11 research outputs found

    A dobra do espaço em Medo da eternidade (1970), de Clarice Lispector: do banal ao sagrado

    Get PDF
    In this text, we pursue, in Medo da eternidade, a short chronicle by Clarice Lispector published in 1970, the geography established by the central personage in the relationship with herself from a digression on the way to school, when something crosses her: the fear of eternity. In this itinerary, we search for a reading of the space by the character traversed, in a scene in which, apparently not very geographical, a possible relationship with the geographic space is established, by reorganizing the concept beyond materiality, touched by the lines of flight of the character's thought. Based on our experience of reading enjoyment, through Carlo Ginzburg's reading of the world with his evidential paradigm, which guides us in the search for evidences in the narrated scene and also through the perspective of experience in Walter Benjamin, which invites us to pay attention to what touches us, passes us and modifies us, we understand the tale as a folding of space beyond the material that is transformed into creation, reorganizes the banal and escapes into infinite life. In it, Clarice offers us a possibility of reading the world from an abundant geographical notion, in which the experience of what transforms us matters more than the hardness of the eternity of the known and which asks: what is this space we live in?En este texto, buscamos comprender, en Medo da eternidade, crónica de Clarice Lispector publicada en 1970, la geografía establecida por el personaje central en la relación consigo misma a partir de una digresión en el camino a la escuela, cuando algo le pasa: el miedo a la eternidad. En este itinerario, bajo una lectura del espacio recorrido por el personaje en una escena aparentemente poco geográfica, se establece una posible relación con el espacio geográfico, reorganizando el concepto más allá de la materialidad, tocado por las líneas de escape del pensamiento del personaje. Con base en nuestra experiencia de lectura de disfrute, a través de la lectura de mundo de Carlo Ginzburg con su paradigma indiciario, que nos orienta en la búsqueda de evidencias en la escena narrada y también bajo la perspectiva de la experiencia en Walter Benjamin, que invítanos a prestar atención a lo que nos toca, nos traspasa y nos cambia, entendemos la crónica como un pliegue del espacio más allá de la materia que se vuelve en creación, reorganiza lo banal y se escapa a la vida infinita. Clarice nos ofrece la posibilidad de leer el mundo desde una abundante noción geográfica, en la que importa más la experiencia de lo que nos transforma que la dureza de la eternidad de lo conocido y que indaga: ¿qué espacio es este en que vivimos?Nesta escrita, buscamos compreender, em Medo da eternidade, crônica de Clarice Lispector publicada em 1970, a geografia estabelecida pela personagem central na relação consigo própria a partir de uma divagação no percurso até a escola, quando algo lhe atravessa: o medo da eternidade. Nesse itinerário, sob uma leitura do espaço percorrido pela personagem em uma cena aparentemente pouco geográfica, uma relação possível com o espaço geográfico se estabelece ao reorganizar o conceito para além da materialidade, tocado pelas linhas de fuga do pensamento da personagem. Com base em nossa experiência de leitura de fruição, pela leitura de mundo de Carlo Ginzburg com seu paradigma indiciário, que nos orienta para a busca pelos indícios na cena narrada, e também pela perspectiva de experiência em Walter Benjamin, que nos convida à atenção ao que nos toca, passa-nos e nos modifica, entendemos a crônica como uma dobra do espaço para além do material que se transforma em criação, reorganiza o banal e escapa para a vida infinita. Clarice nos oferece uma possibilidade de leitura de mundo a partir de uma noção geográfica abundante, na qual a experiência daquilo que nos transforma importa mais que a dureza da eternidade do conhecido e que indaga: que espaço é este que vivemos

    EM DEFESA DO DIÁLOGO CIÊNCIA-LITERATURA: UMA CONVERSA ENTRE BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS E MONTEIRO LOBATO

    Get PDF
    O texto que trazemos estabelece um diálogo entre a perspectiva de geografia expressada na obra Geografia de Dona Benta (1935), de Monteiro Lobato e a perspectiva de ciência contemporânea discutida por Boaventura de Sousa Santos em Um discurso sobre as ciências. Na busca por defender e fazer aproximar os conhecimentos artístico, pelo viés literário, e científico, como possibilidade de redimensionar o espaço geográfico em sua concepção teórica, o texto recupera a importância do pensamento de um grande autor da literatura infantil brasileira e estabelece uma relação com a noção do paradigma emergente no fazer científico do início do século XXI, na compreensão de que o diálogo literatura-ciência representa não apenas um modo de sair-se ao poder dos discursos, mas principalmente uma chave de entendimento a maneira como atribuímos valor ao conhecimento. Palavras-chave: conhecimento científico, literatura, literatura infantil, Geografia

    APROXIMAÇÕES ENTRE MONTEIRO LOBATO E A RELAÇÃO GEOGRAFIA-LITERATURA INFANTIL NA ESPANHA DOS 1900

    Get PDF
    As proximidades entre a Geografia e a literatura vêm de longa data e têm contribuído para a formação do corpo de conhecimentos geográficos ao longo do último século. O contexto das produções literárias, didática e infantil, como gêneros discursivos dominantes na camada letrada da sociedade europeia do primeiro terço do século XX (1900-1935), na qual se insere a produção literária espanhola, assemelha-se, qualitativamente, ao contexto escolar vivido no Brasil do mesmo período, quando a literatura infanto-juvenil de Monteiro Lobato interpôs-se como divisora de concepções ideológicas. Em vista dessas constatações, este estudo investigou a maneira como se deu o desenvolvimento da literatura infantil no período considerado para o contexto espanhol, e de que forma os conhecimentos vinculados à Geografia escolar e científica influenciaram esse desenvolvimento, buscando pelos indícios da presença do pensamento de Monteiro Lobato nesse ínteri

