12 research outputs found

    Tuberculosis incidence among people living with HIV/AIDS with virological failure of antiretroviral therapy in Salvador, Bahia, Brazil

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    Antiretroviral therapy for HIV has led to increased survival of HIV-infected patients. However, tuberculosis remains the leading opportunistic infection and cause of death among people living with HIV/AIDS. Tuberculosis has been shown to be a good predictor of virological failure in this group. This study aimed to evaluate the incidence of tuberculosis and its consequences among individuals diagnosed with virological failure of HIV. This was a retrospective cohort study involving people living with HIV/AIDS being followed-up in an AIDS reference center in Salvador, Bahia, Brazil. Individuals older than 18 years with HIV infection on antiretroviral therapy for at least six months, diagnosed with virological failure (HIV-RNA greater than or equal to 1000 copies/mL), from January to December 2013 were included. Tuberculosis was diagnosed according to the criteria of the Brazilian Society of Pneumology. Fourteen out of 165 (8.5%) patients developed tuberculosis within two years of follow-up (incidence density = 4.1 patient-years). Death was directly related to tuberculosis in 6/14 (42.9%). A high incidence and tuberculosis-related mortality was observed among patients with virological failure. Diagnosis of and prophylaxis for tuberculosis in high-incidence countries such as Brazil is critical to decrease morbidity and mortality in people living with HIV/AIDS. Keywords: Tuberculosis, Virological failure, HIV infectio

    PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM INFECÇÃO POR GONOCOCOS RESISTENTES AO CIPROFLOXACINO ATENDIDOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA ESTADUAL PARA INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NA BAHIA

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    Introdução: De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a gonorreia é a segunda infecção sexualmente transmissível (IST) bacteriana mais frequente no mundo, gerando um forte impacto econômico e social na população. No Brasil, os dados epidemiológicos sobre a gonorreia são escassos. Nesse contexto, é de suma importância conhecer as características clínicas e epidemiológicas dos indivíduos acometidos pela doença. Objetivo: Descrever o perfil clínico e epidemiológico de pacientes atendidos entre outubro/2015 e dezembro/2016, em um centro de referência para IST na Bahia com diagnóstico de uretrite gonocócica resistente a ciprofloxacino. Método: Trata-se de um estudo de corte transversal envolvendo pacientes com diagnóstico de uretrite gonocócica, confirmada por métodos laboratoriais e com perfil de sensibilidade a antibióticos, que participaram de um programa sentinela multicêntrico, ocorrido entre outubro/2015 e dezembro/2016. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa em dezembro de 2018. Os dados foram obtidos através da revisão de prontuários. Foi realizada uma análise descritiva e estatística inferencial visando verificar associações entre a presença de resistência a ciprofloxacino com outras variáveis. Resultados: Noventa e nove participantes foram incluídos no estudo. Foi encontrada resistência a ciprofloxacino em 53 pacientes. A média de idade dos pacientes com gonococos resistentes a ciprofloxacino foi de 25 anos. Desses pacientes, 64,2% eram pardos, 50,9% heterossexuais, 98,2% solteiros e procedentes da capital. Corrimento e disúria foram os sintomas mais frequentes e o esquema de tratamento empregado em maior escala foi a associação ciprofloxacino e azitromicina. A taxa de infecção pelo HIV entre os resistentes foi de 5,7% e por sífilis de 13,2%. Não houve casos de infecção pelo vírus HTLV e Hepatites B ou C. A história de gonorreia prévia foi um fator associado à ocorrência de resistência, sendo estatisticamente significante (p < 0,05). Conclusão: Entre os pacientes com gonorreia resistente a ciprofloxacino predominaram os adultos jovens, heterossexuais, pardos e solteiros. O número de coinfectados por gonorreia e sífilis foi alto. Não houve disparidades relevantes entre fatores clínicos e epidemiológicos apresentados pelos pacientes dos grupos resistente e sensível. Foi encontrada associação entre passado de gonorreia e infecção por cepas resistentes, sugerindo que o uso prévio de antibiótico teve correlação com resistência

