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    AS DOENÇAS OCUPACIONAIS ORIGINADAS FRENTE À EXPOSIÇÃO A RISCOS OCUPACIONAIS NA PRÁTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM.

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    INTRODUÇÃO O trabalho de enfermagem envolve aspectos físicos e psíquicos que estão diretamente relacionados e podem tanto proporcionar satisfação quanto tensão e, conseqüentemente, adoecimento do trabalhador (BULHÕES, 1994). Durante a prática dos profissionais de enfermagem há inúmeros riscos ocupacionais. Os riscos ocupacionais podem ser biológicos, químicos, físicos, ergonômicos e psicossociais (BULHÕES, 1994).  Surge o interesse pela temática a partir do momento em que foi observado que há muitos estudos sobre os riscos ocupacionais e pouco se fala nas doenças que esses riscos podem ocasionar durante a prática dos profissionais de enfermagem. O surgimento das doenças ocupacionais originadas pela exposição a riscos ocupacionais leva os profissionais de enfermagem ao absteismo, gerando uma desorganização no serviço prestado, diminuindo a qualidade na assistência. A experiência de absteismo em termos de produção, uma marca do capitalismo, e intensificada pelo incremento das exigências pelas flexibilizações do trabalho e pelo risco de desemprego. A doença leva esse profissional a demonstrar fraqueza e incapacidade de exercer sua função (RAMOS, TITTONI, NARDI, 2008). O objeto desse estudo são as doenças ocupacionais adquiridas pela equipe de enfermagem diante aos riscos ocupacionais na sua prática profissional.  O afastamento desses profissionais adoecidos gera um desequilíbrio nos gastos econômicos da instituição que trabalham. O gasto econômico aumenta com relação aos serviços prestados dos profissionais de enfermagem, tendo que se contratar mais profissionais para substituir a falta de mão de obra e garantir a qualidade na assistência prestada. 3. Com o surgimento das doenças ocupacionais surge como conseqüência o aumento do absteismo, as licenças e as aposentadorias precoces. Os profissionais de enfermagem se vêem num quadro de insatisfação, devido às mudanças que a doença gera no seu estilo de vida (GERALDO,2008).  Considera-se relevante este estudo para o não desequilíbrio dos gastos, com relação ao trabalho prestado pelos profissionais de enfermagem, no seu local de trabalho e garantir a satisfação desses profissionais diante a função que exerce perante a sociedade. O estudo sobre as doenças ocupacionais na prática dos profissionais de enfermagem torna-se importante ainda, pela escassez de estudos, principalmente, quando são originadas de um risco ocupacional. Este estudo contribuirá para uma melhor discussão acerca das conseqüências da exposição a riscos ocupacionais e um melhor entendimento da gravidade da exposição aos riscos ocupacionais na prática dos profissionais de enfermagem. É importante também ressaltar que os profissionais de enfermagem podem reivindicar condições melhores de trabalho, alem de aderirem uma atitude adequada em relação aos equipamentos de proteção individual (EPI), amenizando a exposição aos riscos, e conseqüentemente as doenças que esses riscos podem ocasionar.   OBJETIVOS 1) Identificar as doenças que acometem os profissionais de enfermagem na sua prática diante os riscos ocupacionais 2) Discutir as doenças ocupacionais identificadas e os riscos ocupacionais.   METODOLOGIA O estudo será realizado através de revisão da literatura. A identificação e a localização da bibliografia ocorreram mediante a livros sobre a temática e Banco de Dados Virtuais: Bibliografia Virtual em Saúde no período de 1990 à 2010. A seleção de textos se dará a partir da leitura dos resumos encontrados, tendo como critérios a relevância e adequação do estudo em questão e a análise bibliográfica será realizada através de leitura crítica, objetivando a identificação do conteúdo e os principais aspectos referidos nas literaturas selecionadas.   RESULTADOS Quanto à exposição aos riscos biológicos as doenças que podem vir a ser originadas são: a tuberculose pulmonar, cytomegalovirus, hepatites virais, infecção pelo virus da imunodeficiencia humana (HIV) e síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). Estas são hoje mundialmente apontadas como as principais doenças originadas pela exposição aos riscos biológicos para o trabalhador de enfermagem. Todavia este risco pode originar ainda a outras doenças como rubéola, meningite,difteria, herpes simplex, varicella zoster, febre tifóide, gastrenterite infecciosa, parotidite, queratoconjutivite epidêmica e infecções respiratórias por vírus (RAMOS, TITTONI, NARDI, 2008).  A exposição ao risco químico pode apresentar problemas como anencefalia, asma, rinite, espinha bífida, defeitos no sistema urinário e genital. As doenças originadas pelos riscos físicos aos profissionais de enfermagem incluem as doenças relacionadas à audição e as doenças relacionadas ao padrão de sono, devido ao ruído excessivo existente no ambiente de trabalho. Foi possível identificar também o aparecimento de doenças oculares devido à ma iluminação no ambiente de trabalhos dos profissionais de enfermagem, já as exposições a radiações podem levar o aparecimento de doenças congênitas (SELL, 2002). As doenças originadas frente à exposição aos riscos ergonômicos identificadas são as dorsalgias, destaca-se a lombalgia, sinovites e tenossinovites. As doenças identificadas com relação a exposição aos riscos psicossociais foram o estresse, ansiedade, depressão e a síndrome de Burnout.   CONCLUSÕES É importante a discussão acerca da conseqüência da exposição aos riscos ocupacionais na pratica dos profissionais de enfermagem, visto que no estudo em questão foram identificadas o aparecimento de diversas doenças.  Para o controle, entendimento é diminuição das doenças ocupacionais originadas frente à exposição aos riscos ocupacionais é necessária à implantação de um serviço de saúde do trabalhador no local de trabalho, onde este serviço fiscalizaria a exposição aos riscos ocupacionais na prática dos profissionais de enfermagem e implantaria uma educação continuada para esses profissionais com relação a sua prática profissional, dando suporte para a realização de suas atividades com maior segurança e qualidade. Com tudo não se deve apontar o trabalhador de enfermagem apenas como causador sobre o aparecimento de doenças ocupacionais na sua prática. O ambiente de trabalho desorganizado e o processo de trabalho, que estão submetidos esses profissionais também colaboram para o aumento dos riscos ocupacionais e o surgimento de doenças. Sendo necessária uma adequada administração do ambiente e do processo de trabalho que estão inseridos esses profissionais.   REFERÊNCIAS   BULHÕES, I. Riscos do trabalho de enfermagem. 2ºed. Rio de Janeiro: Editora Folha Carioca; 1994.   RAMOS, Márcia Ziembell; TITTONI, Jaqueline; NARDI, Henrique Caetano. A experiência de afastamento do trabalho por adoecimento vivenciada como processo de ruptura ou continuidade nos modos de viver. Cad. psicol. soc. Trab. São Paulo, v.11, n 2, dez 2008. Disponvel em: http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151637172008000200006&lng=pt&nrm   BRASIL. Segurança e saúde do trabalhador. Política nacional de Brasília. Brasília; 2004.   GERALDO, M.G.P. O perfil dos trabalhadores, seu adoecimento e absenteísmo em um hospital publico universitário. [Dissertação] Belo horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, Curso de Medicina; 2008.   SELL I. Projeto de Trabalho Humano: Melhorando as condições de trabalho. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2002.                          

