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Dados de epidemiologia descritiva de transtornos mentais em grupos populacionais do Brasil
Neste trabalho são apresentados três tipos de dados sobre transtornos mentais: taxas de prevalência em amostras representativas, taxas de prevalência em estudos de famílias e o indicador de morbidade proporcional isto é, de proporções por diagnóstico entre pacientes internados em hospitais psiquiátricos do Brasil. Em relação a um inquérito epidemiológico, realizado em amostra representativa, a taxa de prevalência total foi de 20%, da qual 3,0%, 14,6%, 0,7%, 1,7% e 0,5% foram de alcoolismo, neuroses, psicoses, oligofrenia e síndrome orgânica do cérebro, respectivamente. A distribuição por sexo mostrou uma clara e esperada predominância de alcoolismo nos homens e de neuroses nas mulheres. Em um estudo voltado para a família de origem (pais e irmãos) de 150 grandes consumidores de drogas, a taxa de prevalência total entre 796 familiares foi de 23,2% As taxas específicas de problemas associados ao álcool, dependência de drogas, psicoses, neuroses, epilepsia, transtorno anti-social da personalidade e outros diagnósticos foram, respectivamente, de 8,4%; 5,3%; 3,1%; 4,0%; 0,8%; 0,9% e 0,8%. Os problemas associados ao álcool predominaram nos pais e neuroses nas mães, enquanto dependência de drogas predominou nos irmãos dos 150 consumidores-índice. O perfil da assistência psiquiátrica brasileira é parcialmente visto através do indicador de proporções de primeiras internações nos hospitais psiquiátricos nacionais. Esse indicador é distribuído por diagnóstico, em série histórica, desde 1940 até 1977. Tais dados mostram que as primeiras internações têm aumentado nas últimas quatro décadas, com maiores proporções dos diagnósticos de esquizofrenia e alcoolismo e dependência de drogas. Há, porém, diferença nas proporções de diagnóstico entre o hospital público e o particular-conveniado; tal diferença e o referido aumento de primeiras internações são de suma importância para os programas da área de Saúde Mental.The authors present in this paper three types of data on mental disorders: prevalence rates in representative samples, prevalence rates (primary data) in a family study and the indicators of diagnostics' proportion among the patients admitted to Brazilian psychiatric hospitals. Concerning to one survey carried out over representative samples, the overall prevalence rate was 20%, of which, 3.0%, 14.6%, 0. 7%, 1.1%, and 0.5% were due respectively to alcoholism, neurosis, psychosis, mental deficiency, and organic brain syndrome. The sex distribution has shown an overt but expected excess of alcoholism among the males, and neurosis among the females. In one study related to the original family (parents and siblings) of 150 heavy drug abusers, the overall prevalence rate of mental disorders among 796 relatives of these 150 drug users was 23.2%, of which, 8.4%, 5.3%, 3.1%, 4.0%, 0.8%, 0.9%, and 0.8% were respectively due to alcohol related problems, drug addiction, psychosis, neurosis, epilepsy, antisocial personality and other diagnosis. The alcohol related problems were by far the most frequent among the fathers, drug addiction among the siblings, and neurosis among the mothers of those 150 index-patients. The characteristics of Brazil's psychiatric facilities are partially viewed by means of first admittion's indicator, at psychiatric wards. The proportion through the diagnosis is provided in a time-distribution table from 1940 to 1977. Such data shows that the first admittion rate has increased in the last four decades; the most frequent diagnosis have been schizophrenia, alcoholism and drug addiction. However, between the diagnostic profile of public hospitals and that of private ones, there is an outstanding difference. The former with an increased amount of serious disorders, while the latter shows a great number of lighters ones. Such findings are discussed with an aim of helping Mental Health Planning
Testagem do 1 - beta - D - Ribofuranosil, 1.2.4 - triazole - 3 - carboxamide em pacientes com hepatite
Realizou-se estudo do tipo duplo anonimato em 18 pacientes com hepatite aguda benigna. O gruoo experimental foi testado com uma provável droga de ação antiviral: 1-BETA-D-RIBOFURANOSIL, 1,2,4-TRIAZOLE-3- CARBOXAMIDE. O grupo controle ingeriu um placebo de lactose. Teve-se especial cuidado na seleção de pacientes, incluindo apenas pacientes que preenchessem critérios bem estabelecidos. Os pacientes foram seguidos semanalmente, avaliando-os clínica e laboratorialmente. Os resultados não evidenciaram diferenças significativas entre os dois grupos, sugerindo-se estudos com casuística mais numerosa e em regime de internação hospitalar
Epilepsia: dados básicos de um serviço público do Rio de Janeiro
