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Assessment of the fish communities of the largest coastal reef of the Algarve (Portugal) to contribute to a future Marine Protected Area
Marine protected areas (MPAs) have been widely used as a conservation and fisheries
management tool to protect fish and habitats. Measuring the effects of an MPA is difficult in
dynamic and changing areas such as coastal areas. Yet, assessing the effects of the
implementation of an MPA is essential to evaluate its performance in meeting its goals. For
that, baseline information (before data) is critical to detect any pre-existing differences between
future protection zones and disentangle habitat-associated effects from those related to the
protection measures when the MPA is established. Thus, we carried out an assessment of
commercial demersal fish and invertebrate communities in the largest coastal reef of the
Algarve to contribute to a future MPA: the future Marine Park of the Algarve Reef, also know
as AMPIC (marine protected area of community interest). This future MPA results of an
innovative participatory approach that took almost 3 years involving over 70 stakeholders. The
aim of this study was to obtain a first comprehensive database for the different zones to be
implemented in the area, with ecological data retrieved by Stereo Baited Remote Underwater
Video. Such data can be used in the future to assess the ecological effects of the MPA. We
compared sites within future no-take zones with those with extractive activities, and the
differences in richness, abundance, length and biomass were analyzed at community and
species level. The influence of the effect of habitat complexity was accounted to distinguish it
from the effect of future protection measures. Our results from the mulivariate statistics suggest
the presence of pre-existing statistical differences among the proposed zones of this future
protected area. Indeed, total abondance, abundance of target species above the Minimum
Landing Size (MLS) and non-target species were significantly higher within the future no-take
zones. This study highlights some previous differences and allows avoiding an overvaluation
of the future protection measures, when implemented. Our before assessment allows conducting
a Before-After-Control-Impact (BACI) approach in the future, when the MPA is implemented,
which is desirable for an effective monitoring. This will also allow adapting the protection
measures, if necessary, and contribute to a better MPA.As áreas marinhas protegidas (AMP) têm sido amplamente utilizadas como instrumento de
conservação da natureza e gestão de pescas para proteger peixes e habitats. Estudos anteriores
observaram mais benefícios em reservas marinhas (i.e., sem pesca) ou em áreas muito
regulamentadas do que noutros tipos de AMP. No entanto, continua a ser difícil medir os efeitos
das AMP localizadas em áreas dinâmicas e em mudança, como as zonas costeiras. Investigar
os efeitos da implementação de uma AMP é essencial para avaliar o seu desempenho no
cumprimento dos seus objetivos. Para isso, obter informação de base (antes da AMP
implementada) é fundamental para detectar diferenças pré-existentes entre futuras zonas com
diferentes níveis de proteção; e separar os efeitos associados ao habitat daqueles relacionados
com as medidas de proteção.Neste estudo realizámos uma avaliação das comunidades
comerciais de peixes demersais e invertebrados no maior recife costeiro do Algarve para
contribuir para o futuro Parque Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado, também
designado como AMPIC (área marinha protegida de interesse comunitário). O planeamento
desta futura AMP resulta de uma abordagem participativa inovadora que durou quase 3 anos,
envolvendo mais de 70 intervenientes, como as câmaras municipais das cidades circundantes,
ONG, associações de pescadores profissionais e recreativos, laboratórios científicos como o
CCMAR (da Universidade do Algarve), empresas de turismo (mergulho, observação de
golfinhos, etc.), entre outros. O objectivo deste estudo foi obter a primeira base de dados
ecológica das futuras zonas, com dados recolhidos através de câmaras iscadas em stereo, Stereo
Baited Remote Underwater Video (SBRUV), cujo método pode ser repetido no futuro para
avaliar os efeitos ecológicos da AMP. A campanha de amostragem foi levada a cabo no Outono
de 2021 e resultou num total de 49 amostragens válidas. Comparámos os locais com futuros
níveis de proteção total (i.e., sem atividades extrativas) com os de proteção parcial (i.e., com
atividades extractivas), e as diferenças em riqueza, abundância, comprimento e biomassa foram
analisadas ao nível da comunidade e por grupos de espécies. A influência do efeito da
complexidade do habitat foi investigada a fim de o diferenciar do efeito da protecção. Além
disso, analisámos em pormenor 5 espécies-chave predominantes na área (Diplodus vulgaris,
Diplodus sargus, Spondyliosoma cantharus, Coris julis, Serranus Cabrilla). Os resultados das
nossas estatísticas multivariadas sugerem a presença de diferenças pré-existentes. A abundância
total, abundância de espécies comerciais acima do Tamanho Mínimo de Pesca e abundância de
espécies não comerciais são significativamente maiores na futura zona de não pesca. Foram
também observadas biomassas significativamente mais elevadas para espécies não alvo dentro da zona. As espécies Diplodus vulgaris, Diplodus sargus e Coris julis diferiram
estatisticamente entre as duas zonas com uma biomassa mais elevada na zona de protecção
total. A análise do efeito habitat mostrou uma riqueza significativamente maior de espécies no
habitat mais complexo. Não foram observadas outras diferenças para o efeito habitat. No
decurso deste estudo observámos também que 5 das espécies observadas têm estatudo de
ameaçadas de extinção na lista vermelha da IUCN. A observação de Aetomylaeus bovinus (Bull
ray, Critically Endangered) evidência este resultado. Este estudo destaca as diferenças
anteriores à implementação da AMP e evita uma sobrevalorização das futuras medidas de
proteção. Esta avaliação prévia permite realizar uma abordagem Antes-Depois-Controle-
Impacto (BACI) no futuro, quando a AMP for implementada, o que é desejável para uma
monitorização eficaz. Isso permitirá a adaptação das medidas de proteção, se e quando
necessário, o que poderá contribuir para uma melhor AMP.The thesis was financed by CCMAR in the framework of the AMPIC. COM project