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    A reabilitação respiratória para doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica

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    RESUMO - CONTEXTO: A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é uma doença de elevada prevalência a nível nacional e internacional, mas encontra-se presentemente subdiagnosticada e inadequadamente tratada. A reabilitação respiratória (RR), embora seja uma intervenção-padrão no tratamento da DPOC, é ainda pouco conhecida pelos profissionais e pelos doentes. Em Portugal existem doze instituições com programas de RR, mas terão os médicos de família conhecimento dos mesmos e do tratamento definido pelas guidelines para o doente com DPOC? Terão estes programas capacidade para dar resposta a todos os doentes que beneficiariam de RR? OBJECTIVOS: perceber como participam os doentes com DPOC em RR actualmente em Portugal; conhecer as percepções dos profissionais de saúde acerca da intervenção; identificar os factores que condicionam a acessibilidade do doente com DPOC a RR. MÉTODOS: desenvolvimento e aplicação de dois questionários: a coordenadores de USF – no sentido de avaliar o conhecimento, comportamentos e percepções dos médicos de família (MF) relativamente ao tratamento e gestão do doente com DPOC – e aos responsáveis pelos programas de RR – no sentido de avaliar a capacidade instalada de cada programa de RR, dificuldades de resposta e de participação de doentes com DPOC no mesmo. RESULTADOS: Poucos MF estiverem presentes em actividades de formação sobre a DPOC e parece existir um baixo nível de conhecimento dos MF acerca da RR, em geral, o que se verificou estar correlacionado (p=,000) com a baixa referenciação de doentes com DPOC para RR (9%). A oferta de RR é considerada pela maior parte dos profissionais (MF e responsáveis) como Insuficiente ou Muito insuficiente e o número de doentes com DPOC com recurso a RR anualmente nas instituições participantes é, na maior parte, reduzido (<80). Existe, além disso, um conjunto de importantes determinantes estruturais, associados ao profissional e ao doente que constituem barreiras à referenciação e participação dos doentes em RR. CONCLUSÕES: Verifica-se uma diferença significativa entre o número de doentes com DPOC registados nos cuidados de saúde primários (CSP) e o número de doentes com recurso a RR anualmente e apenas uma pequena percentagem de doentes com DPOC que beneficiariam da participação em RR está, actualmente, a ter acesso a esta intervenção em Portugal, o que pode ser justificado por diversos aspectos, como o grau de conhecimento do médico, dificuldades económicas do doente, entre outros.ABSTRACT - BACKGROUND: chronic obstructive pulmonary disease (COPD) is a nationally and internationally highly prevalent disease, but it is currently underdiagnosed and inadequately treated. Although pulmonary rehabilitation (PR) is a standard treatment for COPD, it is still largely unrecognised by both health care professionals and patients. In Portugal there are twelve institutions with PR programmes, but are family doctors aware of these programmes and of the guidelines for the treatment of the COPD patient? Do these programmes have the necessary capacity to respond to all patients who might benefit from PR? OBJECTIVES: to understand how COPD patients are presently participating in PR in Portugal; to know the perceptions of health professionals about PR; to identify the determinant factors of COPD patients’ accessibility to PR. METHODS: development and application of two questionnaires: to the coordinators of Family Health Care Units – looking to assess the knowledge, behavior and perceptions of primary care physicians regarding the treatment and management of the COPD patient – and to the PR programmes’ coordinators – in order to assess the programmes’ capacity and response, as well as the participation of COPD patients in each. RESULTS: few family doctors attended training sessions on COPD and there seems to be a low level of knowledge about PR in general, which is correlated (p=,000) with the also low referral of COPD patients to PR (9%). The supply of PR is considered by most participating health professionals (both family doctors and PR coordinators) as either Insufficient or Very insufficient and the number of COPD patients who annually participate in PR in responding institutions is, overall, rather low (<80). Moreover, there is an important set of structural, patient and physician-related determinants which hinder the referral to and participation of COPD patients in PR. CONCLUSIONS: there is a significant difference between the number of COPD patients in primary care registers and the number of patients participating in PR annually. Only a small percentage of COPD patients who would benefit from PR is presently having access to this intervention in Portugal, which might be explained by different factors, such as the knowledge of physicians with regards to PR, patients’ economic difficulties, among others
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