caquexia (18,75%) e anemia (12,5%). Os casos de linfoma demoram a ser percebidos pelo tutor, pois para felinos, mais comumente , ocorre primeiro o envolvimento de linfonodos internos (mesentéricos, mediastínicos, ilíaco interno) e menos frequentemente os externos (subescapulares e submandibulares). Dos casos analisados, dois animais apresentaram alterações nos linfonodos superficiais. Além disso, 56,25% dos animais analisados possuíam teste para FIV e FeLV, todos positivos e, 7/9 dos animais eram jovens (menos de 5 anos). Os outros 43,75% dos gatos não tinham histórico de testes, ou seja, não houve nenhuma testagem negativa. Além disso, 78% dos gatos positivos para FIV e FeLV eram machos e jovens. Isso sugere que a neoplasia tenha se desenvolvido no estágio progressivo da doença, durante a fase ativa do vírus. Os machos, por apresentarem características instintivas de brigas e mordeduras têm mais propensão a adquirir a enfermidade, quando comparado a fêmeas. Conclui-se que a forma multicêntrica é mais comum, assim como acomete mais animais machos jovens. Mais da metade dos animais já são encaminhados à necropsia com teste positivo, demonstrando o correto diagnóstico pelos veterinários clínicos