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    Dengue nas mulheres em idade fértil : diferenças na evolução da doença em gestantes?

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    Orientadora: Prof. Dra. Silvia Emiko ShimakuraCoorientadora: Prof. Dra. Denise Siqueira de CarvalhoDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Defesa : Curitiba, 30/07/2021Inclui referências: p. 90-103Resumo: Introdução: O aumento do número de casos de dengue mundialmente implica maior exposição de grupos de risco, como gestantes. A infecção por dengue no período gestacional tem sido associada a desfechos desfavoráveis, porém persistem indefinições. O estado do Paraná tem sofrido epidemias que se intensificaram nos últimos anos. Como estratégia de enfrentamento, entre 2016 e 2018, uma campanha da vacinação foi implementada. Desta forma, este estado apresenta um número grande de indivíduos expostos à vacina, o que permite avaliar possíveis contribuições em grupos específicos, como mulheres em idade fértil. Objetivo: Caracterizar os casos de dengue em mulheres em idade fértil, comparando o desenvolvimento da doença entre gestantes e não gestantes. Apresentar os casos de gestantes notificadas por dengue e previamente expostas à vacina, comparando com as gestantes não vacinadas. Métodos: Estudo transversal realizado em duas etapas conforme fator de exposição - gestação e vacina. As fontes de dados utilizadas foram as notificações de dengue ao Sistema de Informações de Agravos de Notificação Obrigatória (Sinan), entre 2016 e 2019, no estado do Paraná/Brasil e o banco de dados de vacinados na Campanha de Vacinação contra dengue do estado do Paraná. Variáveis sociodemográficas, clínicas e laboratoriais foram comparadas entre gestantes e não gestantes. Os desfechos avaliados foram classificação final (dengue, dengue com sinais de alarme ou dengue grave) e hospitalização. Para a análise do fator de exposição gestação as demais variáveis foram analisadas por teste Qui-quadrado, e aquelas com valor de p igual a 0,20 ou menos foram levadas para o modelo de análise múltipla por regressão logística. Para a análise do fator de exposição vacina as demais variáveis foram analisadas por teste Qui-quadrado, e os casos que apresentaram desfecho de interesse são apresentados de forma descritiva. Resultados: Encontrou-se 13.587 mulheres não gestantes e 452 gestantes no período avaliado. As gestantes e não gestantes apresentavam diferenças na distribuição etária, predominando a idade entre 20 e 29 anos entre gestantes. A investigação laboratorial foi mais frequente entre gestantes, e o DENV-2 prevaleceu nos dois grupos. A apresentação de Dengue com sinais de alarme/grave e a hospitalização foram maiores entre gestantes, mas apenas hospitalização apresentou significância estatística. O risco de hospitalização é maior entre as gestantes principalmente entre os casos de dengue de baixa gravidade. A macrorregional também foi relacionada com a classificação final. A hospitalização foi relacionada com ano de notificação, macrorregional, idade e presença de diabetes. A exposição a vacina não alterou significativamente o curso clínico da infecção por dengue entre as gestantes. Observou-se maior prevalência de DENV-2 no grupo de gestantes vacinadas. Conclusão: A gestação não apresentou correlação com maior gravidade na apresentação clínica da dengue. A maior hospitalização das gestantes pode refletir maior atenção a este grupo, e pode ter desempenhado papel protetor, em relação ao desenvolvimento de formas graves da infecção por dengue. O número de gestantes expostas a vacina foi um limitante para avaliação do impacto desta nos desfechos da clínica entre as gestantes, contudo, é possível que a influência desta exposição permaneça nos próximos anos, permitindo avaliações futuras.Abstract: Background: The number of Dengue cases grew globally, leading to greater exposure of people with a high risk of developing severe forms of Dengue infection, such as pregnant women. Dengue infection during pregnancy has been progressively associated with poor pregnancy outcomes. However, the impact of pregnancy in clinical evolution remains uncertain. Paraná state has been through epidemics with increasing severity. A vaccination campaign was conducted between 2016 and 2018. Resulting, many individuals that were expose to this vaccine, allowing assessment of potential contribution in a specific population, as women ate childbearing age. Objectives: This study aims to characterize Dengue cases in childbearing age women, comparing clinical outcomes in pregnant and non-pregnant women and evaluating Dengue clinical outcomes in pregnant women previously exposed to Dengue vaccine. Methods: A cross-sectional study was conducted in two steps according to exposition factors - pregnancy and vaccine. Dengue cases in childbearing women, reported between August 2016 and December 2019 and data from Paraná State Dengue Vaccine Campaign in Paraná were analyzed. Sociodemographic and clinical variables were compared among pregnant and non-pregnant women. The outcomes of interest were severe forms and hospitalization. For evaluating pregnancy, we used the Q-square test and all variables presenting p-value of 0,20 or under were included in the logistic regression. For the evaluation of the vaccine, we used the Q-square test, and cases that resulted in an outcome of interest were described. Results: In the period included in this study, there were 13,587 non-pregnant women and 452 pregnant women. Pregnant and non-pregnant women presented differences in age distribution, and pregnant women were predominantly 20-29 years old. Also, laboratorial investigation in pregnant women was more frequent, and DENV-2 more remarkable in both groups. Dengue with warning signs/Severe Dengue and hospitalizations were greater in pregnant women, but only hospitalization showed statistical significance. Hospitalization was more frequent among pregnant women, mainly in clinical presentations without severity signs. Macroregion also was related to clinical presentation. Hospitalization was related to the year of notification, microregion, age, and diabetes. Among pregnant women, previous vaccine exposition did not modify clinical outcomes. DENV-2 was greater among vaccinated pregnant women. Conclusion: Pregnancy was not related to increased severity of dengue infection. Larger hospitalization of pregnant women may be associated with national and international guidelines and could play a protective role against severe forms to this group. The impact of the Dengue vaccine in clinical outcomes of Dengue infection in pregnant women was restricted by group size. However, the influence of Dengue vaccines may remain in this population in further years and could be assessed in future research
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