6 research outputs found

    Lesão renal aguda após cirurgias não cardíacas: incidência e impacto das disfunções orgânicas extra-renais nos desfechos

    Get PDF
    Introdução: A permanência de pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) é frequentemente complicada por Lesão Renal Aguda (LRA), principalmente em casos de sepse, baixo débito cardíaco e pós-operatório de grandes cirurgias. Objetivo: Avaliar a incidência, características, desenvolvimento de outras disfunções orgânicas, e desfechos de pacientes com LRA adquirida na UTI após cirurgias não cardíacas. Métodos: Estudo de coorte, prospectivo. Todos os pacientes internados consecutivamente nas UTIs após cirurgias não cardíacas nos meses de abril e maio de 2017 foram analisados quanto ao desenvolvimento ou não de LRA, de outras disfunções orgânicas e ao balanço hídrico. Resultados: A incidência de LRA foi de 16,2%. Os pacientes que desenvolveram LRA no pós-operatório eram mais graves, e diferiram quanto à necessidade de ventilação mecânica (60% vs. 11%, p < 0,001), uso de drogas vasoativas (82% vs. 44%, p = 0,021); presença de infecção (80% vs. 21%, p < 0,001), sepse ou choque séptico (50% vs. 9%, p < 0,001) e a outras complicações pós-operatórias (91% vs. 58%, p = 0,023). Outras disfunções de órgãos e sistemas foram mais fre-quentes nos pacientes com IRA (2 [2-3] vs. 1 [0-1], p < 0,001), particularmente disfunção gas-trointestinal (73% vs. 19%, p < 0,001) e cardiovascular (73% vs. 33%, p = 0,015). O número de pacientes com duas ou mais disfunções orgânicas aumentou de 21% para 82% em pacientes com LRA (RR 3,89, IC: 2,18 – 6,90, p < 0,001). O tempo de internação (13 ± 9 vs. 5 ± 6 dias, p < 0,001) e a mortalidade hospitalar (54,5% vs. 7%, p = 0,013) foram maiores nos pacientes com LRA. Conclusão: Entre pacientes com cirurgias não cardíacas e necessidade de UTI, a incidência de LRA é elevada e associada a complicações de outros sistemas, incluindo os sistemas neurológico, gastrointestinal, respiratório e cardiovascular; somandose a isso, balanço hídrico acumulado positivo, sepse e choque, maior tempo de internação e maiores taxas de mortalidade também foram encontrados nesses pacientes

    Septic shock: a major cause of hospital death after intensive care unit discharge

    No full text
    Objetivo: Avaliar as causas e os fatores associados a mortes de pacientes na enfermaria que receberam alta de unidades de terapia intensiva. Métodos: Estudo piloto, retrospectivo, observacional, de coorte. Foram avaliados os registros de todos os pacientes admitidos no período de 1º de fevereiro de 2013 a 30 de abril de 2013 em duas unidades de um hospital universitário público/privado. Dados demográficos, clínicos, escores de risco e desfechos foram retirados do Sistema de Monitorização Epimed e confirmados no sistema de registro eletrônico do hospital. Foram calculados o risco relativo e seus respectivos intervalos de confiança. Resultados: Um total de 581 pacientes foi avaliado. A taxa de mortalidade na unidade de terapia intensiva foi 20,8% e, no hospital, de 24,9%. A principal causa de óbito foi choque séptico em 58,3% dos que faleceram após a alta da unidade de terapia intensiva. Dos pacientes do sistema público de saúde, 73 (77,6%) morreram na unidade de terapia intensiva e 21 (22,4%) morreram no hospital, após a alta da unidade. Dos pacientes do Sistema Suplementar de Saúde, 48 (94,1%) morreram na unidade de terapia intensiva e 3 (5,9%) morreram no hospital, após a alta da unidade (risco relativo de 3,87; intervalo de confiança de 95% de 1,21 - 12,36; p < 0,05). A taxa de mortalidade pós-alta foi significativamente maior em pacientes com tempo de internação em unidade de terapia intensiva superior a 6 dias. Conclusão: A principal causa de morte de pacientes que receberam alta da unidade de terapia intensiva e morreram na enfermaria antes da alta hospitalar foi o choque séptico. A cobertura pelo sistema público de saúde e o maior tempo de internação na unidade de terapia intensiva foram fatores associados à morte, após a alta da unidade de terapia intensiva

