16 research outputs found

    Percepções de mulheres com excesso de peso frente às intervenções baseadas em Mindfulness no SUS

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    A obesidade e o excesso de peso são problemas de saúde no mundo, de etiologia multifatorial, cuja manutenção do peso perdido é difícil e contribui para o aumento da morbidade e mortalidade na população adulta, acarretando altos custos para os serviços de saúde. As intervenções baseadas em mindfulness, trabalhando em grupo, trazem a possibilidade de cada participante aprender com a própria experiência e também com a dos outros participantes. Esta forma de aprendizagem de baixo para cima (bottom-up), em vez do contrário “top-down”, permite o sentido de pertença aos participantes, de humanidade partilhada. De 1675 mulheres adultas pertencentes a 9 Unidades Básicas de Saúde da Região Sul de São Paulo, foram randomizadas para participação neste estudo, em três grupos: controle, mindfulness e mindful eating, 284 mulheres com IMC?25 e <40kg/m2. Ao final de cada intervenção foi realizado um grupo focal com as participantes que estavam sentadas num círculo permitindo a interação e um bom contato visual, entre todos os participantes e estabelecendo o mesmo campo de visão para todos. Os grupos focais tiveram duração média de 30 a 45 minutos e basearam-se no modelo utilizado pelo grupo de investigação de enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com perguntas sobre as percepções das participantes em relação às intervenções realizadas. Foram conduzidos, no total, 16 grupos focais, sempre na última sessão de cada grupo de intervenção (8 grupos focais de cada intervenção: mindfulness e mindful eating ou consciência alimentar baseada em mindfulness) e, em cada unidade. Para a organização e análise de dados qualitativos, foi utilizada a análise temática e o software MAXQDA. Houve consenso sobre os temas e subtemas identificados após uma análise específica para definir as categorias a partir do que foi transcrito e que foram exemplificadas nos extratos. A imersão nos temas e subtemas tornou possível o aprofundamento e a compreensão analítica das categorias. O número de participantes do grupo focal por grupo foi de 42 e 49 participantes respectivamente para mindfulness e mindfuleating. Foram identificados sete temas: desafios do curso, valorização das atitudes do professor; compreensão de mindfulness; desenvolvimento da autoconsciência dos participantes; mudança de expectativas; desenvolvimento de uma relação diferente entre comida e peso e descoberta de uma vasta gama de benefícios. Os últimos quatro temas foram mais citados no grupo de alimentação consciente, enquanto que o tema menos abordado foi a compreensão da consciência e o mais citado foram os desafios do curso. Os programas baseados em mindfulness, tais como mindful eating, podem ser aplicados às mulheres com excesso de peso na Atenção Primária e podem apoiar o tratamento do excesso de peso aliviando a demanda reprimida para o tratamento da obesidade e excesso de peso no sistema. Além disso, como terapia mente-corpo, traz a possibilidade de cuidar integralmente do participante, representando um grande apoio social e emocional

    Efetividade de Mindfulness e Mindful Eating na atenção básica em mulheres com excesso de peso

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    A obesidade apresenta-se hoje como endêmica no Brasil e no mundo, onerando indivíduos e sistemas de saúde. De caráter multifatorial, tem na mudança de estilo de vida sua base de intervenção, em especial voltada ao hábito alimentar e atividade física. Em mais de 30 anos de pesquisas, em 195 países, as prevalências de obesidade não foram reduzidas; há necessidade da introdução de novas abordagens, mesmo que como tratamento complementar, para melhorar estes resultados e evitar o aparecimento de comorbidades. Este estudo, pioneiro no mundo, com este delineamento e tamanho de amostra, teve como objetivo comparar a efetividade de um programa de 10 semanas de mindfulness e um programa de 10 semanas de mindful eating e o grupo controle. Intervenções baseadas em Mindfulness vem sendo utilizadas para melhorar o comportamento alimentar e o estado nutricional. A amostra foi composta por mulheres adultas, de baixa renda e com IMC?25 e <40kg/m2 das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da Região Sul de São Paulo. As participantes (n=284), provenientes de 9 UBSs, foram randomizadas em três grupos: controle, mindfulness e mindful eating. Foram realizadas medidas antropométricas (peso, altura e perímetro de cintura) e medidas de composição corporal, além da aplicação de escalas psicométricas e coleta de exames bioquímicos no baseline, pós-intervenção e follow-up (3meses). Foi realizada análise por protocolo (PP) e realizada a análise “Intention to Treat” (ITT) com todas as participantes da randomização, além de imputações múltiplas. Os grupos, tanto de mindfulness, quanto de mindful eating apresentaram melhora do comportamento alimentar em relação ao controle e redução da compulsão alimentar após a intervenção e no follow-up (p<0,05). No grupo de mindful eating a redução foi de 42,4% (pré/follow-up) e no de mindfulness de 34,1%. Ainda que sem significância estatística para mudança de peso, a tendência mostrou-se mais favorável ao programa de mindful eating, que em média apresentou uma perda de 2,22kg vs 1,14kg no grupo de mindfulness e um ganho de 0.98kg para o grupo controle. Em relação a exames bioquímicos, apenas o colesterol, para o grupo de minful eating, em relação ao grupo de mindfulness, na análise PP e ITT, apresentou, em média redução (186.11 vs 179.02mg/dL). O programa de mindful eating mostrou-se ligeiramente superior ao de mindfulness e ao controle na melhora do comportamento alimentar e redução da compulsão alimentar em mulheres com excesso de peso e baixa renda