    ESPAÇO E SUBJETIVIDADE NA GEOGRAFIA DE DONA BENTA (1935), DE MONTEIRO LOBATO: APORTES GEOGRÁFICOS E LITERÁRIOS

    Get PDF
    Apresentamos em nossa escrita uma relação entre a Geografia de Dona Benta (1935) de Monteiro Lobato, ambos texto e autor posicionados como pináculos entre as narrativas dirigidas à infância leitora no Brasil e na América Latina e o movimento de seu empréstimo como livro escolar na escola pública brasileira à época de sua publicação. Por resgatar uma experiência de leitura apoiada na subjetividade do leitor, a narrativa subverte os cânones literários, o fazer geográfico de seu tempo e o entendimento sobre o ser criança, e inaugura junto à Literatura e à Geografia um olhar espacial pautado na imaginação criativa e na geograficidade, sem deixar de lado o tom de crítica necessário ao momento histórico de sua produção. De importância singular, a narrativa posiciona-se ainda hoje entre a juventude leitora brasileira como literatura de referência para a cultura infanto-juvenil

    A identidade nacional e a formação do espaço-nação na experiência literária da geografia de Dona Benta, de Monteiro Lobato

    No full text
    O período representativo da Primeira República (1889-1930) significou para o Brasil o esforço de construção de uma ideia de nação e de uma identidade nacional, até então bastante difusos para o brasileiro. Por meio dos livros, didáticos ou não, e por meio de uma cultura escolar nascente, estas ideias passaram a povoar o imaginário popular do estudante e do cidadão brasileiros, fixando símbolos e princípios para a sustentação de um território genuinamente nacional. Neste sentido, o propósito deste estudo concentrou-se em investigar a expressão do conteúdo relacionado à identidade nacional na formação geográfica do estudante de nível primário da escola do período republicano, associando os conhecimentos veiculados pelos livros didáticos utilizados à época aos conhecimentos geográficos expressados na Geografia de Dona Benta (1935) de Monteiro Lobato. Buscando responder às questões que perguntam: “quais são as concepções de conhecimento geográfico expressadas na obra em questão?” e “quais as contribuições da obra para a construção das representações do espaço geográfico e para a produção da identidade nacional no período da Primeira República no Brasil?” desenvolvemos uma análise dos indícios textuais e gráficos trazidos por Lobato na construção da sua Geografia. Partindo do pressuposto de que a experiência funda novas perspectivas, entendemos que a Geografia proposta por Lobato cria novas espacialidades a partir da experiência vivida do espaço pelo leitor, por meio de uma literatura que resgata um poder de criação e de imaginação próprios da língua, subvertendo os padrões da escrita e dos usos da palavra em uma época de intensas e significativas transformações na vida cultural do Brasil. Na sua Geografia desliteraturizada, Lobato cria um novo modo de se relacionar com os espaços...The representative period of the First Republic (1889-1930) meant to Brazil the effort to build a sense of nation and national identity, hitherto quite diffuse for the brazilian. Through books, textbooks or not, and by means of a spring school culture, these ideas began to populate the popular imagination of students and brazilian citizen, setting symbols and principles for support of a genuinely national territory. In this sense, the purpose of this study focused on investigating the expression of content related to national identity in shaping the geographical student primary school Republican period, combining the knowledge conveyed by textbooks used at the time to the geographical knowledge expressed in Geografia de Dona Benta (1935) by Monteiro Lobato. Seeking to answer the questions they ask: what are the conceptions of geographical knowledge expressed in the work in question? and what are the contributions of the work for the construction of representations of geographic space and the production of national identity in the period of the First Republic in Brazil? develop an analysis of textual and graphic evidence brought by Lobato in the construction of its geography. Assuming that the fundamental experience new perspectives, understand that geography proposed by Lobato creates new spatialities from the experience of space by the reader, through a literature that rescues a power of creation and imagination own language, subverting standards of writing and uses of the word in a time of intense and significant transformations in the cultural life of Brazil. In his Geography desliteraturizada, Lobato creates a new way of relating to geographical spaces, founds a geographicity, especially Brazil, to think of it from their own identity forms, allowing your reader to imagine and design these spaces to their so without, however... (Complete abstract click electronic access below

    Aproximaciones entre Monteiro Lobato y la relación geografía-literatura infantil en la España de los años 1900

    Get PDF
    Revista Latinoamericana de Estudios Educativos, vol. XLIV, núm. 4, pp. 87-106La relación próxima entre la geografía y la literatura viene de mucho tiempo atrás y ha contribuido a la formación de un cuerpo de conocimientos geográficos en el transcurso del último siglo. El contexto de las producciones literarias didáctica e infantil como géneros discursivos dominantes en el estrato letrado de la sociedad europea del primer tercio del siglo XX (1900-1935), en el que se incluye la producción literaria española, es cualitativamente semejante al contexto escolar vivido en Brasil en el mismo periodo, en el que la literatura infantil y juvenil de Monteiro Lobato se presenta como un divisor de conceptos ideológicos. En vista de estos resultados, este estudio investigó la forma como se produjo el desarrollo de la literatura infantil en el periodo considerado para el caso español y cómo el conocimiento relacionado con la geografía escolar y la ciencia influyó en este desarrollo, en busca de evidencias de la presencia del pensamiento de Monteiro Lobato en este contexto
    corecore