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PSICOLOGIA HOSPITALAR
Resumo: A pesquisa teve por objetivo estudar a atividade do psicólogo em hospitais, no que diz respeito ao histórico dessa especialidade e atribuições. A confusão entre o que seria área clínica, área da saúde e também Psicologia Hospitalar não é somente semântica, mas também de ordem estrutural. Estão em discussão atribuições dos psicólogos e sua inserção social. Justamente dessas diferenças ou antagonismos teóricoideológicos, surgiu a Psicologia da Saúde, abrangendo a Psicologia Hospitalar. O termo Psicologia Hospitalar é inadequado porque pertence à lógica que toma como referência o local para determinar áreas de atuação e não prioritariamente atividades desenvolvidas. No Brasil a formação é deficitária no que se refere aos conhecimentos da nossa realidade sanitária, a participação em pesquisas e em políticas de saúde, indispensáveis para prática e aprimoramento da especialidade. Embora a definição de “psicologia hospitalar” esteja consolidada, seria adequado referir-nos à Psicologia no contexto hospitalar como trabalho que faz parte da Psicologia da Saúde. Essa denominação pode ser inadequada se tratarmos a Psicologia da Saúde como sinônimo de Psicologia Hospitalar, pois intervenções em saúde que necessitariam ser realizadas fora do hospital poderiam não ser supridas, principalmente aquelas relativas à prevenção primária. Existem discrepâncias entre formação básica, nossa realidade social e inserção de psicólogos no ramo da saúde. Psicologia hospitalar envolve tratamento de internados, relações interpessoais no trabalho e tratamento de trabalhadores expostos ao estresse. Palavras-chave: Psicólogo. Formação profissional. Atuação profissional
ATRESIA ANAL EM OVINO – RELATO DE CASO
A atresia anal é uma enfermidade descrita como um defeito congênito de suínos, ovinos e bezerros, oriunda do não desenvolvimento da abertura anal. Tal distúrbio parece ser mais raro em cães e gatos do que nas espécies de interesse zootécnico. Normalmente, sua ocorrência é esporádica e não há fatores genéticos ou de manejo que possam ser indicados como causas. Esse defeito se torna evidente nos primeiros dias ou semanas de vida, quando o mecônio retido distende o abdômen. Os sinais clínicos observados são ausência de defecação, animal intranquilo e abdômen distendido, visto que o diagnóstico pode ser feito por visualização e palpação. O tratamento indicado é cirúrgico e o prognóstico favorável, já que é possível a criação de uma abertura cirúrgica satisfatória, mediante a perfuração cirúrgica simples da pele subjacente e oclusora, o que geralmente tem ação curativa. O objetivo do presente trabalho foi relatar um caso atendido no Hospital Veterinário da Unoesc Xanxerê, SC. Um ovino macho, com três dias de vida, pesando 4 kg, sendo relatado pelo proprietário que o animal não estava defecando e tampouco se alimentando. Diagnosticou-se por palpação e visualização que não havia a abertura anal, motivo pelo qual foi recomendado tratamento cirúrgico para corrigir esse defeito. Foram utilizados na medicação pré-anestésica acepromazina (0,05 mg/kg) e morfina (0,1 mg/kg). Já como agente indutor e para a manutenção anestésica, utilizou-se tiletamina (5 mg/kg) e zolazepan (1 mg/kg). Tiletamina é um anestésico dissociativo, ideal para animais jovens, e zolazepan é um benzodiazepínico que não altera os parâmetros cardiovasculares. Ainda, aplicou-se antibioticoterapia profilática antes do procedimento (penicilina, 20 mg/kg). No processo cirúrgico realizou-se uma incisão vertical sobre a pele subjacente, e após, uma inspeção para verificar se o canal do reto estava formado e aberto. Como este estava ocluído, foi procedida a abertura, confirmada pela presença de fezes no local. Foi suturada a mucosa retal com a pele com pontos isolados simples e fio inabsorvível. No pós-operatório empregou-se meloxican (0,2 mg/kg) e enrofloxacina (5 mg/kg) por um dia e tramadol (1 mg/kg) durante dois dias. O paciente recuperou-se adequadamente, visto que nesses casos de atresia anal é de suma importância o atendimento precoce, antes do estabelecimento de alterações sistêmicas que possam complicar o procedimento anestésico-cirúrgico e a recuperação do animal. Palavras-chave: Imperfuração retal. Cordeiro. Cirurgia
DIAGNÓSTICO RADIOGRÁGICO DE COLAPSO DE TRAQUEIA EM CANINO COM TOSSE CRÔNICA
