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    AS TEORIAS ADMINISTRATIVAS E SUAS INFLUÊNCIAS NA ENFERMAGEM

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    Introdução: O trabalho da enfermagem precisa de organização e coordenação e possui uma dupla dimensão entre as áreas assistencial e gerencial. Durante a faculdade de enfermagem, os estudantes ficam demasiadamente preocupados com questões assistenciais, no entanto, é preciso aprender a ampliar o campo de visão para a área gerencial, pois no futuro será preciso gerenciar equipes de enfermagem e de saúde assim como organizar e gerenciar o trabalho das equipes. Objetivo: Para um entendimento melhor sobre as questões gerenciais dentro da enfermagem, é imprescindível conhecer sobre as teorias de administração que vão nortear o gerenciamento. Metodologia: Trata-se de um resumo baseado em pesquisa bibliográfica, utilizando-se  como  fonte  de  pesquisa artigos trabalhados em aula no componente curricular do 8º período de enfermagem, denominado de Gestão de Serviços  de  Assistência  Primaria. Resultados e discussão: A palavra teoria vem do grego theoria que significa dentro de um contexto histórico observar ou examinar, é um conjunto coerente de suposições elaboradas para explicar uma relação entre dois ou mais fatos observáveis e prover uma base sólida para prever eventos futuros, ou ainda, são afirmações que predizem quais ações vão levar a quais resultados e por quê. Essas teorias administrativas influenciam as práticas, servindo como um guia para as decisões, influenciam a forma como enxergamos as pessoas, as organizações e o meio em que elas estão inseridas e servem como um ponto de compreensão/previsão de práticas observadas nas organizações. Uma das primeiras teorias administrativas inventadas foi a Teoria da Administração Científica de Frederick W. Taylor, em meados de 1903. Para o aumento da produtividade, Taylor propôs métodos e sistemas de racionalização do trabalho e disciplina do conhecimento operário, colocando sob comando da gerência. Assim, foram escolhidos os mais aptos para realizar tarefas, e o trabalho foi fragmentado e hierarquizado. Ele também investiu nos estudos de tempos e movimentos para melhorar a eficiência do trabalhador e fez com que atividades complexas fossem divididas em partes mais simples, facilitando dessa forma a racionalização e padronização, também instaurou incentivos salariais e prêmios para que motivasse sua equipe, ou seja, aquele que produz pouco, ganha pouco. Essa teoria influencia os serviços de saúde e a enfermagem, destacando a divisão do trabalho em tarefas, a excessiva preocupação com manuais de procedimentos, rotinas, normas, escalas e a fragmentação da assistência por atividades. Na equipe de enfermagem existe a preocupação em cumprir a tarefa e o desempenho é avaliado pela quantidade de procedimentos realizados. Após, houve a criação da Teoria Clássica de Fayol (1916) que propôs a racionalização da estrutura administrativa e a empresa então, passou a ser percebida como uma síntese de diversos órgãos que compõe a sua estrutura. Fayol tinha uma preocupação com a direção da empresa, dando ênfase às funções e operações no interior da mesma. Ele estabeleceu os princípios de boa administração e funções do administrador: organizar, planejar, coordenar, comandar e controlar. Essa teoria tem uma grande relação com o trabalho gerencial na enfermagem, pois dentro de um hospital, por exemplo, existem vários setores que são como se fossem microempresas, e cada microempresa precisa ser administrada e dirigida, muitas vezes de forma diferente de outra, pois cada uma possui funções e operações diferentes em seu interior. Além disso, a teoria clássica tem influência na enfermagem em relação à estilos de liderança e gerência que abusam da autoridade pelo grau hierárquico ocupado na organização ou na equipe, o enfermeiro como chefe/líder/gerente de um grupo ou de uma unidade de saúde e a priorização dos interesses institucionais em detrimento das necessidades e demandas de saúde dos trabalhadores de enfermagem. É uma estrutura rígida, hierarquizada, limitada e estática. As pessoas e suas relações interpessoais não são devidamente consideradas, e a maior preocupação é com a quantidade de trabalho desenvolvido do que com a sua qualidade. Outra teoria que também tem uma grande relação com o trabalho de enfermagem, é a Teoria Burocrática de Max Weber. Essa teoria identifica características da organização formal voltada exclusivamente para a racionalidade e para a eficiência. Ela traz sobre a divisão do trabalho baseada na especialização funcional, que é relacionada com a enfermagem na medida da divisão técnica do trabalho, ou seja, cada membro da equipe de enfermagem possui funções determinadas. Traz sobre a hierarquia e autoridade definidas, ou seja, as chefias assumem um papel administrativo voltado para os interesses da instituição.A teoria burocrática destaca também sobre sistema de regras e regulamentos que descrevem direitos e deveres dos ocupantes dos cargos, que são instituídos pelo código de ética, sistema de procedimentos e rotinas, pois cada unidade de saúde possui uma rotina que deve ser seguida, promoção e seleção baseadas na competência técnica, dentre outros. A enfermagem, herda da teoria burocrática a excessiva burocratização, a equipe assume características de técnicos especializados, com comportamento e posições definidas institucionalmente, valorizando normas e regras, o comportamento do trabalho é pré-estabelecido, valoriza a divisão do trabalho e há rigidez no cumprimento de normas, o que acaba deixando a humanização de lado muitas vezes. A Teoria das Relações Humanas, vem combater a desumanização do trabalho, o formalismo na administração, oferecendo incentivos psicossociais, por entender, justamente, que o ser humano não pode ser reduzido a esquemas simples e mecanicistas, depositando na motivação a expectativa de levar o indivíduo a trabalhar para atingir os objetivos da organização. Ela defende a participação do trabalhador nas decisões que envolvam a tarefa. Tendo essa teoria, a maior relação com o trabalho gerencial na enfermagem, pois o processo de trabalho da enfermagem não é nada mecanicista, cada pessoa que procura assistência deve ser tratada de forma individualizada, não é somente seguir um protocolo passo a passo como uma receita de bolo pronta. E o profissional da enfermagem precisa ser motivado para que faça seu trabalho com qualidade, além da participação de todos os membros da equipe de enfermagem nas decisões. Nessa teoria, também surge a discussão acerca da importância da liderança e da comunicação na formação do enfermeiro para qualificar o seu trabalho enquanto equipe, assim como acerca do trabalho interdisciplinar. A Teoria Comportamental dá ênfase às ciências do comportamento e na busca de soluções democráticas e flexíveis para os problemas organizacionais, sendo sua maior preocupação com os processos e com a dinâmica organizacional do que com a estrutura. Fatores que o enfermeiro gerencial enquanto líder precisa ter domínio, conhecer sua equipe, sua organização, e saber como organizar essa equipe. O trabalho de enfermagem é caracterizado pelo cuidado, tanto integral como ampliado. Assim, ele é abordado e executado de duas formas distintas: por um lado, o cuidado com foco nos procedimentos e no raciocínio clínico, que é predominante nas práticas de enfermagem e por outro, o cuidado ampliado que agrega os procedimentos e a clínica, a comunicação e interação com os clientes, de forma individualizada a cada paciente e a cada situação em que se encontra. Conclusão: Dessa forma, é preciso que o enfermeiro gerencial e assistencial tenha conhecimento e tenha uma visão crítica das teorias de administração, para entender quais são os lados positivos e negativos de cada teoria que está inserida no seu trabalho. E dessa forma, tente reduzir os pontos negativos juntamente com a sua equipe, principalmente para que não deixe de lado o principal objetivo do seu trabalho, que é o cuidado e o atendimento das necessidades de saúde de cada pessoa que devem ser atendidas de forma humanizada, integral e individualizada. Referências: MATOS, Eliane; PIRES, Denise. Teorias administrativas e organização do trabalho: de Taylor aos dias atuais, influências no setor saúde e na enfermagem. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 15, n. 3, p. 508-514, 2006. FELLI V; PEDUZZI M. O trabalho gerencial em enfermagem. In: Kurcgant (coord). Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. p.1-12. SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. Pearson Prentice Hall, 2008. HAUSMANN, Mônica; PEDUZZI, Marina. Articulação entre as dimensões gerencial e assistencial do processo de trabalho do enfermeiro. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 18, n. 2, p. 258-265, 2009. MININEL, Vivian Aline; FELLI, V.E.A. Gestão e qualidade de vida no trabalho. Proenf. Gestão, v. 1, n. 3, p. 83-111, 2012

    DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS PACIENTES PALIATIVOS E FAMÍLIA NA VISÃO DOS ENFERMEIROS

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    Introdução: O cuidado paliativo visa cuidar de indivíduos terminais e seus familiares, sendo um modelo de atenção à saúde criado no ano de 1967, na Inglaterra, por Cicely Saunders (SANTANA et al., 2009). Os cuidados paliativos incluem, além do alívio da dor e de outros sintomas físicos, a atenção a sofrimentos psicossociais e emocionais e o apoio à família até a fase do luto. Isto é particularmente verdadeiro quando pacientes estão em estágios avançados e têm uma probabilidade muito baixa de cura, ou quando estão de frente para a fase terminal da doença. O objetivo do tratamento paliativo é ajudar as pessoas que se encontram na terminalidade a ter paz, conforto e dignidade. Averígua-se a necessidade de cuidados paliativos a fim de ajudar os pacientes que estão no estado terminal a ter conforto, paz e dignidade (SANTANA et al., 2009; WHO, 2007; 2014). Neste contexto, o cuidado de Enfermagem é de suma relevância para o exercício dos cuidados paliativos integrais e humanizados. Observa-se que o cuidado vai além de palavras e conteúdo, já que aprecia a escuta atenta, a postura e o olhar, pois é um método terapêutico constatado poderoso para indivíduos que carecem dele, principalmente os que se exibem em fase terminal (ANDRADE; COSTA; LOPES, 2013). Os cuidados paliativos são uma necessidade humanitária urgente em todo o mundo. Contudo, o cuidado paliativo possui inúmeras dificuldades em sua aplicação, como a difícil comunicação com o paciente paliativo, eleição de um cuidador entre os familiares, apego aos pacientes, falta de tempo e de profissionais para que houvesse cuidado mais caracterizado ao paciente paliativo e sua família. Objetivos: Descrever as percepções de enfermeiros diante das dificuldades enfrentadas pelo paciente paliativo e sua família. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de delineamento qualitativo, do tipo exploratória e descritiva. Recorte de um Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem. O estudo foi realizado junto aos enfermeiros atuantes na unidade de internação, Unidade I, II, IV e UTI de um hospital de referência, localizado na Região Extremo Oeste de Santa Catarina. Nestas unidades, são prestados os cuidados pertinentes aos pacientes paliativos. Dentre os critérios de inclusão dos participantes, foi considerado: ser graduado em Enfermagem. Foram excluídos do estudo os profissionais que se encontravam em algum tipo de afastamento, em virtude de gozo de férias, licença especial, tratamento de saúde ou maternidade. A coleta dos dados aconteceu no mês de abril de 2017, por meio de uma entrevista semiestruturada. As entrevistas tiveram caráter individual e foram realizadas em um espaço que garantisse a privacidade do participante. As entrevistas foram gravadas em aparelho digital com o consentimento do participante de modo a registrar integralmente a fala, assegurando material autêntico para a análise. A análise dos dados foi realizada por meio da Análise de Conteúdo do tipo temática, indicada por Minayo. O estudo respeitou os preceitos éticos que regem a pesquisa com seres humanos, em conformidade com a Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012). O projeto de pesquisa foi aprovado por meio do Parecer Consubstanciado emitido pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Oeste de Santa Catarina, sob o CAAE número 65256217.0.0000.5367 e Parecer número 1.968.812. Resultados e discussão: Participaram do estudo doze enfermeiros, dez do sexo feminino e dois do sexo masculino, que operam na unidade de internação I, II, IV e UTI de um hospital de referência, localizado no extremo oeste catarinense. Em relação à idade dos enfermeiros, esta variou entre 24 e 38 anos e tempo de formação entre um ano e meio a dez anos. Dos entrevistados, nenhum possui especialização na área de cuidados paliativos. De acordo com os enfermeiros entrevistados, uma das grandes dificuldades dos pacientes paliativos e seus familiares é a aceitação da sua condição e do seu diagnóstico. Diante do risco de morte, a negação pode estar presente e é comum que isto ocorra no começo de um diagnóstico paliativo, até no fim da vida. O tempo de permanência no estágio de negação à morte dependerá de diversos fatores, incluindo estrutura de personalidade, apoio familiar, apoio social, tipo de cultura, idade, forma de comunicação do diagnóstico, entre outros. O fato mais desconcertante é que a morte é um lugar inacessível aos que estão vivos e sobre ela, tanto doutrinas filosóficas quanto religiosas, vem debruçando-se em reflexões, na tentativa de explicar, clarear e entender seu objetivo, tentando minimizar os medos e as dores da perca de um ente querido (MENDES; LUSTOSA; ANDRADE, 2009). Para os familiares dos pacientes com diagnóstico paliativo é uma jornada bem devastadora, pois deixam suas rotinas, seus trabalhos, sua vida para cuidar do familiar que a cada dia vão se degradando na doença que acaba tomando conta deles. Quando o paciente recebe o diagnóstico de doença paliativa, a família sofre junto com ela e o impacto é sempre muito doloroso. As reações são diferentes entre os grupos familiares, como a negação, reserva e fechamento ao diálogo. Desse modo, se faz necessário compreender estas reações para um cuidado de Enfermagem efetivo, valorizando as crenças, ansiedades, medos e experiências vivenciadas pelo paciente e família (SORATTO, 2013). Outra dificuldade se refere a perda da autonomia e da independência dos pacientes, o que os deixa mais fragilizados. Quanto mais a doença progride e a morte se aproxima, o paciente torna-se cada vez mais dependente de auxílio do familiar e/ou cuidador. Isso pode sobrecarregar o cuidador, dependendo das tarefas relacionadas aos cuidados e o tempo envolvido em sua prestação, que condiz com a sua experiência e aos sentimentos sobre essa função (MARCHI; CARREIRA; SALES, 2015). Dentre as dificuldades relatadas pelos enfermeiros, encontra-se a dificuldade de comunicação com o paciente paliativo, pois muitos não conseguem falar, o que pode dificultar o cuidado prestado e o entendimento das necessidades do paciente por parte da equipe de saúde e dos familiares. É importante destacar que o cuidado não se restringe somente ao ato de prestar alguma ação para alguém, mas de saber compreender suas necessidades, mesmo que não haja comunicação verbal (SOUZA; WEGNER; GORINI, 2007). Quando o paciente é diagnosticado com uma doença terminal uma das dificuldades é de eleger um cuidador entre os familiares, pois esta pessoa precisará se dedicar muito para realizar suas tarefas e cuidar do doente que dependerá completamente dele. Cuidador é a pessoa que realiza essa função de fazer o possível para que o paciente tenha conforto físico, social, psíquico e espiritual. O cuidador desenvolve um papel essencial para que os cuidados paliativos proporcionem bem-estar e qualidade de vida ao paciente no processo de morte e morrer. É comum que, em muitos casos, o cuidador enfrenta dificuldades ao oferecer o cuidado paliativo. Essas dificuldades podem estar relacionadas a questões de recursos materiais, questões físicas, emocionais, mentais e espirituais (SORATTO, 2013). A família do paciente que recebe diagnóstico de doença terminal, também tem suas dificuldades em aceitar essa condição, conforme ocorre a degradação do corpo por parte da doença, vai se tornando mais difícil aceitar que o familiar não conseguirá se curar. As fases do processo de doença paliativa devem ser enfrentadas de modo a minimizar a dor e o sofrimento que essa condição impõe. Daí a importância de se oferecer cuidados paliativos de qualidade, o que inclui, em sua última etapa, os cuidados ao fim da vida (SILVA, 2016). Considerações finais: Dentre as principais dificuldades enfrentadas pelos pacientes, os enfermeiros citam a não aceitação do diagnóstico da doença e da condição paliativa, a perda da autonomia e independência, o afastamento do lar, da família, dos amigos e do trabalho para encarar a rotina hospitalar e a dificuldade de comunicação. Sobre as principais dificuldades enfrentadas pelos familiares dos pacientes paliativos, os enfermeiros mencionam também a não aceitação do diagnóstico da doença e da condição de paliatividade do ente querido, o desgaste e o adoecimento da família que cuida desse paciente e a dificuldade em encontrar um cuidador capacitado para cuidar do seu familiar que encontra-se na terminalidade. Cabe ao enfermeiro prestar um atendimento digno a esses pacientes e familiares, a fim de tentar amenizar esse processo doloroso e desgastante. É importante atentar para as práticas humanísticas que envolvem os cuidados paliativos, sabendo ouvir, ofertando suporte e apoio, respeitando decisões, estando presente e ter empatia com o paciente e familiares. Com isso, tanto paciente e família quanto o profissional se fortalecerão e poderão encontrar a melhor de enfrentamento diante do processo de morte e morrer

    VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL ASSOCIADA AOS FATORES FÍSICOS – VIGIFIS

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    Introdução: A saúde ambiental é composta por aspectos da saúde humana, como a qualidade de vida, determinados por fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos no meio ambiente (U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES, 1998). É definida como uma relação entre o ambiente e o padrão de saúde de uma população. Atualmente, um dos maiores desafios aos pesquisadores, é investigar quais as relações entre as transformações ambientais globais e seus impactos à saúde da população (TAMBELLINI, 1998). Com base nisso, existe a Vigilância em Saúde Ambiental (VSA), na qual consiste em um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, possui como finalidade a identificação de medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Dentro da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental (CGVAM), as áreas de atuação são: Vigilância da qualidade da água para consumo humano (Vigiágua); Vigilância em saúde de populações expostas a poluentes atmosféricos (Vigiar); Vigilância em saúde de populações expostas a contaminantes químicos (Vigipeq); Vigilância em saúde ambiental relacionada aos riscos decorrentes de desastres (Vigidesastres) e Vigilância em saúde ambiental relacionada aos fatores físicos (Vigifis) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). A VIGIFIS atua desenvolvendo modelos de vigilância em saúde ambiental, relacionados à exposição humana e à radioatividade natural elevada. Como resposta às demandas cada vez maiores da população e de profissionais da saúde em regiões com alta concentração de minérios radioativos; bem como na preparação, prevenção e resposta do setor saúde em casos de emergências rádio nucleares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020) Objetivo: A VIGIFIS tem como objetivo a proteção da saúde da população decorrente da exposição a radiações Ionizantes (RI) e não ionizantes (RNI), que se caracterizam pela fonte de exposição, e não pela natureza da radiação (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Metodologia: Esse trabalho foi realizado através de um estudo exploratório descritivo, com o intuito de entender o que é o VIGIFIS e no que a sua existência implica. Através de artigos relacionados com o assunto foi realizado uma observação e análise do conhecimento apresentado na elaboração das publicações utilizadas para o desenvolvimento desta pesquisa. Resultados e discussão: A relação do indivíduo com fatores ambientais (fatores químicos, físicos e biológicos) influenciam sua saúde e está relacionada com aspectos do desenvolvimento social, cultural e econômico. Fatores como localização do domicílio, qualidade da moradia, disponibilidade de meios de transporte interferem no acesso a bens e amenidades ambientais (ar puro, áreas verdes e água limpa) e na exposição a riscos ambientais (enchentes, deslizamentos e poluição), sendo desiguais entre os segmentos sociais e as pessoas (TORRES, 1997). Deve haver interação entre os modelos de vigilância para que ocorra um fortalecimento institucional e rastreamento de questões e problemas. A estruturação da vigilância em saúde ambiental e da saúde do trabalhador no SUS necessita um processo de definição, pactuação social e projeto estratégico que esteja fundamentado na promoção da saúde a partir das ações de vigilância. Deve ser definido qual o papel da sociedade para que ocorra redução de riscos e vulnerabilidades, determinando, como um processo de comunicaçãointeração com a comunidade, sendo que a gestão do território, do processo de produção e de consumo permaneça pautada na agenda política das comunidades, incorporando as questões sanitárias no cenário da sustentabilidade social e ambiental (MACHADO et al, 2011). Devemos nos perguntar se futuramente a vigilância irá mesmo ser capaz de fazer a vigilância, administrar riscos e interferir em situações concretas para proteger a população que está sendo dirigida para um autogerenciamento de saúde em um meio ambiente que pode causar problemas de saúde que ela mesma deve cuidar e administrar (AUGUSTO, 2003). Uma das alternativas adotadas pelo VIGIFIS, é a delimitação de áreas de risco para gerir os possíveis efeitos nocivos da exposição à essas radiações. O Sistema de Informação adotado para o fim de vigilância em saúde ambiental relacionado a fatores físicos é dotado de capacidade de análise convencional e espacial, a fim de possibilitar a determinação de limites territoriais próximos aos pontos de radiação com o objetivo de avaliar o risco em uma determinada área. O VIGIFIS tem como proposta o desenvolvimento progressivo de um modelo de atuação à exposição prolongada a campos eletromagnéticos (emitidos por infraestrutura e serviços de fornecimento de energia elétrica e telecomunicações) bem como a vigilância de fontes radioativas. O programa atua sob o Princípio da Precaução, garantindo uma postura preventiva aos riscos relativos à saúde humana frente à continuidade dos abastecimentos dos serviços necessários à sociedade (SUVISA - SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2020). Considerações finais: Portanto, a VIGIFIS é importante para realizar a proteção da saúde dos profissionais que estão expostos a radiações. Existem fatores ambientais que influenciam o adoecimento das pessoas, como por exemplo, poluentes químicos que contaminam água e alimentos, além do local de moradia que também interfere na qualidade de vida das pessoas. Se faz necessário que sejam realizadas análises para avaliar determinada área que possa estar exposta e adotar medidas que possam diminuir os riscos e exposições à saúde das pessoas que precisam ficar no local ou trabalham em lugares de risco