    AS DOENÇAS OCUPACIONAIS ORIGINADAS FRENTE À EXPOSIÇÃO A RISCOS OCUPACIONAIS NA PRÁTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM.

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    INTRODUÇÃOO trabalho de enfermagem envolve aspectos físicos e psíquicos que estão diretamente relacionados e podem tanto proporcionar satisfação quanto tensão e, conseqüentemente, adoecimento do trabalhador (BULHÕES, 1994). Durante a prática dos profissionais de enfermagem há inúmeros riscos ocupacionais. Os riscos ocupacionais podem ser biológicos, químicos, físicos, ergonômicos e psicossociais (BULHÕES, 1994).  Surge o interesse pela temática a partir do momento em que foi observado que há muitos estudos sobre os riscos ocupacionais e pouco se fala nas doenças que esses riscos podem ocasionar durante a prática dos profissionais de enfermagem. O surgimento das doenças ocupacionais originadas pela exposição a riscos ocupacionais leva os profissionais de enfermagem ao absteismo, gerando uma desorganização no serviço prestado, diminuindo a qualidade na assistência. A experiência de absteismo em termos de produção, uma marca do capitalismo, e intensificada pelo incremento das exigências pelas flexibilizações do trabalho e pelo risco de desemprego. A doença leva esse profissional a demonstrar fraqueza e incapacidade de exercer sua função (RAMOS, TITTONI, NARDI, 2008). O objeto desse estudo são as doenças ocupacionais adquiridas pela equipe de enfermagem diante aos riscos ocupacionais na sua prática profissional.  O afastamento desses profissionais adoecidos gera um desequilíbrio nos gastos econômicos da instituição que trabalham. O gasto econômico aumenta com relação aos serviços prestados dos profissionais de enfermagem, tendo que se contratar mais profissionais para substituir a falta de mão de obra e garantir a qualidade na assistência prestada. 3. Com o surgimento das doenças ocupacionais surge como conseqüência o aumento do absteismo, as licenças e as aposentadorias precoces. Os profissionais de enfermagem se vêem num quadro de insatisfação, devido às mudanças que a doença gera no seu estilo de vida (GERALDO,2008).  Considera-se relevante este estudo para o não desequilíbrio dos gastos, com relação ao trabalho prestado pelos profissionais de enfermagem, no seu local de trabalho e garantir a satisfação desses profissionais diante a função que exerce perante a sociedade. O estudo sobre as doenças ocupacionais na prática dos profissionais de enfermagem torna-se importante ainda, pela escassez de estudos, principalmente, quando são originadas de um risco ocupacional. Este estudo contribuirá para uma melhor discussão acerca das conseqüências da exposição a riscos ocupacionais e um melhor entendimento da gravidade da exposição aos riscos ocupacionais na prática dos profissionais de enfermagem. É importante também ressaltar que os profissionais de enfermagem podem reivindicar condições melhores de trabalho, alem de aderirem uma atitude adequada em relação aos equipamentos de proteção individual (EPI), amenizando a exposição aos riscos, e conseqüentemente as doenças que esses riscos podem ocasionar.  OBJETIVOS1) Identificar as doenças que acometem os profissionais de enfermagem na sua prática diante os riscos ocupacionais 2) Discutir as doenças ocupacionais identificadas e os riscos ocupacionais.  METODOLOGIAO estudo será realizado através de revisão da literatura. A identificação e a localização da bibliografia ocorreram mediante a livros sobre a temática e Banco de Dados Virtuais: Bibliografia Virtual em Saúde no período de 1990 à 2010. A seleção de textos se dará a partir da leitura dos resumos encontrados, tendo como critérios a relevância e adequação do estudo em questão e a análise bibliográfica será realizada através de leitura crítica, objetivando a identificação do conteúdo e os principais aspectos referidos nas literaturas selecionadas.  RESULTADOSQuanto à exposição aos riscos biológicos as doenças que podem vir a ser originadas são: a tuberculose pulmonar, cytomegalovirus, hepatites virais, infecção pelo virus da imunodeficiencia humana (HIV) e síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). Estas são hoje mundialmente apontadas como as principais doenças originadas pela exposição aos riscos biológicos para o trabalhador de enfermagem. Todavia este risco pode originar ainda a outras doenças como rubéola, meningite,difteria, herpes simplex, varicella zoster, febre tifóide, gastrenterite infecciosa, parotidite, queratoconjutivite epidêmica e infecções respiratórias por vírus (RAMOS, TITTONI, NARDI, 2008).  A exposição ao risco químico pode apresentar problemas como anencefalia, asma, rinite, espinha bífida, defeitos no sistema urinário e genital. As doenças originadas pelos riscos físicos aos profissionais de enfermagem incluem as doenças relacionadas à audição e as doenças relacionadas ao padrão de sono, devido ao ruído excessivo existente no ambiente de trabalho. Foi possível identificar também o aparecimento de doenças oculares devido à ma iluminação no ambiente de trabalhos dos profissionais de enfermagem, já as exposições a radiações podem levar o aparecimento de doenças congênitas (SELL, 2002). As doenças originadas frente à exposição aos riscos ergonômicos identificadas são as dorsalgias, destaca-se a lombalgia, sinovites e tenossinovites. As doenças identificadas com relação a exposição aos riscos psicossociais foram o estresse, ansiedade, depressão e a síndrome de Burnout.  CONCLUSÕES É importante a discussão acerca da conseqüência da exposição aos riscos ocupacionais na pratica dos profissionais de enfermagem, visto que no estudo em questão foram identificadas o aparecimento de diversas doenças.  