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    Biologia da polinização da especie arborea Citharexylum myrianthum Cham. (Verbenaceae), polinizadores e utilização do recurso floral pelos visitantes

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    Orientador : Marlies SazimaDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de BiologiaResumo: Citharexylum myrianthum é uma espécie arbórea, típica de mata pluvial atlântica e de galeria, pioneira e indispensável na recomposição de áreas cHiares degradadas, ocorrendo do sul da Bahia até o Rio Grande do Sul. Foi estudada a fenologia desta espécie, a biologia floral, os polinizadores e seus visitantes em Campinas e em Picinguaba, SP, e em Porto Alegre, RS. Citharexylum myrianthum floresce entre outubro e dezembro, produzindo grande quantidade de flores por dia por indivíduo. As flores tubulosas, brancas e com odor adocicado estão dispostas em densas inflorescências racemosas. Todas as plantas possuem flores com gineceu e androceu, entretanto são funcionalmente dióicas. As plantas masculinas iniciam sua florada ligeiramente antes das femininas. Em ambos os tipos de flores o gineceu está receptivo desde a fase de botão até a abscisão da flor. As flores abrem entre 16 e 1830h, podendo durar até o dia seguinte por volta das 1500h. A produção de néctar inicia no crepúsculo e termina no início da manhã seguinte. O volume acumulado de néctar em flores ensacadas até o inicio da manhã é de 10,5-15J.LI e sua concentração é de 15%. Foram realizadas 71 horas de observação noturna, além de censos a cada 10 minutos para quantificar os esfingídeos em visita às plantas durante o período de seis noites. Esfingídeos, considerados os principais polinizadores, realizaram visitas crepusculares e noturnas, sendo mais freqüentes nos indivíduos masculinos de C. myrianthum por volta das 2200h e nos femininos às 0300h. A baixa formação de frutos em condições naturais comparada à alta formação nas polinizações cruzadas manuais sugere que estes polinizadores sejam um recurso limitante às plantas. Para determinar a atividade dos visitantes diurnos foram realizados três períodos de observações (O600-0700h, 0800-O900h e 1O00-1100h), totalizando 95 horas de observação. Para a localização das visitas às flores, a copa foi dividida em três pisos e cada piso em áreas de 3x3. Oito espécies de beija-flores em Campinas e sete em Picinguaba, entre residentes e migratórias, exploraram o recurso de C. myrianthum, interagindo agonisticamente entre si e utilizando o recurso espacialmente e temporalmente de formas diferentes. As espécies de maior peso corporal e mais agressivas foram responsáveis pela maioria das flores visitadas, excluindo coespecificos e outras espécies dos horários e das regiões da copa com maior concentração de recurso. Dentre outros visitantes, Coereba flaveola (Coerebidae) e Thraupis sayaca (Emberezidae) eram freqüentes em Campinas e Picinguaba, pilhando o néctar e podendo destruir flores. Os insetos diurnos foram mais comuns em Campinas, sendo Trigona spinipes e Polistes sp. perfuradores da base da corola e pilhadores do néctar de C. myrianthum. Mais freqüentes ao final da manhã, lepidópteros, principalmente Papilio anchisiades, visitaram as flores de Citharexylum myrianthum podendo atuar como polinizadores ocasionaisAbstract: Citharexylum myrianthum is a tree, typically found in the Atlantic Rain Forest and gallery forests, in early successional stages and it is a very important component in the regeneration of degraded areas, ranging from south Bahia to Rio Grande do Sul. We studied the phenology of this species, its floral biology, pollinators, and visitors in Campinas and in Picinguaba, SP, and also in Porto Alegre, RS. Citharexylum myrianthum flowers from October to December, bearing great quantity of flowers per plant per day. The tubulous flowers are white, sweet scented and occur in racemous inflorescences. AlI plants have flowers with a gynoecium and an androecium, however, they are functionally dioecious. The male plants are in flower some days before the female ones. In both flower types, the gynoecium is receptive before anthesis until the fall of the flower. The flowers open between 0400 p.m. and 0630 p.m., and they may last until the day after by 0300 p.m.. The nectar production begins in the dusk and stops by the early morning. The accumulated nectar volume made in bagged flowers is about 10,5-15 J..Ll and its concentration is 15%. We made 71 hours of nocturnal observation, besides census at each 10 min to quantify the sphingid visits to the plants along the night, during six nights. Sphingids are considered to be the major group of pollinators, visiting flowers at dusk and at nighí. They are more frequently observed on male plants at about 1000 p.m. and in the female ones by 0300 a.m.. The low fruit set under natural conditions compared with the very high fruit production after hand-pollination suggests that these pollinators are a limiting resource to the plants. To determine the diurna! visitors activity we made three observation periods (0600-0700, 0800-0900 and 1000-1100 a.m.), making 95 hours of observations. To locate the visits to the flowers, the canopy was divided into three floors and each one into areas of 3x3. Eight species of hummingbirds in Campinas and seven in Picinguaba, among residents and migrants, used the nectar resource of C. myrianthum, displaying agonistic interactions and making use of the flowers in different ways in space and time. Species of hummingbirds with greater body mass and more aggressive were responsible for the majority of the flowers visited, excluding coespecifics and other species from the region of the canopy with more resource concentration during a certain period of time. Among other visitors, Coereba flaveola (Coerebidae) and Thraupis sayaca (Emberezidae) were frequent in Campinas and in Picinguaba, robbing nectar and even destroying the flowers. Diurna! insects were more common in Campinas and Trigona spinipes and Po/istes sp. could be seen making holes on the corolla to remove the nectar of C. myrianthum. By the end of the morning, butterflies, mainly Papilio anchisiades, visited the flowers of C. myrianthum and they may be occasional pollinatorsMestradoMestre em Ecologi

