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Valor prognóstico de ferramentas de triagem e avaliação nutricional em pacientes hospitalizados com insuficiência cardíaca : uma revisão sistemática e meta-análise
Introdução e objetivo: Estudos sugerem que a desnutrição é um fator prognóstico independente em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). No entanto, ainda não existe um método padrão-ouro para avaliação e triagem nutricional nessa população, uma vez que a maioria das ferramentas vigentes sofre interferência das manifestações clínicas da doença, como edema e/ou inflamação. Diante disso, esta revisão sistemática e metanálise tem com objetivo avaliar o valor prognóstico de diferentes instrumentos de avaliação e triagem nutricional sob os parâmetros de reinternação e mortalidade em pacientes hospitalizados por IC. Métodos: A estratégia de busca foi aplicada à cinco bases de dados eletrônicas, com publicações até maio de 2021. Foram considerados elegíveis estudos com indivíduos com IC hospitalizados que avaliaram o estado e risco nutricional por meio de instrumentos de avaliação e triagem nutricional e sua associação com mortalidade e/ou reinternação. Os estudos foram agrupados de acordo com os diferentes desfechos clínicos e com o tipo de instrumento de triagem/avaliação nutricional utilizado. Os intervalos de confiança de 95% (IC95%) e a razão de risco (HR) entre os diferentes grupos foram calculados usando um modelo de efeitos aleatórios. Foi utilizado o método de variância inversa. Resultados: Dos 42 estudos incluídos, 36 avaliaram a mortalidade, 7 readmissão hospitalar e 9 o desfecho composto de eventos cardiovasculares. A maioria dos estudos mostrou que pior estado nutricional foi significativamente associado ao maior risco de mortalidade e/ou hospitalização. Na análise quantitativa (metanálise) dos instrumentos de triagem nutricional, o maior risco nutricional avaliado por quatro instrumentos (Controle do Estado Nutricional (CONUT), Índice de Risco Nutricional Geriátrico (GNRI), Triagem de Risco Nutricional (NRI), Índice Nutricional Prognóstico (PNI) ) foi associado à mortalidade por todas as causas e, quando comparado às ferramentas PNI e GNRI, 'estado nutricional alterado' rastreado pelo CONUT demonstrou maior magnitude de associação com mortalidade por todas as causas (HR 2,79; IC 95% 1,81, 3,59). Além disso, maior risco de mortalidade foi observado em indivíduos com “desnutrição grave” rastreados pela ferramenta CONUT (HR 4,29; IC 95% 1,98, 9,28). Não foi realizada análise quantitativa com os demais instrumentos por falta de dados. Conclusão: Pior estado nutricional associou-se significativamente a maior risco de mortalidade e/ou hospitalização. Maior risco nutricional foi associado a pior prognóstico e maior mortalidade em pacientes com IC hospitalizados, principalmente quando rastreados pela ferramenta CONUT.Background and aim: Several studies have suggested that malnutrition is an independent prognostic factor in patients with heart failure (HF). However, there is still no gold standard, universally accepted, methodology for nutritional assessment and screening in this population, since most instruments suffer interference from the disease manifestations, such as edema or inflammation. Therefore, we conducted a systematic review and meta-analysis in order to assess the role of different assessment and nutritional screening tools in the rehospitalization and mortality of patients hospitalized with HF. Methods: Major electronic databases were searched for articles published until May, 2021. Studies with hospitalized HF individuals that assessed the nutritional status through nutritional assessment and screening tools, and its association with mortality and/or rehospitalization were considered eligible. Studies were grouped according to the different clinical outcomes and to the type of nutritional screening/assessment tool used. The 95% confidence intervals (CI95%) and Hazard Ratio (HR) among the different groups were computed using a random-effects model. The inverse variance method was used. Results: Of the 42 studies included, 36 evaluated mortality, 7 hospital readmission and 9 the composite endpoint of cardiovascular events. Most studies showed that worse nutritional status was significantly associated with higher risk of mortality and/or hospitalization. In the quantitative analysis (meta-analysis) of nutritional screening tools, higher nutritional risk assessed by four tools (Controlling Nutritional Status (CONUT), Geriatric Nutritional Risk Index (GNRI), Nutritional Risk Screening (NRI), Prognostic Nutritional Index (PNI)) was associated with all-cause mortality, and when compared to the PNI and GNRI tools, ‘impaired nutritional status’ screened by CONUT demonstrated a greater magnitude of association with all-cause mortality (HR 2.79; 95%CI 1.81, 3.59). In addition, a higher risk of mortality was observed in ‘severe malnutrition’ individuals screened by CONUT tool (HR 4.29; 95%CI 1.98, 9.28). No quantitative analysis was performed with the other tools due to lack of data. Conclusion: Worse nutritional status was significantly associated with higher risk of mortality and/or hospitalization. Higher nutritional risk was associated with poor prognosis and higher mortality in hospitalized HF patients, especially when screened by CONUT score