Para o controle, entendimento é diminuição das doenças ocupacionais originadas frente à exposição aos riscos ocupacionais é necessária à implantação de um serviço de saúde do trabalhador no local de trabalho, onde este serviço fiscalizaria a exposição aos riscos ocupacionais na prática dos profissionais de enfermagem e implantaria uma educação continuada para esses profissionais com relação a sua prática profissional, dando suporte para a realização de suas atividades com maior segurança e qualidade. Com tudo não se deve apontar o trabalhador de enfermagem apenas como causador sobre o aparecimento de doenças ocupacionais na sua prática. O ambiente de trabalho desorganizado e o processo de trabalho, que estão submetidos esses profissionais também colaboram para o aumento dos riscos ocupacionais e o surgimento de doenças. Sendo necessária uma adequada administração do ambiente e do processo de trabalho que estão inseridos esses profissionais. REFERÊNCIAS BULHÕES, I. Riscos do trabalho de enfermagem. 2ºed. Rio de Janeiro: Editora Folha Carioca; 1994. RAMOS, Márcia Ziembell; TITTONI, Jaqueline; NARDI, Henrique Caetano. A experiência de afastamento do trabalho por adoecimento vivenciada como processo de ruptura ou continuidade nos modos de viver. Cad. psicol. soc. Trab. São Paulo, v.11, n 2, dez 2008. Disponvel em: http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151637172008000200006&lng=pt&nrm  BRASIL. Segurança e saúde do trabalhador. Política nacional de Brasília. Brasília; 2004. GERALDO, M.G.P. O perfil dos trabalhadores, seu adoecimento e absenteísmo em um hospital publico universitário. [Dissertação] Belo horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, Curso de Medicina; 2008. SELL I. Projeto de Trabalho Humano: Melhorando as condições de trabalho. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2002.             

    A SÍNDROME DE BURNOUT NO ENFERMEIRO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ATENÇÃO BÁSICA E SETORES FECHADOS HOSPITALARES

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    INTRODUÇÃO A síndrome de burnout foi descrita pela primeira vez como sentimento de fracasso e exaustão causado por um excessivo desgaste de energia, força e recursos, descrevendo como um "incêndio interno" resultante da tensão produzida pela vida moderna, afetando negativamente a relação subjetiva com o trabalho.1-2 O desenvolvimento dessa síndrome decorre de um processo gradual de desgaste no humor e desmotivação acompanhado de sintomas físicos e psíquicos. O trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho e faz com que as coisas já não tenham mais importância.3 A definição mais aceita do burnout é fundamentada na perspectiva social-psicológica de Maslach e colaboradores4 sendo definida como uma síndrome psicológica resultante de estressores interpessoais crônicos no trabalho e caracteriza-se por: exaustão emocional, despersonalização (ou ceticismo) e diminuição da realização pessoal (ou eficácia profissional). A enfermagem mostra-se como uma das profissões com grandes possibilidades de desencadear a síndrome de burnout.1,5  tendo em vista a organização do trabalho, a indefinição do papel profissional; a sobrecarga de trabalho estimulada pelo pagamento de horas-extras; a falta de autonomia e autoridade na tomada de decisões, além de ter o cuidado como sua essência e por grande parte da carga de trabalho ser o contato direto com pacientes e familiares.Considerando as diferenças existentes entre uma unidade de atenção básica e um setor fechado hospitalar, tais como as demandas no trabalho, a jornada, as situações de urgências, os riscos ocupacionais, os recursos materiais, entre outros; os enfermeiros que atuam na atenção básica apresentam a mesma incidência da Síndrome de Burnout que enfermeiros que atuam em setores fechados hospitalares?O presente estudo teve como objetivos comparar os indicativos da Síndrome de Burnout em enfermeiros de uma unidade da atenção básica e de setores fechados de um hospital e discutir fatores que favoreçam o desenvolvimento da síndrome e sua possível sintomatologia. METODOLOGIA Estudo descritivo com abordagem quantitativa com seleção da amostra por técnica aleatória simples de 20 enfermeiros, sendo 10 que atuam em setores fechados de um hospital municipal do Estado do Rio de Janeiro e 10 que atuam em uma unidade básica de saúde do mesmo município. Os dados foram obtidos através de um instrumento para identificação da Síndrome de Burnout, que constitui-se de um questionário estruturado, auto-aplicável, que contempla  dados sócio-demográficos, dados profissionais, informações sobre lazer; fatores organizacionais preditores de burnout e alguns sintomas somáticos relacionados com a doença; acrescido de 22 questões do instrumento Maslach Burnout Inventory (MIB), que identifica as dimensões sintomatológicas da síndrome de burnout. Para análise dos dados foi utilizada a análise da pontuação dos itens pesquisados, mediante a escala do tipo Likert e o somatório das dimensões relativas ao MIB foram comparadas com os valores de referência do Núcleo de Estudos Avançados sobre Síndrome de Burnout – NEPASB .3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Análise Comparativa Entre os Setores Fechados e a Unidade BásicaDos entrevistados nos setores fechados de hospital constatou-se que 80% apresentou indicativo de burnout e 20% apresentou indicativo de ausência de burnout. Dos entrevistados na unidade básica de saúde, constatou-se que 10% apresentou indicativo de síndrome de burnout, 20% apresentou indicativo de tendência ao burnout e 70% apresentou