10 research outputs found

    Considerações sobre o problema da ingerência legítima

    No full text
    A presente análise versa sobre o problema da legitimidade/ilegitimidade das diferentes formas de ingerência na política internacional contemporânea, especialmente, na era pós-bipolar, mas que em um passado histórico muito recente eram ainda chamadas de “intervenções” e acompanhadas pelo adjetivo, “militar”. Três fases dos últimos vinte anos foram, particularmente, enfocadas: 1) o início da década de 1990, quando determinadas alianças internacionais no mundo Ocidental demonstraram a disposição para “intervir” em conflitos, inter e intra-estatais, para aliviar sofrimentos humanos e evitar a escalada de violências de caráter fratricida; 2) a crise de Kosovo, no final da mesma década, que produziu um verdadeiro salto de qualidade, tanto nos níveis de intervenção, quanto no debate político, ético e teórico sobre este tipo de ação coletiva internacional e, 3) a fase posterior aos atentados de 11 de setembro de 2001 com a deflagração pelos Estados Unidos da guerra sem fronteiras contra o terrorismo, cancelando qualquer tentativa de delimitar o tema da ingerência legítima. O chamado global para um alinhamento à superpotência de todos os Estados democráticos do mundo sob a justificativa de que a democracia estaria em perigo enquanto os Estados-párias e os grupos terroristas não fossem eliminados, abriu o caminho para a autorização de ingerências ilegítimas em escala planetária

    San Tiago Dantas e sua política externa como instrumento da reforma social e da democracia

    No full text
    Por ocasião do comando da Política Externa Independente, o chanceler San Tiago Dantas utilizou a expressão “coexistência competitiva” em diferentes discursos, pronunciamentos e debates para fundamentar duas posições adotadas pelo Brasil em suas relações internacionais: a do restabelecimento das relações diplomáticas com a União Soviética e a do voto contrário ao isolamento de Cuba no hemisfério e à perspectiva de sua expulsão da Organização dos Estados Americanos (OEA). Esta referencia de S. T. Dantas inspirava-se, claramente, na política de “coexistência pacífica”, formulada por Chruschev no XX Congresso do PCUS de 1956 a qual, sublinhava a importância da distensão internacional e, reconhecia que o confronto entre os dois blocos (o socialista e o capitalista) não deveria constituir uma fatalidade histórica inevitável para os dois competidores. A proposta soviética da “coexistência” era a de considerar possível uma pacífica competição entre os dois sistemas na crença de que o socialismo demostrasse a todos os povos a sua superioridade e, deste modo, viesse a impor-se, principalmente, nos países industriais avançados pela via democrática e parlamentar. Para S. T. Dantas, o sentido da “coexistência competitiva” era o do desafio de colocar os dois mundos diferentes da Guerra Fria não apenas em contato, mas também em competição de modo a expor cada um deles à “influencia inevitável dos modelos, das realizações e das experiências processadas no outro”. Nesta apropriação específica do chanceler petebista e não diplomata, a política de coexistência competitiva deveria exercer na política interna brasileira um “permanente incentivo à reforma social, com a criação no seio da sociedade de pressões crescentes, que poderiam ser captadas para a modificação progressiva de sua estrutura, sem quebra da continuidade do regime democrático”. Assim, S. T. Dantas nos ofereceu, desde o início da década de 1960, dois exemplos virtuosos: a possibilidade de conceber e implementar um projeto coerente e articulado para a política interna e internacional do Brasil e, uma referencia positiva de politização da política externa brasileira com sua firme convicção de que a democracia associada às reformas sociais é, de todas as formas de governo, a que melhor resiste à confrontação e, portanto, a que melhor se impõe através da coexistência

    A Coexistência Pacífica: Estudos para a história de um conceito internacionalista

    No full text
    RESUMOO propósito do presente artigo é o de reconhecer e avaliar diferentesacepções históricas do conceito de coexistência pacifica que ficoumais conhecido na política internacional a partir do XX Congresso doPCURSS em 1956. As variações históricas deste conceito, associadode modo permanente à política externa da antiga União Soviética,abriram caminho para apropriações de orientação internacionaldiversas, dentro e fora do mundo socialista em um arco temporalque antecede e transpõe a Guerra Fria. Esta pesquisa se inscreve nabusca das origens e das transformações de um referencial políticoteóricoda proposição do conceito de coexistência pacífica em umadas fases da política externa brasileira, mais precisamente, a fase daPolítica Externa Independente conduzida pelo chanceler San TiagoDantas entre setembro de 1961 e julho de 1962 (objeto de análise deoutro trabalho publicado em 2015, https://cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/275/247). No presente estudo, entretanto,investiga-se as variações deste conceito histórico polissêmico napolítica externa da desaparecida URSS enquanto referenciaisteóricos para a formulação brasileira da coexistência que esteve nabase da atuação internacional do país a partir da década de 1960.ABSTRACTThe aim of this article is to acknowledge and evaluatedifferent historical conceptions of peaceful coexistence,as it was known in international politics since the XXthCongress of the Communist Party of USSR in 1956. Thehistorical variations of this concept, linked with SovietUnion’s foreign policy in a permanently basis, havegiven way to various appropriations in internationallevel, in and out of the socialist world, both before andafter the Cold War. This research is focused on theorigins and transformations of a theoretical and politicalframe for the concept of peaceful coexistence withinBrazilian foreign policy, especially during the so calledIndependent Foreign Policy, led by chanceller SanTiago Dantas, between September 1961 and July 1962(which has been object of analysis in a paper publishedin 2015, https://cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/275/247). In this present paper, however,the research focus on the variations of this polissemichistorical concept within the foreign policy of the lateUSSR that have served as theoretical framework toBrazilian understanding of coexistence and on which itsinternational politics was based from the 1960’s onwards

