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Interação entre Sapajus nigritus (macaco-prego) e visitantes em um parque ecológico no sul de Santa Catarina
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do Grau de Bacharel, no Curso de Ciências Biológicas da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.Algumas espécies de primatas, como o macaco-prego (Sapajus nigritus) podem ocorrer em áreas próximas a populações humanas, o que tende a resultar em alterações em seus padrões comportamentais, gerando conflitos entre essas populações. Neste contexto o presente estudo tem como objetivo analisar se o número de visitantes, o número de bolsas de mãos utilizadas pelos grupos de visitantes e o horário influenciam na frequência de interação com macacos-prego e humanos em um fragmento de Mata Atlântica no sul do Brasil. O estudo foi realizado no Parque Ecológico Municipal Prefeito Thomaz Pedro da Rocha de Maracajá. As amostragens foram realizadas nos finais de semana, visto que é o perÃodo de maior visitação. Para o registro de interações, os pesquisadores percorreram as trilhas de acesso e a área do camping do Parque, e quando observados visitantes, esses foram acompanhados a distância de mÃnimo de 20m, por 10 minutos, sendo registrado se houve ou não interação com os macacos. Para cada evento de interação foram obtidas as seguintes informações: I - hora de inÃcio e término da interação; II – número de visitantes no grupo; III – o número de bolsa de mão presentes nos grupos de visitantes) que era utilizado pelo grupo de visitantes. Para analisar se a quantidade de visitantes, de bolsas ou o horário utilizado por eles possui relação com a frequência de interação foi utilizada correlação de Spearman (rs). Foram obtidos 296 registros, para os quais em 257 houve interações entre os macacos e os visitantes. O número de visitantes por grupo variou de um a 35 pessoas. Grupos formados por mais de sete visitantes obtiveram frequência de interação superior a 93%. O número de bolsas utilizadas pelos grupos de visitantes variou de zero a quatro, sendo a frequência de interação maior para grupos com quatro (100%) e duas bolsas (92,6%). Para o horário de interações obteve um resultado maior em dois perÃodos, sendo o primeiro das 08:00h as 10:00h com uma frequência de interação superior a 90% e o segundo perÃodo foi a tarde das 15:00h as 16:00h novamente ocorrendo uma frequência de interação de 90%. Houve correlação positiva entre o número de visitantes e a frequência de ocorrência de interação (rs=0,868; p<0,001). Já para o número de bolsas e frequência de ocorrência de interação não foi observada correlação significativa (rs=0,400; p=0,505). A correlação entre o número de visitantes e a frequência de ocorrência já era esperada. A não correlação entre o número de bolsas e a frequência de interação pode ser explicada pelo fato dos animais não associarem a bolsa, a presença de alimentos. Já para o horário em que ocorreu frequência de interação maior no perÃodo da manhã e tarde pode ser explicado pelo fato que nesses perÃodos os animais recebem uma alimentação que é fornecida pelos funcionários do parque, mais também pelo fato de ser uma caracterÃstica da atividade do animal