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O perfil epidemiológico da HIV/AIDS em idosos no Brasil, entre 2015 e 2019 / The epidemiological profile of HIV/AIDS in elderly patients using datasus’health information system, between 2015 and 2019
Introdução: O registro crescente do número de pessoas idosas contaminadas pelo HIV no Brasil mostra a necessidade de se discutir sobre esse assunto, visto que com a introdução do tratamento antiviral, o HIV passa a se comportar como uma doença crônica assim como em outros países, associando-se a outras comorbidades relacionadas ao processo de envelhecimento. Inicialmente, apenas homossexuais eram relacionados aos diagnósticos de HIV, mas em seguida o vírus passou a ser detectado nos usuários de drogas injetáveis, bissexuais e heterossexuais. Porém, no início da epidemia da AIDS, os idosos praticamente não foram acometidos. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo traçar o perfil epidemiológico dos casos diagnosticados de AIDS, no Brasil, em indivíduos com idade a partir de 60 anos entre 2015 até 2020. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, cujos dados foram obtidos por meio de consulta às seguintes bases de dados SINAN, SISCEL e SIM, disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), tendo sido consultados dados referentes ao período 2015 a 2019. Os dados obtidos foram organizados e analisados. Resultado e Discussão: Os dados referentes ao total de número de casos de HIV/AIDS diagnosticados no período de 2015 a 2019, que totalizaram 182.474 casos novos, sendo que, destes, 11.829 ocorreram com idosos, representando 6,08% do número total de casos. Os resultados mostram uma redução nos números de casos absolutos, porém existe um crescimento percentual entre os indivíduos com mais de 60 anos. Ainda, observou-se que as relações heterossexuais foram responsáveis pelo maior número de casos. Conclusão: A partir dos dados coletados, observou-se que o perfil do idoso portador de AIDS, no Brasil, é do gênero masculino e heterossexual. Esse grupo se apresenta de forma vulnerável em decorrência do tratamento da disfunção erétil e pela resistência ao uso do preservativo masculino. Além disso, o diagnóstico precoce é dificultado pela baixa adesão aos cuidados com a saúde. Diante desse cenário, também se torna fundamental a prevenção e promoção de saúde entre os idosos, pois percebeu-se que a mudança de estilo de vida promove uma redução do número de medicamentos utilizados pelo paciente idoso, o que culmina em uma maior adesão ao tratamento e ao controle das comorbidades.
Apendicite aguda: perfil epidemiológico no Brasil, de 2017 a 2021
Introdução: A apendicite é a causa mais comum de abdome agudo no mundo e sua maioria resulta em cirurgia para a resolução. A inflamação do apêndice apresenta uma fisiopatologia que engloba não apenas a obstrução do lúmen do apêndice, mas também algumas infecções. O quadro desta patologia, que de acordo com dados da literatura observados neste estudo, no Brasil e no mundo, ocorre mais em homens do que em mulheres, e a decorrência desta doença pode ser do mais simples, como a clássica dor em fossa ilíaca direita (não sendo patognomônico da apendicite) sem complicações, até a forma mais complexa, com presença de complicação, e a abordagem precoce é um dos fatores decisivos para bom prognóstico do paciente. O Brasil apresenta diversos casos de apendicite em suas regiões, sendo a apendicite aguda a que a população mais busca tratamento, geralmente pela dor em fossa ilíaca direita. Assim, o diagnóstico da apendicite pode ser clínico e complementado por exames laboratoriais e de imagem, sendo a precocidade um fator determinante para o melhor prognóstico. Objetivo: Descrever, estudar e analisar o perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com apendicite aguda no Brasil , entre os anos e 2017 a 2021. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo observacional e descritivo. Os dados foram consultados na base de dados do Sistema de Informações Hospitalares, disponibilizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, no período de 2017 a 2021. Resultados e discussão: Os casos de apendicite aguda de 2017 a 2021 no Brasil de pacientes diagnosticados e internados totalizou 616.205 casos, sendo sua maioria encontrada no sudeste brasileiro (37,70% dos casos), região com maior número de habitantes do território brasileiro, desta maneira, o fator da população é um importante parâmetro para a incidência da apendicite por regiões no Brasil. Foi evidenciado, neste mesmo período pesquisado, uma maior prevalência sobre o sexo masculino e grande prevalência em adultos jovens entre 20 e 29 anos sendo mais rara nos extremos de idade. O tratamento precoce para apendicite é fator de bom prognóstico, deste a apendicectomia convencional que, atualmente, é a conduta mais utilizada pelos cirurgiões. Desta maneira, a apendicite aguda está presente em todo o território brasileiro principalmente em jovens. O diagnóstico precoce é de extrema importância para o manejo e melhor prognóstico da apendicite aguda, assim como o tratamento adequado. Conclusão: Diante deste estudo, infere-se, portanto, o amplo número de indivíduos no Brasil internados por apendicite aguda entre os anos de 2017 e 2021, analisados por sexo, região, raça com uma maior incidência de internações na região Sudeste, tendo maior prevalência o sexo masculino, na faixa etária entre 20 e 29 anos de idade, com uma ampla maioria de atendimentos com caráter de urgência por todo o país
Perfil epidemiológico da Hanseníase no Brasil entre 2017 e 2022