    DIFICULDADES ENFRENTADAS PELAS MULHERES DURANTE O PROCESSO DE PARTURIÇÃO

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    Introdução: A gestação é considerada um fenômeno significativo na vida de uma mulher. A medida que evolui, a futura mãe apresenta alterações fisiológicas, emocionais e psicológicas que vão se exacerbando com a proximidade do parto, que gera na mulher um temor à morte, à dor e ao parto traumático, além do surgimento de dúvidas e medos em relação ao bebê (MILBRATH et al., 2010). A partir da vivência destas alterações físicas e emocionais, as mulheres buscam assistência para as suas necessidades durante a gestação e o parto, trazendo consigo expectativas e preocupações (PIRES et al., 2010). Neste contexto, cabe ao profissional de saúde, em especial o enfermeiro, preparar a parturiente para o parto, para que ela possa vivenciar esse momento com autonomia e segurança e para que dessa forma, não ocorra a exacerbação dos seus medos e anseios. A confiança depositada nos profissionais é capaz de gerar na parturiente o sentimento de segurança, pois sentir-se cuidada durante o parto pode fazer com que a mulher tenha a sensação de que seu filho será bem cuidado (MILBRATH et al., 2010). Entretanto, são várias as dificuldades que as mulheres ainda passam ao enfrentar esse momento. Objetivo: Identificar as principais dificuldades enfrentadas pelas mulheres durante o processo de parturição. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo descritivo-exploratório. O estudo foi realizado junto às mulheres que vivenciaram o processo de parturição, pertencentes à área de abrangência das Estratégias de Saúde da Família (ESF) localizadas no município de São Miguel do Oeste (SC). Os critérios de inclusão foram: a) ser maior de 18 anos; b) estar em período puerperal; e, c) pertencer à área de abrangência de uma das ESFs localizadas no município de estudo. Assim, para se ter acesso a essas informações entrou-se em contato com a Secretaria Municipal de Saúde do município, a fim de solicitar permissão para a realização deste estudo. Após seu consentimento, o projeto foi encaminhado para avaliação e aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC). Logo depois da sua aprovação, foi realizada uma conversa com os enfermeiros das unidades para se identificar as possíveis participantes da pesquisa e em seguida, foi realizada consulta aos prontuários em consonância com os aspectos éticos. O convite para as participantes foi realizado por meio de contato telefônico, para agendamento das datas e horários das entrevistas, as quais foram realizadas na residência das participantes. Para a produção dos dados foi empregada uma entrevista semiestruturada, realizada no mês de julho de 2017. As entrevistas foram individuais, gravadas em áudio e transcritas de forma literal para fins de análise. Para análise dos dados obtidos, foi utilizada a análise de conteúdo do tipo temática, proposta por Minayo, dividida em três fases: pré analise, exploração do material, tratamento dos resultados obtidos, e interpretação (MINAYO, 2014). Para o desenvolvimento da pesquisa foram observados os aspectos éticos conforme a Resolução Nº466/12 do Conselho Nacional de Saúde. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Oeste de Santa Catarina, sob o CAAE número 69801417.1.0000.5367 e Parecer número 2.149.846. Resultados e discussão: fizeram parte do estudo doze puérperas, com faixa etária entre 18 e 39 anos e o período de puerpério variando de sete a quarenta dias. Quanto ao estado civil, seis são casadas e seis são solteiras. No que se refere à escolaridade, uma possui ensino fundamental incompleto, uma ensino fundamental completo, sete ensino médio completo e três possuem ensino superior completo. A experiência da parturição, para a maioria das mulheres entrevistadas, configurou-se como uma vivência marcada pela dor, pelo medo da dor e do sofrimento, havendo grande referência à intensidade da dor, descrita como uma dor insuportável, inexplicável, horrível e anormal. A ansiedade e o medo podem aumentar a percepção de sua intensidade, uma vez que se apresenta de forma individualizada e varia de acordo com a experiência da parturiente (OLIVEIRA et al., 2010). Além disso, os comentários de outras pessoas acabaram por repercutir de forma negativa a expectativa criada sobre o momento do parto, contribuindo para o aumento da ansiedade e o medo do desconhecido. O medo do desconhecido está presente principalmente em mães de primeira viagem, as quais se deparam com situações ainda não experimentadas na vida, sentindo-se mais vulneráveis, necessitando de maior apoio e auxílio emocional. Ainda, umas das dificuldades encontradas é a falta de um acompanhante nesse momento tão importante para a vida da mulher. Esse acontecimento pode resultar em vivências negativas na vida da parturiente, marcadas pelos sentimentos de solidão, medo, ansiedade e insegurança. Sendo que os maiores níveis de satisfação com o parto são encontrados na presença de um acompanhante, principalmente quando a escolha deste for realizada pela mulher (VELHO; SANTOS; COLLAÇO, 2014), além de ser um direito garantido por lei, a qual foi desenvolvida pelo Ministério da Saúde. Sentimentos como angústia, ansiedade e insegurança podem ser consequências do parto ser realizado em ambiente hospitalar, pois este ambiente acaba se tornando um ambiente estranho para a mulher e sua família (CARRARO et al., 2008). São vários os benefícios trazidos quando a mulher opta por ter um parto normal, no entanto, o medo de morrer, de não suportar a dor e o sentimento de incapacidade de parir acabam tornando as mulheres vulneráveis, o que acaba estimulando a escolha pelo parto cesárea (COPELLI et al., 2015). Segundo as mulheres entrevistadas, a maioria  acredita ser a pior dor sentida e maior do que imaginavam. Junto com a dor, pode acontecer a violência obstétrica, considerada qualquer prática realizada pelo profissional da saúde que envolve o corpo e os processos reprodutivos da mulher. Sabe-se que esse tipo de violência ocorre através de xingamentos, humilhações, ofensas, comentários que falte com respeito à mulher, fazendo com que ela se sinta humilhada e abandonada, o que pode ser observado através de algumas entrevistas realizadas. Outra dificuldade enfrentada foi a consulta de pré-natal, que foi realizada de forma inadequada, na qual os profissionais não repassam as informações necessárias para as gestantes, fazendo com que elas fiquem desassistisdas e ansiosas pela falta de orientação. Duas das entrevistadas mencionaram a falta de privacidade que tiveram de vivenciar, sendo que quanto maior a privacidade, melhor o trabalho de parto, pois a mulher conseguirá se entregar de forma mais profunda para esse momento especial. Outra dificuldade relatada se refere ao excesso de visitas que a mulher recebe após o nascimento do bebê. No período pós-parto a mulher ainda se sente muito cansada por todo processo que passou durante o trabalho de parto, e é necessário uma compreensão por parte dos visitantes ou mesmo orientação para que deixem a mãe e o filho descansarem. Muitas das entrevistadas atribuem como uma dificuldade vivenciada durante a parturição, a falta de atenção demandada pelos profissionais de saúde, os quais deixam de lado a sensibilidade que envolve o cuidar do outro. Além disso, outro empecilho foi para amamentar seu filho após o parto. Sabe-se que o aleitamento materno é muito importante para a criança ter um desenvolvimento saudável. Porém, logo após o nascimento do bebê, pode haver sua resistência em pegar o seio da mãe, normalmente devido às mudanças que ocorreram e até que ele se acostume com sua nova rotina. Desse modo, o puerpério se caracteriza como um momento difícil para a mulher, onde ela vive novas experiências, como amamentar, cuidar da criança e do lar, ser esposa e mãe (EDUARDO et al., 2005). Considerações finais: Como pôde ser observado, são várias as dificuldades enfrentadas pelas mulheres nesse momento tão importante e marcante em suas vidas. Assim, a Enfermagem tem um papel primordial durante esse momento, sendo responsável por prestar um atendimento humanizado, ouvir seus medos e anseios e tentar amenizá-los, transmitir apoio, carinho e atenção. Além de garantir que todos seus direitos sejam respeitados. Dentre as principais dificuldades vivenciadas pelas puérperas, destaca-se a dor sentida no processo de parir, a falta de privacidade, a falta de atenção da equipe de saúde, o excesso de visitas após o nascimento do bebê, a amamentação e a recuperação pós-parto. Tais fatores influenciaram no desenvolvimento de sentimentos negativos, o que ressalta a importância da Enfermagem em trabalhar não apenas com os aspectos físico e biológico, mas com toda gama de sentimentos inerentes à porção psicológica da mulher, cuidando da parturiente com uma visão holística de tudo que a cerca

    DIA MUNDIAL DA SAÚDE: EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE O AUTOEXAME DAS MAMAS E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA

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    Introdução: A educação em saúde busca promover melhoria da atenção a saúde, prevenindo doenças e estimulando a participação da população por meio de ações educativas. Ressalta-se que a detecção precoce do câncer de mama através da educação do autoexame seja uma meta de todos os profissionais de saúde que trabalham com o público feminino. Objetivo: Relatar a atividade de educação em saúde sobre a prevenção do câncer de mama desenvolvida em comemoração ao Dia Mundial da Saúde. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de uma atividade de educação em saúde sobre a prevenção do câncer de mama desenvolvida em comemoração ao Dia Mundial da Saúde. A atividade foi realizada pelas acadêmicas de Enfermagem da 9ª fase, durante o Estágio Supervisionado II em uma Estratégia Saúde da Família, no município de São Miguel do Oeste, no mês de abril de 2018. Resultados: A atividade permitiu a realização de orientações quanto ao autoexame das mamas e quanto ao reconhecimento de sinais e sintomas indicativos de um câncer de mama. Foi possível realizar as orientações de um grande número de mulheres, de todas as faixas etárias, bem como possibilitar que as mesmas pudessem identificar alguns sinais e sintomas do câncer de mama por meio da palpação de mamas de borracha. Considerações finais: O autoexame das mamas deve ser orientado como sendo parte integrante de ações de conscientização feminina sobre a importância do câncer de mama, sendo que o desenvolvimento de práticas educativas é de alta relevância para promoção da saúde individual e coletiva da população

    ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA POPULAÇÃO LGBTQIA+

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    Introdução: A população LGBTQIA+ é considerada vulnerável em relação ao atendimento de seus direitos humanos e quanto ao acesso aos serviços públicos de saúde. Objetivo: Contribuir para uma reflexão acerca das vulnerabilidades enfrentadas pela população LGBTQIA+ diante dos serviços de saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório descritivo. Resultados e discussão: Com a criação do SUS, surgiram políticas de promoção da equidade, objetivando diminuir as vulnerabilidades que determinados grupos sociais estão expostos. Assim, essas políticas contribuíram para movimentos sociais, como o LGBTQIA+. Dentre os direitos dessa população, estão o reconhecimento da orientação sexual, identidade de gênero, direito ao uso do nome social e acesso ao Processo Transexualizador pelo SUS, sendo estratégias para a ampliação da população aos serviços de saúde. O adoecimento dessa população necessita de uma especificidade nos conceitos de identidade sexual e de gênero, visto que o percurso se torna diferente em cada caso. Diante disso, os profissionais da saúde, por vezes desconhece essas questões, as redes de apoio e políticas públicas, e muitas vezes generaliza a problemática, gerando um déficit na assistência prestada à realidade da pessoa envolvida, podendo acarretar em uma barreira de acesso a um serviço de saúde que a atenda de forma integral. Conclusão: É imprescindível que os profissionais da saúde possuam conhecimento sobre as políticas públicas e problemáticas específicas da população LGBTQIA+, atentando-se as vulnerabilidades, a fim de prestar uma assistência qualificada

    AS TEORIAS ADMINISTRATIVAS E SUAS INFLUÊNCIAS NA ENFERMAGEM

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    Introdução: O trabalho da enfermagem precisa de organização e coordenação e possui uma dupla dimensão entre as áreas assistencial e gerencial. Durante a faculdade de enfermagem, os estudantes ficam demasiadamente preocupados com questões assistenciais, no entanto, é preciso aprender a ampliar o campo de visão para a área gerencial, pois no futuro será preciso gerenciar equipes de enfermagem e de saúde assim como organizar e gerenciar o trabalho das equipes. Objetivo: Para um entendimento melhor sobre as questões gerenciais dentro da enfermagem, é imprescindível conhecer sobre as teorias de administração que vão nortear o gerenciamento. Metodologia: Trata-se de um resumo baseado em pesquisa bibliográfica, utilizando-se  como  fonte  de  pesquisa artigos trabalhados em aula no componente curricular do 8º período de enfermagem, denominado de Gestão de Serviços  de  Assistência  Primaria. Resultados e discussão: A palavra teoria vem do grego theoria que significa dentro de um contexto histórico observar ou examinar, é um conjunto coerente de suposições elaboradas para explicar uma relação entre dois ou mais fatos observáveis e prover uma base sólida para prever eventos futuros, ou ainda, são afirmações que predizem quais ações vão levar a quais resultados e por quê. Essas teorias administrativas influenciam as práticas, servindo como um guia para as decisões, influenciam a forma como enxergamos as pessoas, as organizações e o meio em que elas estão inseridas e servem como um ponto de compreensão/previsão de práticas observadas nas organizações. Uma das primeiras teorias administrativas inventadas foi a Teoria da Administração Científica de Frederick W. Taylor, em meados de 1903. Para o aumento da produtividade, Taylor propôs métodos e sistemas de racionalização do trabalho e disciplina do conhecimento operário, colocando sob comando da gerência. Assim, foram escolhidos os mais aptos para realizar tarefas, e o trabalho foi fragmentado e hierarquizado. Ele também investiu nos estudos de tempos e movimentos para melhorar a eficiência do trabalhador e fez com que atividades complexas fossem divididas em partes mais simples, facilitando dessa forma a racionalização e padronização, também instaurou incentivos salariais e prêmios para que motivasse sua equipe, ou seja, aquele que produz pouco, ganha pouco. Essa teoria influencia os serviços de saúde e a enfermagem, destacando a divisão do trabalho em tarefas, a excessiva preocupação com manuais de procedimentos, rotinas, normas, escalas e a fragmentação da assistência por atividades. Na equipe de enfermagem existe a preocupação em cumprir a tarefa e o desempenho é avaliado pela quantidade de procedimentos realizados. Após, houve a criação da Teoria Clássica de Fayol (1916) que propôs a racionalização da estrutura administrativa e a empresa então, passou a ser percebida como uma síntese de diversos órgãos que compõe a sua estrutura. Fayol tinha uma preocupação com a direção da empresa, dando ênfase às funções e operações no interior da mesma. Ele estabeleceu os princípios de boa administração e funções do administrador: organizar, planejar, coordenar, comandar e controlar. Essa teoria tem uma grande relação com o trabalho gerencial na enfermagem, pois dentro de um hospital, por exemplo, existem vários setores que são como se fossem microempresas, e cada microempresa precisa ser administrada e dirigida, muitas vezes de forma diferente de outra, pois cada uma possui funções e operações diferentes em seu interior. Além disso, a teoria clássica tem influência na enfermagem em relação à estilos de liderança e gerência que abusam da autoridade pelo grau hierárquico ocupado na organização ou na equipe, o enfermeiro como chefe/líder/gerente de um grupo ou de uma unidade de saúde e a priorização dos interesses institucionais em detrimento das necessidades e demandas de saúde dos trabalhadores de enfermagem. É uma estrutura rígida, hierarquizada, limitada e estática. As pessoas e suas relações interpessoais não são devidamente consideradas, e a maior preocupação é com a quantidade de trabalho desenvolvido do que com a sua qualidade. Outra teoria que também tem uma grande relação com o trabalho de enfermagem, é a Teoria Burocrática de Max Weber. Essa teoria identifica características da organização formal voltada exclusivamente para a racionalidade e para a eficiência. Ela traz sobre a divisão do trabalho baseada na especialização funcional, que é relacionada com a enfermagem na medida da divisão técnica do trabalho, ou seja, cada membro da equipe de enfermagem possui funções determinadas. Traz sobre a hierarquia e autoridade definidas, ou seja, as chefias assumem um papel administrativo voltado para os interesses da instituição.A teoria burocrática destaca também sobre sistema de regras e regulamentos que descrevem direitos e deveres dos ocupantes dos cargos, que são instituídos pelo código de ética, sistema de procedimentos e rotinas, pois cada unidade de saúde possui uma rotina que deve ser seguida, promoção e seleção baseadas na competência técnica, dentre outros. A enfermagem, herda da teoria burocrática a excessiva burocratização, a equipe assume características de técnicos especializados, com comportamento e posições definidas institucionalmente, valorizando normas e regras, o comportamento do trabalho é pré-estabelecido, valoriza a divisão do trabalho e há rigidez no cumprimento de normas, o que acaba deixando a humanização de lado muitas vezes. A Teoria das Relações Humanas, vem combater a desumanização do trabalho, o formalismo na administração, oferecendo incentivos psicossociais, por entender, justamente, que o ser humano não pode ser reduzido a esquemas simples e mecanicistas, depositando na motivação a expectativa de levar o indivíduo a trabalhar para atingir os objetivos da organização. Ela defende a participação do trabalhador nas decisões que envolvam a tarefa. Tendo essa teoria, a maior relação com o trabalho gerencial na enfermagem, pois o processo de trabalho da enfermagem não é nada mecanicista, cada pessoa que procura assistência deve ser tratada de forma individualizada, não é somente seguir um protocolo passo a passo como uma receita de bolo pronta. E o profissional da enfermagem precisa ser motivado para que faça seu trabalho com qualidade, além da participação de todos os membros da equipe de enfermagem nas decisões. Nessa teoria, também surge a discussão acerca da importância da liderança e da comunicação na formação do enfermeiro para qualificar o seu trabalho enquanto equipe, assim como acerca do trabalho interdisciplinar. A Teoria Comportamental dá ênfase às ciências do comportamento e na busca de soluções democráticas e flexíveis para os problemas organizacionais, sendo sua maior preocupação com os processos e com a dinâmica organizacional do que com a estrutura. Fatores que o enfermeiro gerencial enquanto líder precisa ter domínio, conhecer sua equipe, sua organização, e saber como organizar essa equipe. O trabalho de enfermagem é caracterizado pelo cuidado, tanto integral como ampliado. Assim, ele é abordado e executado de duas formas distintas: por um lado, o cuidado com foco nos procedimentos e no raciocínio clínico, que é predominante nas práticas de enfermagem e por outro, o cuidado ampliado que agrega os procedimentos e a clínica, a comunicação e interação com os clientes, de forma individualizada a cada paciente e a cada situação em que se encontra. Conclusão: Dessa forma, é preciso que o enfermeiro gerencial e assistencial tenha conhecimento e tenha uma visão crítica das teorias de administração, para entender quais são os lados positivos e negativos de cada teoria que está inserida no seu trabalho. E dessa forma, tente reduzir os pontos negativos juntamente com a sua equipe, principalmente para que não deixe de lado o principal objetivo do seu trabalho, que é o cuidado e o atendimento das necessidades de saúde de cada pessoa que devem ser atendidas de forma humanizada, integral e individualizada. Referências: MATOS, Eliane; PIRES, Denise. Teorias administrativas e organização do trabalho: de Taylor aos dias atuais, influências no setor saúde e na enfermagem. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 15, n. 3, p. 508-514, 2006. FELLI V; PEDUZZI M. O trabalho gerencial em enfermagem. In: Kurcgant (coord). Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. p.1-12. SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. Pearson Prentice Hall, 2008. HAUSMANN, Mônica; PEDUZZI, Marina. Articulação entre as dimensões gerencial e assistencial do processo de trabalho do enfermeiro. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 18, n. 2, p. 258-265, 2009. MININEL, Vivian Aline; FELLI, V.E.A. Gestão e qualidade de vida no trabalho. Proenf. Gestão, v. 1, n. 3, p. 83-111, 2012

    VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL ASSOCIADA AOS FATORES FÍSICOS – VIGIFIS

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    Introdução: A saúde ambiental é composta por aspectos da saúde humana, como a qualidade de vida, determinados por fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos no meio ambiente (U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES, 1998). É definida como uma relação entre o ambiente e o padrão de saúde de uma população. Atualmente, um dos maiores desafios aos pesquisadores, é investigar quais as relações entre as transformações ambientais globais e seus impactos à saúde da população (TAMBELLINI, 1998). Com base nisso, existe a Vigilância em Saúde Ambiental (VSA), na qual consiste em um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, possui como finalidade a identificação de medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Dentro da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental (CGVAM), as áreas de atuação são: Vigilância da qualidade da água para consumo humano (Vigiágua); Vigilância em saúde de populações expostas a poluentes atmosféricos (Vigiar); Vigilância em saúde de populações expostas a contaminantes químicos (Vigipeq); Vigilância em saúde ambiental relacionada aos riscos decorrentes de desastres (Vigidesastres) e Vigilância em saúde ambiental relacionada aos fatores físicos (Vigifis) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). A VIGIFIS atua desenvolvendo modelos de vigilância em saúde ambiental, relacionados à exposição humana e à radioatividade natural elevada. Como resposta às demandas cada vez maiores da população e de profissionais da saúde em regiões com alta concentração de minérios radioativos; bem como na preparação, prevenção e resposta do setor saúde em casos de emergências rádio nucleares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020) Objetivo: A VIGIFIS tem como objetivo a proteção da saúde da população decorrente da exposição a radiações Ionizantes (RI) e não ionizantes (RNI), que se caracterizam pela fonte de exposição, e não pela natureza da radiação (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Metodologia: Esse trabalho foi realizado através de um estudo exploratório descritivo, com o intuito de entender o que é o VIGIFIS e no que a sua existência implica. Através de artigos relacionados com o assunto foi realizado uma observação e análise do conhecimento apresentado na elaboração das publicações utilizadas para o desenvolvimento desta pesquisa. Resultados e discussão: A relação do indivíduo com fatores ambientais (fatores químicos, físicos e biológicos) influenciam sua saúde e está relacionada com aspectos do desenvolvimento social, cultural e econômico. Fatores como localização do domicílio, qualidade da moradia, disponibilidade de meios de transporte interferem no acesso a bens e amenidades ambientais (ar puro, áreas verdes e água limpa) e na exposição a riscos ambientais (enchentes, deslizamentos e poluição), sendo desiguais entre os segmentos sociais e as pessoas (TORRES, 1997). Deve haver interação entre os modelos de vigilância para que ocorra um fortalecimento institucional e rastreamento de questões e problemas. A estruturação da vigilância em saúde ambiental e da saúde do trabalhador no SUS necessita um processo de definição, pactuação social e projeto estratégico que esteja fundamentado na promoção da saúde a partir das ações de vigilância. Deve ser definido qual o papel da sociedade para que ocorra redução de riscos e vulnerabilidades, determinando, como um processo de comunicaçãointeração com a comunidade, sendo que a gestão do território, do processo de produção e de consumo permaneça pautada na agenda política das comunidades, incorporando as questões sanitárias no cenário da sustentabilidade social e ambiental (MACHADO et al, 2011). Devemos nos perguntar se futuramente a vigilância irá mesmo ser capaz de fazer a vigilância, administrar riscos e interferir em situações concretas para proteger a população que está sendo dirigida para um autogerenciamento de saúde em um meio ambiente que pode causar problemas de saúde que ela mesma deve cuidar e administrar (AUGUSTO, 2003). Uma das alternativas adotadas pelo VIGIFIS, é a delimitação de áreas de risco para gerir os possíveis efeitos nocivos da exposição à essas radiações. O Sistema de Informação adotado para o fim de vigilância em saúde ambiental relacionado a fatores físicos é dotado de capacidade de análise convencional e espacial, a fim de possibilitar a determinação de limites territoriais próximos aos pontos de radiação com o objetivo de avaliar o risco em uma determinada área. O VIGIFIS tem como proposta o desenvolvimento progressivo de um modelo de atuação à exposição prolongada a campos eletromagnéticos (emitidos por infraestrutura e serviços de fornecimento de energia elétrica e telecomunicações) bem como a vigilância de fontes radioativas. O programa atua sob o Princípio da Precaução, garantindo uma postura preventiva aos riscos relativos à saúde humana frente à continuidade dos abastecimentos dos serviços necessários à sociedade (SUVISA - SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2020). Considerações finais: Portanto, a VIGIFIS é importante para realizar a proteção da saúde dos profissionais que estão expostos a radiações. Existem fatores ambientais que influenciam o adoecimento das pessoas, como por exemplo, poluentes químicos que contaminam água e alimentos, além do local de moradia que também interfere na qualidade de vida das pessoas. Se faz necessário que sejam realizadas análises para avaliar determinada área que possa estar exposta e adotar medidas que possam diminuir os riscos e exposições à saúde das pessoas que precisam ficar no local ou trabalham em lugares de risco

    DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS PACIENTES PALIATIVOS E FAMÍLIA NA VISÃO DOS ENFERMEIROS

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    Introdução: O cuidado paliativo visa cuidar de indivíduos terminais e seus familiares, sendo um modelo de atenção à saúde criado no ano de 1967, na Inglaterra, por Cicely Saunders (SANTANA et al., 2009). Os cuidados paliativos incluem, além do alívio da dor e de outros sintomas físicos, a atenção a sofrimentos psicossociais e emocionais e o apoio à família até a fase do luto. Isto é particularmente verdadeiro quando pacientes estão em estágios avançados e têm uma probabilidade muito baixa de cura, ou quando estão de frente para a fase terminal da doença. O objetivo do tratamento paliativo é ajudar as pessoas que se encontram na terminalidade a ter paz, conforto e dignidade. Averígua-se a necessidade de cuidados paliativos a fim de ajudar os pacientes que estão no estado terminal a ter conforto, paz e dignidade (SANTANA et al., 2009; WHO, 2007; 2014). Neste contexto, o cuidado de Enfermagem é de suma relevância para o exercício dos cuidados paliativos integrais e humanizados. Observa-se que o cuidado vai além de palavras e conteúdo, já que aprecia a escuta atenta, a postura e o olhar, pois é um método terapêutico constatado poderoso para indivíduos que carecem dele, principalmente os que se exibem em fase terminal (ANDRADE; COSTA; LOPES, 2013). Os cuidados paliativos são uma necessidade humanitária urgente em todo o mundo. Contudo, o cuidado paliativo possui inúmeras dificuldades em sua aplicação, como a difícil comunicação com o paciente paliativo, eleição de um cuidador entre os familiares, apego aos pacientes, falta de tempo e de profissionais para que houvesse cuidado mais caracterizado ao paciente paliativo e sua família. Objetivos: Descrever as percepções de enfermeiros diante das dificuldades enfrentadas pelo paciente paliativo e sua família. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de delineamento qualitativo, do tipo exploratória e descritiva. Recorte de um Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem. O estudo foi realizado junto aos enfermeiros atuantes na unidade de internação, Unidade I, II, IV e UTI de um hospital de referência, localizado na Região Extremo Oeste de Santa Catarina. Nestas unidades, são prestados os cuidados pertinentes aos pacientes paliativos. Dentre os critérios de inclusão dos participantes, foi considerado: ser graduado em Enfermagem. Foram excluídos do estudo os profissionais que se encontravam em algum tipo de afastamento, em virtude de gozo de férias, licença especial, tratamento de saúde ou maternidade. A coleta dos dados aconteceu no mês de abril de 2017, por meio de uma entrevista semiestruturada. As entrevistas tiveram caráter individual e foram realizadas em um espaço que garantisse a privacidade do participante. As entrevistas foram gravadas em aparelho digital com o consentimento do participante de modo a registrar integralmente a fala, assegurando material autêntico para a análise. A análise dos dados foi realizada por meio da Análise de Conteúdo do tipo temática, indicada por Minayo. O estudo respeitou os preceitos éticos que regem a pesquisa com seres humanos, em conformidade com a Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012). O projeto de pesquisa foi aprovado por meio do Parecer Consubstanciado emitido pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Oeste de Santa Catarina, sob o CAAE número 65256217.0.0000.5367 e Parecer número 1.968.812. Resultados e discussão: Participaram do estudo doze enfermeiros, dez do sexo feminino e dois do sexo masculino, que operam na unidade de internação I, II, IV e UTI de um hospital de referência, localizado no extremo oeste catarinense. Em relação à idade dos enfermeiros, esta variou entre 24 e 38 anos e tempo de formação entre um ano e meio a dez anos. Dos entrevistados, nenhum possui especialização na área de cuidados paliativos. De acordo com os enfermeiros entrevistados, uma das grandes dificuldades dos pacientes paliativos e seus familiares é a aceitação da sua condição e do seu diagnóstico. Diante do risco de morte, a negação pode estar presente e é comum que isto ocorra no começo de um diagnóstico paliativo, até no fim da vida. O tempo de permanência no estágio de negação à morte dependerá de diversos fatores, incluindo estrutura de personalidade, apoio familiar, apoio social, tipo de cultura, idade, forma de comunicação do diagnóstico, entre outros. O fato mais desconcertante é que a morte é um lugar inacessível aos que estão vivos e sobre ela, tanto doutrinas filosóficas quanto religiosas, vem debruçando-se em reflexões, na tentativa de explicar, clarear e entender seu objetivo, tentando minimizar os medos e as dores da perca de um ente querido (MENDES; LUSTOSA; ANDRADE, 2009). Para os familiares dos pacientes com diagnóstico paliativo é uma jornada bem devastadora, pois deixam suas rotinas, seus trabalhos, sua vida para cuidar do familiar que a cada dia vão se degradando na doença que acaba tomando conta deles. Quando o paciente recebe o diagnóstico de doença paliativa, a família sofre junto com ela e o impacto é sempre muito doloroso. As reações são diferentes entre os grupos familiares, como a negação, reserva e fechamento ao diálogo. Desse modo, se faz necessário compreender estas reações para um cuidado de Enfermagem efetivo, valorizando as crenças, ansiedades, medos e experiências vivenciadas pelo paciente e família (SORATTO, 2013). Outra dificuldade se refere a perda da autonomia e da independência dos pacientes, o que os deixa mais fragilizados. Quanto mais a doença progride e a morte se aproxima, o paciente torna-se cada vez mais dependente de auxílio do familiar e/ou cuidador. Isso pode sobrecarregar o cuidador, dependendo das tarefas relacionadas aos cuidados e o tempo envolvido em sua prestação, que condiz com a sua experiência e aos sentimentos sobre essa função (MARCHI; CARREIRA; SALES, 2015). Dentre as dificuldades relatadas pelos enfermeiros, encontra-se a dificuldade de comunicação com o paciente paliativo, pois muitos não conseguem falar, o que pode dificultar o cuidado prestado e o entendimento das necessidades do paciente por parte da equipe de saúde e dos familiares. É importante destacar que o cuidado não se restringe somente ao ato de prestar alguma ação para alguém, mas de saber compreender suas necessidades, mesmo que não haja comunicação verbal (SOUZA; WEGNER; GORINI, 2007). Quando o paciente é diagnosticado com uma doença terminal uma das dificuldades é de eleger um cuidador entre os familiares, pois esta pessoa precisará se dedicar muito para realizar suas tarefas e cuidar do doente que dependerá completamente dele. Cuidador é a pessoa que realiza essa função de fazer o possível para que o paciente tenha conforto físico, social, psíquico e espiritual. O cuidador desenvolve um papel essencial para que os cuidados paliativos proporcionem bem-estar e qualidade de vida ao paciente no processo de morte e morrer. É comum que, em muitos casos, o cuidador enfrenta dificuldades ao oferecer o cuidado paliativo. Essas dificuldades podem estar relacionadas a questões de recursos materiais, questões físicas, emocionais, mentais e espirituais (SORATTO, 2013). A família do paciente que recebe diagnóstico de doença terminal, também tem suas dificuldades em aceitar essa condição, conforme ocorre a degradação do corpo por parte da doença, vai se tornando mais difícil aceitar que o familiar não conseguirá se curar. As fases do processo de doença paliativa devem ser enfrentadas de modo a minimizar a dor e o sofrimento que essa condição impõe. Daí a importância de se oferecer cuidados paliativos de qualidade, o que inclui, em sua última etapa, os cuidados ao fim da vida (SILVA, 2016). Considerações finais: Dentre as principais dificuldades enfrentadas pelos pacientes, os enfermeiros citam a não aceitação do diagnóstico da doença e da condição paliativa, a perda da autonomia e independência, o afastamento do lar, da família, dos amigos e do trabalho para encarar a rotina hospitalar e a dificuldade de comunicação. Sobre as principais dificuldades enfrentadas pelos familiares dos pacientes paliativos, os enfermeiros mencionam também a não aceitação do diagnóstico da doença e da condição de paliatividade do ente querido, o desgaste e o adoecimento da família que cuida desse paciente e a dificuldade em encontrar um cuidador capacitado para cuidar do seu familiar que encontra-se na terminalidade. Cabe ao enfermeiro prestar um atendimento digno a esses pacientes e familiares, a fim de tentar amenizar esse processo doloroso e desgastante. É importante atentar para as práticas humanísticas que envolvem os cuidados paliativos, sabendo ouvir, ofertando suporte e apoio, respeitando decisões, estando presente e ter empatia com o paciente e familiares. Com isso, tanto paciente e família quanto o profissional se fortalecerão e poderão encontrar a melhor de enfrentamento diante do processo de morte e morrer

