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Responsabilidade pelo outro : uma abordagem ético-teológica e cultural : Onde está o teu irmão Abel? : Gn 4, 9
A vida humana é uma eterna tentativa de resposta à pergunta existencial que
ecoa de forma mais lúcida no coração do homem, sujeito de liberdade, de dever e, não
obstante, sujeito de responsabilidade. Tal pergunta existencial tem uma dimensão
vertical, ou seja, descendente na medida em que, através da Sagrada Escritura, Deus
interpela a humanidade em geral, e a cada ser humano em particular, sobre o paradeiro
do outro: “onde está o teu irmão... (Gn 4, 9) ”? Doravante, a responsabilidade pelo outro
implica o cuidado, o respeito, a aceitação, o espírito de hospitalidade como valor
humano indiscutível, e, sobretudo, o amor pela pessoa do irmão, que é uma epifania do
divino. A vida humana que, de forma gratuita, recebemos como dom do alto, está
repleta da bondade do próprio Criador. Por isso, não se trata de um direito roubado ou
adquirido, mas sim um direito natural e originário que existe muito antes da nossa
vontade e está enraizado no próprio ser da pessoa humana. A conservação da vida
humana constitui um dos grandes desafios e a base de todos os direitos naturais. Neste
sentido, ela possui, por assim dizer, uma importância particular. E como tal, o direito
mais originário da vida humana é acolher o outro e protege-lo do dano, da violência e,
em última instância, da morte premeditada. Portanto, entre pessoas livres e
independentes, o consciente extermínio do ser humano, isto é, a destruição do primeiro
direito natural da pessoa humana, privando-a, de forma radical, dos seus direitos,
constitui uma aversão ao desígnio do próprio Criador. Por isso, a responsabilidade pelo
outro, aparece como sendo o vínculo de todo o respeito, o amor e a estima pela vida
humana.Human life is an eternal attempt to answer the existential question that echoes
more clearly in the heart of man, subject of freedom, of duty and, evertheless, subject of
responsability. Such na existential question has a vertical dimension, that is, descending
in that, through Holy Scripture, God challenges humanity in general and each human
being in particular about the whereabouts of the other: “where is your brother … (Gen
4, 9)? Henceforth, responsability for the other implies caring, respect, acceptance, the
spirit of hospitality as an undisputed human value, and, above all, love for one´s
brother, which is an epiphany of the divine. The human life which we freely receive as a
gift from above is full of the goodness of the Creator Himself. Therefore, it´s not a
stolen or acquired right, but a natural and original right that exists long before our will
and is rooted in the very being of the human person. The conservation of human life i
sone of the great challenges and the Foundation of all natural rights. In this sense it has,
as it were, a particular importance. And as such, the most original right of human life is
to welcome the other and protect him from harm, violence and, ultimately, premeditated
death. Therefore, among free and independente persons, the conscious extermination of
the human being, that is, the destruction of the first natural right of the human person,
radically depriving him of his rights, constitutes an aversion to the Creator´s own
design. The responsability for the other appears to be the bondo f all respect, love and
esteem for human life