    PREVALÊNCIA DE SÍFILIS E COINFECÇÃO COM HIV NA POPULAÇÃO TRANSGÊNERO ACOMPANHADA NO AMBULATÓRIO MULTIDISCIPLINAR DE ATENÇÃO À SAÚDE DA POPULAÇÃO TRANSGÊNERO NO CENTRO ESTADUAL ESPECIALIZADO EM DIAGNÓSTICO, ASSISTÊNCIA E PESQUISA - BAHIA (CEDAP-BA)

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    Introdução/Objetivo: Segundo o Ministério da Saúde, em 2021, foram registrados no Brasil mais de 167 mil novos casos de sífilis adquirida, e até junho de 2022, somaram-se mais 79.587 casos. Em 2018 foi relatado prevalência de sífilis de 26,9% em homens que fazem sexo com homens, valores 355 vezes maiores que os da população geral brasileira, com variação de 30 a 75% em mulheres transgênero, dependendo da região do país. É conhecida a dificuldade de acesso da população transgênero a serviços de saúde, que leva a escassez de dados deste recorte populacional e influi negativamente no planejamento de assistência e promoção da qualidade de vida. Este estudo objetiva contribuir para o conhecimento da saúde da população transgênero, provendo dados para a melhoria da assistência. Métodos: Trata-se de um estudo original, descritivo e de corte transversal, com amostragem por conveniência, não probabilística. Os dados foram coletados a partir de questionários elaborados para um estudo de coorte em atenção à saúde das pessoas transgênero atendidas no CEDAP. A população inclui todos os homens e mulheres transexuais, travestis, gênero Queer e não binário cadastradas no CEDAP, maiores de 18 anos, em acompanhamento ambulatorial, que tenham assinado o termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: Foram colhidos 108 questionários. A maioria dos participantes foram mulheres trans, heterossexuais, negras, que se relacionavam com homens cisgêneros. Dos pacientes testados para sífilis, 53,8% apresentaram teste rápido (treponêmico) reagente e 62,7% VDRL reagente, sendo esses, 100% mulheres trans. Cerca de 30% dos pacientes apresentaram ambos os testes treponêmico e VDRL positivos (infecção recente) e 27,8% tinham coinfecção entre HIV e sífilis. Os pacientes envolvidos foram majoritariamente heterossexuais e relataram relações com homens cis. Essas informações associadas ao baixo uso de preservativos em todas as relações sexuais são fatores de risco para a incidência de infecções sexualmente transmissíveis em mulheres transgêneros. Tais dados se refletem na alta taxa de prevalência de sífilis encontrada na população estudada, muito superior à da população geral, somando-se ao fato de que todos os testes reagentes ocorreram em mulheres trans. Conclusão: Os dados obtidos reforçam a necessidade de campanhas educacionais para prevenção da sífilis, além do tratamento e acompanhamento desse recorte populacional, que se mostra mais sujeito aos fatores de risco dessa patologia

    TRANSMISSÃO VERTICAL, RETENÇÃO E ADESÃO AO TRATAMENTO DO HIV NO CONTEXTO DA MATERNIDADE EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA, SALVADOR, BAHIA