O colapso de traqueia caracteriza-se por uma degeneração traqueal que causa flacidez e achatamento dos anéis cartilaginosos, consequentemente, acarretando dificuldade respiratória em razão da obstrução parcial dessa estrutura. O principal sinal clínico é a tosse paroxística alta e improdutiva. Os sinais geralmente surgem entre um e cinco anos de idade, podendo ser irreversíveis se não tratados. A etiologia é multifatorial, não sendo específica, incluindo fatores genéticos, nutricionais, alérgicos, deficiência neurológica, doença de via aérea menor e degeneração da matriz cartilaginosa. As raças mais acometidas são as miniaturas ou “toy” de idade média a idosos e braquicefálicos. Eventualmente, acomete animais de porte grande e é rara em felinos. Este trabalho teve por objetivo demonstrar a técnica de diagnóstico por meio da estimulação da tosse em pacientes com suspeita de colapso de traqueia que não demonstraram anormalidade no exame radiográfico de rotina. Foi atendido no Hospital Clínico Veterinário da Universidade do Oeste de Santa Catarina de Xanxerê, um canino, fêmea, raça Poodle, com 12 anos de idade, pesando 5 kg. Apresentava histórico de tosse paroxística alta e crônica, mesmo em descanso, intolerância a exercício e cansaço. Não apresentava histórico de síncope. Ao exame clínico não foram observadas alterações. Em decorrência do histórico e da ausência de sopro cardíaco a suspeita clínica foi de colapso de traqueia. Para o diagnóstico definitivo foi solicitado um exame radiográfico nas posições laterolateral da região cervical e torácica, sendo uma na inspiração e outra na expiração, além de ventro-dorsal para a avaliação cardíaca. Nessas radiografias não foram observadas alterações; com isso, optou-se para a realização da radiografia durante o estímulo positivo da tosse, para a qual foi realizada massagem na região laringotraqueal. Assim, pôde-se observar radiograficamente o exacerbado colapso traqueal. Confirmando a suspeita clínica, como terapêutica, foi prescrito prednisona 1 mg/kg SID/sete dias, sulfato de condroitina 20 mg/kg SID uso contínuo e fosfato de codeína 0,2 mg/kg BID/20 dias. A tosse alta e crônica é um sinal clínico presente em diversas enfermidades, por isso, é importante a realização de uma anamnese completa associada aos exames complementares para se chegar ao diagnóstico definitivo. A radiografia realizada durante o estímulo da tosse, por meio da massagem laringotraqueal, foi um importante diferencial para a confirmação do diagnóstico de colapso traqueal. Após o diagnóstico definitivo, a terapia medicamentosa foi instituída e observou-se melhora clínica do paciente.Palavras-chave: Radiografia. Colapso traqueal. Cão
CERATOCONJUNTIVITE SECA EM CANINO
A Ceratoconjutivite Seca (CCS) ou Síndrome do Olho Seco é uma doença comumente encontrada na clínica de pequenos animais, tendo prevalência de 1% na rotina. É uma enfermidade caracterizada pelo ressecamento da córnea e da conjuntiva, que ocorre pela diminuição da porção aquosa da lágrima. A etiologia da CCS não é conhecida, sendo considerada multifatorial, estimando-se que cerca de 80% dos casos são causados por enfermidades imunomediadas. A CCS apresenta alguns sinais clínicos, como hiperemia da conjuntiva, prurido ocular, fotofobia, conjuntivite e visão turva. O diagnóstico é realizado pelo exame oftálmico; o método utilizado é o teste de Schirmer, que afere a quantidade de lágrimas produzidas. O tratamento dessa oftalmopatia é feito com o uso de medicamentos tópicos (antibióticos e anti-inflamatórios), além de colírios que estimulam a produção da lágrima. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de CCS em um canino, macho, da raça Bulldog Inglês, com quatro anos de idade, o qual foi atendido no Hospital Veterinário da Unoesc de Xanxerê. Ele apresentava histórico de secreção ocular purulenta bilateral desde jovem e que foi tratada por outros colegas sem sucesso. Ao exame ocular, foi constatada hiperpigmentação e opacidade corneana bilateral e diminuição da acuidade visual. Para diagnóstico, foi realizado o teste de Schirmer bilateral mediante a suspeita de CCS. Como resultado, obteve-se baixa quantidade de lágrima (olho direito 6 mm e olho esquerdo 4 mm). Como tratamento, foi prescrito colírio com ciprofloxacina e condroitina uma gota em cada olho quatro vezes ao dia durante 10 dias e pomada de ciclosporina duas vezes ao dia durante um mês. A CCS é uma enfermidade comum na clínica veterinária, sendo de suma importância a realização do teste de Schirmer para sua confirmação, principalmente por ser um método simples, efetivo e barato. Salienta-se a importância do tratamento precoce, antes do estabelecimento da cronicidade da doença que resulta em danos graves à saúde.Palavras-chave: Olho seco. Teste de Schirmer. Cão
LINFANGIECTASIA EM CANINO: DIAGNÓSTICO CLÍNICO
