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    Lutas sociais e políticas no Egipto ptolomaico : o cisma dinástico de Horuennefer e Ankhuennefer

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    O objectivo principal deste texto é reflectir sobre o cisma dinástico protagonizado pelos faraós nativos Horuennefer e Ankhuennefer, entre 207/ 206 e 187/186 a.C. Com o apoio explícito do clero tebano de Amon, esta revolta tebana foi a mais importante, a mais longa e a mais eficaz acção de resistência política ao poder dos governantes ptolomaicos (reinados de Ptolomeu IV Filopator e Ptolomeu V Epifânio)

    A Bibliotheca Alexandrina : um link para o passado e para o futuro

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    Edificada na zona central de Alexandria, junto à corniche (marginal) do mar Mediterrâneo, na zona onde se situava na época dos Ptolomeus o bairro real, a Bibliotheca Alexandrina é, pelas suas características estéticas e arquitectónicas, mais ou menos inovadoras, sofisticadas e futuristas, um extraordinário ícone arquitectónico. No «código genético» da nova Biblioteca de Alexandria estão concentrados elementos informativos, conscientes ou inconscientes, que remetem directamente para o passado glorioso da cidade na Antiguidade, quando a antiga Biblioteca era o centro de investigação científica e literária, de aprendizagem e diálogo intercultural e intercivilizacional, onde afluíam estudantes e intelectuais oriundos de todas as partes do mundo conhecido da época, particularmente da zona do Mediterrâneo centro-oriental Esta ideia de centro de saber, de aprendizagem, de diálogo, de tolerância e de compreensão esteve também subjacente ao projecto e à construção da nova Bibliotheca Alexandrina: tornar-se um centro cultural único a nível mundial e factor de progresso humano e civilizacional, qual ponto de encontro, de paz e de felicidade para os Homens. Neste sentido, a Bibliotheca Alexandrina é muito mais do que um “simples” ícone arquitectónico do Egipto moderno; é o maior projecto cultural com que o Egipto entrou no séc. XXI. Em causa está a recuperação da ideia de um lugar de saber e de memória que se tornou mítico e se fixou no imaginário colectivo da própria Humanidade. A mensagem simbólica inerente que a nova Biblioteca de Alexandria recupera e, de certa forma, reanima é justamente essa: torná-la, como acontecia com a sua antiga antepassada, um observatório intelectual de encontro de culturas e, ao mesmo tempo, de estudo e de compreensão dos valores profundos das culturas humanas. A Bibliotheca Alexandrina pretende objectivamente enfatizar o papel que a cultura pode desempenhar no estabelecimento e na consolidação de plataformas de conhecimento e de entendimento entre as diferentes culturas e civilizações

    O olho egípcio dos barcos da Costa da Caparica

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    Neste pequeno texto, profusamente ilustrado, discute-se a ideia da origem egípcia para o «olho» das embarcações dos pesacadores da Costa da Caparica, embora nem sempre seja fácil traçar o percurso ao longo dos tempos de tal símbolo-signo

    Termes et concepts dans le protocole pharaonique des Lagides : le cas du nom d’Horus

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    Actas do congresso internacional realizado em Grenoble, de 6-12 Setembro de 2004Os Nomes do protocolo onomástico dos Lágidas reflectem uma profunda conceptualização civilizacional e assumem um significado histórico que deve ser valorizado, pela sua coerência, significado e importância. Os Nomes são fórmulas condensadas de história, vestígios actuantes do passado e programas ideológicos de existência. Não se trata apenas de meras expressões litânicas e retóricas de obrigatória utilização, mas de verdadeiros receptáculos de conceitos, ideias e valores, ou seja, autênticas fórmulas concentradas de história e de ideologia. Aceitando a titulatura real como fonte histórica, o nosso objectivo é abordar especificamente a titulatura dos faraós lágidas, através do caso particular do Nome de Hórus (NH), no sentido de estabelecermos um quadro preciso das suas morfologia e significação histórica, com destaque para a unidade minimal ḥwnw e para as expressões wr-pḥty, Ḥpw-cnh ̬e it.f

