17 research outputs found

    Quartzo e zircão como marcadores da evolução magmático-hidrotermal do Granito Antônio Vicente, Suíte Intrusiva Velho Guilherme, Província Carajás

    Get PDF
    Quatro tipos morfológico-texturais de quartzo, informalmente denominados Qz1, Qz2, Qz3 e Qz4, foram identificados nas diferentes fácies do Granito Antônio Vicente, Província Carajás, por meio de imagens de microscopia eletrônica de varredura-catodoluminescência (MEV-CL). Nas rochas menos evoluídas, contendo anfibólio e biotita, dominam cristais anédricos a subédricos bem desenvolvidos, luminescentes e intensamente fraturados (Qz1). Fluidos hidrotermais que percolaram o granito transformaram o quartzo magmático (Qz1) em Qz2 e Qz3 por meio de processos de alteração, dissolução e recristalização, sendo essas transformações muito mais evidentes nas rochas sienograníticas intensamente alteradas. O Qz4 forma cristais médios a grossos, geralmente luminescentes e comparativamente pouco fraturados. Sua ocorrência é restrita às rochas sienograníticas fortemente hidrotermalizadas e aos corpos de greisens, sugerindo o início do processo de greisenização. Nos greisens, dominam cristais de quartzo euédricos médios a grossos, zonados concentricamente e com feições típicas de origem hidrotermal (Qz5). Finos cristais de cassiterita zonada (≤ 100 µm) são comuns e preenchem cavidades nos tipos Qz4 e Qz5. Zircões dominantemente anédricos, corroídos, com os mais elevados conteúdos de Hf e as mais baixas razões Zr/Hf, pertencem às rochas mais evoluídas e alteradas hidrotermalmente e aos corpos de greisens associados, ambos portadores de mineralizações de Sn. Tal fato sugere que a assinatura geoquímica do zircão, em especial a razão Zr/Hf, pode ser utilizada na avaliação preliminar do potencial metalogenético de granitos estaníferos.Four morphological and textural types of quartz, informally labeled Qz1, Qz2, Qz3 and Qz4, were identified in the different facies of the Antônio Vicente Granite, Carajás Province, by scanning electron microscope-cathodoluminescence (SEM-CL) images. In the less evolved rocks, containing amphibole and biotite, well developed anhedral to subhedral, luminescent and intensely fractured crystals dominate, named Qz1. Hydrothermal fluids that percolated the granite modified the magmatic quartz (Qz1) into Qz2 and Qz3 through processes of alteration, dissolution and recrystallization, with these changes much more evident in the intensely altered syenogranite rocks. Qz4 constitute medium-to-coarse grained crystals, usually luminescent and comparatively little fractured. Its occurrence is restricted to strongly hydrotermalized syenogranite rocks and bodies of greisens, suggesting the beginning of the greisenization process. In the greisens, medium-to-coarse grained euhedral, concentrically zoned quartz crystals dominate, with typical features of hydrothermal origin (Qz5). Fine crystals of zoned cassiterite (≤ 100 µm) are common and fill cavities in the types Qz4 and Qz5. Zircon crystals dominantly anhedral, corroded, with the highest contents of Hf and the lower Zr/Hf ratios belong to more evolved and hydrothermally altered rocks and to associated greisens, both carriers of Sn mineralization. This fact suggests that the geochemical signature of zircon, especially Zr/Hf ratio, can be used for the preliminary assessment of metallogenic potential of tin granites

    Interação entre magmas graníticos e a origem de epissienitos potássicos estaníferos do granito Madeira, mina Pitinga, Amazonas

