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ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE UTILIZADAS EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
A Educação Permanente em Saúde (EPS) constitui-se em uma estratégia que busca transformar as práticas profissionais e a organização do processo de trabalho a partir das demandas do próprio trabalho. Estudo qualitativo, descritivo, exploratório, do tipo estudo de caso, que teve como objetivo analisar as estratégias desenvolvidas pela equipe de saúde para a gestão do trabalho durante um programa de qualificação da Atenção Primária à Saúde. A coleta de dados foi feita no período de julho de 2018 até abril de 2019, por meio de observação-participante e entrevistas semiestruturadas com trabalhadores de uma Unidade de Saúde da Família localizada em um município do Paraná. Os resultados apontaram diversas estratégias desenvolvidas pelos profissionais: reuniões gerais e de equipe, mutirões de estratificação de risco e atendimentos coletivos no formato de grupos. O protagonismo dos trabalhadores possibilitou que o programa servisse como um disparador de momentos de EPS. Conclui-se que o processo de qualificação impulsionou a equipe a desenvolver-se e trabalhar em cooperação. A EPS desenvolvida pelos próprios profissionais possibilitou minimizar a lógica da captura verticalizada do programa e dar qualidade ao processo organizativo
Represamento das consultas eletivas de fisioterapia em média complexidade em tempos de pandemia: caracterização dos usuários em fila de espera: Impoundment of elective physiotherapy consultations in medium complexity in times of pandemic: characterization of users on the waiting list
Este estudo analisou o perfil dos usuários que aguardavam atendimento em clínicas de fisioterapia de média complexidade quanto a aspectos sociodemográficos, qualidade de vida, e persistência de queixas e sintomas clínicos durante o período de suspensão de atendimentos eletivos na pandemia de COVID-19. Foi um estudo transversal, quantitativo, com 24 indivíduos, com idade de 18 anos ou mais, por meio de questionários e pelo Short-Form 36 items (SF-36). Quanto à idade dos participantes, foi obtida mediana de 51 anos (47,0 – 64,5), sendo 54,2% de homens e 45,8% de mulheres. O tempo de espera por atendimento de fisioterapia de média complexidade teve mediana de 216,5 dias (159,8 – 332,5). A maioria dos usuários apresentava doenças osteomusculares (70,8%), seguido por lesões decorrentes de causas externas (12,5%). No atendimento de fisioterapia inicial na atenção básica, os 24 usuários apresentavam alguma queixa, sendo a dor a mais frequente (87,5%), com intensidade mediana de 10,0 (9,2 - 10,0). No momento da entrevista, 23 usuários (95,8%) relataram alguma queixa, sendo a dor a mais recorrente (83,3%) de mediana de intensidade 8,5 (7,0 - 9,0), seguida pela perda funcional (25,0%) e dificuldade na marcha (16,7%). O domínio aspectos físicos foi o que apresentou menor escore, com média de 13,5 (DP=33,8), seguido pelo domínio aspectos emocionais, média de 16,7 (DP=38,1) e pelo domínio capacidade funcional, média de 26,9 (DP=33,4). O escore para o domínio dor teve média de 39,9 (DP=36,0) e aspectos sociais média de 44,8 (DP=36,7). Escores com média superior a 50 foram obtidos para os domínios vitalidade (média de 57,3; DP=24,5), saúde mental (média de 54,8; DP=25,8) e estado geral de saúde (média de 54,0; DP=20,5). Os usuários que estavam aguardando atendimento de fisioterapia de média complexidade no período da pandemia de COVID-19 eram em sua maioria homens em idade produtiva, com problemas osteomusculares, sendo a dor a queixa mais frequente. O tempo de espera para atendimento de fisioterapia de média complexidade foi prolongado e a percepção sobre a qualidade de vida foi ruim, demonstrando importante comprometimento, especialmente nos aspectos físicos, emocionais e capacidade funcional