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    Etnicidade, política e ascensão social: um exemplo teuto-brasileiro

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    Imigrantes alemães tiveram participação relevante no processo de colonização baseado na pequena propriedade familiar, iniciado no sul do Brasil em 1824. Nesse contexto de ocupação do território, por meio de assentamentos de famílias em regiões demarcadas como colônias, os processos de diferenciação interna e ascensão social aconteceram juntamente com a formação da identidade étnica teuto-brasileira. Os princípios distintivos dessa identidade foram baseados na especificidade cultural e social das colônias alemães e no jus sanguinis, constrastando com os imperativos de assimilação ditados pelo nacionalismo brasileiro como condição de cidadania. Este artigo aborda a questão da mobilidade social nos campos econômico e político, e as controvérsias associadas a sentimentos de etnicidade, evidenciadas em uma região de colonização alemã em Santa Catarina (Vale do Itajaí) nas primeiras décadas da República - período inicial da industrialização a partir da atividade comercial, e de aproximação da elite teuto-brasileira com a sociedade nacional.<br>German immigrants played a significant part in the process of colonization based on small family holdings, which was initiated in southern Brazil in 1824. Processes of internal differentiation and social ascension took place alongside the formation of a German-Brazilian identity, in the context of territorial occupation centered on family-settlements in colonies. The distinctive aspects of this identity were based on the social and cultural specificity of the German colonies and on jus sanguinis, which contrasts with the imperatives of assimilation dictated by Brazilian nationalism as the condition of citizenship. This article looks at the question of social mobility in economics and politics, and controversies associated with sentiments of ethnicity, as seen in an area of German colonization in the state of Santa Catarina (Vale do Itajaí) in the first decades of the Republic; a period characterized by incipient industrialization based on commercial activity, and by the approximation of the German-Brazilian elite to national society

    Natureza admirada, natureza devastada: História e Historiografia da colonização de Santa Catarina Nature admired, nature devastated: History and Historiography of the colonization of Santa Catarina

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    De um modo geral, a história da "imigraçãopor -colonização" no século XIX, objeto histórico presente na historiografia brasileira e nas histórias regionais, é predominantemente narrada de acordo com as coordenadas ideológicas hegemônicas da sociedade moderna: civilização, progresso, evolução e trabalho. Dentro deste quadro conceitual, a natureza é vista e representada como um mero recurso natural que deve ser "naturalmente" explorado e manipulado pela sociedade humana. Este artigo aborda a história e o conhecimento histórico sobre a experiência da colonização em Santa Catarina, principalmente em relação às principais colônias fundadas na segunda metade do século XIX. Problematiza-se a relação culturapor -natureza instituída no processo colonizador e a concepção de natureza contida no conhecimento histórico da colonização; observam-se fontes documentais (Relatórios da Província, Relatórios das Colônias) e historiográficas na perspectiva da História Ambiental; e procura-se demonstrar que o modo de ver e explicar a "evolução histórica" da colonização estimula e legitima a destruição e a domesticação do mundo natural tanto quanto dos povos indígenas, em particular a Mata Atlântica e os índios Xokleng.<br>Generally speaking, the 19th century history of "immigration-colonization", object of the Brazilian historiography and the local historical studies, is mainly narrated from the perspective of the modern society ideological, hegemonic coordinates: civilization, progress, evolution, and work. From this conceptual viewpoint, nature is represented as a mere natural resource that must be exploited and handled by the human society. This paper deals with history and the historical knowledge about the colonization process in Santa Catarina state, mainly in relation to the first colonies settled in the second half of the 19th century. It questions the relationship between culture and nature instituted in the colonization process and the concept of nature present in the historical accounts of the colonies; documental and historiographic sources are observed (Province Reports and Colonies Reports) from the perspective of environmental history. The paper also demonstrates that as the historical evolution of the colonization is traditionally seen and explained it stimulates and legitimates the destruction and domestication of the natural world as well as the native people, particularly the Atlantic Forest and the Xokleng people
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