    Guerras Internas Internacionalizadas

    No full text
    O presente artigo discute determinadas transformações das guerras internacionais, principalmente, a partir da inflexão histórica do Pós-1989. Analisam-se os processos singulares a esta fase inicial, de abertura para uma era pós-bipolar, como por exemplo, o declínio da guerra tradicional, o declínio da ordem mundial e o crescimento exponencial de novas formas de conflitualidades locais, interestatais, cujas características mais expressivas são, as das origens internas destes conflitos que se tornaram uma das fontes efetivas da instabilidade política internacional contemporânea. Por outro lado, avalia-se também, a internacionalização destes mesmos conflitos internos através da intervenção de “missões” organizadas e promovidas, por coalizões de Estados “voluntários” que buscam aplicar uma espécie de “sedativo” a estas crises domésticas agudas. Conclui-se com a proposta de que os últimos setenta anos podem ser periodizados/interpretados, no que concerne às guerras contemporâneas, mediante as imagens de passagens entre diferentes eras históricas: da era da “guerra total” (desde a Segunda Guerra Mundial) para a era da “guerra final” (durante a Guerra Fria nuclear) e, desta última, para a era da “guerra sem fim e sem êxito” a partir do Pós-1989

    Conocimiento académico sobre los pueblos indígenas en el continente americano: un abordaje comparativo sobre las condiciones de su circulación internacional

    No full text
    Studies concerning indigenous peoples in the Americas have grown notably in recent decades, though with diverse rhythms and featuring-specific conditions in different countries and regions. Within the framework of studies of the history of science that address the conditions of production and circulation of knowledge, in this paper, some characteristics of international links between researchers in this field are analyzed. I suggest that features such as overseas training, the use of foreign languages, publications in a second language, frequency and quality of contacts with foreign countries and international collaboration, are indicators that can provide insights into the extent of internationalization of this field. It is my hypothesis that there is not an internationalized field of indigenous studies as such, but rather regionally segmented circuits mostly defined by linguistic areas. The study covers, in a comparative manner, academics from countries such as Canada, the United States of America, Mexico, Argentina, Brazil, Colombia, Chile and Peru.Estudos sobre os povos indígenas nas Américas cresceram significativamente nas últimas décadas, embora com diferentes ritmos e condições específicas em diferentes países e regiões. Como parte dos estudos de história da ciência que lidar com as condições de produção e circulação do conhecimento, este artigo discute algumas das características de ligações internacionais entre os pesquisadores da área. Sugiro que características como a formação no estrangeiro, o uso de uma segunda língua, publicações em língua estrangeira, a frequência ea qualidade dos contactos com países estrangeiros e colaboração internacional são indicadores que possam fornecer informações sobre o grau de internacionalização neste campo. Minha hipótese é a de que não existe um campo internacionalizada de estudos indígenas como tal, mas circuitos regionais segmentado principalmente definido por regiões linguísticas. As tampas de estudo, comparativamente, académicos de países como o Canadá, EUA, México, Argentina, Brasil, Colômbia, Chile e Peru.Los estudios sobre los pueblos indígenas en el continente americano han crecido notablemente en las últimas décadas, aunque con ritmos diversos y con condiciones específicas en diferentes países y regiones. En el marco de los estudios de historia de la ciencia que abordan las condiciones de producción y circulación del conocimiento, en este artículo se analizan algunas de las características de los vínculos internacionales entre los investigadores en este campo. Sugiero que las características como la formación en el extranjero, el uso de una segunda lengua, las publicaciones en otro/s idioma/s, la frecuencia y la calidad de los contactos con países extranjeros y la colaboración internacional son indicadores que pueden proporcionar información sobre el grado de internacionalización de este campo. Mi hipótesis es que no existe un campo internacionalizado de estudios indígenas como tal, sino circuitos regionalmente segmentados, definidos en su mayoría por áreas lingüísticas. El estudio abarca, de manera comparativa, a académicos de países como Canadá, Estados Unidos de América, México, Argentina, Brasil, Colombia, Chile y Perú.Fil: Salomon Tarquini, Celia Claudia. Universidad Nacional de la Pampa. Facultad de Ciencias Humanas. Instituto de Estudios Históricos y Sociales de La Pampa. - Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas. Centro Científico Tecnológico Conicet - Patagonia Confluencia. Instituto de Estudios Históricos y Sociales de La Pampa; Argentin

    Appendix II: Select Bibliography

    No full text
    corecore