Resgate do patrimônio imaterial referente aos usos da diversidade de gramíneas no bioma pampa nos séculos XIX e XX.

Os usos da biodiversidade do Pampa foram, nos séculos passados, muito variados. Já no final do Século XIX grande parte deste conhecimento foi ficando restrito a populações remanescentes, e a maior parte das espécies úteis, até então empregadas, ficou cada vez mais esquecida na memória coletiva. O resgate deste patrimônio imaterial permitirá a busca de alternativas produtivas para as comunidades rurais, mais condizentes com as diretrizes do desenvolvimento sustentável e com a preservação dos recursos genéticos. O objetivo deste trabalho foi resgatar o patrimônio imaterial referente aos usos da diversidade vegetal de gramíneas nos séculos XIX e início do XX pelas populações rurais no Bioma Pampa. Foram levantadas informações referentes aos usos da família Poaceae. Foi realizada a atualização nomenclatural e a delimitação dos táxons ocorrentes no Rio Grande do Sul, especificamente no Bioma Pampa, incluindo espécies nativas e exóticas. Foram registradas, até o momento, 58 espécies de gramíneas úteis para o Rio Grande do Sul. Para as gramíneas ocorrentes no Bioma Pampa foram constatados usos medicinal, aromático, cosmético, ornamental, controle de erosão, obtenção de ceras e óleos, como alimento humano e animal, forrageira, produção de bebidas fermentadas, material de construção e cobertura de moradias, fabricação de utensílios domésticos e rurais, material para estofamento de móveis, enchimento de colchões e travesseiros, e matéria-prima para produção de papel

Conservação in situ no Bioma Pampa: resgate e transplante de mudas de butiá (Butia odorata).

Butia odorata é uma palmeira que ocorre no Sul do Brasil e no Uruguai, podendo formar extensas populações conhecidas como butiazais ou palmares