    Get PDF
    O estudo petrográfico de amostras da zona de contato entre as fácies albita-granito de borda e feldspato alcalino-granito hipersolvus porfirítico, na borda oeste do plúton Madeira, identificou rochas com características texturais e composicionais herdadas das duas fácies. Tal feição é interpretada como um processo de interação entre os dois magmas graníticos, colocados e cristalizados contemporaneamente. Em condições subsolidus, fluidos hidrotermais causaram alteração potássica pervasiva, ou epissienitização, caracterizada pela dissolução de quartzo das fácies graníticas, gerando cavidades e aumentando a permeabilidade das rochas alteradas. Paralelamente, a albita da fácies de borda do albita-granito foi desestabilizada e substituída por microclínio hidrotermal e, nos estágios mais tardios, as cavidades foram preenchidas por quartzo, microclínio, fluorita, hematita, cassiterita, fengita, clorita, pirita, esfalerita, galena e calcopirita. Os epissienitos potássicos são rochas de coloração vermelha escura a marrom, granulação fina a média, ricas em microclínio hidrotermal, apresentando-se ora porosas, ora com cavidades preenchidas por quartzo e sulfetos. A cassiterita das rochas epissienitizadas é mais pura e relativamente mais pobre em Nb do que aquela presente no albita-granito magmático. Os fluidos que desencadearam a epissienitização devem ter sido oxidados, ricos em K, alcalinos e subsaturados em sílica. Propõem-se duas hipóteses para a sua origem: 1) por separação de uma fase fluida a partir do líquido magmático formador do granito hipersolvus; 2) pela ação do mesmo fluido que desencadeou o processo de autometassomatismo do albita-granito de núcleo, gerando sua fácies de borda.The petrographic study in samples from the contact zone between the border albite-rich granite and the porphyritic hypersolvus alkali feldspar granite, in the western border of the Madeira pluton, allowed for the recognition of rocks with inherited textural and mineralogical features of both facies. This is interpreted as resulting from the interaction between two coeval granite magmas, which were simultaneously emplaced in the crust. Later, in subsolidus stage, the action of hydrothermal fluids caused a pervasive potassic metassomatism, identified as episyenitization, that initially caused the quartz dissolution of the granitic rocks, generating vugs and increasing the altered rocks’ permeability. At the same time, the albite of the border albite-rich granite had been dissolved and replaced for microcline, and, in low-temperature hydrothermal stages, cavities were filled by quartz, microcline, fluorite, hematite, cassiterite, phengite, chlorite, pyrite, sphalerite, galena and chalcopyrite. The potassic episyenites are dark red to brown colored, medium to fine grained, microcline-rich, locally porous rocks and commonly with vugs filled with quartz and sulfide. The cassiterite crystals of the episyenitized rocks show almost pure composition and are Nb-poorer than those magmatic ones. The potassic episyenitization may have been triggered by an oxidized, K-rich, alkaline, silica-undersaturated fluid. Two hypotheses have been proposed to its origin: 1) exsolution of a fluid phase from the magmatic liquid associated with hypersolvus granite; 2) the same fluid which caused the autometassomatic alteration of the albite-rich granite core facies

    Alteração hidrotermal e fluidos mineralizantes no alvo Jerimum de Baixo, Campo Mineralizado do Cuiú-Cuiú, Província Aurífera do Tapajós: um estudo baseado em petrografia, inclusões fluidas e química mineral

    Get PDF
    The Jerimum de Baixo gold target is located in the Cuiú-Cuiú goldfield, Tapajós Gold Province, Amazonian Craton. The target is composed by isotropic monzogranitic rocks with Fe-rich biotite, which is slightly-to-strongly altered by hydrothermal fluids. Chloritization, sericitization, sulfidation, silicification and carbonatization are the most important types of hydrothermal alteration. The chloritization is represented by Fe-rich chlorite (chamosite type), that was mostly formed between 261 and 315ºC. White mica takes up fengitic compositions. The mineralization is represented by quartz-rich veinlets with low content of sulfides (pyrite + pyrrhotite ± chalcopyrite ± galena ± sphalerite) in which the gold occurs as freemilling particles and in fractured, brecciaed and altered zones, where gold is associated with pyrrhotite. The petrographic and microthermometric study of fluid inclusions hosted in quartz veinlets defined aqueous-carbonic, carbonic and aqueous fluids. The CO2 bearing inclusions represent the probable mineralizing fluid, and are interpreted as produced by phase separation process (effervescence) between 280 and 380ºC. The aqueous fluids are late to the mineralization and represent posterior and consecutives events of infiltration and mixture with meteoric fluids. Phases separation, modifications in pH conditions and interaction fluid/rock were important mechanisms for the precipitation of gold that took place in the brittle-ductile zone of the continental crust (between 2 and 6 km). The available data set pointed out a metallogenetic affiliation, similar to that of intrusion-related gold deposits, to Jerimum de Baixo.O alvo Jerimum de Baixo está localizado no Campo Mineralizado do Cuiú-Cuiú, região central da Província Aurífera do Tapajós, Cráton Amazônico. O alvo abrange rochas de composição monzogranítica portadoras de biotita rica em Fe, essencialmente isotrópicas e que foram de fraca a fortemente hidrotermalizadas. Cloritização, sericitização, sulfetação, silicificação e carbonatação são os tipos de alteração mais importantes. A clorita hidrotermal é do tipo chamosita e foi formada entre 261 e 315ºC. A mica branca apresenta composição fengítica. A mineralização é representada por vênulas de quartzo com baixo teor de sulfetos (pirita + pirrotita ± calcopirita ± galena ± esfalerita) em que o ouro ocorre livre e em zonas mais fragilizadas e alteradas, geralmente associado à pirrotita. O estudo petrográfico e microtermométrico de inclusões fluidas hospedadas em quartzo de vênulas definiu inclusões aquocarbônicas, carbônicas e aquosas. Os fluidos com CO2 representam o provável fluido mineralizador e foram gerados por processos de separação de fases entre 280 e 380ºC. Uma posterior infiltração e processos de mistura com fluidos meteóricos são indicados para os fluidos aquosos mais tardios. Separação de fases, modificações nas condições do pH e interação fluido/rocha foram os mecanismos importantes para a precipitação do Au, que se deu em nível rúptil-dúctil da crosta (entre 2 e 6 km). O conjunto de dados até aqui disponíveis indicam para o alvo Jerimum de Baixo uma filiação metalogenética similar a de depósitos auríferos relacionados à intrusão

