5 research outputs found
Qualidade de vida de adolescentes com osteogênese imperfeita em tratamento no Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz
Made available in DSpace on 2014-07-22T13:16:49Z (GMT). No. of bitstreams: 2
Antilia Januário Martins.pdf: 1137257 bytes, checksum: 159a0e5bfe6dfad2a82e1e8948f1b580 (MD5)
license.txt: 1914 bytes, checksum: 7d48279ffeed55da8dfe2f8e81f3b81f (MD5)
Previous issue date: 2011Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Departamento de Ensino. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.A Osteogênese Imperfeita (OI) é uma doença genética causada por mutações no colágeno tipo I, caracterizada pela fragilidade óssea e fraturas recorrentes, que podem evoluir com graves deformidades e limitações funcionais. Atualmente, o tratamento baseia-se em procedimentos cirúrgico-ortopédicos, na reabilitação fisioterápica e no uso de medicamentos, como os bisfosfonatos, que buscam reduzir a fragilidade óssea. Em 2001, com a aprovação da Portaria 2.305 do Ministério da Saúde, foi implantado o programa de tratamento com o pamidronato dissódico para crianças, adolescentes e jovens com OI na rede pública de saúde no Brasil. No entanto, o tratamento com bisfosfonatos na OI ainda é inovador e os estudos que existem na literatura, em sua maioria, baseiam-se no resultado positivo do uso dos medicamentos e intervenções em relação ao aumento na densidade mineral óssea, diminuição do número de fraturas esqueléticas, diminuição da dor e melhora no crescimento. Poucos estudos buscam avaliar a qualidade de vida, considerado hoje um desfecho importante na área da saúde. Neste sentido, buscou-se avaliar a qualidade de vida dos adolescentes inseridos no programa de tratamento com bisfosfonatos (pamidronato e alendronato) do Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz, através de uma abordagem quantitativa e qualitativa. Participaram deste estudo 37 adolescentes, que na primeira etapa responderam ao instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100) e, seus responsáveis, ao questionário sociodemográfico. Na segunda etapa, os adolescentes participaram do grupo focal. A maioria dos adolescentes tinha idade maior ou igual a 15 anos (62,2%), OI do tipo I (51,4%) e encontrava-se em tratamento ambulatorial fazendo uso de alendronato (59,4%). Não se confirmou a associação entre as características sociodemográficas e o tipo de tratamento e, também, o tipo de OI. Os domínios do WHOQOL-100 que obtiveram os melhores escores de avaliação foram religiosidade/espiritualidade/crenças pessoais (77,6%) e relações sociais (73,7%) e o pior escore foi o do meio ambiente (64,9%). O único domínio que apresentou diferença estatisticamente significativa foi o meio-ambiente entre os tipos de OI (p=0,091). Como não se obteve diferença estatisticamente significante nos domínios, com exceção do meio ambiente, os resultados do WHOQOL-100 sugerem que a percepção que os adolescentes deste estudo têm de sua qualidade de vida independe do tipo de OI (I, III e IV) ou do tipo de tratamento (ambulatório/alendronato e internação/pamidronato). Estes resultados são semelhantes aos do grupo focal, quando se percebeu as relações sociais como a dimensão mais valorizada pelos participantes, o que é comum nesta fase. Estes destacaram as vivências familiares e sociais, muitas vezes, como experiências estigmatizantes em função das marcas que a OI proporciona como a fragilidade, a baixa estatura, as cicatrizes corporais, dentre outras. Estas marcas também afetam o desenvolvimento da sexualidade nestes jovens. Mas a vivência dos adolescentes com OI é muito semelhante e independe da gravidade da doença ou do tipo de tratamento a que estão submetidos. Desta forma, a qualidade de vida é indiscutivelmente uma questão subjetiva, que se estabelece dentro de um contexto social, mas cuja construção não se dá comparativamente nem de forma vertical em relação às marcas da doença, pois um adolescente que possui um marca muito grande pode considerar a sua qualidade de vida melhor do que outro que possui uma marca menor. A qualidade de vida, portanto, não está necessariamente vinculada à marca que o adolescente tem, mas principalmente à forma como ele lida com a marca e enfrenta as barreiras criadas por ela.Osteogenesis Imperfecta (OI) is a genetic illness caused by mutations in the type I collagen, characterized by the bone fragility and recurring fractures, that can result in severe deformities and functional limitations. Currently, treatment encompasses surgical-orthopedic procedures, physiotherapeutic rehabilitation and the administration of bisphosphonates to increase bone mass and reduce the incidence of fractures. In 2001, with the approval of a federal law, a treatment program using pamidronate disodium for children, adolescents and young adults with OI was implemented in the Brazilian public health system. However, bisphosphonate therapy is still innovative and the current studies found in the literature are in their majority focused on the positive results of drugs and interventions regarding the increase in the bone mineral density, reduction of skeletal fractures rates, pain and improvements in the growth patterns. Few studies aim to evaluate the quality of life of these patients, considered today an important outcome in health discussions. The present study had as its objective the evaluation of the quality of life of adolescents enrolled in the bisphosphonate (pamidronate and alendronate) therapeutic program of the Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz, through a qualitative and quantitative approach. The first phase of the study consisted on the administration of the World Health Organization Quality of Life Assessment Instrument (WHOQOL-100) to 37 adolescents and of the sociodemographic questionnaire to parents. The next phase of the study consisted of a focus group. The majority of the adolescents were 15 years of age or older (62,2%), had OI Type I (51,4%) and were on ambulatory treatment using alendronate (59,4%). The association between the