    Floral resource for birds in an Atlantic montane raiforest site : seasonality and vertical distribution

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    Orientador: Marlies SazimaTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de BiologiaResumo: Beija-flores são considerados os polinizadores vertebrados mais importantes na região Neotropical. Outras aves que visitam flores são geralmente consideradas como parasitas da relação flor-beija-flor, não apresentando o elevado grau de especialização para a nectarivoria como os beija-flores. Apesar de flores ornitófilas serem muito vistosas, apresentando partes florais ou estruturas associadas às flores ou inflorescências muito coloridas, beija-flores também visitam flores não-ornitófilas, as quais na maioria dos casos não são polinizadas durante a tomada de néctar. Durante um estudo de dois anos e três meses sobre a disponibilidade de recurso floral para aves em uma área de Mata Atlântica no sudeste do Brasil, a atividade das aves e a abundância de flores foram estimadas através de transecções lineares e escalando árvores com equipamento de escalada esportiva. O volume de néctar acumulado e a concentração de açúcares foram medidos com o auxílio de micro-seringa e refratômetro manual, respectivamente, a partir de flores ou botões ensacados no dia anterior até o final da manhã seguinte. Espécies de aves foram registradas durante registros visuais e observações focais quando em visita às flores. Sessenta e duas espécies de plantas foram estudadas e beija-flores foram registrados em 95% delas; um número muito pequeno de espécies foi visitado também por outras aves. A maioria das espécies foi de epífitas e as demais foram ervas, lianas ou árvores. Cerca de 68% das espécies foram polinizadas por aves, sendo o restante pilhado. Flores visitadas por beija-flores se distribuíram ao longo do ano, o que deve ser importante para a manutenção de espécies de beija-flores residentes na área, e a maioria deste recurso ocorreu no sub-bosque, apesar de também existir recurso no dossel. Características de néctar foram muito variáveis entre as espécies: as médias de volume acumulado variaram de 1,5 a 220,6 µl e as médias da concentração variaram de 3,1 a 40,9% (Capítulo 1). Dentre as espécies de beija-flores, três pertencem à subfamília Phaethornithinae e dez à Trochilinae. Duas espécies residentes foram observadas ao longo de toda a estratificação vertical da floresta, visitando flores e carregando pólen entre estratos diferentes, enquanto outras espécies ocorreram em apenas um estrato: sub-bosque ou dossel (Capítulo 2). No dossel, duas espécies foram visitadas e polinizadas por outras aves além dos beija-flores, até mesmo por pica-paus (Capítulo 3.1), sendo mais adaptadas à síndrome de ornitofilia por aves que pousam (Capítulo 3.2). Uma das espécies de bromélias (Vriesea rodigasiana) foi estudada acerca de seu principal polinizador com base em freqüência de visitas e carga de pólen germinado por visita (Capítulo 3.3)Abstract: Hummingbirds are considered the most important vertebrate pollinators in the Neotropics. Other flowervisiting birds are often considered as parasites of the flower-hummingbird relationship, not presenting the high degree of specialization for nectarivory as hummingbirds. Although ornithophilous flowers are very showy, displaying colorful floral parts or structures associated with the flowers or inflorescences, hummingbirds also visit non-ornithophilous flowers, which most of the time are not pollinated during