Depois de efetuar uma breve revisão sobre o contexto das epilepsias enquanto um problema de Saúde Pública, inclusive de sua prevalência, os autores descrevem um estudo realizado em um serviço público da cidade do Rio de Janeiro. De novembro de 1979 a junho de 1984, foram atendidos em ambulatórios 782 pacientes, cujos prontuários constituíram a fonte de dados desse estudo. Dos 782 pacientes, 532 (68%) incluíram-se na classificação eletroclínica das epilepsias de Gastaut, com 416 (78,2%) no grupo das generalizadas; 115 (21,6%) no grupo das parciais ou focal e 1 (0,2%) com unilateral Mais 69 pacientes foram considerados também epilépticos que não se ajustaram na classificação de Gastaut, por terem associações de tipos de epilepsias. Portanto, dos 782 pacientes, em 601 (76,9%) foi feito o diagnóstico de epilepsia; em 58 ( 7,4%) havia condições clínicas filiáveis à epilepsia, isto é, desmaios, enxaqueca, perda de fôlego, sonambulismo, etc; em 33 (4,2%) havia doença mental bem definida, mas previamente lhes fora prescrita medicação anticonvulsivante e acabaram sendo encaminhados ao referido Serviço; em 90 (11,5%) pacientes não se completou a investigação para esclarecer o que eles tinham. Em relação à idade do início das primeiras manifestações, em 78,4% dos pacientes foi diagnosticada a epilepsia antes dos 20 anos, sendo que, em 31,1% dos pacientes, tal início se deu até os 4 anos de idade. Essa correlação negativa do início da doença com o aumento da idade foi estatisticamente significativa (p After a brief review over the role of epilepsy in Public Health, including its overall prevalence rates, the authors describe a study carried out in a Public Hospital's out-patient clinic in Rio de Janeiro. From November-1979 to June-1984, 782 patients, whose files served as source of data, were included in the study. From these 782 patients, 532 (68%) fulfilled Gastaut's electro-clinic criteria for epilepsy, being 416 ( 78,2%) in the group of generalized, 115 (21,6%) in the group of partial or focal and 1 (0,2%) with unilateral presentation. Other 69 patients were considered as having epilepsy, but did not fulfill Gastaut's criteria, due to associations of two or more types of epilepsy. Therefore, of 782 patients, 601 (76,9%) had the diagnosis of epilepsy; 58 of them (7,4%) had epilepsy-like conditions, that is, fainting, migraine, "gasping", sleep-walking;33 (4,2%)of them had a well-defined mental illness but an anti-convulsivant drug treatment was initiated before they were send to the mentioned clinic; in 90 (11,5%) patients the investigation was not accomplished. The onset of the first signs of epilepsy did happen before the age of 20 years in 78,4% patients and in 31,1% of them until the 4th year of Ufe. This negative correlation of increasing age and first signs of disease onset was statistically significant (p < 0,01)
Epidemia de Hepatite veiculada por Gamaglobulina contaminada
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Previous issue date: 1982Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Secretaria de Saúde do Município do Rio de Janeiro. Epidemiologia. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Universidade Federal do Rio de Janeiro. Faculdade de Medicina. Departamento de Medicina Preventiva. Doenças Infecciosas e Parasitárias. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Laboratório de Vírus. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Universidade Federal do Rio de Janeiro. Faculdade de Medicina. Departamento de Medicina Preventiva. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Os autores estudaram uma epidemia de Hepatite B em uma instituição localizada no bairro de São Cristovão na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Ocorreu um total de 35 casos: 30 entre os funcionários da instituição e cinco entre familiares de funcionários. Todos os casos foram considerados de hepatite aguda benigna; apenas dois não tiveram icterícia. Clinicamente, chamou-lhes a atenção um im portante envolvim ento articular: artralgias intensas, com grande restrição dos movimentos, durante o período de incubação e que regrediram completam ente logo que a icterícia tornou-se evidente. A distribuição cronológica fo i típica de infecção simultânea em fonte única. A investigação epidemiológica revelou que essa fonte fo i um produto terapêutico derivado do sangue humano: gamaglobulina. As injeções foram feitas com seringas descartáveis e, ironicamente, com o objetivo de prevenir hepatite. Em dois dias de aplicação, cerca de 120 funcionários receberam a injeção de gamaglobulina, entre os quais 27 desenvolveram hepatite. O período de incubação médio fo i de 116 dias. 0 Ag HB, testado em 26 pacientes, fo i positivo em 12 (46,2%); oito pacientes com tempo de doença infe rior a duas semanas, foram todos positivos. O surto epidêmico ocorreu em condições que caracterizaram um estudo experimental, não planejado, em seres humanos. Os autores estudaram, além do surto epidêmico de São Cristovão, oito casos vinculados ao serviço hospitalar onde trabalhavam. Esses casos apresentaram características que os distinguiram dos casos de hepatite comumente a li tratados. Todos os pacientes eram de elevada classe social, com o antecedente de terem tomado injeção de gamaglobulina, da mesma procedência daquela que originou o surto epidêmico de São Cristovão. Nesses casos o período de incubação médio fo i de 106 dias. Seis dos o ito pacientes foram testados para o Ag HB, que fo i positivo em cinco. Onze partidas da gamaglobulina foram testadas, em laboratórios de referência da Organização M undial de Saúde, encontrando-se o Ag HB em seis (54,5%J. Os autores concluem que houve alguma falha grave no processo de preparo da gamaglobulina em apreço. E po r isto deve-se ter reservas quanto á noção difundida de que esse medicamento está isento do risco de transm itir o vírus hepatite