    Substituição da farinha de peixe em dietas para camarões marinhos cultivados em sistema bioflocos.

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    O objetivo deste trabalho foi avaliar a substituição de dois níveis de inclusão de farinha de peixe por outros ingredientes, nas dietas de Litopenaeus vannamei cultivados em sistema bioflocos. Foram avaliadas dietas sem uso de farinha de peixe (dieta A, 100% de substituição), com inclusão de 12,5% de farinha de peixe (dieta B, 40% de substituição) e direta controle com inclusão de 21% (dieta C, 0% de substituição). Nas dietas A e B, o farelo de soja e as farinhas de carne e vísceras foram os principais substitutos proteicos. Foram analisados os índices de desempenho dos camarões e os parâmetros físicos e químicos da água de cultivo. Os camarões alimentados com a dieta B apresentaram maior peso final (11,63±1,38 g), em comparação aos camarões alimentados com a dieta A (peso final, 9,39±0,31 g) e com a dieta C (peso final, 10,20±1,10 g). Os demais parâmetros de desempenho como produtividade, conversão alimentar e sobrevivência não apresentaram diferenças entre os tratamentos. A redução de até 40,0% da farinha de peixe pode ser feita em cultivos superintensivos de L. vannamei com bioflocos, sem interferir em seu desempenho zootécnico e na qualidade de água do cultivo

    Uso inalatório do óleo essencial de lavanda para ansiedade: uma revisão integrativa da literatura

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    INTRODUÇÃO: De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 264 milhões de pessoas no mundo sofrem de ansiedade. Esse transtorno pode ser causado por condições médicas, estilo de vida e uso de drogas. Dentre os seus sintomas estão falta de ar, taquicardia, tremores e insônia, que impactam negativamente na vida do indivíduo e seus familiares. A lavanda (Lavandula augustifolia) tem efeitos analgésicos, antifúngicos, antidepressivos, antiespasmódicos, sedativos, calmante e tranquilizante, o que a torna uma alternativa para o tratamento adjuvante desta condição. Nesse contexto, a inalação do óleo essencial de lavanda constitui-se em uma intervenção não-invasiva, de baixo custo e de fácil aplicação, promovendo melhora da saúde e qualidade de vida. O objetivo desse estudo foi realizar uma revisão para identificar a eficácia do óleo essencial de lavanda administrado via inalação para tratamento da ansiedade em diversas condições de saúde. METODOLOGIA: Foi realizada pesquisa nas bases de dados PubMed, Scielo, Science Direct no período de janeiro a maio de 2021 com os descritores “aromaterapia”, “lavandula”, “óleo essencial”, “ansiedade” e “depressão” e em inglês “aromatherapy”, “lavandula”, “essencial oil”, “anxiety” e “depression”. Foram incluídos estudos revisados por pares, nas línguas inglesa e portuguesa, no período de 2002 a 2020. As amostras nesses estudos eram compostas por indivíduos de ambos os sexos, com diversas condições de saúde associadas a ansiedade, que utilizaram o óleo de lavanda via inalatória. Foram excluídos estudos nos quais houve combinação da aromaterapia com outros procedimentos. RESULTADOS: Foram encontrados 73 artigos nas bases de dados, que foram armazenados na ferramenta para revisões Rayyan para leitura e análise. Após leitura dos títulos e resumos, foram excluídos 59 artigos. Foram selecionados 11 ensaios clínicos, 2 revisões sistemáticas e 1 estudo piloto. Estes foram inseridos em uma tabela constando título, autores, ano, objetivo, metodologia, resultados e conclusão. A concentração mais utilizada nos estudos foi de 2%, a forma de inalação foi a aplicação de duas gotas do óleo essencial em gaze e o tempo de inalação variou de 5 a 20 minutos. O horário de utilização foi diversificado, alguns realizaram várias inalações ao dia, outros 30 minutos antes de dormir. O tempo de uso variou de um dia a quatro semanas. DISCUSSÃO: De acordo com os estudos, a aromaterapia com óleo de lavanda apresentou efeitos positivos na redução da ansiedade em pacientes tratados com quimioterapia, em espera de cirurgia ambulatorial, pós infarto agudo do miocárdio, em portadores de doenças cardiovasculares, em pacientes em programa de hemodiálise e mulheres no período pós-parto. Isto ocorre devido aos efeitos calmantes e tranquilizantes da lavanda que promovem o relaxamento. CONCLUSÃO: O óleo de lavanda reduziu os níveis de ansiedade a curto prazo sendo uma alternativa para diminuição da ansiedade antes da realização de procedimentos cirúrgicos ou eventos que podem causar ansiedade aguda

