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Narrativas de Rachel de Queiroz: modos de (re)contar, modos de (re)inventar-se
Trata-se de uma leitura da textualidade da escritora Rachel de Queiroz, a fim de se observar a relação entre narratividade e subjetividade. Para tanto, enfocaremos seu livro autobiográfico feito em parceria com sua irmã Maria Luiza. Nesse intento, procuraremos observar algumas questões como a escrita que conta com mais de uma mão, a relação com a memória, as formas de (re)invenção de si e de outras mulheres sertanejas, a confluência desse movimento com as representações já feitas e/ou sempre abertas a se refazerem, bem como um certo domínio do mecanismo discursivo da escrita de si. Dessa forma, com um olhar pós-crítico, agenciando estudos culturais feministas, pontos de uma crítica biográfica contemporânea e estudos filosóficos, procuramos discutir tais questões levando em conta o gesto de perlaboração, a noção de sujeito enquanto biografema, as perspectivas temporais, a relação entre saber (contar) de si e cuidar de si, entre ética e estética, entre compromisso teórico intelectual e conhecimento não separado da práxis
Reescrita de si: produções de escritoras subalternizadas em contexto de políticas culturais
Este escrito enfoca a luta de mulheres negras para se firmarem como autoras em nosso país. A argumentação se costura em torno de trechos de depoimentos que dão conta de uma batalha travada subjetivamente, no próprio lar e no âmbito mais amplo da sociedade. Os encontros literários, o desenvolvimento de projetos editoriais e o esforço de inserção de demandas nos planos nacionais de políticas para mulheres são algumas das iniciativas voltadas para a criação das condições de escrita a que Virginia Woolf já aludia no ensaio Um teto todo seu, publicado em 1929
A invasão da cultura nos estudos de língua e literatura: entrevista com iraci gama santa luzia
Entrevista com Iraci Gama Santa Luzi
A produção de autoria feminina através da editora mulheres: entrevista com zahidé muzart
ResumoTrata-se de uma entrevista com Zahidé Muzart, uma das criadoras da Editora Mulheres. Nesta buscamos saber como e por que a Editora Mulheres foi criada, quais suas dificuldades, estratégias e conquistas, assim como, a partir da organização da editora, Muzart avalia sua inserção no mercado editorial, a participação da produção de autoria feminina na cadeia produtiva e o apoio de políticas públicas e de instituições nesta dinâmica. Traços da trajetória da Editora Mulheres são revelados, tornando visível a importância do trabalho que desenvolve na rasura de uma tradição literária/cultural/mercadológica.Palavras-chaveEditora Mulheres. Produção de autoria feminina. Cadeia produtiva
REESCRITA DE MULHERES: ORANGE IS THE NEW BLACK E O ENCARCERAMENTO FEMININO NA TELA DA VIDA
A websérie Orange is the new black, produzida de forma majoritária por mulheres, é fruto da adaptação do livro autobiográfico de outra mulher: Piper Kerman, que passou um tempo na prisão, nos EUA. Para este artigo, buscamos refletir sobre como, a partir da história de si, que Kerman conta, outras histórias femininas, com a websérie, são contadas, imaginadas, no ambiente prisional, levando-nos a debater sobre a escritura prescrita para sujeitos femininos e como estes a tem reescrito. Para tanto, nos debruçaremos sobre a citada produção audiovisual, contando com o auxílio da crítica cultural, feminista e (auto)biográfica, via leitura de autoras e autores como: Leonor Arfuch (2010), Eneida de Souza (2011), Saffioti, H. (2011), Davis, A. (2003), Osmar Santos (2016) entre outros. Percebemos que os desafios enfrentados pelas personagens femininas, na tela da série, são diretamente criados e perpetuados pelo sistema patriarcal que impõe algemas a mentes e corpos. Com isso, as vivências narradas/encenadas destas mulheres nos levam a observar o cerceamento de suas vidas dentro e fora da prisão, em um processo de encarceramento físico e simbólico. Por fim, constatamos que, considerando as grades que as cercam, para além dos espaços prisionais oficiais, é fundamental um trabalho de reficcionalização de si, como esse, engendrado por mulheres, e seus entrecruzamentos biográficos, em prol de outras séries existenciais
IMAGENS DA MULHER CONTEMPORÂNEA PRODUZIDAS NAS CRÔNICAS DE MARTHA MEDEIROS
O presente texto tem por objetivo refletir acerca das imagens da mulher, na contemporaneidade, identificadas nas crônicas da escritora Martha Medeiros, considerando, inclusive, os relatos de si também expressos em seus textos. Para tal, foram discutidos de forma breve: os espaços de construção da escritora, a relação entre a escrita feminina e a escrita de si e os relatos sobre o cotidiano feminino contemporâneo narrado por Martha Medeiros. As crônicas utilizadas como base foram extraídas do livro Doidas e Santas, da referida escritora, publicado em 2010. Já o referencial teórico empregado foi composto por: Ívia Alves, Zilda de Oliveira Freitas, Rita Terezinha Schmidt e Michel Foucault