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    Introdução: A transmissão de infecção pelo HIV de mãe para filho, durante a gestação, o trabalho de parto, o nascimento e o aleitamento ainda constituem um grave problema de saúde pública no Brasil. O objetivo geral do presente estudo foi investigar a transmissão vertical (TV), retenção ao tratamento de HIV e adesão à medicação antirretroviral de mulheres nos na gestação e primeiros doze meses após o parto. Método: Este é um estudo do mundo real, baseado em uma amostra de conveniência obtida em centro especializado na assistência às gestantes com HIV na Bahia (Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa, CEDAP). Desenho longitudinal, retrospectivo, com coleta de dados das gestantes maiores de 18 anos, em acompanhamento pré-natal no CEDAP nos anos de 2015 e 2018, com seguimento de até 12 meses no pós-parto. Além disso, foram avaliados os neonatos expostos ao HIV até o desfecho sobre a TV. Resultados: Participaram 235 mulheres com HIV, 42,6% gestantes em 2015 e 57,4% em 2018. A média de idade foi 28,4 (±6,7) e variou de 18 a 41 anos. As gestantes, em sua maior parte, tinham baixo nível de escolaridade, eram solteiras, se autodeclararam pretas e pardas, procedentes de Salvador e com diagnóstico do HIV anterior à gestação atual. A gravidez foi não planejada, para a maioria, e muitas tiveram diagnóstico de sífilis no período do acompanhamento pré-natal. A taxa de não detecção da carga viral (CV) foi superior a 60% no período mais próximo do parto, e mais de 90% estavam com adequação às recomendações do protocolo de prevenção da TV. No entanto, observou-se redução nas taxas de adesão e retenção (53% e 28%, respectivamente), considerando os períodos pré e pós-parto. A taxa de TV foi de 2,6% e a CV do parto, não detectável, foi considerada fator de proteção para transmissão vertical (p = 0,014; RR = 0,928). As gestantes não experimentadas e aquelas que tiveram diagnóstico de sífilis no período pré-natal apresentaram maior risco de TV para o RN (p < 0,01; RR = 1,1; p < 0,01; RR = 6,4, respectivamente). Conclusão: As gestantes que descobrem o HIV na gestação e aquelas com diagnóstico de sífilis no período pré-natal apresentaram maior risco de TV para o RN. Por outro lado, a CV não detectada pré-parto foi considerada fator de proteção para transmissão vertical. Os resultados encontrados apontam um melhor desempenho das mulheres durante o período do pré-natal do que no período do pós-parto

    IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA ASSISTÊNCIA AMBULATORIAL A PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS- EXPERIÊNCIA DO CENTRO ESTADUAL DE REFERÊNCIA NA BAHIA, BRASIL

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    Introdução/Objetivo: A pandemia de COVID-19 causou prejuízos na qualidade assistencial a Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (PVHA) no Brasil e no mundo, sendo que a dimensão deste impacto ainda não foi plenamente mensurada. Este estudo avaliou o impacto da pandemia no tratamento de PVHA no Centro Estadual de Referência da Bahia, considerando os aspectos clínicos, de adesão à terapia antirretroviral (TARV) e de falhas terapêuticas, com base na assistência pré-pandemia. Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal e retrospectivo oriundo do Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa, de 03/2018 a 02/2022. Foram analisadas a adesão à TARV, a frequência de consultas médicas e as falhas terapêuticas. Os dados foram coletados de prontuários e sistemas de informações nacionais. Foram incluídas PVHA em seguimento no centro com diagnóstico de HIV, maiores de 18 anos e com retirada de TARV 3 meses antes do estudo. A seleção foi por amostragem aleatória simples, em uma população de 357 PVHA do Estudo de Coorte Ambispectiva em pacientes HIV acompanhados em um Centro de Referência na Bahia, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. O cálculo amostral considerou um erro padrão de 5%. Resultados: A amostra foi composta por 162 participantes que atenderam aos critérios de inclusão, com cerca de 51,2% de indivíduos do sexo masculino (média de 49,73 anos; ± 10,62 anos). Houve uma redução significativa na taxa de consultas médicas, de exames de carga viral e linfócitos T CD4, assim como na adesão à TARV, quando comparado ao ano pré-pandemia com o primeiro ano de pandemia (média de 0,74; ±2,67; p < 0,05). A taxa de falhas virológicas manteve-se estável, mas houve um menor número de exames realizados durante a pandemia. A proporção de PVHA sem nenhuma dispensa de ARV no ano aumentou 4 vezes entre o período pré-pandemia e o período de vigência da pandemia (p < 0,05), apesar do centro ter um funcionamento pleno da farmácia, distribuição otimizada de ARV e atendimento clínico com triagem nos primeiros 2 meses de pandemia, seguido de atendimento universal. Conclusão: Este estudo evidenciou impactos importantes na adesão à TARV, na realização de exames e de consultas médicas ambulatoriais na pandemia, apesar das medidas adotadas. Tais resultados ratificam a necessidade de serviços especializados em cuidado a PVHA desenvolverem novas estratégias com o objetivo de mitigar falhas no tratamento em situações-limite, como pandemias ou emergências de doenças infecciosas