nectar probing. In a two years and three months study about floral resource availability for birds in the Atlantic rainforest in South-eastern Brazil, their activities and flower abundance were estimated throughout the studied months and in vertical stratification. Records were made every month, during line transects samplings and accessing canopy with climbing equipment. Accumulated nectar volume and concentration were measured with microliter syringes and a hand-refractometer, respectively, from bagged flowers at the end of the morning. Bird species were registered during sightings and focal observations while visits to flowers. Sixtytwo species of plants were studied and hummingbirds were recorded on 95% of them; a few were also visited by other birds. Most species are epiphytes, and some are shrubs, lianas or trees. About 68% of these species are pollinated by hummingbirds, from the others they steal or rob nectar. Flowers visited by hummingbirds are distributed throughout the year, which is important to support resident species, and most of this resource occurs in the understorey, although there is also resource in the canopy. Nectar features are very variable among species: mean accumulated nectar volume ranging from 1.5 to 220.6 µl, and mean sugar concentration from 3.1 to 40.9% (Chapter 1). Among the hummingbirds, three species belong to the subfamily Phaethornithinae and ten to Trochilinae. Two resident species are recorded all over the vertical stratification, visiting flower species along their vertical distribution, carrying pollen between different strata, while other species only occur in one stratum: understorey or canopy (Chapter 2). In the canopy two species are visited and pollinated by other birds besides hummingbirds, even by woodpeckers (Chapter 3.1), and are more adapted to pollination by perching-birds (Chapter 3.2). One of the bromeliads (Vriesea rodigasiana) was chosen for a study about relative pollinator efficiency, measured by visitation frequency and germinated pollen load per visit (Chapter 3.3)DoutoradoDoutor em Biologia Vegeta

    Epífitas da floresta seca da Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, sudeste do Brasil: relações com a comunidade arbórea

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    RESUMO Investigamos a vegetação arbórea e a comunidade epífita da floresta seca para responder às seguintes perguntas: i) como a abundância e riqueza de epífitas ocorrem sobre os indivíduos das espécies arbóreas? ii) a abundância de forófitos depende do número de indivíduos das espécies arbóreas? iii) a abundância e riqueza de epífitas dependem do número e tamanho dos forófitos? iv) espécies arbóreas são selecionadas por espécies epifíticas? Nesta floresta, as espécies arbóreas mais abundantes é que hospedam a maioria das epífitas. Quatorze espécies arbóreas foram especialmente propensas a apresentar muitos grupos epifíticos e nove propícias a possuir várias espécies de epífitas mas não em alta abundância. O número de indivíduos arbóreos foi um bom parâmetro para estimar a abundância de forófitos e seu número foi considerado um bom parâmetro para estimar a riqueza de epífitas a ocorrerem nesta floresta seca. Quatro espécies arbóreas foram especialmente preferidas pelas duas espécies epífitas de maior abundância e freqüência na área, onde ocorreram com alta abundância. Entretanto, não houve seletividade de nenhuma espécie arbórea por epífitas raras que ocorreram na área
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