INTRODUÇÃO: A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa e contagiosa causada pelo Mycobacterium Leprae, comum ainda nos dias atuais. A Organização Mundial de Saúde a classifica em formas paucibacilares e multibacilares, sendo a última a mais grave. A via de contaminação ainda não é totalmente compreendida, mas sabe-se que a principal é a respiratória. O tratamento é realizado com antibióticos disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde e deve ser iniciado precocemente, a fim de prevenir danos permanentes e minimizar a transmissão da doença. Embora seja eficaz na eliminação da bactéria e na prevenção da progressão da doença, o tratamento pode não reverter deformidades já existentes. O Brasil está entre os 22 países com as maiores taxas de incidência de hanseníase no mundo e ocupa o segundo lugar em relação à detecção de casos novos. Diante desse contexto, é imprescindível analisar e traçar o perfil epidemiológico da Hanseníase no Brasil, e, a partir disso, propor medidas públicas para a erradicação da doença. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo observacional e descritivo, cujo os dados foram coletados na base de dados Sistema de Informações de Agravos de Notificação, no período entre 2017 a 2022 RESULTADOS/DISCUSSÃO: O Brasil possui um índice crescente entre 2017 a 2019 de pessoas diagnosticadas com hanseníase , porém houve uma queda de 2020 a 2022 que pode estar relacionada a casos subdiagnosticados devido a pandemia do COVID-19 na qual a prioridade nos serviços de saúde estava relacionada à síndrome gripal. Ao comparar as regiões do país, nota-se que o Nordeste encontra-se com um maior número de casos diagnosticados, em segundo lugar encontra-se o Centro-oeste, em terceiro lugar o Norte, estes dados podem ser justificados de acordo com os parâmetros sociais e econômicos do país, tendo em vista que o aparecimento da hanseníase está relacionado a condições socioeconômicas mais precárias. Ao analisar de acordo com o sexo, notou-se que os indivíduos do sexo masculino representam a maioria dos casos, isso esta relacionado à menor adesão dessa parcela da população nas unidades de saúde. Ao analisado a frequência de casos de hanseníase com o nível de escolaridade, observou que 47% dessa população é composta por analfabetos e indivíduos com ensino médio incompleto, enquanto apenas 5% do público tem o ensino superior, mesmo que incompleto, assim , nota-se que essa patologia tem uma maior prevalência em níveis de escolaridade mais baixos. Também foi visto elevado número de casos de hanseníase de 2017 a 2022 em pacientes de 0 a 14 anos, este dado reflete como indicador da expansão e a gravidade da doença, assim infere-se que as políticas de controle e prevenção da doença não estão sendo efetivas. Nesse contexto, observa-se que o Brasil ainda é um país de grande foco de hanseníase, assim precisando de melhores políticas de intervenção desta patologia. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A hanseníase é uma doença negligenciada que afeta populações vulneráveis. Para combatê-la, é necessário que o governo aloque mais recursos financeiros e humanos, promova campanhas publicitárias, capacite profissionais de saúde e intensifique programas de saúde do homem. Com essas estratégias e o manejo adequado da doença, é possível erradicá-la no território nacional
A incidência de pneumonia em pacientes expostos ao fumo em municípios do estado de Alagoas
Introdução: O tabagismo é uma doença decorrente da dependência de nicotina, que causa comprometimento psicológico, físico e comportamental semelhante ao que ocorre com o uso de outras drogas como álcool, cocaína e heroína. A pneumonia trata-se de uma afecção do trato respiratório inferior geralmente causada por um agente infeccioso resultando na inflamação dos tecidos de um ou ambos os pulmões, que traduz uma resposta do hospedeiro ao agente agressor. Observa-se, nos estudos, uma alta prevalência de fumantes entre os internados por pneumonia quando comparada à população geral, estando correlacionada ao tabagismo a alteração de funcionalidade das células pulmonares, como redução do clearance mucociliar. Nota-se também que o tabagista apresentam modificações no sistema imune e formação de alterações inflamatórias sistêmicas. Objetivo: Descrever e analisar a incidência de pneumonia entre pacientes expostos ao fumo, ao fogo e as chamas nos municípios de Arapiraca e Maceió, entre 2017 e 2022. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo baseado nos dados disponibilizados no DATASUS e no IBGE. Resultados: Ocorreram 26.747 internações hospitalares por pneumonia, exposição ao fumo, ao fogo e às chamas no período janeiro/2017 a janeiro/2022 nos municípios de Arapiraca e Maceió, dos quais 27.5% ocorreram no município Arapiraca, e os demais 72.5% na capital alagoana. Constata-se que a cidade de Maceió é quatro vezes mais populosa que a cidade de Arapiraca. A partir disso, considerando a incidência da doença relacionada à população de cada cidade, o estudo demostrou que na população masculina menor de 30 anos de 2017 a 2019 a pneumonia decorrente do fumo é predominante na cidade de Arapiraca, contudo em 2020 e 2021 os valores se equiparam entre as cidades. Já entre os maiores de 30 anos, Arapiraca tem prevalência de 2017 a 2020, se igualando a Maceió em 2021. Na população feminina menor de 30 anos, nos anos de 2017 a 2020, Arapiraca tem prevalência maior, no entanto, em 2021 percebe-se que Maceió ultrapassa o valor relativo. Na população feminina maior de 30 anos, Arapiraca tem prevalência maior de internações durante todo período analisado. Conclusão: Contata-se, portanto, o maior percentual de internações totais na capital de Alagoas, Maceió. No entanto, é constatado que Arapiraca sobrepõe Maceió em valores de internações relativos a densidade populacional. Observou-se também que as populações femininas e masculinas possuem mais casos de internações em menores de 30 anos em ambas as cidades de alagoas nos anos estudados e que há uma dominância na quantidade de internações do sexo masculino em relação ao feminino