    ALTERAÇÃO NO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC) APÓS SIMPLIFICAÇÃO TERAPÊUTICA COM LAMIVUDINA (3TC) E DOLUTEGRAVIR (DTG) EM PESSOAS VIVENDO COM HIV ATENDIDOS EM UM SERVIÇO ESPECIALIZADO DE SALVADOR, BAHIA

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    Introdução: A terapia dupla 3TC/DTG em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) mostrou-se efetiva a longo prazo. No entanto, o ganho de peso e as alterações da composição corporal associados ao uso do DTG tem sido relatado em estudos recentes. Objetivamos avaliar, em um período de dois anos, as alterações no peso e no IMC, entre PHVIV, após a simplificação da terapia antirretroviral (ARV) para 3TC/DTG. Métodos: Estudo longitudinal prospectivo da utilização na prática clínica de esquema ARV simplificado com 3TC/DTG em maiores de 18 anos, em acompanhamento no CEDAP, entre 2019 e 2022, com avaliação do peso e do IMC antes e após 96 semanas da simplificação. Foi definido o estado nutricional segundo o IMC: baixo peso (30). O “sucesso virológico” foi considerado para carga viral (CV) <50 cópias/mL e a “adesão suficiente” foi definida por retiradas dos ARV superiores a 80%. O cálculo amostral considerou o poder estatístico de 80% e erro de 5%, com amostragem aleatória simples. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Sesab. Resultados: Um total de 178 PVHIV que fizeram simplificação para a terapia dupla com 3TC/DTG foram incluídos na análise. Prevaleceram o sexo masculino (61,8%), com média de idade de 50,4 ± 12,6 anos, autodeclarados negros ou pardos (84,3%) e residentes em Salvador (83,7%). A média de tempo de diagnóstico de infecção pelo HIV foi de 11,4 (±5,8) anos e 9,5 (±6,1) anos sob terapia ARV. A CV-HIV manteve-se indetectável após 2 anos da simplificação em 98,9% dos casos. Observamos uma diferença média de 1,3 ± 4,5 kg no peso (p < 0,01) e de 1,1 ± 3,9 kg/m² no IMC (p < 0,01), após a simplificação. Em 73 (41,0%) pacientes com ganho de ao menos 2 kg de peso absoluto (média de 4,7 ± 2,3 kg). Não houve diferença na avaliação do peso ou estado nutricional considerando o sexo ou faixa etária. Conclusão: Verificamos que os indivíduos que simplificaram a TARV com 3TC/DTG apresentaram aumento no peso e no IMC, apesar do sucesso virológico. Esses resultados evidenciam a importância da orientação no atendimento às pessoas vivendo com HIV relacionados às possíveis alterações na massa corporal e riscos no desenvolvimento de outras comorbidades, principalmente a obesidade. Futuras análises com controle de indicadores clínicos e bioquímicos, bem como a alimentação e a realização de atividades físicas podem minimizar possíveis interferências desses fatores nos resultados de alteração do IMC com uso do DTG

    FATORES ASSOCIADOS ÀS MUDANÇAS DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL INICIAL EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA NA BAHIA – BRASIL

