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    Papel dos testes provocativos esofagianos na investigação de pacientes com dor torácica de origem indeterminada Role of esophageal provocative tests in the investigation of patients with chest pain of undetermined origin

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    RACIONAL: As dores de origem esofagiana e coronariana são bastante semelhantes do ponto de vista clínico, havendo necessidade de exclusão desta última, que ocasiona risco de morte. A investigação esofagiana tradicional de pacientes com dor torácica de origem indeterminada, envolve emprego de endoscopia digestiva alta, esofagomanometria e pHmetria esofagiana prolongada. Esses métodos, embora de grande importância diagnóstica, muitas vezes, revelam alterações, em sua maioria, potenciais para a origem da dor. Os testes provocativos de dor esofagiana, ao reproduzirem-na em laboratório, apontam com segurança a sua origem. OBJETIVOS: Determinar a positividade dos testes de perfusão ácida, do edrofônio e da distensão esofagiana com balão em pacientes com dor torácica de origem indeterminada, e correlacionar os resultados com os testes habitualmente empregados, estabelecendo o ganho no diagnóstico da dor esofagiana comprovada. RESULTADOS: Estudaram-se 40 pacientes com dor torácica de origem indeterminada (angiografia coronária normal), sendo 80% do sexo feminino e média de idade de 54 anos. A endoscopia digestiva alta revelou esofagite erosiva em dois pacientes (5%) e úlcera péptica em um (2,4%); a esofagomanometria foi anormal em 60%; a pHmetria prolongada foi anormal em 14 (35%), com índice de sintomas positivo em 7. A dor foi considerada de origem esofagiana comprovada (índice de sintomas positivo à pHmetria) em 7 (17,5%) pacientes e 19 (47,5%) com origem esofagiana provável (8 por doença do refluxo gastroesofágico e 11 por distúrbios motores). Em 14 (35%) a origem da dor não foi demonstrada. O teste de Bernstein foi positivo em 10 (25%), o teste do edrofônio em 8 (20%) e o teste do balão em 15 (37,5%), sendo que 23 pacientes apresentaram, pelo menos, um teste provocativo positivo (57,5%). Com a adição dos testes provocativos foi possível apontar a dor como de origem esofagiana comprovada em 12 dos 19 pacientes (63,1%) em que a dor era provável e em 6 dos 14 pacientes (42,8%) com exames habitualmente empregados normais ou inconclusivos [ganho diagnóstico de 45% (18/40)]. Dois pacientes com testes provocativos negativos apresentaram o índice de sintomas positivo à pHmetria, totalizando 25 (62,5%) pacientes com dor esofagiana comprovada. CONCLUSÃO: Os testes provocativos permitiram apontar a dor como de origem esofagiana comprovada em 62,5% dos casos, o que representou um ganho diagnóstico de 45% quando comparados aos exames habitualmente empregados, constituindo ferramenta importante na investigação de pacientes com dor torácica de origem indeterminada.<br>BACKGROUND: Traditional methods employed in esophageal investigation of patients with chest pain of undetermined origin includes upper endoscopy, esophageal manometry and pH monitoring. These methods many times disclose abnormalities that can only be enrolled as the possible cause of chest pain. Provocative tests can reproduce pain in the laboratory, establishing its esophageal origin. OBJECTIVES: Determine the positivity of acid perfusion test, edrophonium and balloon distension in patients with chest pain of undetermined origin and compare with results of traditional exams, establishing the gain for the diagnosis of esophageal pain. RESULTS: Forty patients with chest pain of undetermined origin (normal coronary angiography), 80% female, mean age of 54.7 years were submitted to traditional exams and provocative tests. Upper endoscopy disclosed erosive esophagitis in two (5%) and peptic ulcer in one (2.5%), esophageal manometry was abnormal in 60%. pH monitoring was abnormal in 14 (35%) with a positive symptom index in 7. Chest pain was considered of proved esophageal origin by traditional exams in 7 (17.5%) patients with a positive symptom index and of probable esophageal origin in 19 (47.5%) being 8 with gastroesophageal reflux disease and 11 abnormal esophageal motility. In 14 (35%) an esophageal origin could not be demonstrated. The acid perfusion test was positive in 10 (25%), edrophonium test in 8 (20%) and balloon distension test in 15 (37.5%) and at least one provocative test was positive in 23 (57.5%) patients. The introduction of provocative tests allowed the diagnosis of proved esophageal pain in 12 of 19 (63.1%) patients with probable esophageal pain and in 6 of 14 (42.8%) with normal or inconclusive traditional exams what represented a diagnostic gain of 45% (18/40). Two patients had negative provocative tests and a positive symptom index, making a total of 25 (62.5%) patients with proved esophageal pain