    Pulmonary complications after non-cardiac surgeries: temporal patterns and risk factors

    No full text
    BACKGROUND: Postoperative complications are the primary determinants of survival following major surgery. We aimed to characterize the early perioperative risk factors for postoperative pulmonary complications (POPCs) in patients undergoing major non-cardiac surgeries. METHODS: This study utilized a multicenter prospective observational cohort design. Adult patients undergoing non-cardiac surgeries and admitted to 21 Brazilian ICUs were screened for inclusion in the study. POPCs were defined as the presence of acute pulmonary oedema, nosocomial pneumonia, and extubation failure in the postoperative period. RESULTS: Of the 581 patients enrolled, 110 (19%) had at least one POPC, of whom 5% had acute pulmonary oedema, 10% extubation failure while 10% had pneumonia. Most cases of pulmonary oedema occurred in the first week after surgery, while pneumonia was more frequently a later occurrence. The mortality rate was significantly higher in the group with POPCs compared to the group of patients without POPCs (62% vs. 11%, RR: 5.1, 95% CI: 4.23–7.69; P < 0.001). A low functional capacity (RR: 4.6, 95% CI: 2.1–10.0), major surgery (RR: 3.6, 95% CI: 1.2–10.7), preoperative hemodynamic instability (RR: 3.4, 95% CI: 1.1–10.6), alcoholism (RR: 3.3, 95% CI: 1.0–10.7), unplanned surgery (RR: 2.3, 95% CI: 1.0–5.2), the SOFA score (RR: 1.1, 95% CI: 1.0–1.2), and increased central venous pressure (RR: 1.1, 95% CI: 1.0–1.1) were independent predictors of POPCs. CONCLUSIONS: Pulmonary complications are common in intensive care units after major non-cardiac surgeries. Awareness of the risk factors for POPCs may help multidisciplinary teams develop strategies to prevent these complications

    Doses baixas de dobutamina e fluidos no pós-operatório de pacientes de alto risco: efeitos sobre a oxigenação tecidual, resposta inflamatória e morbidade

    No full text
    JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A dobutamina é um agente inotrópico com propriedade adrenérgica beta-1 predominante e freqüentemente usado para aumentar o fluxo sanguíneo em pacientes críticos. Dobutamina pode ter um papel no aumento da perfusão esplâncnica, desse modo protegendo esta área de lesão isquêmica. O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos de baixas doses de dobutamina (5 mig/kg/min) sobre a oxigenação tecidual, resposta inflamatória e complicações pós-operatória em pacientes de alto risco. MÉTODO: Estudo prospectivo, aleatório, encoberto e placebo-controlado. Cem pacientes cirúrgicos admitidos em Unidade Semi-Intensiva foram avaliados e 82 pacientes foram incluídos, 42 pacientes no grupo controle (solução fisiológica) e 40 no grupo tratamento (5 mig/kg/min) de dobutamina por 24 horas). Os mesmos procedimentos terapêuticos foram usados nos dois grupos. A infusão de líquidos deveria ser realizada em caso de taquicardia ou hipotensão após a infusão de dobutamina, pela possibilidade de hipovolemia. RESULTADOS: O volume total de fluidos administrado foi significativamente maior no grupo dobutamina do que no grupo controle (7351 ± 2082 mL versus 6074 ± 2386 mL, respectivamente, p < 0,05). Saturação venosa central de oxigênio (SvcO2), lactato sérico e proteína C-reativa foram similares em ambos os grupos. Complicações ocorreram em 35% e 50% dos pacientes nos grupos dobutamina e controle, respectivamente (RR 0,70 IC 95% 0,41 - 1,17; NS). CONCLUSÕES: Baixas doses de dobutamina e fluidos após trauma cirúrgico não tiveram efeitos na prevalência de complicações pós-operatória em pacientes cirúrgicos de alto risco
    corecore