A linfangiectasia (LI) foi descrita em cães em 1968. Essa é a principal enteropatia causadora de má absorção e perda de proteínas em caninos. A alteração morfológica mais significativa é a dilatação dos vasos linfáticos intestinais, explicando, assim, a perda de seus constituintes e, consequentemente, as alterações clínicas encontradas. Entre as causas, pode-se citar má formação congênita, infiltração ou obstrução dos vasos, drenagem anormal ou aumento da produção de linfa. Os pacientes acometidos apresentam diarreia crônica, podendo ser semissólida de coloração amarelada ou sanguinolenta, esteatorreias, vômito, emagrecimento progressivo e letargia, além de efusões cavitárias e edema subcutâneo. Os exames laboratoriais revelam hipoalbuminemia, hipoglobulinemia, linfopenia, hipocalcemia e hipocolesterolemia, achados os quais, associados a exame histopatológico, podem confirmar o diagnóstico. Este relato teve como objetivo descrever os aspectos clínicos e patológicos de um caso de LI em canino. Foi atendido no Hospital Clínico Veterinário da Universidade do Oeste de Santa Catarina de Xanxerê, SC, um canino, fêmea, raça Maltês, com seis anos de idade, pesando quatro quilos, apresentando histórico de episódios de diarreia durante o dia há aproximadamente um mês, episódios esporádicos de vômito e aumento de volume abdominal. Vermífugos e vacinas estavam em dia. Foram solicitados alguns exames complementares, como exame parasitológico de fezes, o qual foi negativo; hemograma e exames bioquímicos, nos quais se constatou hipoproteinemia e linfopenia. No exame de ultrassonografia, pode-se confirmar a presença de ascite, porém, nenhuma alteração intestinal foi encontrada, o diagnóstico presuntivo foi de linfangiectasia intestinal. No tratamento, utilizou-se ração comercial terapêutica com baixa quantidade de gordura. Após cinco dias de tratamento, a ascite e a diarreia normalizaram-se e o animal recebeu alta. Como o tratamento instituído foi efetivo, observou-se que foi de suma importância o histórico de diarreia crônica e os exames laboratoriais, que demonstraram linfopenia e diminuição de proteínas plasmáticas para conclusão desse caso clínico. Uma biopsia poderia ter sido feita como diagnóstico definitivo, porém, frente à melhora clínica do animal com a terapêutica, não houve necessidade.Palavras-chave: Cão. Enteropatia. Hipoproteinemia
UNOESC PELA POSSE RESPONSÁVEL DE ANIMAIS EM ESCOLAS
É desejável que a evolução da população envolvendo mudanças de comportamento aconteça de forma geral, atingindo também a questão dos animais domésticos. Dessa forma importante faz-se a adoção de condutas que atendam as necessidades dos animais, bem como que auxiliem na prevenção e controle de zoonoses. O objetivo desse projeto é desenvolver atividades de extensão junto às escolas da região, com o propósito de auxiliar na formação dos cidadãos, principalmente no que concerne a posse responsável de animais e prevenção de zoonoses, bem como inserir os acadêmicos do curso de Medicina Veterinária nessas atividades. Além disso, atuando no campo da educação, desenvolver atividades complementares de ensino com crianças e adolescentes da região; enfocar a questão da conscientização da importância do controle reprodutivo e necessidades dos animais de estimação, prevenção de zoonoses e bem estar. É imprescindível que a Universidade esteja inserida nos diversos contextos de nossa sociedade, colaborando com a melhoria da saúde pública, da condição dos animais de estimação, levando o conhecimento e aplicando-o junto à comunidade, assim como levando os acadêmicos a desenvolverem essas atividades práticas, agregando valor ao processo de ensino-aprendizado. Sendo assim, o presente projeto colabora com a formação dos futuros cidadãos da região, complementando as atividades curriculares.Palavras-chave: Bem estar animal. Zoonoses. Educação continuada
DIAGNÓSTICO CITOLÓGICO DE TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL-RELATO DE CASO
O tumor venéreo transmissível (TVT) é uma neoplasia contagiosa que acomete cães, sem predileção por raça ou sexo. A neoplasia pode apresentar-se de forma única ou múltipla, localizando-se, preferencialmente, na mucosa da genitália externa, das narinas, da boca e dos olhos ou na pele. Quando a neoplasia desenvolve-se nestas estruturas, limita-se a elas. Apresenta-se como uma estrutura semelhante à couve-flor, pedunculado, nodular, papilar ou multilobado, de consistência firme, friável e hemorrágico. O exame citológico é um exame complementar, simples, rápido, pouco doloroso, minimamente invasivo e de baixo custo para o diagnóstico de lesões neoplásicas. Este trabalho tem objetivo de relatar o caso de uma fêmea, canina, não castrada, errante de aproximadamente 2 anos, com histórico de sangramento vaginal sanguinolento há um ano. Ao exame físico os parâmetros analisados estavam dentro do fisiológico para a espécie, porém, ao se avaliar a região intravaginal foi constatada uma massa nodular, hemorrágica. A partir deste achado a suspeita foi de TVT, para o diagnóstico definitivo foi realizado o exame citológico da mucosa vaginal, ao qual foram observadas numerosas células grandes, redondas e bordos citoplasmáticos bem delimitados, tendo como diagnóstico TVT. O exame citológico é um aliado do clínico pois tem pouco custo e de fácil execussão, sendo eficaz em vários diagnósticos no dia a dia da clínica de pequenos animais, auxiliando na escolha do tratamento mais adequado para cada afecção