indicativo de ausência de burnout.Comparando os fatores preditores dos enfermeiros que atuam em setores fechados de hospital com os enfermeiros que atuam na atenção básica de saúde, conforme avaliado pelo questionário, apenas uma correlação foi significativa: 90% dos entrevistados no hospital afirmaram que as atividades que desempenham exige mais tempo do que podem fazer em um dia de trabalho, enquanto que na unidade de atenção básica somente 40% afirmaram o mesmo. Possivelmente, esta relação é influenciada pelo modelo assistencial de profissionais de enfermagem atuantes em setores fechados dos hospitais, que sofrem com as demandas no trabalho, a dupla jornada, as situações de urgências, os riscos ocupacionais, dentre outros fatores considerados estressores que levam ao esgotamento físico e emocional.7 Análise dos Dados Sóciodemográficos, Profissionais, de Lazer e SintomatologiaObservou-se nesse estudo prevalência do sexo feminino (85%). A faixa etária variou de 32 e 58 anos, com média de 47,65 anos, 65% apresentaram união estável, 65% possuíam filhos, 60 % apresentaram mais de um emprego, 55% possuíam título de especialização e 70% não pratica atividade física.De todos os enfermeiros que apresentaram resultado de indicativo da síndrome ou de tendência para burnout, 72,72% possuíam mais de um emprego indo de acordo com a literatura que demonstra que a necessidade de ter múltiplos vínculos empregatícios devido à baixos salários compromete a qualidade da assistência e a saúde física e mental de todos os componentes da equipe de saúde.15 Em relação a prática de atividade física, 72,72% declarou não realizar nenhum tipo de atividade física, confirmando a possibilidade de ser um grupo mais propenso a desencadear a síndrome, uma vez que a atividade física reduz tensões, minimizando assim, o estresse e atuando na manutenção da condição de saúde no trabalho.3,16  Outra variável observada dentro dos dados sociodemográficos está relacionada ao estado civil e o fato de ter ou não filhos. 63,63% dos entrevistados que apresentaram indicativo da síndrome ou de tendência ao burnout possuíam filhos e uma relação estável, indo de encontro com a literatura, onde se atribui ao casamento ou à situação de companheiro estável e ao fato de ter filhos uma menor propensão ao burnout.3Com relação ao nível educacional, 54,5% do total de indicativos da síndrome e de tendência ao burnout, ou seja, mais da metade, não possuíam título de especialização, tendo somente título de graduação. Ao contrário do que as pesquisas desenvolvidas por Maslach, Schaufeli e Leiter (2001), que relatam que em pessoa com nível educacional mais elevado há maior de desenvolvimento de burnout do que nas de nível mais baixo.12Em relação a sintomatologia pode-se encontrar diversos sintomas associados ao burnout destacando-se a fadiga, dores musculares, distúrbios do sono, cefaléias, perturbações gastrointestinais e hipertensão arterial. CONCLUSÃO No campo da saúde do trabalhador, entendemos como relevante a construção do conhecimento de possíveis predisposições desencadeantes da síndrome do esgotamento profissional, em especial nos enfermeiros, visto que atuam em diferentes ambientes de trabalho, muitas das vezes em condições inadequadas, tanto nos aspectos físico, biológico e psicossocial. Situações que podem levar à alta freqüência de faltas ao trabalho, pedidos de licença, abandono do emprego e deterioração da qualidade dos serviços, gerando impacto negativo sobre a efetividade da atenção oferecida aos pacientes.17Os resultados obtidos a partir da comparação da incidência da síndrome de burnout entre os setores fechados hospitalares e a unidade básica de saúde, aponta para uma prevalência notável do desenvolvimento da síndrome nos hospitais mostrando, conforme a literatura estudada, que as unidades hospitalares, principalmente em serviços de alta complexidade, recebem maior destaque em relação as alterações da saúde mental. Assim, as diferentes dinâmicas organizacionais do trabalho geram uma sobrecarga de ação e tensão ocupacional com proporções diferentes relacionadas ao campo de atuação. Mostra-se necessário a monitorização periódica da saúde mental e física dos trabalhadores com o objetivo de desenvolver estratégias para diminuir as fontes de estresse reorganizando o processo de trabalho.Neste contexto, a produção do conhecimento pode proporcionar melhoria na reflexão sobre a qualidade de vida dos enfermeiros na sua atividade laboral, à medida que tenham informação quanto às características e suas conseqüências, a fim de estabelecer medidas preventivas para síndrome de Burnout. REFERÊNCIAS 1.        Vieira I, Ramos A, Martins D, Bucasio E, Benevides-Pereira AM, Figueira I et al. Burnout na clínica psiquiátrica: relato de um caso. Rev de Psiquiatr RS Rev de Psiquiatr RS. 2006 set/dez; 28(3):352-6.2.        Tucunduva LTCM, Garcia AP, Prudente FVB, Centofanti G, Souza CM, Monteiro TA, Vince FAH, Samano EST, Gonçalves MS, Del Giglio A. A síndrome da estafa profissional em médicos cancerologistas brasileiros. Rev Assoc Med Bras. 2006 mar/abr; 52(2): 108-123.        Jodas DA, Haddad MCL. Síndrome de Burnout em trabalhadores de enfermagem de um pronto socorro de hospital universitário. Acta paul. enferm. 2009; 22(2):192-7.4.        Carlotto MS. A síndrome de Burnout e o trabalho docente. Psicol estud. 2002 jan; 7(1):21-9.5.        Murofuse NT, Abranches SS, Napoleão AA. Reflexões sobre estresse e Burnout e a relação com a enfermagem. Rev. Latino-am enfermagem. 2005 mar/abr; 13(2): 255-61

    As doenças ocupacionais originadas frente à exposição a riscos ocupacionais na prática dos profissionais de enfermagem.