Epidemia de hepatite veiculada por gamaglobulina contaminada
Os autores estudaram uma epidemia de Hepatite B em uma instituição localizada no bairro de São Cristovão na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Ocorreu um total de 35 casos: 30 entre os funcionários da instituição e cinco entre familiares de funcionários. Todos os casos foram considerados de hepatite aguda benigna; apenas dois não tiveram icterícia. Clinicamente, chamou-lhes a atenção um importante envolvimento articular: artralgias intensas, com grande restrição dos movimentos, durante o período de incubação e que regrediram completamente logo que a icterícia tornou-se evidente. A distribuição cronológica foi típica de infecção simultânea em fonte única. A investigação epidemiológica revelou que essa fonte foi um produto terapêutico derivado do sangue humano: gamaglobulina. As injeções foram feitas com seringas descartáveis e, ironicamente, com o objetivo de prevenir hepatite. Em dois dias de aplicação, cerca de 120 funcionários receberam a injeção de gamaglobulina, entre os quais 27 desenvolveram hepatite. O período de incubação médio foi de 116 dias. 0 Ag HB, testado em 26 pacientes, foi positivo em 12 (46,2%); oito pacientes com tempo de doença inferior a duas semanas, foram todos positivos. O surto epidêmico ocorreu em condições que caracterizaram um estudo experimental, não planejado, em seres humanos. Os autores estudaram, além do surto epidêmico de São Cristovão, oito casos vinculados ao serviço hospitalar onde trabalhavam. Esses casos apresentaram características que os distinguiram dos casos de hepatite comumente all tratados. Todos os pacientes eram de elevada classe social, com o antecedente de terem tomado injeção de gamaglobulina, da mesma procedência daquela que originou o surto epidêmico de São Cristovão. Nesses casos o período de incubação médio foi de 106 dias. Seis dos oito pacientes foram testados para o Ag HB, que foi positivo em cinco. Onze partidas da gamaglobulina foram testadas, em laboratórios de referência da Organização Mundial de Saúde, encontrando-se o Ag HB em seis (54,5%J. Os autores concluem que houve alguma falha grave no processo de preparo da gamaglobulina em apreço. E por isto deve-se ter reservas quanto á noção difundida de que esse medicamento está isento do risco de transmitir o vírus hepatite
O que a epidemiologia pode ainda fazer de relevante?
Trata-se de uma sucinta revisão de alguns aspectos da epidemiologia ainda mal conhecidos, - por serem polêmicos ou cujo desenvolvimento é recente ou apenas se esboça. Enquanto método, haveria duas epidemiologias: uma em que se esmera cada vez mais no rigor metodológico e análise sofisticada dos dados em computador; a outra contenta-se com métodos simples, alia-se fortemente com as ciências sociais, a economia e as ciências do comportamento, - com o objetivo de achar soluções para os problemas de saúde. A importância das conseqüências dos fatores sócio-econômicos sobre a saúde foi avaliada a partir de publicações das pesquisas epidemiológica e clínica; aquela importância aumentou no primeiro tipo de pesquisa e tende a desaparecer no segundo. A questão de avaliar o estado de saúde de populações ficou sem avançar, pois, sem operacionalizar indicadores de saúde positiva, de fato avalia-se estado de doença. Enfim, reconheceu-se o advento algo original de um desdobramento promissor da epidemiologia: o estudo das representações da Antropologia, tais como mitos, crenças, comportamento e instituições.<br>Some new approaches on the use of epidemiology were concisely reviewed in this paper. Firstly, the importance of the health consequences of socio-economic factors, which have increased in epidemiologic research, and decreased too much in studies from the clinical research area. The population's health state evaluation was then discussed, when was remarked that without operational indicators of positive health that evaluation is necessarily limited. Attention was also paid to progress in methods, from which two epidemiologic approaches have been developed. In one of them rigour in methods and in data analysis by computer are endlessly searched for, while health solve-problem is focused in the other. Therefore, epidemiology cannot be separated from social, economic and behavior sciences, which altogether may achieve that goal