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    Estudo epidemiológico do impacto do COVID-19 nas notificações dos casos de Dengue de 2020 a 2022 no Brasil

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    Introdução: A dengue é um arbovírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, e possui caráter sazonal no Brasil, durante o verão. A doença pode ser assintomática ou apresentar sintomas mais clássicos, como febre alta, dores musculares e ósseas, vômitos, náuseas, lesões de pele e cefaleias. O diagnóstico é feito através da comprovação laboratorial da infecção pelo vírus e o tratamento é sintomático. A COVID-19 é causada pelo vírus SARS-CoV-2 e seu primeiro caso, no Brasil, ocorreu em fevereiro de 2020 e a infecção ainda perdura no país. Os sintomas iniciais são tosse, febre e congestão nasal, contudo podem ocorrer complicações. O diagnóstico é feito através do RT-PCR, por sequenciamento parcial ou total do genoma viral, e seu tratamento pode ser feito usando antivirais, imunomoduladores, anti-inflamatórios ou anticorpos monoclonais. Além disso, o esquema vacinal da COVID-19 utiliza vacinas bivalentes e monovalentes. O objetivo desse estudo foi avaliar se houve impacto nas notificações de dengue no período de pandemia.  Metodologia: Estudo epidemiológico, realizado a partir da coleta de dados no software TabNet Win32 3.0: Morbidade Hospitalar do SUS - DATASUS e dados publicados pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde por meio de boletins epidemiológicos dos anos 2019, 2020, 2021 e 2022 comparando a taxa de incidência (casos/100 mil habitantes) de dengue. Para a obtenção de dados acerca dos casos de COVID-19 totais nos anos de 2020, 2021 e 2022, utilizamos o boletim epidemiológico especial “Doença pelo Novo Coronavírus-COVID-19” de cada ano. Também se analisou as regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul para a análise dos casos totais de internações de dengue no período de 2019 a 2022, a fim de realizar uma comparação da evolução do número de internações de cada ano, abrangendo todas as regiões. Discussão e Resultados: Neste trabalho foram analisados os casos de dengue da 1ª a 34ª semana epidemiológica (SE) de 2020 onde, para cada 100 mil habitantes, com queda aproximada das notificações de 27,85% no Norte, 24,06% no Nordeste, 70,23% no Sudeste e 3,02% no Centro-Oeste no ano de 2020. Já no Sul houve um aumento de 538,18% em relação ao ano de 2019. A taxa de incidência por 100 mil habitantes da dengue da 1ª a 50ª semana epidemiológica foi de 466,2 casos em 2020, 250,7 casos  em 2021 e 667,4 casos em 2022. Em relação ao número de internações totais de dengue referente às 5 regiões do Brasil no período de janeiro a dezembro, registrou-se 51.559 em 2019, 33.184 em 2020, 15.047 em 2021 e 42.478 em 2022. Os casos de COVID-19 em 2020 até a semana epidemiológica 36, em que, para cada 100 mil habitantes, ocorreram na região Norte 3.030,7 casos, no Nordeste 2.087,00 casos, no Sudeste 1.621,4 casos, no Sul 1.579,6 casos e no Centro-Oeste 2.865,1 casos. No período da 1ª à 53ª semana epidemiológica do ano de 2020, a taxa de incidência de casos registrados da COVID-19 no país foi de 3.671,9  por 100 mil habitantes. Sendo que em 2021, a taxa de incidência acumulada foi de 10.500,1 casos por 100 mil habitantes e no ano de 2022, a taxa de incidência acumulada foi de 17.153,2 casos por 100 mil habitantes. A partir da análise da literatura, observamos dados semelhantes referentes a relação da incidência de casos e do número de internações por dengue no Brasil. As reduções das internações e os aumentos nas taxas de mortalidade aparentam ser resultantes das dificuldades para diferenciar clinicamente a COVID-19 da Dengue em 2020. Conclusões: A partir da análise dos dados, observou-se quadros de queda nas taxas de incidência de dengue em 4 regiões do Brasil e redução do número de internações totais. Assim, diante do novo cenário, nota-se semelhança entre os sintomas das viroses e concentração das equipes de vigilância para a resolução dos casos relacionados ao COVID-19, o que ocasiona um atraso ou subnotificação dos casos de dengue
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