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    Biomarcadores de intoxicação humana em trabalhadores rurais expostos à agrotóxicos no Brasil

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    Entre os riscos ocupacionais do trabalho agrícola, destaca-se o uso de agrotóxicos, que estão relacionados às intoxicações agudas, doenças crônicas e problemas reprodutivos. Assim, faz-se necessário estudos nesta temática para monitoramento de incidência de intoxicação pelo uso de agrotóxico em trabalhadores rurais. O objetivo deste estudo foi verificar a frequência de intoxicação por agrotóxicos pela análise de micronúcleo da mucosa bucal de agricultores expostos a esses compostos. Todos os participantes do estudo são do sexo masculino, com idade entre 18 e 59 anos, não fumantes, não etilistas e residem em um município do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Foram coletadas amostras da mucosa bucal para análise de micronúcleos de 27 agricultores na estação do verão, quando há intenso uso de agrotóxicos. Foram confeccionadas três lâminas por indivíduo, coradas com Giemsa, analisadas em microscopio óptico, contadas 1.000 células por lâmina, perfazendo 3.000 células por participante. Foram contabilizadas células com micronúcleo e com anormalidades nucleares. Os dados foram analisados no software estatístico R. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Fronteira Sul. Como resultado principal observa-se que 74,0% dos trabalhadores rurais possuíam mais que três células com micronúcleos em 3.000 células, com diferença significativa comparado ao grupo controle. Isso evidencia intoxicação aguda devido ao uso de agrotóxicos, que pode estar associada ao não uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI), incluindo outros fatores de exposição. Existe, portanto, a necessidade de monitoramento de trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos

    Intoxicação aguda por agrotóxicos em agricultores: comparação entre os métodos de dosagem da colinesterase e de análise por micronúcleo

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    Brazil has a high consumption of pesticides and the State of Rio Grande do Sul has the third most sales of pesticides. Rural workers are exposed directly to pesticides since the management of pesticides is part of their work activity. The study aimed to compare two methods to detect acute pesticide intoxication in farmers: cholinesterase measurement and micronucleus analysis. The research was both quantitative and comparative. Two study groups were defined, an exposed group and a group not exposed to pesticides. Male rural workers, aged between 18 and 59 years, non smokers, and non-alcoholics, who work at least 15 hours per week in agricultural activities using pesticides were selected for the exposed group. The control group was composed of 27 individuals with same characteristics; however, they live in urban areas and do not use pesticides. Each research participant had blood collected in a laboratory located in their city of residency. The blood was analyzed for erythrocyte and plasma cholinesterase as well as other blood tests. In the exposed group, two collections were carried out, one after the application of insecticides and the other after the application of a non-insecticide pesticide. The same blood examinations were performed in the unexposed group only once. Statistical analysis was performed using R software (v. 3.6.3) and considered a significance level of 5%. Results showed that the exposed group had a higher prevalence of micronuclei when compared with individuals in the group not exposed to pesticides. The values for the erythrocyte and plasma cholinesterase tests did not show any significant difference between the groups. Finally, a need to change the Regulatory Norm 31 (NR 31) on health and safety at work in agriculture, livestock, forestry, logging, and aquaculture is observed. Furthermore, discussions of public policies to effectively monitor rural workers exposed directly to pesticides should be encouraged.O Brasil apresenta um alto consumo de agrotóxicos e o Estado do Rio Grande do Sul está em terceiro lugar no ranking dos Estados que mais vendem agrotóxicos. Os trabalhadores rurais fazem parte do grupo exposto diretamente aos agrotóxicos, haja visto que o manejo deste faz parte de sua atividade laboral. O estudo teve como objetivo comparar dois métodos, dosagem da Colinesterase e análise de micronúcleo, para detectar intoxicação aguda por agrotóxicos em agricultores. A natureza da pesquisa é quantitativa e comparativa. Foram definidos dois grupos de estudo, grupo exposto e grupo não-exposto a agrotóxicos. O grupo exposto a agrotóxicos, foi composto por 27 trabalhadores rurais, do sexo masculino, que utilizam agrotóxicos e trabalham no mínimo 15 horas semanais em atividades na agricultura, e que têm entre 18 e 59 anos, não fumantes e não etilistas. No grupo controle, composto por 27 indivíduos com as mesmas características, porém são moradores do meio urbano e não usam agrotóxicos. Para cada participante da pesquisa foi realizada coleta de sangue, em um laboratório localizado no município, para dosagem de Colinesterase Plasmática e Eritrocitária e demais exames de sangue. A coleta do grupo exposto foi realizada em dois momentos, após aplicação de inseticidas e após aplicação de outro tipo de agrotóxico. Os mesmos exames foram realizados no grupo não-exposto uma única vez. A análise estatística foi realizada no software R (v. 3.6.3), considerando o nível de 5% de significância. Como resultados principais, verificou-se que o grupo exposto apresentou maior prevalência de micronúcleo quando comparado com os indivíduos do grupo não-exposto a agrotóxicos. Os valores para os exames de Colinesterase Eritrocitária e Plasmática não apresentaram diferença significativa entre os grupos. Por fim, percebe-se a necessidade de alteração da legislação, Norma Regulamentadora 31 (NR 31), de segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura. E também, fomentar a discussão de políticas públicas para o acompanhamento efetivo de trabalhadores rurais expostos diretamente aos agrotóxicos
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