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    Injustiça ambiental-hídrica em Brumadinho, Minas Gerais: Conflito ambiental em torno das operações industriais da Coca-Cola FEMSA

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    A disponibilidade de água é aspecto basilar para a constituição de um determinado território. Verificamos em nossa pesquisa que a produção do rural idílico na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), mais especificamente em Brumadinho (MG), encontra-se fortemente associada à farta disponibilidade de água pura que jorra da Serra da Moeda. Contudo, desde o ano de 2015, a população que reside ao sul desse município vive sob um conflito ambiental em decorrência da instalação e operação da fábrica de refrige­rantes Coca-Cola FEMSA, situada no distrito industrial de Itabirito (MG), que tem sido acusada de interferir drasticamente na dinâmica das águas subterrâneas que fluem através dos interstícios rochosos da Serra da Moeda. Neste trabalho, procura-se discutir como o conflito ambiental vem se configurando ao eviden­ciar as estratégias empresariais para garantir a continuidade de suas operações e as resistências impostas pelos atingidos. A partir de trabalhos de campo, acompanhados por entrevistas abertas e semiestrutura­das, identificação e análise dos documentos relacionados ao processo de licenciamento da referida em­presa e daqueles apensados ao Inquérito Civil instaurado pelo Ministério Público do Estado de Minas Ge­rais, com vistas a investigar o referido conflito, foi possível compreender como essa empresa transnacio­nal age para se apropriar privadamente da água. E assim – mercantilizando-a – interfere profundamente na produção daquele território

    Conflitos ambientais e cidadania: um estudo do caráter educativo dos movimentos sociais

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    -A resposta para a questão ambiental vai além de uma simples problematização. É preciso analisar o meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações. Para tal reflexão é importante compreender os diversos aspectos que compõem esse universo já que o meio ambiente é resultado da combinação de fatores ecológicos, políticos, sociais, econômicos, científicos, éticos e culturais. Dessa forma, para a promoção da educação ambiental é preciso reconhecer propostas que possam ir além das preocupações individuais, valorizando também o exercício da cidadania. Como o conteúdo que permeia o trabalho é a discussão entre conflitos ambientais, cidadania e movimentos sociais cabe então, nos atermos ao conceito de cidadania sob a acepção da cidadania coletiva, elaborada a partir de grupos organizados da sociedade civil, através dos movimentos sociais. (GOHN, 2005; p. 11). Metodologia: A investigação qualitativa foi o método escolhido para trabalhar os movimentos sociais a serem pesquisados. Dois movimentos coletivos de pesquisa, em termos teóricos e metodológicos foram efetivados pelo grupo de professores e alunos que constituem o projeto de pesquisa. O primeiro, teórico, se deu através de leituras de textos que possibilitaram a ampliação dos conhecimentos do grupo acerca dos temas tratados. Neste momento de coletivização do conhecimento, o material lido foi discutido no Grupo de Estudos em Educação Ambiental que se reuniu quinzenalmente e usado como fomento ao segundo viés da pesquisa – o empírico. Além disso, foram realizadas dinâmicas de grupo direcionadas à formulação de estratégias e metodologias para o estudo de campo necessário ao trabalho. O segundo momento se efetivou com a realização de entrevistas semi-estruturadas com membros do Conselho Municipal de Meio Ambiente, com o objetivo de mapear os conflitos ambientais existentes na cidade e analisar a visão dos membros do conselho a seu respeito. Vale salientar que, na eleição dos entrevistados, buscou-se selecionar igual número de representante do poder público e da sociedade civil. Depois de listados os conflitos a serem investigados na pesquisa, buscou-se aliá-los às bases teóricas e desenvolver uma categorização dos sub-temas que nortearam a produção científica. Resultados: A pesquisa permitiu o mapeamento dos principais grupos sociais envolvidos com a questão ambiental em Juiz de Fora. Identificaram-se as articulações e redes externas construídas pelas lideranças e membros dos movimentos. Além disso, foram analisadas a participação dos membros dos movimentos na definição de políticas públicas, planos e na negociação do conflito. Por fim, puderam ser verificadas as ações desenvolvidas pelos movimentos estudados e sua relação com o sentimento de co-responsabilidade no que diz respeito à resolução do conflito ambiental
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