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    Introdução/Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar os fatores associados às mudanças da terapia antirretroviral (TARV) inicial dos indivíduos acompanhados no serviço de referência estadual em Salvador, Bahia. Métodos: Estudo longitudinal, incluindo todas as PVHIV, maiores de 18 anos, matriculadas no Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (CEDAP) em 2017 e em uso de TARV. Foram analisadas mudanças ocorridas até 31/12/2022. Os dados foram extraídos dos prontuários e de sistemas nacionais (SISCEL e SICLOM). Foram coletados variáveis epidemiológicas, clínicas, tratamento, motivo da troca, adesão suficiente (superior a 80% das retiradas de ARV na farmácia), sucesso virológico na troca (carga viral inferior a 50 cópias/mL) e óbito. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Sesab. Resultados: Foram incluídos 493 indivíduos em TARV. A idade média foi 36,8±10,8 anos e variou de 18 a 73 anos. Prevaleceu o sexo masculino (64,1%), autodeclarados negros e pardos (84,6%), com até 8 anos de estudo (48,2%), residentes em Salvador (78,7%). O tempo médio de seguimento foi 154 semanas. A TARV inicial mais frequente foi a combinação de lamivudina (3TC) + tenofovir (TDF) + Dolutegravir (DTG) (60,4%), seguido de 3TC+TDF associado ao Efavirenz (25,0%) ou Atazanavir/ritonavir (4,9%). Ocorreram 173 trocas de esquema inicial, com tempo médio 50 semanas entre o início da TARV e a troca. As mudanças foram menos frequentes na TARV inicial baseada em DTG (15,9%) do que naquela sem DTG (65,1%), com risco 2,4 vezes maior de necessitar mudança na TARV (p 0,05). A reação adversa ao DTG ocorreu em 15,2%, com ocorrência de alteração no padrão de sono, peso e tontura. O EFV foi associado a 29,9% de reações como alucinação, alteração no padrão de sono, ansiedade e depressão. Houve associação negativa entre a ocorrência de trocas e insucesso virológico (p < 0,01; IC 1,6-3,9). Foram observados 39 óbitos na amostra e, em 16 casos (41,0%), houve mudança de tratamento. Conclusão: O principal determinante das mudanças de TARV inicial foi a ocorrência de RAM. A maioria dos pacientes mudou a TARV inicial uma única vez. A TARV inicial baseada em DTG reduz a necessidade de mudanças no tratamento e favorece a manutenção do sucesso virológico

    SIMPLIFICAÇÃO TERAPÊUTICA COM LAMIVUDINA (3TC) E DOLUTEGRAVIR (DTG) EM PESSOAS VIVENDO COM HIV NA BAHIA: DADOS DE VIDA REAL

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    Introdução/Objetivo: A terapia dupla 3TC/DTG (lamivudina/dolutegravir) em pessoas vivendo com HIV (PVHIV), estáveis e com supressão viral, foi liberada no Brasil em 2019. Os estudos com pacientes virgens de tratamento ou experimentados apresentaram excelentes resultados de supressão virológica a longo prazo. Objetivamos avaliar a supressão virológica de PVHIV em simplificação terapêutica com 3TC/DTG no CEDAP (Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa). Métodos: Estudo longitudinal prospectivo da utilização na prática clínica de esquema antirretroviral (ARV) simplificado com 3TC/DTG há pelo menos 6 meses em PVHIV, maiores de 18 anos, em acompanhamento no CEDAP, entre 2019 a 2022, com carga viral (CV) pós simplificação disponível. Foi utilizada a CV para avaliação da resposta terapêutica e considerados “sucesso virológico” CV < 50 cópias/mL nas semanas 48 (sem48) e 96 (sem96) após a simplificação. A adesão foi avaliada pelo número de retiradas dos ARV e definida como “adesão suficiente” para retiradas superiores a 80%. O cálculo amostral considerou o poder estatístico de 80% e erro de 5%, com amostragem aleatória simples. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Sesab. Resultados: A amostra foi composta por 223 PVHIV em uso de 3TC/DTG até 2022, com média de idade de 50,5 (±12,4) anos, 65,0% do sexo masculino, residentes em Salvador (83,0%), autodeclarados negros ou pardos (82,5%), com até 8 anos de estudo (69,0%). A média de linfócitos CD4 (CD4) pré-simplificação foi de 445,7 (±311,1) células/mm3. O número médio de esquemas ARV foi 3,0 (±1,4) e o tempo médio de tratamento de 9,8 (±5,4) anos até a simplificação. Do total de pacientes 99,1% mantiveram supressão virológica (<50 cópias) na semana 48 e 2 pacientes apresentaram carga viral detectada (1 paciente com CV = 179, que voltou à supressão no exame seguinte; 1 paciente com CV = 15184, com retirada irregular na farmácia por 3 meses antes do exame). Na semana 96, apenas 1 paciente apresentou carga viral detectada limítrofe (CV = 58 com adesão verificada; aguardando novo resultado). No geral, 89,2% (sem48) e 91,9%, (sem96) tiveram adesão suficiente após a simplificação. Conclusão: A simplificação com 3TC/DTG se mostrou uma estratégia segura como opção terapêutica na impossibilidade de uso de outros ITRNs, bem como na prevenção de eventos adversos devido terapia ARV longa. Estudos a longo prazo são necessários para confirmar a manutenção da eficácia

