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    Os Pataxó frente ao naturalista Maximilian zu Wied-Neuwied: subversão do tempo, retomada da “cultura” e os museus etnográficos

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    This article seeks to describe the process of cultural reclaiming created through the relationship that the Pataxó constructed with the lines of text of travel and objects left by the naturalist Maximilian Wied-Neuwied, especially through the contact with the book “Travels in Brazil” and his artifact collection in ethnographical museums. We argue that while Wied in 1816 sought to describe the Pataxó and other indigenous peoples as natural, and savage, as opposed to “civilized”, in a context of the construction of the colonized other, the American inferior to the European; the Pataxó, 200 years later went to meet the original manuscripts and the collection of Wied to reclaim their “culture”, to affirm, through the writings of the naturalist – among other actions – their condition of contemporary persons and not of savage or acculturated people: a denaturalizing and therefore decolonizing act.O presente artigo busca descrever este processo de retomada da cultura através da relação que os Pataxó construíram com as linhas do texto de viagem e artefatos obtidos pelo naturalista Maximilian Zu Wied-Neuwied, em especial pelo contato com o livro Viagem ao Brasil e com a sua coleção de artefatos em acervos de museus etnográficos. Argumentamos que enquanto Wied, em 1816, buscou descrever os Pataxó e os outros povos indígenas como naturais, selvagens, em contraposição aos civilizados, num contexto de construção do outro colonizado e inferior na escala evolutiva; os Pataxó, 200 anos depois foram ao encontro de Wied para “retomar sua cultura”, para afirmar, por meio dos escritos e desenhos do naturalista e de peças de museus sua condição de povos contemporâneos e diferenciados: um ato desnaturalizador e, portanto, descolonizador
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