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    A educação escolar, dinâmica de formação do caráter e a concretização do processo de formação dos valores pessoais

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    Este texto tem como objetivo desvelar as determinações que tornam a educação escolar uma das atividades humanas responsáveis por compor a dinâmica do processo de formação de valores orientadores das atitudes dos indivíduos. Iniciamos estabelecendo relações entre a sociedade, a educação escolar e o processo de formação dos indivíduos. Em seguida apresentamos características gerais da dinâmica de formação do caráter segundo a psicologia histórico-cultural – explicitado como produto da atividade concreta dos indivíduos – de modo a expor alguns determinantes que recaem sobre a formulação dos valores orientadores das condutas individuais. Neste processo, buscamos tornar evidente a inevitável incidência da educação escolar sobre a formação da conduta dos estudantes. Finalizamos com a análise de situações concretas observadas no cotidiano de uma escola de educação infantil e extraídas da tese de doutoramento de uma das autoras (Silva, 2017). Apresentamos, então, algumas perspectivas para a formulação intencional e sistematizada de práticas educativas em que se busque transmitir valoração positiva em relação aos interesses coletivos universais como condição para o efetivo desenvolvimento individual

    ARTIGO PARECER: A DIALÉTICA CONSCIENTE/NÃO-CONSCIENTE NA CONCEPÇÃO DE MUNDO: IMPLICAÇÕES TEÓRICAS, METODOLÓGICAS E PRÁTICAS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA

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    RESUMO: O debate sobre a concepção de mundo tem ganhado destaque na Pedagogia Histórico-Crítica e entendemos ser pertinente pontuar um aspecto esquecido, mas que deve ser levado em conta em nossas investigações: a dimensão não-consciente. O texto que aqui apresentamos nasceu, a convite dos editores desta revista, de um parecer feito por nós a respeito do artigo que, quando publicado, foi intitulado As teorias pedagógicas e as concepções de mundo dos licenciandos em Ciências e Biologia de Pressato e Campos, (2022). Buscando alertar para os riscos de se estabelecer relações diretas entre a apropriação do conhecimento sistematizado e a formação de uma concepção de mundo coerente, unitária e revolucionária, este artigo traz algumas reflexões sobre os limites e possibilidades da educação escolar na formação da concepção de mundo, assim como considerações sobre questões metodológicas de pesquisas. Concluímos que a dialética consciente/não-consciente na formação e transformação da concepção de mundo torna este um fenômeno complexo e impossível de investigá-lo fora da atividade dos sujeitos. Por esta razão, formar concepções coerentes e unitárias de mundo não depende apenas da escola, mas da criação de formas de sociabilidade que caminhem na contramão da ideologia burguesa

    O programa Escola Ativa e a gestão participativa em escolas no campo

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    Active School program was originated from the Colombian Escuela Nueva. It´s a strategy that aims to improve the quality of education in rural areas through the implementation of specific methodology and participatory management in multigrade schools. In Brazil, it has been deployed since 1997, primarily in the North, Northeast and Midwest regions, managed by Fundescola and funded in part by the World Bank. In its final phase, from 2008 to 2011, the program was expanded to all regions of Brazil, was managed by SECAD and funded entirely by the Brazilian Ministry of Education (MEC). Active School aims to develop autonomy in students and encourage the participation of rural communities in school management. This research aimed to analyze the possibilities of communities participation in school management and discuss what type of autonomy can be developed within the management perspective suggested by the program. We chose the municipality of São José do Rio Pardo as a locus of study. We adopted Gramsci, Marx, Engels and authors who discuss education and pedagogy based on them as theoretical references. This research was conducted through document analysis of Active School (Fundescola and MEC), World Bank and São José do Rio Pardo. We also conducted interviews and on site observations. We conclude that the autonomy that the student is able to develop is instrumental. The school management suggested by the program is strategic and not politic, so the participation of rural communities is also instrumental. However, Active School should be understood in its contradictory aspects, because it is possible that political participation (that is so important to rural schools) may happen in the context of strategic management.Universidade Federal de Minas GeraisO programa Escola Ativa, originado do colombiano Escuela Nueva, é uma estratégia que tem como finalidade melhorar a qualidade do ensino em áreas rurais por meio da implementação de metodologia específica e de gestão participativa em escolas multisseriadas. No Brasil, foi implantado a partir de 1997, primeiramente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, gerenciado pelo Fundescola e financiado, em parte, pelo Banco Mundial. Em sua fase final, de 2008 a 2011, o programa foi expandido para todas as regiões do Brasil, passou a ser gerenciado pela SECAD e financiado inteiramente pelo MEC. O Escola Ativa pretende desenvolver a autonomia do aluno e estimular a participação das comunidades rurais na gestão escolar. A partir disto, esta pesquisa teve como objetivo analisar as possibilidades de participação das comunidades do campo na gestão da escola e discutir que tipo de autonomia pode ser desenvolvida dentro da perspectiva da gestão sugerida pelo programa. Escolhemos o município paulista de São José do Rio Pardo como locus de estudo. Adotamos como referencial teórico Gramsci, Marx, Engels e autores que discutem educação e pedagogia com base neles. Esta pesquisa foi realizada por meio de análise de documentos do Escola Ativa (do Fundescola e do MEC), do Banco Mundial e do município de São José do Rio Pardo. Acompanhamos o trabalho de pessoas diretamente envolvidas na implementação do programa no município e realizamos entrevistas e registros de observações in loco. Concluímos que a autonomia que o aluno do Escola Ativa é capaz de desenvolver é instrumental. A gestão da escola que o programa sugere é estratégica e não política, portanto, a participação das comunidades rurais também é instrumental. Todavia, o Escola Ativa deve ser compreendido em seus aspectos contraditórios, pois é possível que ocorra a participação política (tão importante para a escola no campo) no contexto da gestão estratégica