    Geologia, Petrografia e Geoquímica do Batólito Seringa, Província Carajás, SSE do Pará

    No full text
    Resumo: O Granito Seringa, com cerca de 2250 km2 de superfície aflorante, representa o maior batólito da Província Carajás. É intrusivo em unidades arqueanas do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, sudeste do Cráton Amazônico. É constituído por dois grandes conjuntos petrográficos: a) rochas monzograníticas, representadas por bitotita-anfibólio monzogranito grosso (BAMGrG) e anfibólio-bitotita monzogranito grosso (ABMGrG); b) rochas sienograníticas, representadas por anfibólio-biotita sienogranito porfirítico (ABSGrP), leucosienogranito heterogranular (LSGrH), leucomicrosienogranito (LMSGr) e anfibólio-biotita sienogranito heterogranular (ABSGrH). Biotita e anfibólio são os minerais varietais e zircão, apatita, minerais opacos e allanita, os acessórios. O Granito Seringa mostra caráter subalcalino, metaluminoso a fracamente peraluminoso e possui altas razões FeOt/FeOt+MgO (0,86 a 0,97) e K2O/Na2O (1 a 2). Os ETR mostram padrão de fracionamento moderado para os ETRL e sub-horizontalizado para os ETRP. As anomalias negativas de Eu são fracas nas rochas monzograníticas e moderadas a acentuadas nas sienograníticas e leucomonzograníticas, respectivamente, com exceção dos ABSGrP. Mostra afinidades geoquímicas com granitos intraplacas ricos em ferro, do subtipo A2 e do tipo A oxidados. As relações de campo e os aspectos petrográficos e geoquímicos não são coerentes com a evolução das fácies do Granito Seringa a partir da cristalização fracionada de um mesmo pulso magmático. O Granito Seringa apresenta maiores semelhanças petrográficas, geoquímicas e de suscetibilidade magnética com as rochas da Suíte Serra dos Carajás, podendo ser enquadrado nesta importante suíte granitoide

    Quartzo magmático e hidrotermal do depósito de ouro São Jorge, Província Aurífera do Tapajós, Pará: petrografia, microscopia eletrônica de varredura-catodoluminescência e implicações metalogenéticas

    No full text
    Estudos em cristais de quartzo presentes nas associações minerais para a área do depósito de ouro São Jorge, Província Aurífera do Tapajós, sudoeste do estado do Pará, identificaram quatro tipos morfológico-texturais (Qz1, Qz2, Qz3 e Qz4) com base em imagens de microscopia eletrônica de varredura-catodoluminescência. Nas rochas mais preservadas do Granito São Jorge Jovem, ricas em anfibólio e biotita (associações 1 e 2), dominam cristais anédricos de quartzo magmático com luminescência alta a moderada (Qz1). Nas rochas parcialmente alteradas (associações 2 e 3), fluidos pós-magmáticos a hidrotermais afetaram o granito e percolaram fraturas do Qz1 e cristalizaram Qz2 não luminescente (escuro). Nas rochas mais intensamente alteradas (associação 4), sucessivos processos de alteração, dissolução e recristalização deram origem a cristais de quartzo zonados subédricos (Qz3) e euédricos (Qz4). Imagens por elétrons retroespalhados e análises semiquantitativas por espectroscopia por dispersão de energia identificaram duas gerações de ouro: Au1, enriquecido em Ag (4,3 a 23,7%) e associado a cristais de pirita; Au2, enriquecido em Te (1,1 a 17,2%) e incluso ou associado ao Qz4. O estudo de microscopia eletrônica de varredura-catodoluminescência forneceu informações importantes que foram preservadas na estrutura do quartzo. A evolução morfológico-textural desse mineral em diferentes estágios evidencia a ação gradativa do hidrotermalismo nas rochas e nas associações minerais do depósito São Jorge. A mineralização aurífera do depósito foi caracterizada quimicamente (espectroscopia por dispersão de energia) e parageneticamente (pirita, esfalerita e Qz4), podendo ser dividida em gerações ou eventos mineralizantes distintos. A eficiência da metodologia utilizada neste estudo foi comprovada, permitindo sua aplicação em estudos de outros depósitos hidrotermais
    corecore