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    INTRODUÇÃOO trabalho de enfermagem envolve aspectos físicos e psíquicos que estão diretamente relacionados e podem tanto proporcionar satisfação quanto tensão e, conseqüentemente, adoecimento do trabalhador (BULHÕES, 1994). Durante a prática dos profissionais de enfermagem há inúmeros riscos ocupacionais. Os riscos ocupacionais podem ser biológicos, químicos, físicos, ergonômicos e psicossociais (BULHÕES, 1994).  Surge o interesse pela temática a partir do momento em que foi observado que há muitos estudos sobre os riscos ocupacionais e pouco se fala nas doenças que esses riscos podem ocasionar durante a prática dos profissionais de enfermagem. O surgimento das doenças ocupacionais originadas pela exposição a riscos ocupacionais leva os profissionais de enfermagem ao absteismo, gerando uma desorganização no serviço prestado, diminuindo a qualidade na assistência. A experiência de absteismo em termos de produção, uma marca do capitalismo, e intensificada pelo incremento das exigências pelas flexibilizações do trabalho e pelo risco de desemprego. A doença leva esse profissional a demonstrar fraqueza e incapacidade de exercer sua função (RAMOS, TITTONI, NARDI, 2008). O objeto desse estudo são as doenças ocupacionais adquiridas pela equipe de enfermagem diante aos riscos ocupacionais na sua prática profissional.  O afastamento desses profissionais adoecidos gera um desequilíbrio nos gastos econômicos da instituição que trabalham. O gasto econômico aumenta com relação aos serviços prestados dos profissionais de enfermagem, tendo que se contratar mais profissionais para substituir a falta de mão de obra e garantir a qualidade na assistência prestada. 3. Com o surgimento das doenças ocupacionais surge como conseqüência o aumento do absteismo, as licenças e as aposentadorias precoces. Os profissionais de enfermagem se vêem num quadro de insatisfação, devido às mudanças que a doença gera no seu estilo de vida (GERALDO,2008).  Considera-se relevante este estudo para o não desequilíbrio dos gastos, com relação ao trabalho prestado pelos profissionais de enfermagem, no seu local de trabalho e garantir a satisfação desses profissionais diante a função que exerce perante a sociedade. O estudo sobre as doenças ocupacionais na prática dos profissionais de enfermagem torna-se importante ainda, pela escassez de estudos, principalmente, quando são originadas de um risco ocupacional. Este estudo contribuirá para uma melhor discussão acerca das conseqüências da exposição a riscos ocupacionais e um melhor entendimento da gravidade da exposição aos riscos ocupacionais na prática dos profissionais de enfermagem. É importante também ressaltar que os profissionais de enfermagem podem reivindicar condições melhores de trabalho, alem de aderirem uma atitude adequada em relação aos equipamentos de proteção individual (EPI), amenizando a exposição aos riscos, e conseqüentemente as doenças que esses riscos podem ocasionar.  OBJETIVOS1) Identificar as doenças que acometem os profissionais de enfermagem na sua prática diante os riscos ocupacionais 2) Discutir as doenças ocupacionais identificadas e os riscos ocupacionais.  METODOLOGIAO estudo será realizado através de revisão da literatura. A identificação e a localização da bibliografia ocorreram mediante a livros sobre a temática e Banco de Dados Virtuais: Bibliografia Virtual em Saúde no período de 1990 à 2010. A seleção de textos se dará a partir da leitura dos resumos encontrados, tendo como critérios a relevância e adequação do estudo em questão e a análise bibliográfica será realizada através de leitura crítica, objetivando a identificação do conteúdo e os principais aspectos referidos nas literaturas selecionadas.  RESULTADOSQuanto à exposição aos riscos biológicos as doenças que podem vir a ser originadas são: a tuberculose pulmonar, cytomegalovirus, hepatites virais, infecção pelo virus da imunodeficiencia humana (HIV) e síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). Estas são hoje mundialmente apontadas como as principais doenças originadas pela exposição aos riscos biológicos para o trabalhador de enfermagem. Todavia este risco pode originar ainda a outras doenças como rubéola, meningite,difteria, herpes simplex, varicella zoster, febre tifóide, gastrenterite infecciosa, parotidite, queratoconjutivite epidêmica e infecções respiratórias por vírus (RAMOS, TITTONI, NARDI, 2008).  A exposição ao risco químico pode apresentar problemas como anencefalia, asma, rinite, espinha bífida, defeitos no sistema urinário e genital. As doenças originadas pelos riscos físicos aos profissionais de enfermagem incluem as doenças relacionadas à audição e as doenças relacionadas ao padrão de sono, devido ao ruído excessivo existente no ambiente de trabalho. Foi possível identificar também o aparecimento de doenças oculares devido à ma iluminação no ambiente de trabalhos dos profissionais de enfermagem, já as exposições a radiações podem levar o aparecimento de doenças congênitas (SELL, 2002). As doenças originadas frente à exposição aos riscos ergonômicos identificadas são as dorsalgias, destaca-se a lombalgia, sinovites e tenossinovites. As doenças identificadas com relação a exposição aos riscos psicossociais foram o estresse, ansiedade, depressão e a síndrome de Burnout.  CONCLUSÕES É importante a discussão acerca da conseqüência da exposição aos riscos ocupacionais na pratica dos profissionais de enfermagem, visto que no estudo em questão foram identificadas o aparecimento de diversas doenças.  Para o controle, entendimento é diminuição das doenças ocupacionais originadas frente à exposição aos riscos ocupacionais é necessária à implantação de um serviço de saúde do trabalhador no local de trabalho, onde este serviço fiscalizaria a exposição aos riscos ocupacionais na prática dos profissionais de enfermagem e implantaria uma educação continuada para esses profissionais com relação a sua prática profissional, dando suporte para a realização de suas atividades com maior segurança e qualidade. Com tudo não se deve apontar o trabalhador de enfermagem apenas como causador sobre o aparecimento de doenças ocupacionais na sua prática. O ambiente de trabalho desorganizado e o processo de trabalho, que estão submetidos esses profissionais também colaboram para o aumento dos riscos ocupacionais e o surgimento de doenças. Sendo necessária uma adequada administração do ambiente e do processo de trabalho que estão inseridos esses profissionais. REFERÊNCIAS BULHÕES, I. Riscos do trabalho de enfermagem. 2ºed. Rio de Janeiro: Editora Folha Carioca; 1994. RAMOS, Márcia Ziembell; TITTONI, Jaqueline; NARDI, Henrique Caetano. A experiência de afastamento do trabalho por adoecimento vivenciada como processo de ruptura ou continuidade nos modos de viver. Cad. psicol. soc. Trab. São Paulo, v.11, n 2, dez 2008. Disponvel em: http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151637172008000200006&lng=pt&nrm  BRASIL. Segurança e saúde do trabalhador. Política nacional de Brasília. Brasília; 2004. GERALDO, M.G.P. O perfil dos trabalhadores, seu adoecimento e absenteísmo em um hospital publico universitário. [Dissertação] Belo horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, Curso de Medicina; 2008. SELL I. Projeto de Trabalho Humano: Melhorando as condições de trabalho. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2002.             