    A busca pelo consenso neoliberal no campo: aspectos históricos do programa Escola Ativa

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    O Estado capitalista, em seu papel de mantenedor da hegemonia, cumpre uma tarefaeducativa, na medida em que forma massas populares para elevá-las até certo nível culturale moral visando atender às necessidades do processo produtivo - em consequência,atendendo aos interesses das classes dominantes - difundindo também a ideologianecessária para o estabelecimento de um consenso. Neste trabalho trataremos do programa Escola Ativa como instrumento utilizado por Estados periféricos no contexto do regime deacumulação flexível para a difusão da ideologia neoliberal, formação da mão de obraoperária e contenção de revoltas sociais em áreas rurais. Para isso, recorremos às suasorigens na Colômbia e a aspectos sobre sua história de desenvolvimento naquele país e noBrasil

    O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO NO MEIO RURAL NO ESTADO DE SÃO PAULO

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    Neste texto nos propusemos a realizar uma discussão sobre alguns dados preliminares arespeito da educação no meio rural paulista, entre os anos de 2008 e 2010, por meio daanálise de dados disponíveis em fontes como Censo Demográfico, Censos Escolares,Sinopses Estatísticas da Educação Básica, Indicadores Demográficos e Educacionais doPlano de Ações Articuladas, além de informações disponibilizadas pela coordenação doPrograma Escola Ativa. O Estado de São Paulo, assim como outros estados brasileiros,apresenta demanda por educação em áreas rurais, porém, a oferta é insuficiente. Mesmoque o Estado apresente algumas das mais altas taxas de urbanização do país, existe anecessidade da escola multisseriada em áreas isoladas. Entretanto, no período estudado,muitas foram fechadas, dando lugar à prática do transporte de alunos para o meio urbanoou ao processo de nucleação, que acontece no Estado desde a década de 1980. Emcontrapartida, alguns municípios têm buscado a implementação do Programa Escola Ativacomo forma de melhorar os índices educacionais das escolas do campo

    Educação do campo e política educacional em debate: apontamentos sobre a formação da classe trabalhadora rural na atualidade

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    O presente artigo busca realizar alguns apontamentos a respeito do projeto atual de educação que o Estado brasileiro vem destinando à população trabalhadora do campo, em resposta às demandas dos movimentos sociais ligados à questão agrária. A discussão é feita com base na análise de documentos oficiais norteadores da política educacional para o campo que estão hoje em vigor. Entende-se que as mudanças, ou adaptações, nos projetos de educação são determinadas pelo capital e se colocam no sentido de atender os interesses da classe dominante. Problematizarmos a armadilha ideológica existente na reivindicação da especificidade na educação do aluno do campo, pois se a formação oferecida à criança da classe trabalhadora além de “básica”, ou seja, voltada para a qualificação para o mundo do trabalho, se constituir em uma formação específica, fragmentada, com adaptações curriculares que contemplem o cotidiano, a vida e o trabalho no campo, a escola da classe trabalhadora “se empobrece”, visto que abre mão de garantir a criança seu direito de apropriar-se do conhecimento formal. Deste modo, buscamos alguns elementos para refletir a respeito do argumento que considera que a concepção hegemônica de educação do campo acaba por privar a criança do campo do melhor e mais elaborado conhecimento que a humanidade produziu e acumulou
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