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    As particularidades clínicas da otite média: Clinical features of otitis media

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    A otite média é um processo inflamatório de evolução abrupta, acompanhado pelo quadro clínico típico de inflamação na orelha média, sendo sua incidência prevalente em crianças, culminando em leves repercussões clínicas, mas que deve ser adequadamente diagnosticada e tratada. Este evento clínico pode ser agudo, subagudo ou crônico com aparições típicas, evolução e manejo clínico diferenciados. O seguinte artigo é uma revisão narrativa de literatura que visa analisar a respeito das principais particularidades clínicas da Otite Média. Diante das informações coletadas, pode se elucidar que a otite média é o fator causal para implicações negativas e antibioticoterapia em crianças, logo é essencial medidas para diagnose precoce para evitar repercussões na saúde destes

    ESPOROTRICOSE DISSEMINADA EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE

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    Introdução: A esporotricose disseminada, rara em hospedeiros imunocompetentes, possui apresentações clínicas mais graves, maior carga fúngica e necessidade de terapia antifúngica sistêmica mais longa. Este trabalho objetiva apresentar um caso raro de esporotricose óssea disseminada em paciente imunocompetente. Descrição do caso: Paciente masculino, 33 anos, usuário de crack, maconha, alta carga tabágica e alcoólica, morador de zona metropolitana. Iniciou febre persistente (40°C) um dia após acampar em floresta, sem sintomas associados. Após 20 dias, sofreu trauma laboral em hálux esquerdo que evoluiu com infecção secundária profunda. Concomitantemente, surgiram lesões papulares, hiperemiadas, diminutas, esparsas em pele que evoluíram em aproximadamente 4 dias para lesões maiores (4 a 7 cm), dolorosas, não pruriginosas, com halo eritematoso, aspecto descamativo, seco, centro necrótico e ulcerado, com drenagem purulenta. Não apresentou lesões genitais, corrimento uretral e linfonodomegalia. Fez uso tópico de neomicina e diversas antibioticoterapias, sem sucesso. Foi adimitido em nosso serviço dois meses após o início dos sintomas. RNM do pé esquerdo confirmou osteomielite no sítio da lesão de hálux, com múltiplos pequenos focos nodulares ≥1 cm esparsos pela medular óssea dos segmentos examinados, com hipersinal periférico, sinal intermediário em T1 e aspecto em alvo em T2, sem evidência de fraturas. RNM de corpo inteiro demonstrou lesões similares em vértebras e epífises bilaterais de ossos longos. O raspado de lesão cutânea evidenciou fungo dimórfico, com crescimento de Sporothrix em cultura. Hemoculturas (3) negativas. Sorologias para paracoccidioidomicose e histoplasmose negativas, VDRL reagente 1/64, demais sorologias negativas. Foi realizado tratamento com anfotericina B lipossomal 200 mg/dia por 30 dias (dose acumulada de 6g), evoluiu com IRA KDIGO 2, optando-se por transacionar tratamento para uso de itraconazol 200 mg 12/12h VO+anfotericina B lipossomal 3 frascos 3 × /semana em hospital-dia. Paciente evoluiu com melhora clínica progressiva. Comentários: A esporotricose óssea, apesar de rara, pode acometer hospedeiros imunocompetentes. Para instauração desse quadro é teorizada a necessidade de depressão imunológica, ainda que momentânea e por vezes não identificada. É uma condição crônica, desafiadora, com tratamento prolongado, prognóstico ruim e possíveis sequelas, devendo ser prontamente identificada para diagnóstico precoce e tratamento adequado

    LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA COM ENVOLVIMENTO DE EPIGLOTE EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE

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    Introdução: As características clínicas da leishmaniose dependem das propriedades do parasita (infecciosidade, patogenicidade, virulência) e fatores do hospedeiro (idade, estado nutricional, imunidade inata e celular). A reativação espontânea da leishmaniose, rara em pacientes imunocompetentes, geralmente ocorre devido à resistência a medicamentos ou inadequação terapêutica. Este relato de caso objetiva demonstrar uma apresentação rara de leishmaniose. O quadro é atípico pelo envolvimento da epiglote e evolução inesperada para um paciente imunocompetente. Descrição do caso: Paciente masculino, 51 anos, lavrador aposentado, tabagista 56 maços-ano, residiu em Marabá-PA por 30 anos, com histórico de leishmaniose cutânea aos 14 anos (lesões ulceradas crônicas em face e membros). Em 2010, apresentou febres vespertinas, emagrecimento, tosse e odinofagia, com ressurgimento de lesões em região nasal e cavidade oral em 2014. Foi tratado em 2018 com anfotericina B lipossomal 2700mg e em 2019, por recidiva, com nova dose 2500mg. Em 2022, interna por quadro de disfagia, odinofagia, disfonia, escarros hemoptóicos, perda ponderal e febre vespertina, com lesão erosiva em septo e desabamento de pirâmide nasal. Escarro e baciloscopia para tuberculose negativos. Tomografia mostra palato mole deslocado e aderido à parede posterior da rinofaringe, com obliteração da coluna aérea; epiglote não caracterizada, formação tecidual de aspecto expansivo em sua topografia e obliteração subtotal da valécula. À laringoscopia: importante deformação anatômica com ausência de epiglote, extensas áreas infiltradas com granulações e placas de fibrina em cordas vocais. Biópsia incisional da lesão laríngea evidenciou inflamação crônica inespecífica com presença de escassas amastigotas. Evoluiu com necessidade de traqueostomia e gastrostomia e realizado novo tratamento com anfotericina B lipossomal 3000 mg. Apresentou boa evolução clínica, recebendo alta para seguimento ambulatorial. Comentários: A leishmaniose mucocutânea pode simular condições infecciosas e neoplásicas, tornando o diagnóstico desafiador. A falha no diagnóstico precoce e a inadequação terapêutica podem resultar em pior prognóstico e maior chance de recidiva. Ambos os fatores foram determinantes na evolução do caso relatado e na disfunção orotraqueal perpetuada no paciente. Por fim, o tratamento, quando corretamente instituído, gera excelente resposta clínica e laboratorial, sendo imprescindível à contenção do quadro
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