    A síndrome de burnout no enfermeiro: Um estudo comparativo entre atenção básica e setores fechados hospitalares

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    INTRODUÇÃO A síndrome de burnout foi descrita pela primeira vez como sentimento de fracasso e exaustão causado por um excessivo desgaste de energia, força e recursos, descrevendo como um "incêndio interno" resultante da tensão produzida pela vida moderna, afetando negativamente a relação subjetiva com o trabalho.1-2 O desenvolvimento dessa síndrome decorre de um processo gradual de desgaste no humor e desmotivação acompanhado de sintomas físicos e psíquicos. O trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho e faz com que as coisas já não tenham mais importância.3 A definição mais aceita do burnout é fundamentada na perspectiva social-psicológica de Maslach e colaboradores4 sendo definida como uma síndrome psicológica resultante de estressores interpessoais crônicos no trabalho e caracteriza-se por: exaustão emocional, despersonalização (ou ceticismo) e diminuição da realização pessoal (ou eficácia profissional). A enfermagem mostra-se como uma das profissões com grandes possibilidades de desencadear a síndrome de burnout.1,5  tendo em vista a organização do trabalho, a indefinição do papel profissional; a sobrecarga de trabalho estimulada pelo pagamento de horas-extras; a falta de autonomia e autoridade na tomada de decisões, além de ter o cuidado como sua essência e por grande parte da carga de trabalho ser o contato direto com pacientes e familiares.Considerando as diferenças existentes entre uma unidade de atenção básica e um setor fechado hospitalar, tais como as demandas no trabalho, a jornada, as situações de urgências, os riscos ocupacionais, os recursos materiais, entre outros; os enfermeiros que atuam na atenção básica apresentam a mesma incidência da Síndrome de Burnout que enfermeiros que atuam em setores fechados hospitalares?O presente estudo teve como objetivos comparar os indicativos da Síndrome de Burnout em enfermeiros de uma unidade da atenção básica e de setores fechados de um hospital e discutir fatores que favoreçam o desenvolvimento da síndrome e sua possível sintomatologia. METODOLOGIA Estudo descritivo com abordagem quantitativa com seleção da amostra por técnica aleatória simples de 20 enfermeiros, sendo 10 que atuam em setores fechados de um hospital municipal do Estado do Rio de Janeiro e 10 que atuam em uma unidade básica de saúde do mesmo município. Os dados foram obtidos através de um instrumento para identificação da Síndrome de Burnout, que constitui-se de um questionário estruturado, auto-aplicável, que contempla  dados sócio-demográficos, dados profissionais, informações sobre lazer; fatores organizacionais preditores de burnout e alguns sintomas somáticos relacionados com a doença; acrescido de 22 questões do instrumento Maslach Burnout Inventory (MIB), que identifica as dimensões sintomatológicas da síndrome de burnout. Para análise dos dados foi utilizada a análise da pontuação dos itens pesquisados, mediante a escala do tipo Likert e o somatório das dimensões relativas ao MIB foram comparadas com os valores de referência do Núcleo de Estudos Avançados sobre Síndrome de Burnout – NEPASB .3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Análise Comparativa Entre os Setores Fechados e a Unidade BásicaDos entrevistados nos setores fechados de hospital constatou-se que 80% apresentou indicativo de burnout e 20% apresentou indicativo de ausência de burnout. Dos entrevistados na unidade básica de saúde, constatou-se que 10% apresentou indicativo de síndrome de burnout, 20% apresentou indicativo de tendência ao burnout e 70% apresentou indicativo de ausência de burnout.Comparando os fatores preditores dos enfermeiros que atuam em setores fechados de hospital com os enfermeiros que atuam na atenção básica de saúde, conforme avaliado pelo questionário, apenas uma correlação foi significativa: 90% dos entrevistados no hospital afirmaram que as atividades que desempenham exige mais tempo do que podem fazer em um dia de trabalho, enquanto que na unidade de atenção básica somente 40% afirmaram o mesmo. Possivelmente, esta relação é influenciada pelo modelo assistencial de profissionais de enfermagem atuantes em setores fechados dos hospitais, que sofrem com as demandas no trabalho, a dupla jornada, as situações de urgências, os riscos ocupacionais, dentre outros fatores considerados estressores que levam ao esgotamento físico e emocional.7 Análise dos Dados Sóciodemográficos, Profissionais, de Lazer e SintomatologiaObservou-se nesse estudo prevalência do sexo feminino (85%). A faixa etária variou de 32 e 58 anos, com média de 47,65 anos, 65% apresentaram união estável, 65% possuíam filhos, 60 % apresentaram mais de um emprego, 55% possuíam título de especialização e 70% não pratica atividade física.De todos os enfermeiros que apresentaram resultado de indicativo da síndrome ou de tendência para burnout, 72,72% possuíam mais de um emprego indo de acordo com a literatura que demonstra que a necessidade de ter múltiplos vínculos empregatícios devido à baixos salários compromete a qualidade da assistência e a saúde física e mental de todos os componentes da equipe de saúde.15 Em relação a prática de atividade física, 72,72% declarou não realizar nenhum tipo de atividade física, confirmando a possibilidade de ser um grupo mais propenso a desencadear a síndrome, uma vez que a atividade física reduz tensões, minimizando assim, o estresse e atuando na manutenção da condição de saúde no trabalho.3,16  Outra variável observada dentro dos dados sociodemográficos está relacionada ao estado civil e o fato de ter ou não filhos. 