    Sintomas do trato digestivo superior e distúrbios motores do esôfago em pacientes portadores da forma indeterminada da doença de Chagas crônica Upper gastrointestinal symptoms and esophageal motility disorders in indeterminate Chagas’ disease patients

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    O estudo descreve os sintomas referidos por portadores da forma indeterminada da doença de Chagas crônica e avalia sua associação com alterações da motilidade esofágica. Manometria do esôfago foi realizada em 50 pacientes, medindo-se a extensão e a pressão do esfíncter inferior do esôfago, o peristaltismo e a amplitude de contração do corpo esofágico. Oito (16%) pacientes apresentaram relaxamento parcial do esfíncter inferior, 13 (26%) apresentaram aperistalse parcial e 20 (40%) apresentaram hipocontratilidade no esôfago distal. Sintomas digestivos altos foram referidos por 24 (48%) pacientes, sendo mais freqüentes a pirose, a regurgitação e o desconforto intermitente à deglutição. Esses sintomas foram referidos por 17 (51,5%) de 33 pacientes com alterações motoras do esôfago e por 7 (41,2%) de 17 pacientes com manometria normal, diferença essa não estatisticamente significante (p=0,69). Esses achados sugerem que portadores da FCI apresentam sintomas inespecíficos do trato digestivo superior que podem dificultar a sua classificação com base apenas no exame clínico e radiológico, e que é alta a freqüência de portadores desta forma que apresentam distúrbios motores do esôfago.<br>This study describes the symptoms reported by patients with the indeterminate form of chronic Chagas’ disease and evaluates associations between these symptoms and alterations in esophageal motility. Esophageal manometry was performed on 50 patients, with measurements of the length and pressure of the lower esophageal sphincter, peristaltism and the amplitude of contractions of the esophageal body. Eight (16%) patients presented partial relaxation of the lower sphincter, 13 (26%) presented partial lack of peristalsis and 20 (40%) presented hypocontractility of the distal esophagus. Upper digestive symptoms were reported by 24 (48%) patients, and the most frequent of these were heartburn, regurgitation and intermittent discomfort when swallowing. Such symptoms were reported by 17 (51.5%) of the 33 patients with esophageal motor disorders and by 7 (41.2%) of the 17 patients with normal manometry, which was not a statistically significant difference (p=0.69). These findings suggest that patients with the indeterminate form of Chagas’ disease present nonspecific symptoms in the upper digestive tract that may make it difficult to classify the disease solely on the basis of radiological and clinical examination. Furthermore, a high proportion of patients with this form present esophageal motor disorders

    Dor torácica não-cardiogênica Non-cardiac chest pain

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    CONTEXTO: Dor torácica não-cardiogênica ou dor torácica funcional é síndrome clínica com elevada prevalência no mundo ocidental, podendo estar presente entre 15% a 30% dos pacientes com coronariografias normais. Tem importante impacto na qualidade de vida dos pacientes e associa-se com considerável aumento da utilização dos serviços de saúde. FONTES DE INFORMAÇÃO: Para esta revisão, foram utilizadas as seguintes bases de dados: Medline, the Cochrane Library, LILACS e livros nacionais. Das publicações dos últimos 5 anos foram selecionadas fontes relevantes como artigos originais, artigos de revisão, consensos, diretrizes e revisões sistemáticas de literatura com meta-análise. Publicações relevantes anteriores ao período de tempo analisado, foram também incluídas. RESULTADOS: Foram incluídas 44 publicações, sendo 28 artigos originais, 12 trabalhos de revisão, 2 diretrizes, 1 meta-análise e 1 consenso. CONCLUSÕES: A dor torácica não-cardiogênica abrange a investigação do trato digestório, do aparelho musculoesquelético, do aparelho respiratório e de distúrbios psicológicos. O objetivo do tratamento é o alívio ou eliminação do sintoma e deve estar voltado para o principal mecanismo gerador. A base do tratamento é medicamentosa, entretanto, pode ser necessária intervenção de natureza psicológica e, nos pacientes com acalásia a terapia endoscópica ou cirúrgica. Considerando-se que a maioria dos pacientes apresentarão causas relacionadas ao esôfago, sendo as principais, a doença do refluxo gastroesofágico e distúrbios motores, as principais medicações utilizadas no controle da dor torácica não-cardiogênica são os inibidores da bomba de prótons e os antidepressivos tricíclicos. Recentemente, novas modalidades diagnósticas e também formas de tratamento, tais como, a injeção por endoscopia de toxina botulínica no esôfago e a hipnose, estão em investigação e algumas poderão ocupar lugar no cenário do tratamento destes pacientes.<br>CONTEXT: Non-cardiac chest pain or functional chest pain is a syndrome with high prevalence in ocidental world. Findings on 15%-30% of coronary angiograms performed in patients with chest pain are normal. Causes significant impact in quality of life of patients and is associated with increased use of the health care facilities. DATA SOURCES: To this review the following data base were accessed: Medline, the Cochrane Library, LILACS. The limit was the last 5 years publications and were selected relevant original articles, reviews, consensus, guidelines and meta-analysis. RESULTS: Forty-four papers were selected, 28 original articles, 12 reviews, 2 guidelines, 1 consensus and 1 meta-analysis. CONCLUSIONS: Exclusion of cardiac disease is of crucial importance. On the other hand non-cardiac chest pain could be related to gastrointestinal, muscular and respiratory causes and/or psychological disturbances. Treatment aims to attack mechanism generator in order to relieve or to eliminate symptoms. Drugs are the cornerstone of treatment, exception to achalasia patients because those have better response to dilation of the esophagus or surgery, and to those who need intensive pyschological therapy. The most important drugs used are proton pump inhibitors and triciclic antidepressants, the latter, to modulate central signal process (visceral hypersensitivity) and autonomic response. Recently, new diagnostic facilities, and also therapeutic modalities, such as esophageal botulin toxin injection and hypnosis are under investigations. In the near future, maybe some of them would take a place in the therapeutic scenario of these patients

