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Associação de COVID-19 com sÃndrome HELLP-like: um relato de caso / Association of COVID-19 with HELLP-like syndrome: a case report
Desde o surgimento das primeiras infecções por coronavÃrus (SARS-CoV e MERS) as gestações foram associadas a riscos de abortamentos, partos prematuros, óbitos fetais intra-uterinos e mortes maternas. Com o surgimento do novo coronavÃrus em 2020, as repercussões do COVID-19, têm sido estudadas e as gestantes enquadradas como grupo de risco. O estado hiper-inflamatório originado pela COVID-19 pode estar associado com hipóxia placentária, levando a um estado antiangiogênico, resultando os mesmos sinais clÃnicos da pré-eclâmpsia, como hipertensão, proteinúria, trombocitopenia e enzimas hepáticas elevadas. Relato de caso: Gestante de 29 anos, G2P1CA0, apresentando hipertensão arterial crônica (HAC) e diabetes gestacional (DMG) diagnosticada no primeiro trimestre. Encontrava-se em uso de polivitamÃnicos, metildopa 750 mg/dia e AAS 100 mg/dia profilático para PE, desde o primeiro trimestre. Com 28 semanas, positivou para COVID-19 com doença sintomática e no 10º dia da doença foram prescritos amoxicilina e dexametasona para uso ambulatorial. No 17º dia apresentou exames de controle que demonstraram elevação de transaminases e D-dÃmero, sem alteração pressórica. Foi iniciada a enoxaparina 40mg no pronto socorro e controle em 48h. No 19º dia os exames apresentados foram D-dÃmero elevado (1.390 mg/dl) e plaquetas em queda (100.000/mm3). A mulher foi internada com suspeita de sÃndrome HELLP, apesar de paradoxalmente, a pressão arterial mensurada ser de 120 x 80 mmHg, Os nÃveis plaquetários permaneceram em queda até o limite de 30.000/mm3), enquanto não houve elevação de pressão arterial, sendo portanto concluÃdo diagnóstico de sÃndrome HELLP-like. Foi indicada a interrupção da gestação com 32 semanas e 2 dias de gestação, após 25 dias de curso da doença e transfusão de 10 bolsas de plaquetas. Após o parto, foi entubada e encaminhada para UTI, onde após 48 horas, assintomática e com parâmetros todos normalizados, foi extubada e recebeu alta após 72h. Conclusão: Os autores discutem o diagnóstico diferencial das sÃndromes HELLP clássica e HELLP-like associada à COVID-19, bem como as possÃveis diferenças de mecanismos para o seu desenvolvimento
Comparação entre medidas da pressão arterial média (PAM) obtida por tensiômetros manuais e automatizados nos três trimestres da gestação / Comparison between mean arterial pressure (MAP) measurements obtained by manual and automated blood pressure monitors in the three trimesters of pregnancy
Introdução: A PAM é definida como "a soma da pressão arterial sistólica (PAS) com o dobro da pressão diastólica (PAD), dividida por três". Cálculos envolvendo PAM e fatores maternos como etnia, IMC e história pessoal de PE, mostraram taxas de predição de até 76% para PE se realizados no primeiro trimestre quando a PAM com aparelhos automatizados validados pela Fetal Medicine Foundation (FMF), permitindo a administração de Aspirina (AAS) precocemente como prevenção da PE. No Brasil, esses aparelhos não estão disponÃveis, sendo proposta da FEBRASGO que se realizem as medidas da PAM com tensiômetros manuais. Objetivo: analisar a concordância entre medidas obtidas com tensiomêtros manuais nacionais e os automatizados importados nos três trimestres da gestação. Metodologia: o trabalho foi realizado com 27 pacientes dos ambulatórios de pré-natal do NAMI-UNIFOR no perÃodo de dezembro de 2020 a junho de 2021. Cada mulher teve sua PAM medida no braço direito por tensiômetro manual e automático. A seguir foi medida a PAM da média dos dois braços direito e esquerdo conforme preconizado pela FMF com aparelhos automatizados validados. Resultados: A PAM medida no aparelho manual no braço direito (PAM-MBD) teve média de 87,31 +/-7,13. A PAM medida no braço direito com aparelho semi-automático (PAM-ABD), obteve média de 89,34 +/-11,0 e a PAM da média de ambos os braços (PAM-ABIL) foi de 88,55 +/- 10,10. Conclusão: Observa-se tendência a valores mais elevados da PAM calculados no primeiro trimestre quando calculados pelo tensiômetro manual que pelo automatizado. O estudo tem a limitação do pequeno número de casos porém se os resultados se mantiverem em larga escala, pode significar um excesso de mulheres brasileiras estejam utilizando AAS como preventivo de PE devido à mensuração com tensiômetro manual
Conhecimento do estudante de medicina sobre doação de órgãos
Objetivo: Avaliar o grau do conhecimento do estudante de Medicina sobre o tema doação de órgãos. Método: Foi realizado um estudo observacional com alunos do primeiro ao oitavo semestre do curso de Medicina de duas universidades de Fortaleza-CE, nordeste do Brasil, por meio de aplicação de um questionário autoaplicável. Resultados: 95,5% dos alunos gostariam que os seus órgãos fossem doados, caso estivessem em morte encefálica (ME). Porém, 43,1% deles ainda não tinham comunicado a famÃlia sobre essa decisão. O conteúdo da Lei de Transplantes em vigor no Brasil era desconhecido por 59,7% dos alunos, mas 90,8% gostariam que a decisão de ser um doador em vida fosse reconhecida pela lei, sem a interferência da famÃlia. A maioria (98,3%) conhecia o conceito de ME, mas 10,6% deles não aceitavam como definição de morte e 22% desconheciam que um indivÃduo somente é considerado doador após o diagnóstico de ME. Conclusão: Existem lacunas no conhecimento entre os estudantes de Medicina avaliados sobre as etapas do processo da doação de órgãos. É fundamental a inclusão desse tema no currÃculo das escolas de Medicina, com intervenções educativas longitudinais, para que a carência desses conhecimentos seja amenizada entre os futuros médicos