    DIFICULDADES ENFRENTADAS PELAS MULHERES DURANTE O PROCESSO DE PARTURIÇÃO

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    Introdução: A gestação é considerada um fenômeno significativo na vida de uma mulher. A medida que evolui, a futura mãe apresenta alterações fisiológicas, emocionais e psicológicas que vão se exacerbando com a proximidade do parto, que gera na mulher um temor à morte, à dor e ao parto traumático, além do surgimento de dúvidas e medos em relação ao bebê (MILBRATH et al., 2010). A partir da vivência destas alterações físicas e emocionais, as mulheres buscam assistência para as suas necessidades durante a gestação e o parto, trazendo consigo expectativas e preocupações (PIRES et al., 2010). Neste contexto, cabe ao profissional de saúde, em especial o enfermeiro, preparar a parturiente para o parto, para que ela possa vivenciar esse momento com autonomia e segurança e para que dessa forma, não ocorra a exacerbação dos seus medos e anseios. A confiança depositada nos profissionais é capaz de gerar na parturiente o sentimento de segurança, pois sentir-se cuidada durante o parto pode fazer com que a mulher tenha a sensação de que seu filho será bem cuidado (MILBRATH et al., 2010). Entretanto, são várias as dificuldades que as mulheres ainda passam ao enfrentar esse momento. Objetivo: Identificar as principais dificuldades enfrentadas pelas mulheres durante o processo de parturição. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo descritivo-exploratório. O estudo foi realizado junto às mulheres que vivenciaram o processo de parturição, pertencentes à área de abrangência das Estratégias de Saúde da Família (ESF) localizadas no município de São Miguel do Oeste (SC). Os critérios de inclusão foram: a) ser maior de 18 anos; b) estar em período puerperal; e, c) pertencer à área de abrangência de uma das ESFs localizadas no município de estudo. Assim, para se ter acesso a essas informações entrou-se em contato com a Secretaria Municipal de Saúde do município, a fim de solicitar permissão para a realização deste estudo. Após seu consentimento, o projeto foi encaminhado para avaliação e aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC). Logo depois da sua aprovação, foi realizada uma conversa com os enfermeiros das unidades para se identificar as possíveis participantes da pesquisa e em seguida, foi realizada consulta aos prontuários em consonância com os aspectos éticos. O convite para as participantes foi realizado por meio de contato telefônico, para agendamento das datas e horários das entrevistas, as quais foram realizadas na residência das participantes. Para a produção dos dados foi empregada uma entrevista semiestruturada, realizada no mês de julho de 2017. As entrevistas foram individuais, gravadas em áudio e transcritas de forma literal para fins de análise. Para análise dos dados obtidos, foi utilizada a análise de conteúdo do tipo temática, proposta por Minayo, dividida em três fases: pré analise, exploração do material, tratamento dos resultados obtidos, e interpretação (MINAYO, 2014). Para o desenvolvimento da pesquisa foram observados os aspectos éticos conforme a Resolução Nº466/12 do Conselho Nacional de Saúde. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Oeste de Santa Catarina, sob o CAAE número 69801417.1.0000.5367 e Parecer número 2.149.846. Resultados e discussão: fizeram parte do estudo doze puérperas, com faixa etária entre 18 e 39 anos e o período de puerpério variando de sete a quarenta dias. Quanto ao estado civil, seis são casadas e seis são solteiras. No que se refere à escolaridade, uma possui ensino fundamental incompleto, uma ensino fundamental completo, sete ensino médio completo e três possuem ensino superior completo. A experiência da parturição, para a maioria das mulheres entrevistadas, configurou-se como uma vivência marcada pela dor, pelo medo da dor e do sofrimento, havendo grande referência à intensidade da dor, descrita como uma dor insuportável, inexplicável, horrível e anormal. A ansiedade e o medo podem aumentar a percepção de sua intensidade, uma vez que se apresenta de forma individualizada e varia de acordo com a experiência da parturiente (OLIVEIRA et al., 2010). Além disso, os comentários de outras pessoas acabaram por repercutir de forma negativa a expectativa criada sobre o momento do parto, contribuindo para o aumento da ansiedade e o medo do desconhecido. O medo do desconhecido está presente principalmente em mães de primeira viagem, as quais se deparam com situações ainda não experimentadas na vida, sentindo-se mais vulneráveis, necessitando de maior apoio e auxílio emocional. Ainda, umas das dificuldades encontradas é a falta de um acompanhante nesse momento tão importante para a vida da mulher. Esse acontecimento pode resultar em vivências negativas na vida da parturiente, marcadas pelos sentimentos de solidão, medo, ansiedade e insegurança. Sendo que os maiores níveis de satisfação com o parto são encontrados na presença de um acompanhante, principalmente quando a escolha deste for realizada pela mulher (VELHO; SANTOS; COLLAÇO, 2014), além de ser um direito garantido por lei, a qual foi desenvolvida pelo Ministério da Saúde. Sentimentos como angústia, ansiedade e insegurança podem ser consequências do parto ser realizado em ambiente hospitalar, pois este ambiente acaba se tornando um ambiente estranho para a mulher e sua família (CARRARO et al., 2008). São vários os benefícios trazidos quando a mulher opta por ter um parto normal, no entanto, o medo de morrer, de não suportar a dor e o sentimento de incapacidade de parir acabam tornando as mulheres vulneráveis, o que acaba estimulando a escolha pelo parto cesárea (COPELLI et al., 2015). Segundo as mulheres entrevistadas, a maioria  acredita ser a pior dor sentida e maior do que imaginavam. Junto com a dor, pode acontecer a violência obstétrica, considerada qualquer prática realizada pelo profissional da saúde que envolve o corpo e os processos reprodutivos da mulher. Sabe-se que esse tipo de violência ocorre através de xingamentos, humilhações, ofensas, comentários que falte com respeito à mulher, fazendo com que ela se sinta humilhada e abandonada, o que pode ser observado através de algumas entrevistas realizadas. Outra dificuldade enfrentada foi a consulta de pré-natal, que foi realizada de forma inadequada, na qual os profissionais não repassam as informações necessárias para as gestantes, fazendo com que elas fiquem desassistisdas e ansiosas pela falta de orientação. Duas das entrevistadas mencionaram a falta de privacidade que tiveram de vivenciar, sendo que quanto maior a privacidade, melhor o trabalho de parto, pois a mulher conseguirá se entregar de forma mais profunda para esse momento especial. Outra dificuldade relatada se refere ao excesso de visitas que a mulher recebe após o nascimento do bebê. No período pós-parto a mulher ainda se sente muito cansada por todo processo que passou durante o trabalho de parto, e é necessário uma compreensão por parte dos visitantes ou mesmo orientação para que deixem a mãe e o filho descansarem. Muitas das entrevistadas atribuem como uma dificuldade vivenciada durante a parturição, a falta de atenção demandada pelos profissionais de saúde, os quais deixam de lado a sensibilidade que envolve o cuidar do outro. Além disso, outro empecilho foi para amamentar seu filho após o parto. Sabe-se que o aleitamento materno é muito importante para a criança ter um desenvolvimento saudável. Porém, logo após o nascimento do bebê, pode haver sua resistência em pegar o seio da mãe, normalmente devido às mudanças que ocorreram e até que ele se acostume com sua nova rotina. Desse modo, o puerpério se caracteriza como um momento difícil para a mulher, onde ela vive novas experiências, como amamentar, cuidar da criança e do lar, ser esposa e mãe (EDUARDO et al., 2005). Considerações finais: Como pôde ser observado, são várias as dificuldades enfrentadas pelas mulheres nesse momento tão importante e marcante em suas vidas. Assim, a Enfermagem tem um papel primordial durante esse momento, sendo responsável por prestar um atendimento humanizado, ouvir seus medos e anseios e tentar amenizá-los, transmitir apoio, carinho e atenção. Além de garantir que todos seus direitos sejam respeitados. Dentre as principais dificuldades vivenciadas pelas puérperas, destaca-se a dor sentida no processo de parir, a falta de privacidade, a falta de atenção da equipe de saúde, o excesso de visitas após o nascimento do bebê, a amamentação e a recuperação pós-parto. Tais fatores influenciaram no desenvolvimento de sentimentos negativos, o que ressalta a importância da Enfermagem em trabalhar não apenas com os aspectos físico e biológico, mas com toda gama de sentimentos inerentes à porção psicológica da mulher, cuidando da parturiente com uma visão holística de tudo que a cerca
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