    Idiopathic esophageal achalasia: a study of etiology and profile of the patients Acalásia idiopática do esôfago: análise da história clínica e antecedentes na etiologia e perfil dos pacientes

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    BACKGROUND: The idiopathic esophageal achalasia is a disease of unknown etiology, characterized by esophageal aperistalsis and failure of its lower sphincter with dysphagia. Its etiology factors includes: esophageal gastric junction obstruction, degeneration of Auerbach´s plexus, virus infection, congenital origin, autoimmune affection and injury by toxic agent. The achalasia diagnosis is reached after excluding Chagas disease possibilities, which includes seronegative results for Trypanosoma cruzi, absence of megacolon and epidemiology for Chagas disease. AIM: To characterize the disease and propose hypothesis concerning its etiology and associated factors. METHODS: Review of medical records from 78 patients operated at the Hospital de Clinicas da Unicamp obstruction between 1989 and 2005 and the subsequent interview, using directed questionnaire, reaching for common data between them and emphasizing history, possible co-morbidities and associated factors. In the group of 78 records collected it was possible to contact and interview 33 patients. RESULTS: The main findings of this study were: 1) presence of a triggering relevant emotional factor before the symptoms (80%) and over 30% with psychiatric and/or psychological treatment reported; 2) typical childhood infections highly prevalent (88% measles, varicella, rubella); 3) possible associations with: exposure to chemicals, especially herbicides; other diseases of the gastrointestinal tract, autoimmune diseases, genetic propensity and other changes in the nervous system highlighting the seizures. CONCLUSIONS: The idiopathic esophageal achalasia is probably an autoimmune disease, which seems to be highly related to emotional problems.<br>RACIONAL: Acalásia idiopática do esôfago é doença de etiologia desconhecida, caracterizada por não relaxamento do esfíncter esofágico inferior provocando disfagia. As causas estudadas incluem: obstrução na junção esôfagogástrica, degeneração do plexo nervoso intramural, infecção por vírus, doença de origem congênita, afecção autoimune e lesão por agente tóxico. O diagnóstico é feito após a exclusão de doença chagásica, encontrando-se sorologias negativas, ausência de megacólon e antecedentes epidemiológicos negativos para Chagas. OBJETIVO: Avaliar a caracterização da doença e elaboração de hipóteses relativas à sua etiologia. MÉTODOS: Foram levantados prontuários de 78 pacientes operados no Hospital de Clínicas da Unicamp entre 1989 e 2008 com uso de questionário direcionado, estudando-se os dados comuns entre eles, enfatizando a história clínica, possíveis co-morbidades e fatores associados. Destes, foram entrevistados 33 doentes para obtenção e avaliação de dados. RESULTADOS: Os principais achados foram: 1) presença de um fator emocional desencadeante dos sintomas (cerca de 80%) e mais de 30% com tratamento psiquiátrico/psicológico declarados; 2) infecções típicas da infância muito prevalente (88% sarampo, varicela, rubéola ou outras); 3) possíveis associações a: exposição a químicos, em especial herbicidas; outras doenças do trato gastrintestinal; doenças auto-imunes; pré-disposição genética; outras alterações no sistema nervoso destacadamente as convulsões. CONCLUSÕES: A acalasia idiopática do esôfago é doença de origem provavelmente auto-imune, e associada a fatores emocionais
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