    Concomitant chemoradiotherapy versus acceleration of radiotherapy with or without concomitant chemotherapy in locally advanced head and neck carcinoma (GORTEC 99-02): an open-label phase 3 randomised trial.

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    BACKGROUND: Concomitant chemoradiotherapy and accelerated radiotherapy independently improve outcomes for patients with locally advanced head and neck squamous-cell carcinoma (HNSCC). We aimed to assess the efficacy and safety of a combination of these approaches. METHODS: In our open-label phase 3 randomised trial, we enrolled patients with locally advanced, stage III and IV (non-metastatic) HNSCC and an Eastern Cooperative Oncology Group performance status of 0-2. We randomly allocated patients centrally with a computer program (with centre, T stage, N stage, and localisation as minimisation factors) in a 1:1:1 ratio to receive conventional chemoradiotherapy (70 Gy in 7 weeks plus three cycles of 4 days' concomitant carboplatin-fluorouracil), accelerated radiotherapy-chemotherapy (70 Gy in 6 weeks plus two cycles of 5 days' concomitant carboplatin-fluorouracil), or very accelerated radiotherapy alone (64·8 Gy [1·8 Gy twice daily] in 3·5 weeks). The primary endpoint, progression-free survival (PFS), was assessed in all enrolled patients. This trial is completed. The trial is registered with ClinicalTrials.gov, number NCT00828386. FINDINGS: Between Feb 29, 2000, and May 9, 2007, we randomly allocated 279 patients to receive conventional chemoradiotherapy, 280 to accelerated radiotherapy-chemotherapy, and 281 to very accelerated radiotherapy. Median follow-up was 5·2 years (IQR 4·9-6·2); rates of chemotherapy and radiotherapy compliance were good in all groups. Accelerated radiotherapy-chemotherapy offered no PFS benefit compared with conventional chemoradiotherapy (HR 1·02, 95% CI 0·84-1·23; p=0·88) or very accelerated radiotherapy (0·83, 0·69-1·01; p=0·060); conventional chemoradiotherapy improved PFS compared with very accelerated radiotherapy (0·82, 0·67-0·99; p=0·041). 3-year PFS was 37·6% (95% CI 32·1-43·4) after conventional chemoradiotherapy, 34·1% (28·7-39·8) after accelerated radiotherapy-chemotherapy, and 32·2% (27·0-37·9) after very accelerated radiotherapy. More patients in the very accelerated radiotherapy group had RTOG grade 3-4 acute mucosal toxicity (226 [84%] of 268 patients) compared with accelerated radiotherapy-chemotherapy (205 [76%] of 271 patients) or conventional chemoradiotherapy (180 [69%] of 262; p=0·0001). 158 (60%) of 265 patients in the conventional chemoradiotherapy group, 176 (64%) of 276 patients in the accelerated radiotherapy-chemotherapy group, and 190 (70%) of 272 patients in the very accelerated radiotherapy group were intubated with feeding tubes during treatment (p=0·045). INTERPRETATION: Chemotherapy has a substantial treatment effect given concomitantly with radiotherapy and acceleration of radiotherapy cannot compensate for the absence of chemotherapy. We noted the most favourable outcomes for conventional chemoradiotherapy, suggesting that acceleration of radiotherapy is probably not beneficial in concomitant chemoradiotherapy schedules. FUNDING: French Ministry of Health
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