63,63% dos entrevistados que apresentaram indicativo da síndrome ou de tendência ao burnout possuíam filhos e uma relação estável, indo de encontro com a literatura, onde se atribui ao casamento ou à situação de companheiro estável e ao fato de ter filhos uma menor propensão ao burnout.3Com relação ao nível educacional, 54,5% do total de indicativos da síndrome e de tendência ao burnout, ou seja, mais da metade, não possuíam título de especialização, tendo somente título de graduação. Ao contrário do que as pesquisas desenvolvidas por Maslach, Schaufeli e Leiter (2001), que relatam que em pessoa com nível educacional mais elevado há maior de desenvolvimento de burnout do que nas de nível mais baixo.12Em relação a sintomatologia pode-se encontrar diversos sintomas associados ao burnout destacando-se a fadiga, dores musculares, distúrbios do sono, cefaléias, perturbações gastrointestinais e hipertensão arterial. CONCLUSÃO No campo da saúde do trabalhador, entendemos como relevante a construção do conhecimento de possíveis predisposições desencadeantes da síndrome do esgotamento profissional, em especial nos enfermeiros, visto que atuam em diferentes ambientes de trabalho, muitas das vezes em condições inadequadas, tanto nos aspectos físico, biológico e psicossocial. Situações que podem levar à alta freqüência de faltas ao trabalho, pedidos de licença, abandono do emprego e deterioração da qualidade dos serviços, gerando impacto negativo sobre a efetividade da atenção oferecida aos pacientes.17Os resultados obtidos a partir da comparação da incidência da síndrome de burnout entre os setores fechados hospitalares e a unidade básica de saúde, aponta para uma prevalência notável do desenvolvimento da síndrome nos hospitais mostrando, conforme a literatura estudada, que as unidades hospitalares, principalmente em serviços de alta complexidade, recebem maior destaque em relação as alterações da saúde mental. Assim, as diferentes dinâmicas organizacionais do trabalho geram uma sobrecarga de ação e tensão ocupacional com proporções diferentes relacionadas ao campo de atuação. Mostra-se necessário a monitorização periódica da saúde mental e física dos trabalhadores com o objetivo de desenvolver estratégias para diminuir as fontes de estresse reorganizando o processo de trabalho.Neste contexto, a produção do conhecimento pode proporcionar melhoria na reflexão sobre a qualidade de vida dos enfermeiros na sua atividade laboral, à medida que tenham informação quanto às características e suas conseqüências, a fim de estabelecer medidas preventivas para síndrome de Burnout. REFERÊNCIAS 1.        Vieira I, Ramos A, Martins D, Bucasio E, Benevides-Pereira AM, Figueira I et al. Burnout na clínica psiquiátrica: relato de um caso. Rev de Psiquiatr RS Rev de Psiquiatr RS. 2006 set/dez; 28(3):352-6.2.        Tucunduva LTCM, Garcia AP, Prudente FVB, Centofanti G, Souza CM, Monteiro TA, Vince FAH, Samano EST, Gonçalves MS, Del Giglio A. A síndrome da estafa profissional em médicos cancerologistas brasileiros. Rev Assoc Med Bras. 2006 mar/abr; 52(2): 108-123.        Jodas DA, Haddad MCL. Síndrome de Burnout em trabalhadores de enfermagem de um pronto socorro de hospital universitário. Acta paul. enferm. 2009; 22(2):192-7.4.        Carlotto MS. A síndrome de Burnout e o trabalho docente. Psicol estud. 2002 jan; 7(1):21-9.5.        Murofuse NT, Abranches SS, Napoleão AA. Reflexões sobre estresse e Burnout e a relação com a enfermagem. Rev. Latino-am enfermagem. 2005 mar/abr; 13(2): 255-61

    A SÍNDROME DE BURNOUT NO ENFERMEIRO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ATENÇÃO BÁSICA E SETORES FECHADOS HOSPITALARES

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    INTRODUÇÃO   A síndrome de burnout foi descrita pela primeira vez como sentimento de fracasso e exaustão causado por um excessivo desgaste de energia, força e recursos, descrevendo como um "incêndio interno" resultante da tensão produzida pela vida moderna, afetando negativamente a relação subjetiva com o trabalho.1-2 O desenvolvimento dessa síndrome decorre de um processo gradual de desgaste no humor e desmotivação acompanhado de sintomas físicos e psíquicos. O trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho e faz com que as coisas já não tenham mais importância.3 A definição mais aceita do burnout é fundamentada na perspectiva social-psicológica de Maslach e colaboradores4 sendo definida como uma síndrome psicológica resultante de estressores interpessoais crônicos no trabalho e caracteriza-se por: exaustão emocional, despersonalização (ou ceticismo) e diminuição da realização pessoal (ou eficácia profissional). A enfermagem mostra-se como uma das profissões com grandes possibilidades de desencadear a síndrome de burnout.1,5  tendo em vista a organização do trabalho, a indefinição do papel profissional; a sobrecarga de trabalho estimulada pelo pagamento de horas-extras; a falta de autonomia e autoridade na tomada de decisões, além de ter o cuidado como sua essência e por grande parte da carga de trabalho ser o contato direto com pacientes e familiares. Considerando as diferenças existentes entre uma unidade de atenção básica e um setor fechado hospitalar, tais como as demandas no trabalho, a jornada, as situações de urgências, os riscos ocupacionais, os recursos materiais, entre outros; os enfermeiros que atuam na atenção básica apresentam a mesma incidência da Síndrome de Burnout que enfermeiros que atuam em setores fechados hospitalares? O presente estudo teve como objetivos comparar os indicativos da Síndrome de Burnout em enfermeiros de uma unidade da atenção básica e de setores fechados de um hospital e discutir fatores que favoreçam o desenvolvimento da síndrome e sua possível sintomatologia.   