    Entre gansos, falcões, abutres, íbis e jabirus: as aves na mitologia egípcia

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    Um dos aspectos mais notáveis da mitologia egípcia é o enorme número de divindades com representações zoomorfas ou híbridas/bimórficas (corpo humano com cabeça animal ou corpo animal com cabeça humana). Essas formas são produto de um compromisso criativo entre um pensamento antropomórfico e as aparências das forças naturais-animais. As aves não escaparam a esta apropriação mitológica e surgem associadas a divindades de primeiro plano do panteão: estão nesse caso os falcões, os abutres, as íbis e o ganso. Além desta faceta de presença das aves em plena associação com grandes divindades do panteão egípcio, é possível vê-las também usadas simbolicamente para exprimirem alguns aspectos da personalidade humana e conceitos maiores do pensamento religioso egípcio. Estão neste caso, sobretudo, a ave-ba e a íbis-akh. No antigo Egipto, as aves, tratadas teológica e iconograficamente, ajudaram, pois, a definir formas divinas, convicções e conceitos espirituais.One of the most remarkable aspects of the Egyptian mythology is the large number of deities with zoomorphic or hybrid/bimorphic representations (the latter corresponding to representations with animal heads over human bodies or human heads over animal bodies). These shapes are product of a creative compromise between the anthropomorphic form and the features of the naturalanimal forces. Birds were also included in this mythological appropriation and are associated to “first-tier” deities of the Egyptian pantheon, namely hawks, vultures, ibises and geese. Besides this association of birds with the great deities, it is also possible to see their symbolic use as a means to express diverse aspects of human personality and bigger concepts of the Egyptian religious thought: mostly the ba-bird and the akh-ibis. In ancient Egypt, the theological and iconographic treatment of birds was essential to define divine forms, beliefs and spiritual concepts.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    The ptolemies : an unloved and unknown dynasty : contributions to a different perspective and approach

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    The fifteen Ptolemies that sat on the throne of Egypt between 305 BC (the date of assumption of basileia by Ptolemy I) and 30 BC (death of Cleopatra VII) are in most cases little known and even in its most recognized bibliography, their work has been somewhat overlooked, unappreciated. Although boisterous and sometimes unloved, with its tumultuous and dissolute lives, their unbridled and unrepressed ambitions, the intrigues, the betrayals, the fratricides and the crimes that the members of this dynasty encouraged and practiced, the Ptolemies changed the Egyptian life in some aspects and were responsible for the last Pharaonic monuments which were left us, some of them still considered true masterpieces of Egyptian greatness. The Ptolemaic period was indeed a paradoxical moment in the history of ancient Egypt, as it was with a genetically foreign dynasty (traditions, language, religion and culture) that the country, with its capital in Alexandria, met a considerable economic prosperity, a significant political and military power and an intense intellectual activity, finally became part of the world and Mediterranean culture

    Sexualidade e sagrado entre os egípcios : em torno dos comportamentos erótico-sexuais dos antigos deuses egípcios

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    Uma análise atenta e aprofundada da abundantíssima iconografia, em múltiplos suportes, e dos vários relatos mitológicos do antigo Egipto de diferentes épocas chegados até nós permite-nos constatar que o sexo era uma necessidade básica dos deuses egípcios e os assuntos eróticos uma parte importante e integrante das suas existências. De facto, erotismo e sexualidade não eram, longe disso, assuntos e temas exclusivos dos humanos ou que implicassem apenas os seres humanos. No antigo Egipto, como fenómeno socio-antropológico e teológico total, a sexualidade abrange também, portanto, as divindades. As atitudes eróticas e sexuais das divindades egípcias recobrem, de facto, uma multiplicidade de aspectos que transcende em muito a mera dimensão dos instintos e fixa-nos em comportamentos e modelos de conduta sexual que, frequentemente, possuem leituras e interpretações metafísicas e simbólicas, quer em relação à vida terrena quer, sobretudo, em relação à vida extra-terrena. As evocações dos poderes e das capacidades divinas ligadas ao domínio sexual reforçam o prestígio e a autoridade dessas divindades. Mas as representações plásticas e as expressões literárias disponíveis possuem amiúde significações e linhas de expressividade erótico-sexuais, directas ou subliminares, que é preciso entender de forma global e integrada, respeitando e atendendo ao plasma e ao contexto cultural no seio do qual a antiga civilização egípcia se movimentou, se quisermos realmente captar o seu mais profundo alcance e que são, em muitos casos, a razão de ser da sua própria produção. Sem pretendermos passar em revista todos os diversificados hábitos e conduta sexual das divindades egípcias, fixamo-nos neste artigo na teologia de Iunu/ Heliópolis e no ciclo de Osíris e nps vários ambientes e várias situações de declarada manifestação da sexualidade e das capacidades eróticas das divindades egípcias

    O estudo da civilização helenística : conceitos, temas e tendências

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    Muitos estudiosos encararam a Época Helenística depreciativamente, como um momento menor da História, de clara perda e quebra dos valores e das qualidades clássicas, qual epílogo da civilização helénica, devido essencialmente ao contacto com as fortes tradições orientais. As concepções eurocêntricas, quando não mesmo nazis, e o estigma de «civilização de interacção» desenvolveram um a priori de estudo negativo e alimentaram um sentimento de inferioridade da civilização helenística, quase intransponíveis e, mais grave, inibidores de uma correcta aproximação científica. Este artigo pretende demonstrar como esta visão historiográfica é, todavia, profundamente imerecida e deturpada, na medida em que, ao contrário do que essas teses «negativistas» advogam, a civilização helenística conserva, cultiva e difunde a civilização da Grécia arcaica e clássica, por um lado, e, por outro, mesmo integrando novos contributos orientais, perpetuou-se e subsistiu na civilização romana, que cronologicamente lhe sucedeu, estando, assim, na origem da actual civilização ocidental
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