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    Avaliação do impacto da utilização de ferramenta eletrônica na hemovigilância e do número de transfusões prévias como fator de risco de reações transfusionais imediatas em hospital terciário do Sul do Brasil

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    INTRODUÇÃO: Transfusões de hemocomponentes são frequentemente utilizadas na prática clínica atual no tratamento das mais diversas patologias. Apesar de extremamente seguras, ainda implicam em risco significativo de eventos adversos e reações transfusionais nem sempre preveníveis. Nesse contexto, é evidente a necessidade de novas estratégias de Hemovigilância que busquem aperfeiçoar o monitoramento das complicações transfusionais. OBJETIVO: Avaliar o impacto da utilização de uma ferramenta eletrônica junto ao prontuário do paciente na hemovigilância das reações transfusionais agudas em hospital terciário do sul do Brasil e avaliar possíveis fatores de risco para a apresentação de uma reação transfusional (RT) imediata. MÉTODO: Foi desenvolvida e implementada uma ferramenta eletrônica de hemovigilância junto ao prontuário do paciente com o objetivo de rastrear os principais sintomas associados a reações transfusionais agudas em pacientes transfundidos. Após o rastreamento inicial, todos os pacientes que apresentaram sintomas foram investigados e foi avaliada a capacidade da ferramenta em aumentar a sensibilidade do diagnóstico de uma reação transfusional aguda. Foram avaliadas também características demográficas e clínicas de toda a coorte de pacientes transfundidos com o objetivo de tentar identificar fatores associados a um maior risco de desenvolver uma reação transfusional (RT). RESULTADOS: Foram transfundidos 2.547 pacientes, para os quais foram realizadas 7.763 transfusões de sangue: 73,7% de concentrado de hemácias, 15,3% de concentrado de plaquetas, 10,3% de plasma fresco congelado e 0,7% de crioprecipitado. Nesta coorte foram diagnosticadas 104 reações transfusionais agudas, 57 através da equipe assistente e outras 47 pela ferramenta eletrônica. A RT mais incidente foi a reação febril não hemolítica, seguida pela reação alérgica. Dentre os fatores de risco identificados, o número de transfusões prévias foi avaliado de maneira mais detalhada, estimando o risco relativo de uma nova RT a cada transfusão realizada. Esse risco aumentou de maneira não linear de maneira mais importante até o número de 10 transfusões realizadas. CONCLUSÕES: O método eletrônico de hemovigilância foi capaz de aumentar a sensibilidade para o diagnóstico de reações transfusionais de maneira complementar. Pode-se observar ainda que o número de exposições a transfusão aumenta o risco relativo de uma RT imediata de maneira não linear, principalmente até 10 transfusões, mesmo após ajuste para o sexo, a idade e comorbidades apresentadas pelos pacientes. Dessa forma, a tecnologia da informação foi capaz de agregar benefício importante a estratégias de hemovigilância pós transfusional.INTRODUCTION: Blood transfusions are frequently used in current clinical practice. Although extremely safe, they still imply a significant risk of adverse events and transfusion reactions, not always preventable. In this context, new strategies are extremly important to improve haemovigilance. OBJECTIVE: To evaluate the impact of an electronic tool in haemovigilance of acute transfusion reactions in a tertiary hospital in southern Brazil and to evaluate possible risk factors associated to immediate transfusion reactions. METHODS: An electronic haemovigilance tool was developed and implemented within the patient's medical record in order to track symptoms associated with acute transfusion reactions. After initial screening, all symptomatic patients were investigated and the diagnostic ability of the eletronic tool evaluated. Demographic and clinical characteristics of the entire cohort of transfused patients were also evaluated in order to identify risk factors associated with transfusion reactions (TR). RESULTS: A total of 2,547 patients were transfused, for whom 7,763 blood transfusions were requested: 73.7% of packed red blood cells, 15.3% of platelet concentrates, 10.3% of fresh frozen plasma and 0.7% of cryoprecipitate. In this cohort, 104 acute transfusion reactions were diagnosed, 57 through assistant teams and 47 through the electronic tool. The most incident TR were nonhemolytic febrile reactions, followed by allergic reactions. Among indentified risk factors, the number of previous transfusions was assessed, estimating the relative risk of a new TR for each transfusion performed. This risk increased significantly and non-linearly until the number of 10 transfusions performed. CONCLUSIONS: The electronic haemovigilance method was able to increase the sensitivity for the diagnosis of a transfusion reaction in a complementary way. It was observed that repetitive transfusion exposures increased the relative risk for a TR in an non-linear manner, mainly up to 10 transfusions, even after adjustment for gender, age and comorbidities. Eletronic tools are an interesting choice in haemovigilance strategies
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