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    Influência da gramínea exótica invasora urochloa arrecta na composição de taxocenose de aves de áreas úmidas em ambiente lagunar no Sul do Brasil

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    Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Bacharel no curso de Ciências Biológicas, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.Áreas úmidas são fundamentais para a conservação da biodiversidade, visto que apresentam elevada riqueza específica. No entanto, esta riqueza sofre com a presença de espécies vegetais exóticas que alteram a estrutura da vegetação, condicionando o uso do habitat pelos animais. A composição e estrutura da vegetação exerce influência sobre a taxocenose de aves, uma vez que fornece micro-habitats distintos, provendo recursos alimentares, proteção e local para nidificação. Este estudo teve como objetivo avaliar a influência de Urochloa arrecta (Poaceae) sobre a taxocenose de aves de áreas úmidas na lagoa do Sombrio, sul de Santa Catarina. A amostragem da avifauna foi realizada com método de ponto fixo. Foram estabelecidos cinco pontos de amostragem em local com predomínio de U. arrecta e cinco em locais com predomínio de vegetação nativa. As amostragens foram mensais, de julho de 2017 a abril de 2018, em dois dias não consecutivos e com tempo de duração de 15 minutos em cada ponto, com início no amanhecer e se estendendo até que todos os pontos fossem amostrados. Para avaliar diferenças na riqueza entre as áreas foi utilizada a análise ANOSIM e para determinar a contribuição e a significância das espécies na dissimilaridade entre as áreas foi utilizada a análise SIMPER. Ambas as análises tiveram como algoritmo de cálculo o índice de dissimilaridade de Bray-Curtis, seguidas pelo teste post hoc de Mann-Whitney, com nível de significância de p ≤ 0,05. Com esforço amostral de 50 horas foram registradas 31 espécies pertencentes a 15 famílias e a seis ordens, das quais 22 espécies ocorreram na área de vegetação nativa e nove na vegetação exótica. Houve diferenças estatísticas na riqueza e abundância, ambos com (p < 0,001) e na composição específica (R: 0,53; p< 0,0001) das aves entre as áreas avaliadas. As espécies que mais contribuíram para a dissimilaridade entre as áreas foram Chauna torquata (13,9%), Certhiaxis cinnamomeus (12,8%), Jacana jacana (11,8%) e Sturnella superciliaris (9,6%). Os ambientes monotípicos, formados pela U. arrecta, influenciaram negativamente a maior parte das aves de áreas úmidas registradas, possivelmente devido a alteração da estrutura física da vegetação. A alta densidade de caules e rizomas da espécie, na coluna d’água, reduz a presença de nichos específicos às espécies de aves de áreas úmidas, influenciando no forrageio, na obtenção de abrigo e de locais para nidificação. Com os resultados apresentados se pode concluir que o ambiente monotípico denso formado por U. arrecta dificulta o uso das aves de áreas úmidas. O conhecimento dos requisitos necessários à sobrevivência das aves de áreas úmidas é de fundamental importância à preservação, ao manejo e à recuperação da lagoa do Sombrio, assim como, das áreas úmidas em geral
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