    MORTALIDADE E PRINCIPAIS DESFECHOS CLÍNICOS EM PESSOAS VIVENDO COM HIV: 20 ANOS DE ACOMPANHAMENTO EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA NA BAHIA – BRASIL

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    Introdução/Objetivo: A Coorte ECOAH (Estudo de Coorte Ambispectiva em pacientes HIV acompanhados em um centro de referência na Bahia–Brasil, 2001–2030) visa entender a epidemia por HIV na Bahia. Objetivamos descrever a mortalidade das pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHIV) em 20 anos de acompanhamento no CEDAP (Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa). Métodos: Estudo longitudinal, incluindo todas as PVHIV, maiores de 18 anos, matriculadas no CEDAP, entre 2002 a 2021. Os dados foram obtidos a partir dos registros individuais, com busca ativa de óbito das PVHIV, no Sistema de Informação de Mortalidade com declarações de óbito disponíveis até 31/06/2022. As causas de morte foram agrupadas em 13 categorias baseadas na 10ª edição da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Sesab, com apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Resultados: Ocorreram 21.689 matriculas no CEDAP no período. Do total, 61,0% (n = 13.240) relacionavam-se ao HIV/AIDS em maiores de 18 anos e destas, 48,0% (n = 10.508) foram acompanhadas no centro. A taxa de mortalidade geral foi 19,3% (n = 2026), o tempo médio de seguimento 6,1 anos (±3,9) e a média de idade ao morrer 42,9 (±12,6) anos. Em 5,5% dos casos, os óbitos ocorreram no mesmo ano de matrícula. Prevaleceu o sexo masculino (62,4%), solteiros (57,7%), autodeclarados negros e pardos (79,1%), com até 8 anos de estudo (40,7%), residentes em Salvador (70,7%). O óbito foi mais frequente em hospitais (76,2%) e 5,5% dos casos ocorreram no mesmo ano de matrícula, podendo refletir o acesso tardio ao tratamento e/ou cuidados clínicos. A causa básica associada ao HIV/Aids ocorreu em 63,2%, seguida das causas externas (8,8%), neoplasias (5,3%) e doenças cardiovasculares (5,1%). A tuberculose foi a coinfecção mais frequentemente relatada como causa imediata ou associada ao óbito (8,4%). Considerando os óbitos ocorridos a partir de 2020 (n = 310), cerca de 15% foram associados à infecção pelo coronavírus (COVID-19), reflexo do impacto da coinfecção por COVID nas PVHIV. Conclusão: Os resultados relativos à mortalidade das PVHA acompanhadas no centro de referência da Bahia demonstram que as principais causas de morte nessa população ainda são aquelas diretamente relacionadas ao HIV/Aids, a despeito de dados recentes demonstrando uma redução das mortes associadas ao HIV/Aids
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