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    Estamos desperdiçando um carácter de taxonomia útil? o caso da pigmentação do tórax para identificar Lutzomyia Longipalpis

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    A identificação taxonômica de flebotomíneos é uma tarefa complexa e baseia-seprincipalmente em critérios morfológicos dos vetores da leishmaniose visceral, doença essade importância tanto para a saúde pública humana quanto animal. Essa atividade é essencialpara vigilância entomológica, a qual permitindo compreender a biologia e ecologia dosvetores, auxilia no seu controle e, consequentemente, na doença. A busca constante pelasimplificação do processo de identificação dos flebotomíneos é desejável para tornar asatividades de vigilância mais ágeis e efetivas em relação às investigações voltadas para osflebotomíneos. O objetivo do presente estudo é descrever a potencial utilização do uso dacoloração dos pleuritos para a discriminação de Lutzomyia longipalpis de outras espécies,incluindo aquelas indistinguíveis. Durante os estudos realizados em laboratório foi constatadaa presença de uma coloração escura na parte superior da segunda e terceira coxa nas fêmeas,especificamente no catepisterno e catepímero, além do anepímero e paratergito, todas estasestruturas localizadas no tórax de Lutzomyia longipalpis. A validação foi realizada em duasetapas, a primeira por um especialista e a segunda com profissionais pertencentes às equipesde entomologia dos estados. Inicialmente, foi utilizada uma amostra de 383 flebotomíneos -195 fêmeas e 188 machos. Foram separados o tórax, a cabeça e o abdome, sendo estes doisúltimos utilizados para a montagem. A análise das lâminas e tórax foi mascarada. Aidentificação da espécie foi realizada utilizando a chave de classificação de Galati et al. (2013).Dessas amostras, a pigmentação escura foi observada em 337 (98,5%) amostras de Lutzomyialongipalpis, na região do paratergito e anepímero, catepisterno e catepímero. A segunda parteda validação consistiu no envio de amostras, seguindo o mesmo padrão de elaboraçãodescrito acima, para sete equipes de entomologia estaduais. Cada equipe recebeu em tornode 20 amostras de flebotomíneos (20 lâminas montadas e 20 eppendorfs com tórax). Cincoequipes retornaram com os resultados, e apontaram que 55,95% dos Lu. longipalpis enviadosapresentavam as manchas de coloração escura no tórax, enquanto 53,5% dos exemplares deespécies crípticas (Lu. gaminarai e Lu. cruzi) não apresentaram as referidas manchas nos tórax.O resultado demonstra dificuldade e propõe que existe a necessidade de treinamento dosprofissionais de entomologia dos estados para a identificação da coloração escura nosescleritos. Ademais, em áreas com espécies crípticas, o uso deste carácter não deve serconsiderado, pois não é específico de Lu. longipalpis
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