socio-demographic characteristics and the type of treatment was not confirmed in addition to the Type of OI. The domains of the WHOQOL-100 that attained the higher scores were spirituality/religion/personal beliefs (77,6%) and social relationships (73,7%) and the worst scores were observed for the environment domain (64,9%). The only domain that presented statistically significant difference when it came to type of OI was environment (p=0,091). The lack of statistical significance within the domains, with the exception of environment, in the WHOQOL-100 suggests that adolescents` perception of their quality of life is independent from type of OI (I, III and IV) and treatment (ambulatory/alendronate and hospitalization/pamidronate). The results are similar those obtained on the focus group, for this technique the social relationships were perceived as the more valuable dimension by the participants, common in adolescence. The subjects point out social and family experiences as frequently stigmatized due to marks associated with OI and such as fragility, decreased stature, bodily scars, amongst others. These marks and blemishes of character also affect the development of sexuality in these adolescents. But the experience of the adolescents with OI is very similar and is independent of the severity of the illness or of the treatment plan. Thus, quality of life is indisputably a subjective construct established in a social context, although its construction can neither be made comparatively nor vertically in relation to the marks present in the disease, thus an adolescent with a very significant mark may have the perception of a better quality of life than another that possesses a smaller mark. Therefore, quality of life is not necessarily associated to the mark the adolescent holds as is the manner in which he/she faces the barriers produced by it
Adolescents with osteogenesis imperfecta - quality of life
Made available in DSpace on 2014-08-26T17:29:09Z (GMT). No. of bitstreams: 2
v11n1a02.pdf: 610762 bytes, checksum: e220af81291c345be975d7c69b538adc (MD5)
license.txt: 1914 bytes, checksum: 7d48279ffeed55da8dfe2f8e81f3b81f (MD5)
Previous issue date: 2014Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Departamento de Ciências Sociais. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Objetivo: Buscou-se, nesse estudo, avaliar a qualidade de vida (QV) dos adolescentes com osteogênese imperfeita (OI) inseridos
no programa de tratamento com bisfosfonatos (pamidronato e alendronato) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da
Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF), unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Métodos: Trata-se de um
estudo exploratório-descritivo, que empregou a abordagem quantitativa. Foram utilizados o Instrumento de Avaliação de
Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100) e um questionário sociodemográfi co. Resultados: Em
relação ao perfi l de 37 adolescentes estudados, 56,8% eram do sexo feminino, 62,2% tinham idade maior ou igual a 15
anos, 51,4% OI do tipo I e 59,4% encontravam-se em tratamento ambulatorial fazendo uso de alendronato. Quanto às
características sociodemográfi cas, houve associação entre: instrução do adolescente e tipo de OI; instrução materna e
regime de tratamento. Os domínios religiosidade/espiritualidade/crenças pessoais e relações sociais obtiveram os maiores
escores (77,6 e 73,7 respectivamente). O pior escore foi o do meio ambiente (64,9), sendo esse o único com p<10 entre os
tipos de OI. Conclusão: Os resultados indicam que os adolescentes estão satisfeitos com sua QV em geral (69,3), porém
com melhor escore entre aqueles do tipo I (77,8) e em tratamento ambulatorial (73,4).Objective: The objective of this study is to evaluate the quality of life (QoL) among adolescents with Osteogenesis
Imperfecta enrolled in the bisphosphonate (pamidronateand alendronate) treatment program run by the Instituto Fernandes
Figueira/Fiocruz. Methods: This descriptive exploratory study deployed a quantitative approach, using the World Health
Organization Quality of Life Assessment Instrument (WHOQOL-100) and a socio-demographic questionnaire. Results:
Among these 37 adolescents, 56.8% were female, 62.2% were 15 years old or more, 51.4% had Type I OI and 59.4%
were on out-patient treatment taking alendronate. The socio-demographic characteristics revealed an association between
adolescent education and OI type, as well as between maternal education and treatment regimens. The religiosity /
spirituality / personal beliefs and social relationships items posted the highest scores (77.6 and 73.7 respectively) with the
environment scoring lowest (64.9). Conclusion: The results indicate that adolescents with OI are satisfi ed with their QoL in
general (69.3), mainly among those with type I (77.8) and under outpatient treatment (73.4)
A concepção de família e religiosidade presente nos discursos produzidos por profissionais médicos acerca de crianças com doenças genéticas
O estudo explora a influência de tradições culturais arraigadas na construção do discurso que médicos do Instituto Fernandes Figueira/Fundação Oswaldo Cruz produzem acerca das crianças com doenças genéticas associadas a malformações congênitas e ao retardo mental, assim como, as reflexões provocadas pelo convívio profissional com tais crianças. Os dados foram coletados através de entrevistas orais do tipo narrativa conversada e do material analisado semioticamente. Os resultados apontaram para quatro tradições culturais muito presentes no discurso médico: a norma, a razão, a família e a religiosidade judaico-cristã. Este artigo, contudo, centra-se nas duas últimas, enfatizando como a concepção da família, principalmente a mitificação da mãe, pode 'tornar invisível' a criança com uma doença genética, como também contribui para que a condição de mulher da mãe fique subestimada diante de sua maternidade. Tais noções imbricam-se com aquelas trazidas pelas tradições religiosas e influenciam as percepções médicas a respeito do paciente e de sua família