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    A trajetória do paladar luso entre os séculos XVII­XVIII: análise de livros de cozinha

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    Buscamos neste trabalho compreender a transição da alimentação portuguesa ocorrida no período entre os séculos XVII­XVIII, influenciada pelas tendências francesas, considerada modelo para grande parte da Europa moderna. Além das alterações de práticas e técnicas culinárias, buscamos observar a modificação dos ingredientes, estes que constituíram o principal foco das inovações. Falar da modernidade é remeter a um período em que os sabores marcantes das especiarias, usadas em abundância, e a pompa excessiva nas apresentações dos pratos, tão características do medievo, deram lugar a sabores mais delicados, com temperos que valorizavam o sabor natural dos alimentos. Com vistas a acompanhar tal processo, tomamos como base de análise de reflexão os dois primeiros livros de cozinha portugueses publicados: Arte de Cozinha (1680), de Domingos Rodrigues, e Cozinheiro Moderno ou Nova Arte de Cozinha (1780), de Lucas Rigaud. Por esse expediente, buscamos esquadrinhar, em linhas gerais, quais foram as transformações ocorridas no paladar português ao longo do período em tela

    Sob as bênçãos da Igreja: o casamento de escravos na legislação brasileira

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    O presente artigo tem como propósito discutir a legislação a respeito de casamentos entre escravos e entre escravos e livres no Brasil do período colonial ao Império. Para tanto, levantou-se o ordenamento legal em vigor até a instauração da República, procedendo-se à leitura da legislação civil que, até 1916, obedecia ainda às ordenações portuguesas intituladas de Filipinas. Como aquela normatização lusitana fora precedida por duas outras, a Afonsina e a Manuelina, buscou-se fazer uma comparação entre esses vários diplomas legais. Além disso, procedeu-se a uma investigação a respeito do assunto nas normas eclesiásticas, sobretudo nas decisões emanadas do Concílio de Trento e nas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia. Tais documentos canônicos concorriam com as disposições civis contidas nas ordenações que disciplinavam o matrimônio no Brasil desde os tempos coloniais e permaneceram influentes mesmo após a Independência. A meta foi conseguir o maior subsídio possível para esclarecer alguns aspectos importantes da instituição matrimonial envolvendo cativos vigente no Brasil até o Império
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