METODOLOGIA   Estudo descritivo com abordagem quantitativa com seleção da amostra por técnica aleatória simples de 20 enfermeiros, sendo 10 que atuam em setores fechados de um hospital municipal do Estado do Rio de Janeiro e 10 que atuam em uma unidade básica de saúde do mesmo município. Os dados foram obtidos através de um instrumento para identificação da Síndrome de Burnout, que constitui-se de um questionário estruturado, auto-aplicável, que contempla  dados sócio-demográficos, dados profissionais, informações sobre lazer; fatores organizacionais preditores de burnout e alguns sintomas somáticos relacionados com a doença; acrescido de 22 questões do instrumento Maslach Burnout Inventory (MIB), que identifica as dimensões sintomatológicas da síndrome de burnout. Para análise dos dados foi utilizada a análise da pontuação dos itens pesquisados, mediante a escala do tipo Likert e o somatório das dimensões relativas ao MIB foram comparadas com os valores de referência do Núcleo de Estudos Avançados sobre Síndrome de Burnout – NEPASB .3   RESULTADOS E DISCUSSÃO   Análise Comparativa Entre os Setores Fechados e a Unidade Básica Dos entrevistados nos setores fechados de hospital constatou-se que 80% apresentou indicativo de burnout e 20% apresentou indicativo de ausência de burnout. Dos entrevistados na unidade básica de saúde, constatou-se que 10% apresentou indicativo de síndrome de burnout, 20% apresentou indicativo de tendência ao burnout e 70% apresentou indicativo de ausência de burnout. Comparando os fatores preditores dos enfermeiros que atuam em setores fechados de hospital com os enfermeiros que atuam na atenção básica de saúde, conforme avaliado pelo questionário, apenas uma correlação foi significativa: 90% dos entrevistados no hospital afirmaram que as atividades que desempenham exige mais tempo do que podem fazer em um dia de trabalho, enquanto que na unidade de atenção básica somente 40% afirmaram o mesmo. Possivelmente, esta relação é influenciada pelo modelo assistencial de profissionais de enfermagem atuantes em setores fechados dos hospitais, que sofrem com as demandas no trabalho, a dupla jornada, as situações de urgências, os riscos ocupacionais, dentre outros fatores considerados estressores que levam ao esgotamento físico e emocional.7   Análise dos Dados Sóciodemográficos, Profissionais, de Lazer e Sintomatologia Observou-se nesse estudo prevalência do sexo feminino (85%). A faixa etária variou de 32 e 58 anos, com média de 47,65 anos, 65% apresentaram união estável, 65% possuíam filhos, 60 % apresentaram mais de um emprego, 55% possuíam título de especialização e 70% não pratica atividade física. De todos os enfermeiros que apresentaram resultado de indicativo da síndrome ou de tendência para burnout, 72,72% possuíam mais de um emprego indo de acordo com a literatura que demonstra que a necessidade de ter múltiplos vínculos empregatícios devido à baixos salários compromete a qualidade da assistência e a saúde física e mental de todos os componentes da equipe de saúde.15 Em relação a prática de atividade física, 72,72% declarou não realizar nenhum tipo de atividade física, confirmando a possibilidade de ser um grupo mais propenso a desencadear a síndrome, uma vez que a atividade física reduz tensões, minimizando assim, o estresse e atuando na manutenção da condição de saúde no trabalho.3,16  Outra variável observada dentro dos dados sociodemográficos está relacionada ao estado civil e o fato de ter ou não filhos. 63,63% dos entrevistados que apresentaram indicativo da síndrome ou de tendência ao burnout possuíam filhos e uma relação estável, indo de encontro com a literatura, onde se atribui ao casamento ou à situação de companheiro estável e ao fato de ter filhos uma menor propensão ao burnout.3 Com relação ao nível educacional, 54,5% do total de indicativos da síndrome e de tendência ao burnout, ou seja, mais da metade, não possuíam título de especialização, tendo somente título de graduação. Ao contrário do que as pesquisas desenvolvidas por Maslach, Schaufeli e Leiter (2001), que relatam que em pessoa com nível educacional mais elevado há maior de desenvolvimento de burnout do que nas de nível mais baixo.12 Em relação a sintomatologia pode-se encontrar diversos sintomas associados ao burnout destacando-se a fadiga, dores musculares, distúrbios do sono, cefaléias, perturbações gastrointestinais e hipertensão arterial.   CONCLUSÃO   No campo da saúde do trabalhador, entendemos como relevante a construção do conhecimento de possíveis predisposições desencadeantes da síndrome do esgotamento profissional, em especial nos enfermeiros, visto que atuam em diferentes ambientes de trabalho, muitas das vezes em condições inadequadas, tanto nos aspectos físico, biológico e psicossocial. Situações que podem levar à alta freqüência de faltas ao trabalho, pedidos de licença, abandono do emprego e deterioração da qualidade dos serviços, gerando impacto negativo sobre a efetividade da atenção oferecida aos pacientes.17 Os resultados obtidos a partir da comparação da incidência da síndrome de burnout entre os setores fechados hospitalares e a unidade básica de saúde, aponta para uma prevalência notável do desenvolvimento da síndrome nos hospitais mostrando, conforme a literatura estudada, que as unidades hospitalares, principalmente em serviços de alta complexidade, recebem maior destaque em relação as alterações da saúde mental. Assim, as diferentes dinâmicas organizacionais do trabalho geram uma sobrecarga de ação e tensão ocupacional com proporções diferentes relacionadas ao campo de atuação. Mostra-se necessário a monitorização periódica da saúde mental e física dos trabalhadores com o objetivo de desenvolver estratégias para diminuir as fontes de estresse reorganizando o processo de trabalho. Neste contexto, a produção do conhecimento pode proporcionar melhoria na reflexão sobre a qualidade de vida dos enfermeiros na sua atividade laboral, à medida que tenham informação quanto às características e suas conseqüências, a fim de estabelecer medidas preventivas para síndrome de Burnout.   REFERÊNCIAS   1.        Vieira I, Ramos A, Martins D, Bucasio E, Benevides-Pereira AM, Figueira I et al. Burnout na clínica psiquiátrica: relato de um caso. Rev de Psiquiatr RS Rev de Psiquiatr RS. 2006 set/dez; 28(3):352-6. 2.        Tucunduva LTCM, Garcia AP, Prudente FVB, Centofanti G, Souza CM, Monteiro TA, Vince FAH, Samano EST, Gonçalves MS, Del Giglio A. A síndrome da estafa profissional em médicos cancerologistas brasileiros. Rev Assoc Med Bras. 2006 mar/abr; 52(2): 108-12 3.        Jodas DA, Haddad MCL. Síndrome de Burnout em trabalhadores de enfermagem de um pronto socorro de hospital universitário. Acta paul. enferm. 2009; 22(2):192-7. 4.        Carlotto MS. A síndrome de Burnout e o trabalho docente. Psicol estud. 2002 jan; 7(1):21-9. 5.        Murofuse NT, Abranches SS, Napoleão AA. Reflexões sobre estresse e Burnout e a relação com a enfermagem. Rev. Latino-am enfermagem. 2005 mar/abr; 13(2): 255-61
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