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    Consequencialismo e virtudes na epistemologia contemporânea: articulações e desafios

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    O Consequencialismo é bem conhecido como uma tese no campo da Ética, mas podemos também falar de um “consequencialismo” em Epistemologia. Este ensaio pretende apresentar um tipo geral de teoria da justificação epistêmica que, a despeito das características específicas da avaliação moral e da avaliação epistêmica, guarda parentesco com os modelos consequencialistas para a avaliação moral da ação: um modelo baseado em virtudes intelectuais. Além disso, pretendemos explorar alguns desenvolvimentos do projeto melhorativo associado a tal modelo no campo da Educação e, ao fim, indicar algumas dificuldades que rondam as teorias que utilizam o conceito de virtude, dificuldades estas postas pelos resultados das pesquisas situacionistas. Concluiremos defendendo que as abordagens de virtudes permanecem possuindo grande força para o campo da epistemologia, tanto em termos do modelo teórico adotado quanto em termos dos projetos melhorativos a ele associados, apesar de os argumentos situacionistas não poderem ser negligenciados na construção de propostas empiricamente bem fundamentadas

    Situacionismo epistêmico: o desafio situacionista à epistemologia das virtudes

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2023.O presente trabalho visa fornecer um tratamento geral ao situacionismo epistêmico, o que consiste em uma linha de objeções críticas à epistemologia, em especial à epistemologia das virtudes, fortemente embasado em resultados empíricos da psicologia social e cognitiva. Para isto, iniciamos com um breve histórico da epistemologia das virtudes, caracterizando em seguida seus dois principais ramos, o saber, o responsabilidade e o confiabilismo das virtudes, bem como documentando a alternativa de teorias das virtudes erradas. Na sequência, apresentamos as origens do situacionismo na psicologia empírica do século XX, tratando-o como vertente cujo foco explicativo do comportamento humano se dá com apelo aos fatores situacionais, em contraponto às teorias psicológicas predominantes até o início deste mesmo século, segundo as quais os traços de personalidade contêm maior peso sobre o comportamento humano. Introduzimos então uma discussão propriamente filosófica sobre o situacionismo, tratando de sua visão cética sobre a existência e a disseminação de traços de caráter virtuosos postulados pela ética das virtudes, de modo a traçar o caminho para o desafio analógico em epistemologia. Finalmente, falamos a tratar do desafio situacionista à epistemologia, apresentando sua formulação geral e discutindo suas modalidades específicas de objeção às epistemologias das virtudes responsabilistas e confiáveis, bem como as principais respostas ao situacionismo epistêmico existentes na literatura recente. Com este trabalho, buscamos demonstrar a relevância do situacionismo epistêmico, o qual não necessariamente constitui uma objeção fatal, mas sim uma contribuição importante para uma epistemologia das virtudes empiricamente adequadas.Abstract: The present work aims to provide a general treatment of epistemic situationism, which consists of a line of critical objections to epistemology, in particular to virtue epistemology, strongly based on empirical results from social and cognitive psychology. For this, we begin with a brief history of virtue epistemology, then characterizing its two main branches, namely, virtue responsibilism and virtue reliabilism, as well as indicating the alternative of mixed virtue theories. Next, we present the origins of situationism in twentieth-century empirical psychology, treating it as a strand whose explanatory focus of human behavior is based on situational factors, as opposed to the psychological theories prevailing until the beginning of this same century, according to which personality traits would have greater weight in determining human behavior. We then introduce the properly philosophical discussion of situationism, dealing with its skeptical view on the existence and dissemination of virtuous character traits postulated by virtue ethics, in order to trace the path to the analogous challenge in epistemology. Finally, we turn to the situationist challenge to epistemology, introducing its general formulation and discussing its specific modalities of objection to the responsabilist and reliabilist virtue epistemology, as well as the main responses to epistemic situationism in recent literature. With this work, we seek to demonstrate the relevance of epistemic situationism, which does not necessarily constitute a fatal objection, but rather an important contribution to an empirically adequate epistemology of virtues
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